Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto


Wall like an Egyptian
Gravuras com motivos religiosos egípcios numa das paredes arenosas do templo de Karnak. O deus Rá do sol, está à direita.
Aurora sobre Luxor
A amálgama arquitectónica do templo de Karnak, rosada pela alvorada.
A caminho do mausoléu
Visitantes do Vale dos Reis percorrem a alameda que conduz aos aposentos mortuários da faraó Hatshepsut, o edifício mais imponente do Vale dos Reis e das Raínhas.
Sombras do tempo
Trabalhador dos templos de Luxor percorre um átrio ladeado de colunas.
Avenida das Esfinges
Dezenas de esfinges de carneiro compõem a Avenida das Esfinges que liga o Templo de Karnak ao de Luxor.
Nilo acima
Cruzeiro detem-se numa das várias comportas que regulam a altura das águas do rio Nilo.
Conversa egípcia em dia
Guardiães egípcios do Templo de Karnak conversam ao sol da alvorada.
Karnak x 2
Cisterna reflecte parte do vasto templo de Karnak.
Coluna vegetal
Uma palmeira destoa da ordem de colunas predominante no Templo de Karnak
Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.

“No meu tempo, teríamos construído isto tudo no estúdio. E melhor!” atirou Bette Davis. A actriz dos olhos insinuantes filmava “Morte no Nilo”, a versão hollywoodesca do clássico policial de Agatha Christie.

Justiça lhe seja feita que, à época, Luxor não era como a Tebas majestosa que deslumbrou Alexandre o Grande e inquietou sucessivos imperadores e generais romanos. Também não se comparava à cidade actual. O templo homónimo, por exemplo, estava perdido entre bazares abarracados e o desenvolvimento desregrado do centro redundara num caos.

Confrontada com a importância da área, entretanto considerada o maior museu ao ar livre do mundo, a UNESCO validou a solução drástica que se seguiu sem cerimónias. De um momento para o outro, o governador local ordenou a demolição de centenas de casas e lojas para devolver ao lugar a sua pureza histórica.

O âmago do complexo passou a ser o Templo de Luxor, admirável de qualquer perspectiva, com extensão à Avenida das Esfinges. Os trabalhos sacrificaram as vidas dos moradores que pouco puderam fazer contra os valores ridículos que receberam de indemnização.

Avenida das Esfinges, Luxor, Egipto

Dezenas de esfinges de carneiro compõem a Avenida das Esfinges que liga o Templo de Karnak ao de Luxor.

Horrorizaram ainda os arqueólogos que viram buldozers “tratar” da escavação das esfinges. E foram interrompidos, de forma precária, por altura da Revolução da Primavera egípcia. Agatha Christie já não pôde narrar nenhum destes crimes.

Mesmo tendo em conta todas as displicências, Luxor é Luxor. Quem quer que se autodenomine viajante e até o mais desinteressado turista sabe que, à face da Terra, não há igual.

À Descoberta do Antigo-Egipto de Luxor

Aterramos no aeroporto da cidade com entusiasmo a condizer. Instalamo-nos a bordo de um dos cruzeiros que navega Nilo acima e Nilo abaixo.

No dia seguinte, ainda o sol repousava a leste, já estávamos a percorrer a alameda ladeada de esfinges de carneiros e, logo, em frente ao templo Karnak, prontos para o momento em que os seus guardiães intransigentes de turbante e jilaba nos permitissem a entrada.

Guardas, Templo Karnak, Luxor, Egipto

Guardiães egípcios do Templo de Karnak conversam ao sol da alvorada.

Aos poucos, os raios solares filtrados pela névoa matinal incidem na embrulhada de colunas, pequenos sub-templos, pilões e outros elementos que formam aquele que é considerado o segundo maior antigo lugar religioso do mundo, ultrapassado apenas por Angkor Wat, no Camboja.

O complexo foi erguido entre o Médio Império Egípcio até ao período Ptolomeico. Surgiu no centro do antigo Ipet-Isut “O Mais Elevado dos Lugares”, local de culto da tríade de deuses constituída por Amon, a sua consorte Mut (a substituta da anterior cara metade de Amon, Amonet) e Khonsun, o filho de ambos.

Durante as dinastias XVIII, XIX e XX, cerca de trinta faraós deram seguimento à obra.

Ao mesmo tempo, fizeram de Tebas uma capital vasta, diversa e suprema única no antigo Egipto, dispersa pelo deserto em ambas as margens do Nilo: a maior parte da cidade e os templos de Karnak e de Luxor, na leste.

Uma enorme necrópole formada por cemitérios privados e reais na oeste.

Templo Karnak, Luxor, Egipto

A amálgama arquitectónica do templo de Karnak, rosada pela alvorada.

A Razão de Ser de Luxor

A função do templo de Luxor era bem distinta da de Karnak. Não foi erguido em honra de um deus. Serviu o rejuvenescimento divinal da realeza e é muito provável que tenha acolhido a coroação de diversos faraós do Egipto, sempre validadas pela tríade divina.

Os egípcios consideravam-no ainda o “Harém do Sul”. Crê-se que, com as inundações do Nilo em pleno, entrava em cena o festival do Optet. Numa primeira fase, as efígies de Amon, de Mut e de Khonsun terão sido carregadas ao longo da Avenida das Esfinges desde o Templo de Karnak até ao de Luxor.

Templo Karnak, Luxor, Egipto

Cisterna reflecte parte do vasto templo de Karnak.

Pelo caminho, detinham-se em capelas erguidas para o evento e repletas de oferendas. No fim da cerimónia, regressavam de barco.

Mais tarde, passaram a fazer também o percurso de ida pelo Nilo, numa espécie de celebração marital fluvial em que uma pequena frota de barcas escoltava a barcaça sagrada.

Essa celebração terá admitido vários dias de devassidão popular à moda egípcia.

Os Templos de Luxor e a Prolífica Cosmogonia do Egipto

O imaginário milenar da cosmogonia egípcia sempre se provou inesgotável. Mudava e enriquecia-se de tal maneira que, pelo menos, por tempo igual ao da sua formação, os arqueólogos terão novas tumbas e segredos por desvendar.

Dois eixos opostos regulavam a vida do antigo Egipto: o fluir do Nilo, de sul a norte, através do Deserto do Sara. Acima, o céu em que se davam os movimentos cruciais da vida. O do Sol que ascendia de uma direcção no deserto e mergulhava na outra, para o lado das areias rivais, hoje, Líbias.

Gravuras, Templo Karnak, Luxor, Egipto

Gravuras com motivos religiosos egípcios numa das paredes arenosas do templo de Karnak. O deus Rá do sol, está à direita.

Durante o seu percurso, dava-se uma viagem nocturna pelo desconhecido e pela incerteza. A reaparição do sol representava a renovação da vida. Há muito imbuída na mente da população e sempre urgente, essa noção fazia de cada dia algo muito especial.

Os trajectos do Nilo e do sol eram regulares e omnipresentes. Por essa razão, todas as obras de arte e monumentos estão com eles de alguma forma relacionados. As cheias do Nilo alimentavam a nação.

O seu longo caudal unia os habitantes do Alto e do Baixo Egipto, de outra forma, encerrados em si mesmo.

O Limiar Existencial do Nilo, em Tebas

Em Tebas, o Nilo separava ainda a vida da pós-vida. Não tardamos a atravessá-lo para oeste e a encontrarmos o lugar que mais contrastava com o Templo de Luxor. Se este celebrava a renovação da vida terrena, o Vale dos Reis e das Rainhas foi escavado e selado de modo para garantir a preservação dos corpos dos faraós.

Era suposto as suas almas reanimarem para o encontro com os Deuses na vida seguinte.

Templo Karnak, Luxor, Egipto

Uma palmeira destoa da ordem de colunas predominante no Templo de Karnak

O Vale dos Reis foi inaugurado pelo faraó Thutmose I. Diz-se que estava bem consciente de que o facto de os seus antecedentes terem sido sepultados em grandes pirâmides fazia das respectivas tumbas e tesouros alvos fáceis dos profanadores.

Não nos pronunciamos quanto ao encontro com os deuses. Nós e dezenas de visitantes felizardos deparamo-nos com Tutankhamon e outros faraós emblemáticos do Egipto. Por uns meros dez minutos, há que dizê-lo, e sem direito a fotografias.

Os pretendentes são tantos que as autoridades controlam o número de pessoas e o tempo no interior das tumbas.

Vale dos Reis e a Tumba Misteriosa de Tutankhamon

Ainda estamos longe do Verão destas partes de África remotas. Mesmo assim, o calor que nos tosta ao subirmos os trilhos poeirentos do Vale dos Reis é de morte e a secura do ar digna do Sara. A aridez do deserto sempre privilegiou a conservação das esfinges.

Como pudemos comprovar, Tutankhamon, o rei-rapazote que terá governado dos nove aos dezanove anos até ter perecido por razões tão ou mais debatidas que o achado da sua tumba, ainda aqui tem a sua morada.

No que diz respeito à polémica, de um lado, estão os apologistas de que o descobridor da tumba com 3200 anos, o arqueólogo britânico Howard Carter, enganou as autoridades egípcias, desviou uma boa parte das riquezas e simulou as anteriores profanações da tumba, a primeira das quais alega ter acontecido pouco depois do funeral do faraó, seguida de uma segunda, quinze anos mais tarde.

Do outro lado, encontram-se os defensores de que, tal como alegado por Carter, a tumba já tinha sido roubada várias vezes antes do achado do arqueólogo, considerado o maior triunfo arqueológico de todos os tempos.

O Improvável Caça Tumbas Egípcias Napoleão Bonaparte

Em grande parte, o mentor da febre das tumbas e tesouros egípcios foi Napoleão Bonaparte.

Após a conquista de Itália, os governantes do Directório do império, começaram a pressionar para que a França invadisse a Inglaterra. Napoleão opôs-se. Com o apoio do ministro dos Negócios Estrangeiros Talleyrand, conseguiu impor uma campanha pelo Egipto com o propósito de afectar as prolíficas rotas de comércio inglesas com a sua Jóia da Coroa, a Índia.

Por essa altura, o Egipto estava sob controle dos Mamelukos egípcios. Em 1798, as forças de Napoleão conseguiram evitar a armada do Almirante Nelson, desembarcar na costa mediterrânea do Egipto e vencer diversas batalhas decisivas, incluindo a Batalha das Pirâmides.

Mas, furioso que a armada francesa lhe tivesse escapado, Lord Nelson não descansou enquanto não corrigisse a falha. Detectou, por fim, os 400 barcos inimigos e destruiu-os na Batalha de Aboukir. Esta sua acção, deixou as forças de Napoleão “encalhadas” no Egipto.

Napoleão: de Conquistador a Obcecado pela História do Egipto

O Imperador tentou tirar o melhor partido possível da sua inesperada situação. Corria o boato de que o exército turco se preparava para o atacar. Napoleão tentou impedi-lo atacando os otomanos na zona da actual Síria e Palestina.

Só que se viu cercado na cidade controlada pelos britânicos de Acre.

Uns meses mais, tarde foi forçado a regressar ao Egipto com as suas forças enfraquecidas. No entretanto, a guerra tinha-se alastrado na Europa e a França via-se cada vez mais vulnerável.

Napoleão decidiu regressar. Voltou a evitar a armada de Nelson e concentrou esforços em remover a administração que considerava “um bando de advogados”. Não tardou a substituí-la por um Consulado de três cônsules dos quais ele próprio passou a ser o líder.

As tropas napoleónicas renderam-se aos britânicos em Setembro de1801. Nos três anos que passou no Egipto, o Imperador francês tornou-se obcecado pela história e cultura milenar da nação.

Colunas, Templo Karnak, Luxor, Egipto

Trabalhador dos templos de Luxor percorre um átrio ladeado de colunas.

Encorajou em redor de 150 cientistas, matemáticos, engenheiros e artistas a estudarem os antigos monumentos, o terreno, a flora e a fauna bem como a sociedade e vários outros aspectos da civilização egípcia. O resultado do seu trabalho foi um enorme compendio ilustrado denominado “Description de L’Égypte“.

Howard Carter: o Famoso Caça-Tumbas Inglês

Esta obra gerou uma egiptologia quase insana que perduraria, pelo menos, mais duzentos anos. Também simplificou os estudos e buscas dos exploradores que aderiram ao movimento. Howard Carter foi só um dos exploradores que a ele se entregou.

Em 1922 – o ano em que o Egipto declarou independência do Reino Unido e em que Carter encontrou a tumba de Tutankhamon – passou a vigorar uma lei com que o Egipto se procurou defender dessa nova febre. A lei ditou que qualquer achado arqueológico de um tesouro que estivesse intacto teria que ficar no Egipto enquanto que se o tesouro estivesse já violado, podia ser dividido entre o Egipto e quem o encontrasse.

De cada vez que aparece um objecto à face da Terra que os egiptólogos estão certos pertencer ao tesouro de Tutankhamon, a contenda re-emerge. Quem abriu, afinal, a tumba pela primeira vez? Terá ou não Carter conseguido transportar os tesouros para fora do Egipto.

Fosse como fosse, no fim, as autoridades egípcias, ansiosas pela emancipação face aos colonos britânicos, recusaram-se a dividir o espólio.

Subsiste, à margem, o tema prolífico da maldição de Tutankhamon, abordado em incontáveis documentários, filmes, livros, jogos de computador e de tudo o resto um pouco e com uma lista crescente de vítimas de vários países e ramos de vida.

Distintos faraós notórios são vizinhos de Tutankhamon, incluindo nove Ramsés. Nos dias que correm, o membro falecido da realeza egípcia com os aposentos mortuários mais sumptuosos é, de longe, a faraó Hatshepsut, a segunda regente da história do Egipto e uma das “grandes mulheres da história de que estamos informados” assim a qualificou o egiptólogo James Henry Breasted.

O Templo Mortuário Sumptuoso de Hatshepsut

Para a celebrarmos, juntamo-nos a dezenas de outros curiosos do Egipto e percorrermos a longa alameda que conduz aos penhascos quase verticais de Deir el Bahari. De plana, a alameda inclina-se para o céu azulão.

Aponta ao cimo dos terraços colunados a que chegamos a quase trinta metros de altura.

A caminho do mausoléu

Visitantes do Vale dos Reis percorrem a alameda que conduz aos aposentos mortuários da faraó Hatshepsut, o edifício mais imponente do Vale dos Reis e das Raínhas.

O eixo do templo parece ter sido propositadamente alinhado com a posição do nascer do sol no solstício de Inverno (21 ou 22 de Dezembro) quando a luz solar incide sobre uma das estátuas de Osíris de ambos os lados da entrada da segunda câmara.

Estudiosos observaram ainda que uma caixa de luz colocada de forma a revelar como a luz se afasta do eixo central e ilumina a estátua do deus Amon-Ra (entretanto, os egípcios fundiram a divindade de Amon com a do deus do sol Ra), o faraó Thutmose III e, logo, o deus do Nilo Hapi.

Na Senda do Controverso Colosso de Memnon

Deixamos aquele templo mortuário hiperbólico com o sol ainda bem alto. Dali, regressámos para mais próximo das margens irrigadas do rio em busca do Colosso de Memnon.

Erguidas em 1500 a.C. enquanto guardiãs da tumba do faraó Amenhoep III, as estátuas têm dezoito metros e exibem o rei egípcio sentado com as mãos sobre os joelhos.

Encontramo-las, assim, sem grande esforço apesar de terem sido deslocadas após inundações superlativas do Nilo terem destruído um dos complexos faraónicos maiores e mais opulentos do Egipto e os monarcas sucessores começado a usar os seus blocos de pedras noutras construções. Mesmo portentosas e intimidantes, as estátuas também não evitaram o equívoco colossal do seu baptismo.

Em 27 a.C., um tremor de terra destruiu o colosso a norte do antigo templo. Essa estátua começou a produzir um som estranho. Acontecia, por norma, de manhã cedo diz-se, agora, que devido ao aumento brusco da temperatura e à evaporação do orvalho nas fendas do monumento.

Ora, o som fenomenal tornou-se de tal forma famoso que atraiu turistas romanos (incluindo imperadores) e gregos da época que se davam ao trabalho de viajar dias a fio para chegar ao lugar e de inscrever na sua base se tinham ou não ouvido o som. Não faziam ideia de que se tratava de uma estátua de Amenhoep III.

Os gregos, em particular, começaram a atribuir o som aos lamentos da mãe do rei Memnon.

Memnon era um rei da Etiópia que conduziu o seu exército África acima em direcção à Ásia Menor para ajudar a defender Troia do ataque dos Gregos. Apesar da sua bravura, foi morto por Aquiles. Não terá servido de grande compensação mas, falecido, conquistou estatuto de herói entre os helénicos.

Em 20 a.C., o historiador Strabo que viveu na Ásia Menor, chegou melhor informado que os seus compatriotas helénicos e descreveu o som como uma espécie de golpe. Ao viajante e geógrafo Pausanias, soou a uma corda de lira a partir-se. Outros ainda, narraram-no como uma pancada em cobre ou um assobio incomum.

Nilo acima

Cruzeiro detem-se numa das várias comportas que regulam a altura das águas do rio Nilo.

Para sermos sinceros, nós, não ouvimos nada nem estávamos com tempo para esperar. Daí a umas horas, o cruzeiro em que embarcáramos daria início à navegação Nilo acima, para mais próximo de Assuão.

Tínhamos muito mais do Nilo e do Antigo Egipto para desvendar pelo que deixámos Memnon e o colosso que nunca foi seu entregues à História.

Assuão, Egipto

Onde O Nilo Acolhe a África Negra

1200km para montante do seu delta, o Nilo deixa de ser navegável. A última das grandes cidades egípcias marca a fusão entre o território árabe e o núbio. Desde que nasce no lago Vitória, o rio dá vida a inúmeros povos africanos de tez escura.
Deserto Branco, Egipto

O Atalho Egípcio para Marte

Numa altura em que a conquista do vizinho do sistema solar se tornou uma obsessão, uma secção do leste do Deserto do Sahara abriga um vasto cenário afim. Em vez dos 150 a 300 dias que se calculam necessários para atingir Marte, descolamos do Cairo e, em pouco mais de três horas, damos os primeiros passos no Oásis de Bahariya. Em redor, quase tudo nos faz sentir sobre o ansiado Planeta Vermelho.
Monte Sinai, Egipto

Força nas Pernas e Fé em Deus

Moisés recebeu os Dez Mandamentos no cume do Monte Sinai e revelou-os ao povo de Israel. Hoje, centenas de peregrinos vencem, todas as noites, os 4000 degraus daquela dolorosa mas mística ascensão.
Grande Zimbabwe

Grande Zimbabué, Mistério sem Fim

Entre os séculos XI e XIV, povos Bantu ergueram aquela que se tornou a maior cidade medieval da África sub-saariana. De 1500 em diante, à passagem dos primeiros exploradores portugueses chegados de Moçambique, a cidade estava já em declínio. As suas ruínas que inspiraram o nome da actual nação zimbabweana encerram inúmeras questões por responder.  
Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias

Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.
Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
Rapa Nui - Ilha da Páscoa, Chile

Sob o Olhar dos Moais

Rapa Nui foi descoberta pelos europeus no dia de Páscoa de 1722. Mas, se o nome cristão ilha da Páscoa faz todo o sentido, a civilização que a colonizou de moais observadores permanece envolta em mistério.
Jerusalém, Israel

Mais Perto de Deus

Três mil anos de uma história tão mística quanto atribulada ganham vida em Jerusalém. Venerada por cristãos, judeus e muçulmanos, esta cidade irradia controvérsias mas atrai crentes de todo o Mundo.
Edfu a Kom Ombo, Egipto

Nilo Acima, pelo Alto Egipto Ptolomaico

Cumprida a embaixada incontornável a Luxor, à velha Tebas e ao Vale dos Reis, prosseguimos contra a corrente do Nilo. Em Edfu e Kom Ombo, rendemo-nos à magnificência histórica legada pelos sucessivos monarcas Ptolomeu.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Safari
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Arquitectura & Design
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Aventura
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Salto para a frente, Naghol de Pentecostes, Bungee Jumping, Vanuatu
Cerimónias e Festividades
Pentecostes, Vanuatu

Naghol de Pentecostes: Bungee Jumping para Homens a Sério

Em 1995, o povo de Pentecostes ameaçou processar as empresas de desportos radicais por lhes terem roubado o ritual Naghol. Em termos de audácia, a imitação elástica fica muito aquém do original.
Nacionalismo Colorido
Cidades
Cartagena de Índias, Colômbia

A Cidade Apetecida

Muitos tesouros passaram por Cartagena antes da entrega à Coroa espanhola - mais que os piratas que os tentaram saquear. Hoje, as muralhas protegem uma cidade majestosa sempre pronta a "rumbear".
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Kigurumi Satoko, Templo Hachiman, Ogimashi, Japão
Cultura
Ogimashi, Japão

Um Japão Histórico-Virtual

Higurashi no Naku Koro ni” foi uma série de animação nipónica e jogo de computador com enorme sucesso. Em Ogimashi, aldeia de Shirakawa-Go, convivemos com um grupo de kigurumis das suas personagens.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Em Viagem
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Vegetais, Little India, Singapura de Sari, Singapura
Étnico
Little India, Singapura

Little Índia. A Singapura de Sari

São uns milhares de habitantes em vez dos 1.3 mil milhões da pátria-mãe mas não falta alma à Little India, um bairro da ínfima Singapura. Nem alma, nem cheiro a caril e música de Bollywood.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Santa Marta, Tayrona, Simón Bolivar, Ecohabs do Parque Nacional Tayrona
História
Santa Marta e PN Tayrona, Colômbia

O Paraíso de que Partiu Simón Bolívar

Às portas do PN Tayrona, Santa Marta é a cidade hispânica habitada em contínuo mais antiga da Colômbia.  Nela, Simón Bolívar, começou a tornar-se a única figura do continente quase tão reverenciada como Jesus Cristo e a Virgem Maria.
Lançamento de rede, ilha de Ouvéa-Ilhas Lealdade, Nova Caledónia
Ilhas
Ouvéa, Nova Caledónia

Entre a Lealdade e a Liberdade

A Nova Caledónia sempre questionou a integração na longínqua França. Na ilha de Ouvéa, arquipélago das Lealdade, encontramos uma história de resistência mas também nativos que preferem a cidadania e os privilégios francófonos.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Inverno Branco
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Ilha do Pico, Montanha Vulcão Açores, aos Pés do Atlântico
Natureza
Ilha do Pico, Açores

Ilha do Pico: o Vulcão dos Açores com o Atlântico aos Pés

Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Rebanho em Manang, Circuito Annapurna, Nepal
Parques Naturais
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Santo Sepulcro, Jerusalém, igrejas cristãs, sacerdote com insensário
Património Mundial UNESCO
Basílica Santo Sepúlcro, Jerusalém, Israel

O Templo Supremo das Velhas Igrejas Cristãs

Foi mandada construir pelo imperador Constantino, no lugar da Crucificação e Ressurreição de Jesus e de um antigo templo de Vénus. Na génese, uma obra Bizantina, a Basílica do Santo Sepúlcro é, hoje, partilhada e disputada por várias denominações cristãs como o grande edifício unificador do Cristianismo.
Monumento do Heroes Acre, Zimbabwe
Personagens
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Praias
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Kremlin de Rostov Veliky, Rússia
Religião
Rostov Veliky, Rússia

Sob as Cúpulas da Alma Russa

É uma das mais antigas e importantes cidades medievais, fundada durante as origens ainda pagãs da nação dos czares. No fim do século XV, incorporada no Grande Ducado de Moscovo, tornou-se um centro imponente da religiosidade ortodoxa. Hoje, só o esplendor do kremlin moscovita suplanta o da cidadela da tranquila e pitoresca Rostov Veliky.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
patpong, bar go go, banguecoque, mil e uma noites, tailandia
Sociedade
Banguecoque, Tailândia

Mil e Uma Noites Perdidas

Em 1984, Murray Head cantou a magia e bipolaridade nocturna da capital tailandesa em "One Night in Bangkok". Vários anos, golpes de estado, e manifestações depois, Banguecoque continua sem sono.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Vai-e-vem fluvial
Vida Selvagem
Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical

Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.