Novgorod, Rússia

A Avó Viking da Mãe Rússia


A fortaleza e a catedral
Charrete passa junto à base da muralha da fortaleza de Novgorod e da Catedral Ortodoxa de Santa Sofia.
Triunfo Negro
Silhueta do Monumento da Victoria, erguido para celebrar o triunfo soviético sobre o invasor Nazi durante a 2ª Guerra Mundial.
De Novgorod a Novgorod
Ponte pedestre sobre o rio Volkhov, dourada pelo ocaso.
Pequeno ataque
Pai e filha aproximam-se da fortaleza de Novgorod, a mais antiga da Rússia.
Praia Verde
Família descontrai junto a uma porta baixa da fortaleza de Novgorod.
Pequeno Ataque II
Pai toma conta de um filho que se diverte sobre um tanque ligeiro T70 M, usado durante a 2ª Guerra Mundial
Pompa & Cerimónia pós-soviética
Cena de uma cerimónia de condecoração e homenagem de polícias da força especial anti-motim OMON, realizada em frente ao edifício soviético do Governo de Novgorod.
Trajes de outros tempos
Mulheres em trajes tradicionais participam na cerimónia de condecoração dos policias OMON.
Boda marginal
Comitiva de um casamento caminha ao longo de uma margem do rio Volkhov.
Diferentes estilos
Transeunte carrega um caniche ao longo da ponte pedestre sobre o rio Volkhov.
Rosas anti-motim
Uma polícia da força especial OMON congratulada por familiares.
Vólei entre o rio e o passado
Jogo de vólei ao lado da muralha ancestral de Novgorod.
O peso do casamento
Uma dolorosa tradição nupcial de Novgorod: noivo carrega noiva a todo o comprimento da ponte pedestre sobre o rio Volkhov.
Um ocaso com história
Sol põe-se por detrás da catedral de Santa Sofia, a mais antiga da Rússia.
Durante quase todo o século que passou, as autoridades da U.R.S.S. omitiram parte das origens do povo russo. Mas a história não deixa lugar para dúvidas. Muito antes da ascensão e supremacia dos czares e dos sovietes, os primeiros colonos escandinavos fundaram, em Novgorod, a sua poderosa nação.

Na margem oposta do rio Volkhov, vários torreões destacam-se acima de uma muralha vermelha sólida. Dela se projecta também um cacho de abóbadas que algum brilho lateral nos revela douradas. O sol sujeita-se às cruzes bizantinas e afunda-se por detrás de Novgorod.

Por momentos, o seu aparente leito não passa de uma silhueta mas, mal a luz diurna cede ao lusco-fusco e à iluminação artificial, o templo ortodoxo e a fortaleza que o envolve reconquistam a imponência devida.

Novgorod vive dias agitados. Na manhã seguinte à nossa chegada, é Sábado. Despertamos com o sol já apontado ao zénite. Passamos pela grande praça Pobedy Sofiyskaya que é delimitada pelo edifício soviético governamental e pela entrada oeste da fortaleza.

A essa hora, um bando de ciclistas, patinadores, skaters e outros desportistas exercita-se. Aproveitam a lisura do piso, até que um evento há muito programado lhes reclama o lugar.

Uma Cerimónia à Moda da Rússia

Aos poucos, centenas de polícias em camuflados reúnem-se e formam perante uma ala de distintas autoridades da região: políticas, militares, civis e – não poderiam faltar – também os representantes da Igreja Ortodoxa. Reparamos na sigla OMOH nas costas dos seus uniformes e percebemos que não são uma força qualquer.

Integram uma unidade especial da Guarda Nacional da Rússia criada em 1988 dentro da Soviet Militsiya e que, findos os conflitos gerados pelo colapso da U.R.S.S., é considerada a polícia anti-motim. Os seus oficiais recebem galardões das autoridades e, dos familiares e cônjuges, também beijos e ramos de flores.

Cerimónia oficial, Novgorod, Rússia

Cena de uma cerimónia de condecoração e homenagem de polícias da força especial anti-motim OMON, realizada em frente ao edifício soviético do Governo de Novgorod.

Uma vez findos os discursos, tocado e cantado o hino da nação, a cerimónia termina e a praça regressa ao modo lúdico original.

Na Pobedy Sofiyskaya, como em tantas outras partes de Novgorod, as várias “Rússias” parecem medir forças. A ocidente, a fachada do edifício do Governo da Região de Novgorod não podia ser mais soviética. Preenchem-na, quase na íntegra, um alinhamento de colunas de estilo helénico que sustentam um frontão.

Este frontão, por sua vez, é tão amplo e aberto que admite uma enorme escultura de bronze recortada em redor do símbolo incontornável da época, a foice e o martelo. Do lado oposto da praça, encontramos o pórtico principal da fortaleza milenar e colossal erguida pela Rus de Kiev.

Sem acesso ao edifício governamental, atravessamos o fosso pela ponte levadiça e passamos para o interior das velhas muralhas atijoladas dominado pelo verde do Parque Kremlyovskiy (do Kremlin) e por vários monumentos sumptuosos. O compositor Sergei Rachmaninoff nasceu na região.

muralha da fortaleza de Novgorod e da Catedral Ortodoxa de Santa Sofia, Rússia

Charrete passa junto à base da muralha da fortaleza de Novgorod e da Catedral Ortodoxa de Santa Sofia.

A Fortaleza Arredondada do Parque Kremlyovskiy

Tem na cidade uma estátua de bronze. A grande obra é, todavia, o Milénio da Rússia, um monumento igualmente de bronze, erguido em 1862, e que celebra, em distintos níveis, os eventos que definiram a Rússia, desde a chegada dos Varegues às margens do lago Ladoga e a Novgorod até à criação do Império Russo sob a liderança de Pedro, o Grande.

À parte da catedral de Santa Sofia, os edifícios religiosos quase rivalizam, em número, com as torres da fortaleza. Voltamos a deixá-la e reencontrarmos o Volkhov.

É Verão. O caudal recuou substancialmente e empresta um areal mais que conveniente a que outros desportistas e banhistas dão bom uso. Um torneio de voleibol de praia decorre entre o rio e a muralha.

Vólei em Novgorod, Rússia

Jogo de vólei ao lado da muralha ancestral de Novgorod.

Canoístas e nadadores sulcam a água doce e uma multidão de adoradores do sol fazem por se bronzear, uns esparramados na relva viçosa, outros, encostados contra a base do Kremlin que, de frente para o torreão Dvortsovaya Bashnya, nos revela, por fim, a sua elegante redondeza.

Rus de Kiev, o estado embrionário daquela que – considerado o território –   se tornou a maior nação do Planeta, começou a definir-se no século VIII.

Da Escandinávia, Rios Europeus Abaixo

Por essa altura, os varegues (Vikings) tinham-se habituado a zarpar da Escandinávia e a navegar pelo Mar Báltico e rios Dniepre, Volga, Dniestre abaixo.

Durante essas epopeias embarcadas, consoante as oportunidades e os rivais com que se deparavam, entregavam-se ao comércio, à pirataria e a acções mercenárias. Também navegaram o Mar Cáspio e o Mar Negro. Cada vez mais afastados das suas Noruega e Suécia nativas, interagiam e comerciavam com os gregos e com os mais distintos povos muçulmanos, tão longe como em Bagdade.

Mulheres de Novgorod em trajes tradicionais, Rússia

Mulheres em trajes tradicionais participam na cerimónia de condecoração dos policiais OMON

Novgorod, em particular, prosperava a olhos vistos. Enriquecia-a um comércio cada vez mais intenso de tecidos, metais, vinho, âmbar e outros produtos ali chegados do sul mediterrânico que os varegues lá instalados trocavam por peles de arminho, de marta e de outros animais capturados na Escandinávia. Já então consideradas um luxo, estas peles fizeram de Novgorod um lugar apetecido.

Mas os varegues também traziam do cimo da Europa hábitos guerreiros. Diferentes clãs lutavam demasiadas vezes entre si ou com as tribos eslavas e finesas com que partilhavam a zona. Os habitantes de Novgorod fartaram-se desse caos. Para o sanarem, convidaram um príncipe varegue já poderoso a governá-los.

A Ascendência da Dinastia Rúrika

Rúrik tomou conta de Novgorod até morrer em 879. Oleg, o cunhado a quem passou o poder por o seu filho ser demasiado novo, consolidou um vasto domínio que abrangeu as zonas das actuais São Petersburgo (200km para norte) e Kiev (1000 km para sudoeste).

Oleg e os descendentes da dinastia Rúrika não tardaram a cobrar tributo às tribos não varegues que acabaram por incorporar. Por fim, esta mescla improvável de varegues e de tribos eslavas e finesas deu origem ao estado Rus de Kiev. Novgorod beneficiou de forte autonomia dentro do novo estado.

De Novgorod a NovgorodEstabeleceu um regime de eleição de chefes locais com tempos limitados de liderança. Este regime é considerado o primeiro governo democrático da Rússia.

Os Rus de Kiev mantiveram-se pagãos por mais algum tempo. Pelo menos numa circunstância, Oleg atacou a capital do Império Bizantino. Os Bizantinos tinham construído uma tal de fortaleza Sarkel que, em favor do povo Cazar, limitou o comércio dos Rus ao longo do rio Volga.

Furioso, Oleg reuniu um exército, distribuiu-o por 200 embarcações, navegou até ao Bósforo e cercou a poderosa Constantinopla. Só retirou após pilhar os arredores da cidade e a ter deixado em pânico.

O Peso Histórico e Militar de Novgorod

Afastamo-nos da fortaleza que, em tempos, acolheu os líderes Rus. Algumas centenas de metros rio abaixo, damos com a Colina de Catarina e com novo monumento, de visual bélico e épico, claro está. Um cavaleiro que monta um cavalo empinado, empunha uma espada na vertical e atropela uma suástica.

Monumento da Victoria, Novgorod, Rússia

Silhueta do Monumento da Victoria, erguido para celebrar o triunfo soviético sobre o invasor Nazi durante a 2ª Guerra Mundial.

Atrás de si, no cimo de uma torre altiva, a proa de um barco viking foi combinada com a lagarta de um tanque e com uma série de lanças apontadas ao céu.

O conjunto – mas em especial o cavaleiro – atrai uma horda de fotógrafos casuais ávidos por ali se eternizarem. Contempla-os com a benesse de o fazerem ainda junto a um tanque ligeiro T-70M que terá passado incólume pela 2a Guerra Mundial.

Regressamos à estradinha Sofiyskaya e, por ela, à ponte pedestre que cruza o Volkhov para a metade já não amuralhada da cidade. No tempo em que o fazemos, a comitiva de um casamento surge no sentido contrário. Na dianteira, um pequeno noivo, em óbvia dificuldade, carrega a noiva ao colo.

Dona e caniche sobre o rio Volkhov, Novgorod, Rússia

Transeunte carrega um caniche ao longo da ponte pedestre sobre o rio Volkhov.

Uma Castigadora Tradição Russa

A estreiteza da ponte e a curiosidade sobre o feito, fazem-nos dar-lhes passagem. Aproveitamos para meter conversa com uma senhora loura que segura um caniche cor-de-avelã ainda mais felpudo. Ela esclarece-nos. “Isto é costume cá da cidade. Atravessar a ponte toda com a noiva ao colo é visto como uma bênção para o casamento.

Não há homem que não o tente fazer e vão ver que, mesmo aflito, aquele também vai conseguir!” De facto, o ritual foi cumprido, para júbilo dos convivas que o felicitaram com abraços e muito champanhe.

Retomamos o passeio. Aproximamo-nos do “Na Korme” uma grande embarcação transformada em restaurante. Para desilusão dos visitantes da cidade mais interessados no seu passado, trata-se de uma fragata mercante oitocentista sem declarado contexto histórico em vez de um portentoso navio viking.

Mas, História nunca faltaria em Novgorod. Nas imediações de uma tal de arcada Gostiny Dvor em que tínhamos apreciado o fim do dia anterior, uma série de novos templos ortodoxos e outros edifícios, levaram-nos a retomá-la.

Os anos passaram em Rus de Kiev. Apenas vinte antes da viragem para o século XI, e no seio de sérios eventos políticos que incluíram o assassinato de Oleg às mãos de um outro irmão, Vladimir viu-se obrigado a viajar à Escandinávia. Ali, com a ajuda do regente da Noruega seu parente, recrutou um exército.

Fortaleza circular de Novgorod, Rússia

Pai e filha aproximam-se da fortaleza de Novgorod, a mais antiga da Rússia.

A Peculiar Cristianização da Rus de Kiev

No regresso, não só reconquistou Novgorod e solidificou as fronteiras do reino contra as frequentes incursões de tribos búlgaras, bálticas e outras. Converteu-se ao Cristianismo e cristianizou Rus de Kiev.

A Crónica do eslavo Néstor descreve o quão criteriosa se revelou a sua decisão. Vladimir decidiu enviar emissários para apreciarem as distintas religiões dos estados poderosos que reclamavam que a Rus de Kiev adoptasse as suas fés. Quando os enviados lhe transmitiram as suas impressões, não tardou a rejeitar o judaísmo.

Jerusalém tinha acabado se ser perdida para os muçulmanos. A seu ver, isso provava que Deus havia abandonado os Judeus. Sobre os Búlgaros muçulmanos, os emissários testemunharam ter sentido não existir felicidade, apenas desgosto. Bastante mais grave, ter-se-á revelado o facto de o Islão proibir a carne de porco e o álcool.

Confrontado com este tabu, Vladimir terá observado “Beber é a alegria de todos os Rus. Não podemos existir sem esse prazer.”

Os enviados de Vladimir relatam ainda o que acharam da fé Cristã Latina e Germânica anterior ao Cisma. Nas igrejas do Ocidente, encontraram falta de beleza. Já quando se dedicaram a avaliar a crença cristã Ortodoxa do Oriente da Europa, presenciaram uma liturgia divina realizada na basílica de Hagia Sophia.

A cerimónia deixou-os extasiados: “não sabíamos se estávamos no céu ou na Terra. Tal beleza, não a conseguimos descrever.” Vladimir mostrou-se agradado com esta derradeira narrativa dos seus homens. O facto da aliança com o Império Bizantino lhe assegurar grande vantagem política, tornou mais fácil a decisão.

A Fé, o Vodka e a Polémica Origem Rus da Rússia

Hoje, os Russos preservam-se Cristãos Ortodoxos. Para o bem e para o mal, também são o povo europeu que mais álcool consome. Está no sangue da nação russa.

Tanque T70 M em Novgorod, Rússia

Pai toma conta de um filho que se diverte sobre um tanque ligeiro T70 M, usado durante a 2ª Guerra Mundial

Durante muito tempo, as autoridades soviéticas tudo fizeram para mitigar a origem da nomenclatura “Rússia” e para que a população pensasse que era apenas e só eslava.

Chegaram ao ponto de rejeitar apelidos que soassem a escandinavo ou germânico e a impingirem que Rúrik e a dinastia Rúrika nunca tinham existido.

Quanto a isso, os novgorodienses não hesitam: o sangue demasiadas vezes alcoolizado dos russos também é viking. Foi bombeado para toda a nação por Novgorod e pelo estado de Rus de Kiev.

Silhuetas da catedral de Santa Sofia, Novgorod, Rússia

Sol põe-se por detrás da catedral de Santa Sofia, a mais antiga da Rússia.

Mais informações sobre Novgorod e a origem Rus da Rússia no site respectivo da UNESCO.

Rostov Veliky, Rússia

Sob as Cúpulas da Alma Russa

É uma das mais antigas e importantes cidades medievais, fundada durante as origens ainda pagãs da nação dos czares. No fim do século XV, incorporada no Grande Ducado de Moscovo, tornou-se um centro imponente da religiosidade ortodoxa. Hoje, só o esplendor do kremlin moscovita suplanta o da cidadela da tranquila e pitoresca Rostov Veliky.
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Suzdal, Rússia

Séculos de Devoção a um Monge Devoto

Eutímio foi um asceta russo do século XIV que se entregou a Deus de corpo e alma. A sua fé inspirou a religiosidade de Suzdal. Os crentes da cidade veneram-no como ao santo em que se tornou.
São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
Suzdal, Rússia

Em Suzdal, é de Pequenino que se Celebra o Pepino

Com o Verão e o tempo quente, a cidade russa de Suzdal descontrai da sua ortodoxia religiosa milenar. A velha cidade também é famosa por ter os melhores pepinos da nação. Quando Julho chega, faz dos recém-colhidos um verdadeiro festival.
Suzdal, Rússia

Mil Anos de Rússia à Moda Antiga

Foi uma capital pródiga quando Moscovo não passava de um lugarejo rural. Pelo caminho, perdeu relevância política mas acumulou a maior concentração de igrejas, mosteiros e conventos do país dos czares. Hoje, sob as suas incontáveis cúpulas, Suzdal é tão ortodoxa quanto monumental.
Ilhas Solovetsky, Rússia

A Ilha-Mãe do Arquipélago Gulag

Acolheu um dos domínios religiosos ortodoxos mais poderosos da Rússia mas Lenine e Estaline transformaram-na num gulag. Com a queda da URSS, Solovestky recupera a paz e a sua espiritualidade.
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de "Crime e Castigo"

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Bolshoi Zayatsky, Rússia

Misteriosas Babilónias Russas

Um conjunto de labirintos pré-históricos espirais feitos de pedras decoram a ilha Bolshoi Zayatsky, parte do arquipélago Solovetsky. Desprovidos de explicações sobre quando foram erguidos ou do seu significado, os habitantes destes confins setentrionais da Europa, tratam-nos por vavilons.
Bolshoi Solovetsky, Rússia

Uma Celebração do Outono Russo da Vida

Na iminência do oceano Ártico, a meio de Setembro, a folhagem boreal resplandece de dourado. Acolhidos por cicerones generosos, louvamos os novos tempos humanos da grande ilha de Solovetsky, famosa por ter recebido o primeiro dos campos prisionais soviéticos Gulag.
Moscovo, Rússia

A Fortaleza Suprema da Rússia

Foram muitos os kremlins erguidos, ao longos dos tempos, na vastidão do país dos czares. Nenhum se destaca, tão monumental como o da capital Moscovo, um centro histórico de despotismo e prepotência que, de Ivan o Terrível a Vladimir Putin, para melhor ou pior, ditou o destino da Rússia.
Kronstadt, Rússia

O Outono da Ilha-Cidade Russa de Todas as Encruzilhadas

Fundada por Pedro o Grande, tornou-se o porto e base naval que protegem São Petersburgo e o norte da grande Rússia. Em Março de 1921, rebelou-se contra os Bolcheviques que apoiara na Revolução de Outubro. Neste Outubro que atravessamos, Kronstadt volta a cobrir-se do mesmo amarelo exuberante da incerteza.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Safari
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Thorong La, Circuito Annapurna, Nepal, foto para a posteridade
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Uma Cidade Perdida e Achada
Arquitectura & Design
Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Aventura
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
religiosos militares, muro das lamentacoes, juramento bandeira IDF, Jerusalem, Israel
Cerimónias e Festividades
Jerusalém, Israel

Em Festa no Muro das Lamentações

Nem só a preces e orações atende o lugar mais sagrado do judaísmo. As suas pedras milenares testemunham, há décadas, o juramento dos novos recrutas das IDF e ecoam os gritos eufóricos que se seguem.
Sirocco, Arabia, Helsinquia
Cidades
Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Celebração Nahuatl
Cultura

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

arbitro de combate, luta de galos, filipinas
Desporto
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Em Viagem
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Espantoso
Étnico

Ambergris Caye, Belize

O Recreio do Belize

Madonna cantou-a como La Isla Bonita e reforçou o mote. Hoje, nem os furacões nem as disputas políticas desencorajam os veraneantes VIPs e endinheirados de se divertirem neste refúgio tropical.

portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Porfólio Got2Globe

O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

Casal Gótico
História

Matarraña a Alcanar, Espanha

Uma Espanha Medieval

De viagem por terras de Aragão e Valência, damos com torres e ameias destacadas de casarios que preenchem as encostas. Km após km, estas visões vão-se provando tão anacrónicas como fascinantes.

Sementeira, Lombok, mar Bali, ilha Sonda, Indonesia
Ilhas
Lombok, Indonésia

Lombok. O Mar de Bali Merece uma Sonda Assim

Há muito encobertos pela fama da ilha vizinha, os cenários exóticos de Lombok continuam por revelar, sob a protecção sagrada do guardião Gunung Rinjani, o segundo maior vulcão da Indonésia.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Natureza
Nelson a Wharariki, PN Abel Tasman, Nova Zelândia

O Litoral Maori em que os Europeus Deram à Costa

Abel Janszoon Tasman explorava mais da recém-mapeada e mítica "Terra Australis" quando um equívoco azedou o contacto com nativos de uma ilha desconhecida. O episódio inaugurou a história colonial da Nova Zelândia. Hoje, tanto a costa divinal em que o episódio se sucedeu como os mares em redor evocam o navegador holandês.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Parques Naturais
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Nelson Dockyards, Docas de Antigua,
Património Mundial UNESCO
English Harbour, Antigua

Docas de Nelson: a Antiga Base Naval e Morada do Almirante

No século XVII, já os ingleses disputavam o controle das Caraíbas e do comércio do açúcar com os seus rivais coloniais, apoderaram-se da ilha de Antígua. Lá se depararam com uma enseada recortada a que chamaram English Harbour. Tornaram-na um porto estratégico que também abrigou o idolatrado oficial da marinha.
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Personagens
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
vista monte Teurafaatiu, Maupiti, Ilhas sociedade, Polinesia Francesa
Praias
Maupiti, Polinésia Francesa

Uma Sociedade à Margem

À sombra da fama quase planetária da vizinha Bora Bora, Maupiti é remota, pouco habitada e ainda menos desenvolvida. Os seus habitantes sentem-se abandonados mas quem a visita agradece o abandono.
Via Conflituosa
Religião
Jerusalém, Israel

Pelas Ruas Beliciosas da Via Dolorosa

Em Jerusalém, enquanto percorrem a Via Dolorosa, os crentes mais sensíveis apercebem-se de como a paz do Senhor é difícil de alcançar nas ruelas mais disputadas à face da Terra.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Sobre Carris
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Sociedade
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Vida Quotidiana
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Vida Selvagem
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.