Suzdal, Rússia

Em Suzdal, é de Pequenino que se Celebra o Pepino


Cansaço em tons de verde
Criança cansada da sua participação num desfile inaugural do festival.
Pepinos recordistas
Vencedores do concurso dos maiores pepinos com os seus frutos premiados.
Sessão apepinada
Amigas fotografam-se em trajes alusivos ao fruto que inspira o festival.
Pepino pouco surpresa
Homem de uniforme faz-se fotografar junto a um urso embalsamado e apepinado
Feira à beira do rio Kamenka
Vista dos pequenos negócios que se instalam em Suzdal por ocasião do Festival dos Pepinos.
Parceiras de sanfona
Mulheres em trajes típicos tocam músicas tradicionais da região.
Luta de almofadas
Dois rapazes confrontam-se sobre um tronco com arbitragem de uma juíza pitoresca.
Em tandem
Irmãos gémeos apepinados experimentam andas, duas outras crianças esperam pela sua vez.
Nova dose
Vendedora expõe pepinos frescos prontos a comer.
Escultura
Montra artística de um vendedor de pepinos em calda.
Expressão multi-pepino
Vendedora russa exibe pepinos durante o festival respectivo.
Dança da chuva
Amigos dançam sob um dilúvio que irriga Suzdal ao fim da tarde.
Pronto-a-comer
Visitante do festival compra um petisco simples de batata cozida e pepino.
Felicidade nacionalista
Casal celebra uma tarde bem passada em Suzdal, uma das povoações emblemáticas da história russa.
Com o Verão e o tempo quente, a cidade russa de Suzdal descontrai da sua ortodoxia religiosa milenar. A velha cidade também é famosa por ter os melhores pepinos da nação. Quando Julho chega, faz dos recém-colhidos um verdadeiro festival.

É Sábado de manhã.

Deliciamo-nos com mais um dos mingaus de arroz que Dona Irina Zakharova nos preparara para o pequeno-almoço.

Há vários dias que massacrávamos o cicerone russo Alexey Kravschenko com despertares madrugadores. Nessa manhã, deixamo-lo sossegado no seu sétimo sono. Saímos a pé.

Tínhamos chegado ao dia do Festival Internacional do Pepino de Suzdal. Há muito que a data nos condicionava o itinerário daquelas partes da Rússia. E estávamos mais intrigados que nunca com o que nos revelaria tão excêntrica celebração.

Cruzamos um longo atalho através duma charneca ensopada, com a vegetação pelo pescoço ou ainda mais alta. Quando deixamos o trilho, aproximamo-nos do kremlin da cidade e da ponte de madeira que liga a uma tal de rua Pushkarskaya.

Pouco depois, esbarramos com uma feira instalada na ladeira que conduz à entrada do Museu local da Arquitectura de Madeira.

Feira à beira do rio Kamenka

Vista dos pequenos negócios que se instalam em Suzdal por ocasião do Festival dos Pepinos.

Proprietários de barracas de petiscos grelham e promovem shashliks apetecíveis, outros, frutos secos e silvestres, algodão doce, maçãs caramelizadas e uma miríade de especialidades gastronómicas russas ou internacionais típicas daqueles eventos populares.

Em complemento, pequenos empresários do ramo lúdico impingem passatempos apelativos.

Já à entrada do museu, velhotas porque tínhamos passado dezenas de vezes anunciam os souvenirs mais emblemáticos de Suzdal e o seu abundante artesanato, mas também pepinos.

Expressão multi-pepino

Vendedora russa exibe pepinos durante o festival respectivo.

O Protagonismo Alimentar do Pepino, na Rússia

Na Rússia, os vegetais comuns do dia a dia são as cebolas, as couves, as cenouras e os pepinos. Os russos consideram os últimos os mais nutritivos e importantes. Usam-nos em milhares de pratos e receitas.

Podem ser consumidos em pickle (ou meio pickle) com sal, vinagre ou folhas de eucalipto, por norma acompanhados de vodka, polugar (vodka tradicional de centeio) e afins. Ainda em várias sopas como, por exemplo, o borsch, a mais popular do país.

Os pepinos também são empregues em doces, pasteis, em carne adocicada e na própria elaboração de diversas bebidas licorosas mas não só.

Quaisquer que sejam as circunstâncias, os russos têm sempre pepinos nas suas casas de cidade ou nas dachas, as vivendas no campo.

Escultura

Montra artística de um vendedor de pepinos em calda.

São vendidos em quantidades impressionantes até à entrada das estações de metro e mercados de Moscovo e São Petersburgo.

As gentes de Suzdal, em particular, gabam-se de ter os melhores pepinos na Rússia central. Leva a cabo o mais conceituado festival do pepino da nação czar que, à imagem de tantos outros, se realiza em plena época de colheita, durante o Verão quando o calor aperta e os dias parecem não ter fim.

Na zona de Suzdal, muitos lares conseguem rendimentos significativos do cultivo e venda. Alguns, prosperam a sério: “paguei a escola dos meus dois filhos, a nossa casa, o carro e muito mais, tudo com as plantações que temos.

Para nós, os pepinos são quase sagrados!” De tal forma preciosos que uma crença tradicional da zona reclama que duendes verdes os protegem.

Cansaço em tons de verde

Criança cansada da sua participação num desfile inaugural do festival

Entrada de Rompante no Festival do Pepino

Quando entramos na área do evento, depressa confirmamos, pelo menos, o seu óbvio protagonismo também gastronómico no evento.

Dezenas de produtores e vendedores dispostos em duas linhas pouco rectas e divergentes, exibem, em pequenas bancas, pepinos de tipos e dimensões distintas, crus ou confeccionados. O fruto surge em sandes, sopas, saladas e pratos completos. Conservado dentro de frascos em estilo pickle ou em bagaços generosos.

E, menos perceptível, em doces, compotas e chutneys. Outros comerciantes têm dispostos posters e postais, imanes, pulseiras e outras formas de bijutaria tradicional, bem como obras de arte que nos surpreendem pela criatividade.

Pepino pouco surpresa

Homem de uniforme faz-se fotografar junto a um urso embalsamado e apepinado

Examinávamos esta feira interior quando damos de caras com o cortejo que oficializava a inauguração do festival.

Uma banda filarmónica toca o hino dedicado. Seguem-na centenas de participantes com trajes inspirados em pepinos verdes ou que a ele aludem e que seguram balões verdes esvoaçantes.

Outros figurantes fazem rolar um carro de bois com um arranjo campestre cuidado e em que se destaca um casal de pepinos de pano sentados costas contra costas, sobre um monte de erva seca.

Na proximidade, cidadãos orgulhosos de Suzdal empunham uma bandeira russa e uma outra italiana, em representação da nação convidada.

A banda e a parada perseguidora vencem a encosta suave. No topo, os músicos sobem a um palco e continuam o espectáculo, agora de frente para uma plateia entusiasta que os aplaude.

Parceiras de sanfona

Mulheres em trajes típicos tocam músicas tradicionais da região.

A Incontornável Intervenção Política e de Agradecimento a Entidades Patrocinadoras

Mas, como seria de esperar, também na Rússia – ou sobretudo na Rússia – os eventos têm as suas obrigações políticas. Um dos dirigentes de Suzdal assume o palanque improvisado e discursa com vigor. Do que expõe, só percebemos os repetidos spasibas finais às entidades que apoiaram e tornaram o festival possível.

Logo após, o autarca cede o protagonismo a novo grupo musical que se encarrega de reanimar os espectadores.

Por essa altura, já há diversão um pouco por todo o lado, entre as igrejas e habitações tradicionais do museu. Entregamo-nos a um périplo descomprometido para investigar a acção.

Desde muito cedo, as crianças russas aprendem a dar valor ao pepino que veem os pais consumir – e ajudam a comer – em quantidades industriais.

Em tandem

Irmãos gémeos apepinados experimentam andas, duas outras crianças esperam pela sua vez.

A Animação Infantil do Festival dos Pepinos de Suzdal

O festival é, também para elas, um momento especial das suas jovens existências. Um momento que vivem com a máxima intensidade possível.  Engasgamo-nos com palha quando decidimos fotografar as batalhas de alguns miúdos alourados sobre um monte de feno seco instalado para o efeito.

Acompanhamos ainda lutas de almofadas sobre uma barra elevada, em que outros aperfeiçoam os seus dotes guerreiros, sob a mediação de uma dama-árbitro excêntrica.

Luta de almofadas

Dois rapazes confrontam-se sobre um tronco com arbitragem de uma juíza pitoresca.

As recordações personalizadas são igualmente disputadas. Tanto adultos como crianças e idosos enfiam a cara em painéis humorísticos e incorporam pepinos sobrevoados por abelhas e borboletas.

Ou visitam as barracas de fatos dedicados ao tema e disfarçam-se de distintas variantes do fruto para gáudio dos familiares e amigos que os contemplam.

Sessão apepinada

Amigas fotografam-se em trajes alusivos ao fruto que inspira o festival.

Metemo-nos com quatro estrangeiros que falam inglês com sotaque aussie. Quando lhes explicamos o que fazemos, Miah Gibson mostra-se tão orgulhosa quanto apreensiva. “Muito bem, mas não publicam essas imagens na Rússia, O.K.?

É que eu trabalho no consulado australiano de Moscovo. A sério que o pessoal diplomático não me pode ver nestas figuras”.

À imagem do acontecera em dias anteriores, o fim da tarde traz nuvens altas e escuras.

A Carga de Água Vespertina Típica do Verão de Suzdal

Até então, Suzdal tinha sido poupada a chuvas fortes mas nenhum pepino cresce sem água.

A meteorologia encarregou-se da rega e de que maneira. O dilúvio e a trovoada assustadora fazem o público entusiasta abrigar-se sob as árvores com copas mais densas, os beirais das igrejas e casas e moinhos por ali dispersos.

Protegidos pela cobertura do palco, os músicos de serviço ignoram a intempérie compenetrados em animar a festa. Continua quente e abafado e alguns dos espectadores já estão demasiado entusiasmados ou embriagados para se preocuparem com a molha.

Dança da chuva

Amigos dançam sob um dilúvio que irriga Suzdal ao fim da tarde.

Mantêm-se estóicos entre o palco e as cadeiras da plateia e improvisam uma estranha dança da chuva com resultados pré-garantidos.

Aos poucos, o aguaceiro desvanece-se. Os apresentadores do evento chamam o público de volta junto ao palco e inauguram uma aturada entrega de prémios. Há recompensas para uma série de categorias gastronómicas e de doçaria.

Os Vencedores Inebriados do Concurso dos Maiores Pepinos

Como as conquistam os primeiros classificados na prova de comer pepinos, em que é suposto enfardar a maior quantidade possível num determinado tempo. A competição de maior relevo é, no entanto, a do maior pepino.

O vencedor e o concorrente que fica em segundo lugar recebem o devido reconhecimento e sacos com brindes. Apanhamo-los a descer para as traseiras do palco.

Quando lhes pedimos, posam para nós com boa disposição e surpreendente à vontade. O vencedor está visivelmente bebido.

Pepinos recordistasMais uma vez, o vice-campeão não lhe fica muito atrás. Ao fim de um ou dois minutos de ordinarice mímica com os enormes pepinos, lá nos permitem tirar fotos decentes. Em jeito de recompensa pela paciência que acharam que nos deviam reconhecer, ainda nos oferecem os frutos hiperbólicos.

De um momento para o outro, sem qualquer aviso, vemo-nos a braços com os dois enormes pepinos triunfantes e adiamos o mais que podemos o destino que lhes íamos dar.

Deixamos o espaço do museu com o festival prestes a encerrar. A caminho de casa, uma multidão intrigada tenta perceber o que fazem dois forasteiros com visuais tão contrastantes a transportar pepinos do Entroncamento russo.

Uns atrás dos outros, apontam-nos os seus telefones e perguntam se nos podem fotografar ou fotografam-nos sem nunca pedir, como é suposto fazer-se quando se requer espontaneidade nas fotos. Estávamos pouco habituados à inversão dos papéis mas, pelo caminho fora, levamos o protagonismo com a diversão e as risadas que o deslumbrante festival merecia.

Ao chegarmos à pousada, Dona Irina mal pode acreditar no que vê. Logo, ri-se a bom rir com a explicação que Alexey lhe traduz. Oferecemos-lhe os pepinos e sugerimos que os sirva em salada ou faça pickles.

Nova dose

Vendedora expõe pepinos frescos prontos a comer.

Bem mais conhecedora da agricultura e culinária em questão, a senhora informa-nos que, daqueles espécimes exagerados e gastos, já só poderia aproveitar as sementes. Lembramo-la que, ao menos, a genética era garantida, que se as plantasse teria fortes hipóteses de ganhar o grande prémio do próximo festival.

Por momentos, Irina Zakharova pondera a sugestão mas deixa-nos a impressão que tamanha glória a intimida.

O Inverno não tardaria a reclamar Suzdal e a cobri-la de branco. Com ou sem Irina, mal as neves e os gelos daquele interior russo dessem de si, vários dos seus agricultores competitivos assumiriam o novo repto.

Num Julho tão abafado e verdejante como aquele em que Alexey Kravschenko nos deu a conhecer Suzdal, a gente da cidade voltaria a louvar os seus suculentos pepinos.

Rostov Veliky, Rússia

Sob as Cúpulas da Alma Russa

É uma das mais antigas e importantes cidades medievais, fundada durante as origens ainda pagãs da nação dos czares. No fim do século XV, incorporada no Grande Ducado de Moscovo, tornou-se um centro imponente da religiosidade ortodoxa. Hoje, só o esplendor do kremlin moscovita suplanta o da cidadela da tranquila e pitoresca Rostov Veliky.
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Novgorod, Rússia

A Avó Viking da Mãe Rússia

Durante quase todo o século que passou, as autoridades da U.R.S.S. omitiram parte das origens do povo russo. Mas a história não deixa lugar para dúvidas. Muito antes da ascensão e supremacia dos czares e dos sovietes, os primeiros colonos escandinavos fundaram, em Novgorod, a sua poderosa nação.
Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Suzdal, Rússia

Mil Anos de Rússia à Moda Antiga

Foi uma capital pródiga quando Moscovo não passava de um lugarejo rural. Pelo caminho, perdeu relevância política mas acumulou a maior concentração de igrejas, mosteiros e conventos do país dos czares. Hoje, sob as suas incontáveis cúpulas, Suzdal é tão ortodoxa quanto monumental.
Ilhas Solovetsky, Rússia

A Ilha-Mãe do Arquipélago Gulag

Acolheu um dos domínios religiosos ortodoxos mais poderosos da Rússia mas Lenine e Estaline transformaram-na num gulag. Com a queda da URSS, Solovestky recupera a paz e a sua espiritualidade.
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de "Crime e Castigo"

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Suzdal, Rússia

Séculos de Devoção a um Monge Devoto

Eutímio foi um asceta russo do século XIV que se entregou a Deus de corpo e alma. A sua fé inspirou a religiosidade de Suzdal. Os crentes da cidade veneram-no como ao santo em que se tornou.
Bolshoi Zayatsky, Rússia

Misteriosas Babilónias Russas

Um conjunto de labirintos pré-históricos espirais feitos de pedras decoram a ilha Bolshoi Zayatsky, parte do arquipélago Solovetsky. Desprovidos de explicações sobre quando foram erguidos ou do seu significado, os habitantes destes confins setentrionais da Europa, tratam-nos por vavilons.
Bolshoi Solovetsky, Rússia

Uma Celebração do Outono Russo da Vida

Na iminência do oceano Ártico, a meio de Setembro, a folhagem boreal resplandece de dourado. Acolhidos por cicerones generosos, louvamos os novos tempos humanos da grande ilha de Solovetsky, famosa por ter recebido o primeiro dos campos prisionais soviéticos Gulag.
Moscovo, Rússia

A Fortaleza Suprema da Rússia

Foram muitos os kremlins erguidos, ao longos dos tempos, na vastidão do país dos czares. Nenhum se destaca, tão monumental como o da capital Moscovo, um centro histórico de despotismo e prepotência que, de Ivan o Terrível a Vladimir Putin, para melhor ou pior, ditou o destino da Rússia.
Kronstadt, Rússia

O Outono da Ilha-Cidade Russa de Todas as Encruzilhadas

Fundada por Pedro o Grande, tornou-se o porto e base naval que protegem São Petersburgo e o norte da grande Rússia. Em Março de 1921, rebelou-se contra os Bolcheviques que apoiara na Revolução de Outubro. Neste Outubro que atravessamos, Kronstadt volta a cobrir-se do mesmo amarelo exuberante da incerteza.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
planicie sagrada, Bagan, Myanmar
Arquitectura & Design
Bagan, Myanmar

A Planície dos Pagodes, Templos e Redenções Celestiais

A religiosidade birmanesa sempre assentou num compromisso de redenção. Em Bagan, os crentes endinheirados e receosos continuam a erguer pagodes na esperança de conquistarem a benevolência dos deuses.
Pleno Dog Mushing
Aventura
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Indígena Coroado
Cerimónias e Festividades
Pueblos del Sur, Venezuela

Por uns Trás-os-Montes da Venezuela em Fiesta

Em 1619, as autoridades de Mérida ditaram a povoação do território em redor. Da encomenda, resultaram 19 aldeias remotas que encontramos entregues a comemorações com caretos e pauliteiros locais.
Perth Cidade Solitária Austrália, CBD
Cidades
Perth, Austrália

A Cidade Solitária

A mais 2000km de uma congénere digna desse nome, Perth é considerada a urbe mais remota à face da Terra. Apesar de isolados entre o Índico e o vasto Outback, são poucos os habitantes que se queixam.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Cabine lotada
Cultura
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Twelve Apostles, Great Ocean Road, Victoria, Austrália
Em Viagem
Great Ocean Road, Austrália

Oceano Fora, pelo Grande Sul Australiano

Uma das evasões preferidas dos habitantes do estado australiano de Victoria, a via B100 desvenda um litoral sublime que o oceano moldou. Bastaram-nos uns quilómetros para percebermos porque foi baptizada de The Great Ocean Road.
Creel, Chihuahua, Carlos Venzor, coleccionador, museu
Étnico
Chihuahua a Creel, Chihuahua, México

A Caminho de Creel

Com Chihuahua para trás, apontamos a sudoeste e a terras ainda mais elevadas do norte mexicano. Junto a Ciudad Cuauhtémoc, visitamos um ancião menonita. Em redor de Creel, convivemos, pela primeira vez, com a comunidade indígena Rarámuri da Serra de Tarahumara.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Porfólio Got2Globe

O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

Ilha Maurícia, viagem Índico, queda de água de Chamarel
História
Maurícias

Uma Míni Índia nos Fundos do Índico

No século XIX, franceses e britânicos disputaram um arquipélago a leste de Madagáscar antes descoberto pelos portugueses. Os britânicos triunfaram, re-colonizaram as ilhas com cortadores de cana-de-açúcar do subcontinente e ambos admitiram a língua, lei e modos francófonos precedentes. Desta mixagem, surgiu a exótica Maurícia.
Ilhéu das Rolas, São Tomé e Príncipe, equador, enseada
Ilhas
Ilhéu das Rolas, São Tomé e Príncipe

Ilhéu das Rolas: São Tomé e Principe a Latitude Zero

Ponto mais austral de São Tomé e Príncipe, o Ilhéu das Rolas é luxuriante e vulcânico. A grande novidade e ponto de interesse desta extensão insular da segunda menor nação africana está na coincidência de a cruzar a Linha do Equador.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Pescadores em canoas, rio Volta, Gana
Natureza
Volta, Gana

Uma Volta pelo Volta

Em tempos coloniais, a grande região africana do Volta foi alemã, britânica e francesa. Hoje, a área a leste deste rio majestoso da África Ocidental e do lago em que se espraia forma uma província homónima. E um recanto montanhoso, luxuriante e deslumbrante do Gana.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Carrinha no Jossingfjord, Magma Geopark, Noruega
Parques Naturais
Magma Geopark, Noruega

Uma Noruega Algo Lunar

Se recuássemos aos confins geológicos do tempo, encontraríamos o sudoeste da Noruega repleto de enormes montanhas e de um magma incandescente que sucessivos glaciares viriam a moldar. Os cientistas apuraram que o mineral ali predominante é mais comum na Lua que na Terra. Vários dos cenários que exploramos no vasto Magma Geopark da região parecem tirados do nosso grande satélite natural.
Transpantaneira pantanal do Mato Grosso, capivara
Património Mundial UNESCO
Pantanal do Mato Grosso, Brasil

Transpantaneira, Pantanal e Confins do Mato Grosso

Partimos do coração sul-americano de Cuiabá para sudoeste e na direcção da Bolívia. A determinada altura, a asfaltada MT060 passa sob um portal pitoresco e a Transpantaneira. Num ápice, o estado brasileiro de Mato Grosso alaga-se. Torna-se um Pantanal descomunal.
Monumento do Heroes Acre, Zimbabwe
Personagens
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
El Nido, Palawan a Ultima Fronteira Filipina
Praias
El Nido, Filipinas

El Nido, Palawan: A Última Fronteira Filipina

Um dos cenários marítimos mais fascinantes do Mundo, a vastidão de ilhéus escarpados de Bacuit esconde recifes de coral garridos, pequenas praias e lagoas idílicas. Para a descobrir, basta uma bangka.
Monte Lamjung Kailas Himal, Nepal, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Religião
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Vegetais, Little India, Singapura de Sari, Singapura
Sociedade
Little India, Singapura

Little Índia. A Singapura de Sari

São uns milhares de habitantes em vez dos 1.3 mil milhões da pátria-mãe mas não falta alma à Little India, um bairro da ínfima Singapura. Nem alma, nem cheiro a caril e música de Bollywood.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Vida Selvagem
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.