Vale da Morte, E.U.A.

O Ressuscitar do Lugar Mais Quente


Caminhantes-trilho-Zabriskie-Point-Vale-da-Morte-California-EUA
Casal percorre um trilho abrasivo, nas imediações do Zabriskie Point.
Água má
Planície de sal de Badwater Uma das vastidões de sal que cobrem o Vale da Morte.
Padrão da erosão
Encosta erodida junto ao Zabriskie Point.
Uma Vista Dantesca
Vista infernal do Vale da Morte do topo de uma elevação em redor.
Vastidão-Dunas-Eureka-Vale-da-Morte-California-EUA
A suavidade das dunas baixas de Eureka reforça a rudeza das montanhas por detrás.
Ainda mais DIP
Placa de trânsito assinala uma depressão suplementar no já profundo Vale da Morte (86 metros) abaixo do nível do mar.
Escultura de erosão
Cenário desgastado pelas chuvas raras mas abrasivas que se abatem uma vez por outra sobre o Vale da Morte.
Eureka
Pegadas nas dunas de Eureka.
Vastidão-Dunas-Eureka-Vale-da-Morte-California-EUA
A suavidade das dunas baixas de Eureka reforça a rudeza das montanhas por detrás.
Carro-percorre-Vale-da-Morte-California-Estados-Unidos-da-America
Carro percorre uma recta ao longo de uma planície colorida mas inóspita do Vale da Morte
117 F –
Termómetro de carro marca 117 graus Fahrenheit, ainda a umas dezenas de km do âmago do Vale da Morte.
Desde 1921 que Al Aziziyah, na Líbia, era considerado o lugar mais quente do Planeta. Mas a polémica em redor dos 58º ali medidos fez com que, 99 anos depois, o título fosse devolvido ao Vale da Morte.

Não era a primeira vez que partíamos de Seal Beach, nos arredores de Los Angeles, para longos périplos rodoviários pela Califórnia e outros estados do Oeste norte-americano.

Dessa vez, no entanto, Tia Lily e Uncle Guy – assim nos habituámos a tratar estes familiares do outro lado do Mundo – pareciam-nos mais inquietos que o normal e repetiam vezes sem conta um mesmo pedido: “Não se esqueçam de ligar, O.K.? Pelo menos quando chegarem aos hotéis. Vejam lá se não se esquecem!”

Resistimos à curiosidade por algum tempo. É precisamente quando estamos prestes a perguntar o porquê de tanta preocupação que Uncle Guy aparece com seis ou sete paletes de garrafas de água para colocarmos no porta-bagagens e resolvemos o mistério: o Vale da Morte!

Estavam com receio do Vale da Morte e que não lhe resistíssemos.

Fazemos os possíveis para sossegamos os anfitriões. Assim que a missão nos parece cumprida, saímos para o asfalto do Orange County, apontados para as profundezas da Califórnia.

Dante's View, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Vista infernal do Vale da Morte a partir do Dante’s Viewpoint.

Rumo às Profundezas Dantescas da Califórnia

Percorremos centenas de quilómetros da Highway 15, em grande parte, ao longo do deserto de Mojave. Passamos a cidade perdida no nada de Barstow. Pouco depois, cortamos para norte.

À medida que completamos os quilómetros finais do percurso na Highway 190, a temperatura sobe a olhos vistos. O termómetro digital verde-fósforo do carro só a informa em Fahrenheit e é com saltos surpreendentes nesta escala que constatamos como a fornalha se intensifica no exterior: 103F … 107F … 109F…

Termómetro de carro marca 117 graus Fahrenheit, ainda a umas dezenas de km do âmago do Vale da Morte.

Quando chegamos a Dante’s View, o calor já vai nos 47.2º (117F) e ainda estamos bem acima da depressão coberta de sal afundada por sismos pré-históricos consecutivos, no sopé da cordilheira de Panamint.

BadWater Basin faz parte daquela vista longínqua. Marca o ponto mais profundo da América do Norte.

Brota, ali, do subsolo alguma água para a superfície mas a salinização é tal que, por muito que ao longo da história do Oeste, as caravanas de mulas sedentas a quisessem beber, aquela nascente só serviu de salvação às algas, insectos e caracóis intrépidos que a continuam a colonizar.

Badwater Basin, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Planície de sal de Badwater Uma das vastidões de sal que cobrem o Vale da Morte.

Demasiado Quente para se Suportar

O dia avança e é cozinhado pela radiação solar. Para  evitarmos que nos aconteça o mesmo, regressamos ao interior de estufa do carro e, enquanto invertemos para o coração habitacional do vale, ligamos o ar condicionado na sua máxima força.

Pelo caminho, ainda desviamos para espreitar o Natural Bridge Canyon e o percurso íngreme mas insignificante até à primeira sombra concedida pelo desfiladeiro prova-se uma espécie de tortura infligida pelo ar ardente e seco nos pulmões.

Natural Bridge, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Visitante percorre a ladeira que conduz à Natural Bridge.

Conduzimos ao longo das encostas coloridas do Artist Drive quando reparamos que o sol já está a pique. Ocorre-nos que é melhor recuperarmos da exaustão num ambiente refrigerado de Furnace Creek, antes de nos metermos em novas incursões.

Um bar prenda-nos e a outros visitantes com sprinklers a todo o comprimento da sua arcada. No interior, encontramos limonada gelada e a bebida complementa aquele tratamento misericordioso.

Os Resilientes Nativos-Moradores Timbisha

Por outros motivos de que só eles e os seus deuses estarão a par, os índios Timbisha habitam o Vale da Morte e o oásis de Furnace Creek há séculos e a tribo tem inclusive uma reserva na zona.

São, hoje, apenas 15 ou 16 elementos mas formam a maior parte da população local que diminuiu para 24 pessoas. Em tempos, a comunidade foi bastante mais significativa e forneceu os artesãos e trabalhadores que ajudaram a erguer os edifícios do resort original da companhia Fred Harvey bem como as infraestruturas do parque.

Muito antes disso, outras sociedades tinham explorado as riquezas geológicas do vale, caso da Pacific Coast Borax Company que, com recurso a 20 parelhas de mulas, extraía o mineral e transportava-o através do deserto de Mojave para vender a empresas químicas e produzir o seu então famoso sabão Boraxo.

Na altura, o local que acolhia as instalações chamava-se Greenland Ranch, um nome que nunca iludiu os trabalhadores, massacrados pelo sol dia após dia.

Placa da estrada Artist Drive, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Placa identifica Artist Drive, uma zona assim chamada pela palete de cores das encostas em redor

58º: Demasiado Quente para Ser Verdade

1913 revelou-se um ano climático extraordinário, com calor bastante mais intenso que o habitual. Em 10 de Julho, a estação meteorológica da povoação registou 56.7º.

Nesse mesmo mês, tinha sido verificada uma sequência de 5 dias com máxima de 54º ou superior e, coincidência ou não, a 8 de Janeiro, o Vale da Morte vivera a sua temperatura invernal mais baixa: -10º. O record positivo não tardou ter competição.

Desde 1919 que os militares italianos estacionados numa base situada 55 km a sul de Tripoli, levavam a cabo medições de temperatura extremas. Três anos depois, as autoridades comunicaram ter obtido 58º em Al-Aziziyah, a 13 de Setembro de 1922.

Este valor conquistou a aceitação generalizada da temperatura mais elevada do Mundo, registada sob condições standard. O recorde consta ainda em incontáveis obras geográficas e manuais escolares mas encontrou diversos opositores ao longo do tempo.

Amilcare Fantoli e a Medição Errónea de Al-Azizyah

Um deles, o fisicista italiano Amilcare Fantoli analisou as condições em que havia sido realizada a medição. Questionou-as em diversos artigos dedicados e esclareceu no volume 18 da Rivista di Meteorologia Aeronautica, de 1958: “em 1922, não podíamos deixar de crer no número exibido, também explicitamente confirmado, via rádio, pelos militares situados em El-Aziz, (outro dos grafismos de Al-Azizyah) que permanecia isolada há algum tempo por razões estratégicas e, pouco depois, pela observação das folhas de registos… quando era possível ver esses dados… “.

Depois de descrever de forma exaustiva os instrumentos e procedimentos usados na medição, Fantoli opinou que “a temperatura máxima extrema terá sido de apenas 56º”.

Vale esculpido pela erosão, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da AméricaCenário desgastado pelas chuvas raras mas abrasivas que se abatem uma vez por outra sobre o Vale da Morte.

No passado dia 17 de Setembro, a OMM – a agência meteorológica das Nações Unidas –  comunicou o resultado de uma investigação levada a cabo em 2010 e 2011 por um painel de peritos líbios, italianos, espanhóis, egípcios, franceses, marroquinos, argentinos, norte-americanos e britânicos que concluiu existirem cinco problemas distintos com a medição de Al-Azizyah.

Falhas Diversas e as Improbabilidades Geográficas do Velho Record

O primeiro a considerar foi a instrumentação problemática: o termómetro habitual da estação tinha-se recentemente danificado e foi substituído por um outro convencional parecido com os usados nas estufas. Apontou-se, em seguida, um mais que provável observador inexperiente que a OMM concluiu ter feito a medição com base na extremidade oposta do cilindro no interior do termómetro.

Assinalou-se ainda o facto de “o ponto de medição estar colocado sobre um material de tipo asfalto não representativo do solo nativo do deserto e, por fim, “a pobre equivalência daquela temperatura extrema face às registadas em localidades próximas e má equivalência de temperaturas subsequentes registadas no mesmo local”.

Malgrado os ventos quentes Ghibli, que sopram do coração do Deserto do Saara sobre as montanhas Jabal Nafusah e são aquecidos à medida que descem das encostas viradas a norte, a distância de Al-Azizyah para o Mar Mediterrâneo não parecia permitir uma temperatura tão extrema.

Ao serem verificados os dados de lugares circundantes para essa data – Tripoli, Sidi Mesri, Homs, Zuara Marina, entre outros – todos ficavam demasiado abaixo do esperado, nalguns casos, tanto como 20º.

Encosta abaixo do Zabriskie Point, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Encosta erodida junto ao Zabriskie Point.

99 anos depois, um Vale da Morte mais quente que nunca

Em jeito de condenação final, os peritos concluíram que a medição de 1922 terá sido cerca de 7 graus centígrados mais elevada que o valor real. A agência comunicou recentemente a sua invalidação e a reabilitação do recorde de Greenland Ranch, de 1913.

A medida era há muito aguardada e comentada. Em Novembro de 2010, o Daily Telegraph, por exemplo, tinha já publicado um artigo irónico com o título “Broken Termometer led to a record breaker”.

Os poucos habitantes do Vale da Morte e os E.U.A., em geral, receberam a notícia com enorme agrado. O título do lugar mais quente tem o mesmo peso para os meteorologistas que o do Monte Evereste ostenta para os geógrafos.

A sua reconquista deverá trazer notoriedade acrescida e muitos mais forasteiros intrigados que, como nós, o visitam em plena época estival pelo privilégio de comprovar a sua agreste realidade climatérica. Mas, no passado, alguns visitantes não a compreenderam ou respeitaram como era devido. Saiu-lhes caro.

A Vista Marciana a Partir do Zabriskie Point

Falta-nos a paciência necessária para esperar que arrefeça. Furnace Creek e o Vale da Morte ainda escaldam quando deixamos o bar e voltamos ao volante.

Apontamos para o famoso Zabriskie Point, uma secção da cordilheira de Amargosa em tempos submersa pelo lago pré-histórico de Furnace Creek que recebeu o apelido de Christian Brevoort Zabriskie, vice-presidente e gerente da Pacific Coast Borax Company.

Do topo do miradouro, percebem-se os trilhos que atravessam a superfície extraterrestre de Badlands.  As linhas sinuosas do percurso convidam à aventura mas um aviso do Death Valley National Park alerta sobre os riscos envolvidos e não se coíbe de descrever uma das tragédias passadas para desmobilizar os mais incautos.

Caminhantes abaixo do Zabriskie Point, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Casal percorre um trilho abrasivo, nas imediações do Zabriskie Point.

Ingrid e Gerhard Jonas: Morte no Vale. A Dois.

Tinham decorrido apenas alguns dias das férias norte-americanas de Ingrid e Gerhard Jonas quando chegaram ao Vale da Morte. O guia que usavam descrevia a excentricidade do cenário entre o Golden Canyon e Zabriskie Point. Gerhard estava habituado a caminhadas bem mais longas.

Mal aconselhado pela aparente insignificância dos 4.8km do percurso e pela proximidade da povoação de Furnace Creek, desprezou que se estava em Junho e já era meio-dia, que a temperatura ia nos 37º e iria aumentar bastante. Equivocou-se também ao concluir que menos de um litro de água seria suficiente para se manter hidratado.

Combinaram que Ingrid conduziria até à outra extremidade do percurso e se encontrariam em Zabriskie Point, de onde poderia, inclusive, observá-lo a aproximar-se na paisagem colorida.

Passadas três horas, Ingrid não via sinal do marido. Avisou os rangers do parque e estes iniciaram uma busca sob uma temperatura de 45º. Um breve sobrevoo da avioneta de serviço revelou Gerhard, inconsciente, nas terras mais baixas de Gower Gulch. Os rangers alcançaram-no uma hora e meia depois do alerta.

Tinha sucumbido à insolação e ao esgotamento apenas 5 horas depois de ter deixado a esposa. O Vale da Morte fez jus ao nome e reclamou nova vítima. Desde o meio dos anos 90 foram pelo menos doze. A título de curiosidade, o uso displicente dos GPS’s com que vêm equipadas as viaturas alugadas contribuiu para alguns dos casos.

Tons quentes num vale escaldante

Carro percorre uma recta ao longo de uma planície colorida mas inóspita do Vale da Morte

O Perfil Extremo e Excêntrico do Vale da Morte

Em termos de geologia e geografia, o Vale da Morte justifica tanto as temperaturas recordistas como alguma apreensão e receio. Nenhum outro exibe uma combinação tão radical de profundidade e morfologia, a principal razão para as temperaturas de Verão extremas.

O Vale da Morte forma uma bacia longa e apertada situada a 85 metros abaixo do nível do mar. Apesar de depressivo, é enclausurado por montanhas íngremes iminentes e outras mais distantes, com auges óbvios no monte Telescope (3367 m) – o mais destacado da serrania de Panamint – e no Monte Whitney (4.421m), este, a maior elevação dos Estados Unidos contíguos, a apenas 136 km de distância.

São quatro as cordilheiras que retêm as nuvens procedentes do oceano Pacífico. As mesmas que as forçam a subir e a descarregar sob a forma de chuva ou neve ainda nas suas vertentes ocidentais. As provenientes do Atlântico e do Golfo do México, em particular, distam demasiado para ali poderem chegar com frequência significativa.

De acordo, o ar sobre o Vale da Morte é seco e rarefeito e a sua escassa vegetação convidam o sol a aquecer a superfície do deserto. O calor que irradia das rochas e do solo sobe mas fica aprisionado entre as encostas que o cercam e é forçado a descer.

As bolsas de ar descendente são apenas ligeiramente menos quentes que o ar circundante. À medida que regressam ao solo, a baixa pressão atmosférica submete-as a uma forte compressão e aquecem ainda mais que na origem.

A Panóplia de Temperaturas Recordistas do Vale da Morte

De Junho a Outubro, a repetição deste processo resulta nas temperaturas atmosféricas mais altas à face da Terra, um fenómeno que se pode arrastar sem fim aparente. Em 2001, o Verão do Vale da Morte teve 154 dias consecutivos com máximas superiores a 37º.

Em 1996,  foram quarenta dias acima dos 48º e cento e cinco com mais de 43º. Na manhã do passado dia 12 de Julho, o Death Valley bateu dois outros recordes não tão badalados mas relevantes. Imediatamente antes do nascer do sol, o termómetro de Furnace Creek tinha descido de uma máxima diurna de 53.3º para uns módicos 41.7º.

Registaram-se, assim, a temperatura mínima mais elevada à face da Terra e a sua temperatura média mais alta em 24 horas: 47.5º.

Dunas de Eureka, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Pegadas nas dunas de Eureka.

Na data em que o exploramos, ao invés, o fim da tarde concede um alívio bastante aceitável que aproveitamos para examinar outros recantos e cenários: a pequena estação rodoviária de Stovepipe Wells, as ruínas da Harmony Borax Works, o Mustard Canyon e as expansões de dunas de Mesquite e Eureka.

Entretanto, o grande astro cai para detrás da cordilheira de Panamint. A sombra instala-se, depois o lusco-fusco e logo a escuridão. Apesar da pseudo-frescura da noite, o Vale da Morte já era, de novo, o lugar mais quente à superfície do Planeta.

Key West, E.U.A.

O Faroeste Tropical dos E.U.A.

Chegamos ao fim da Overseas Highway e ao derradeiro reduto das propagadas Florida Keys. Os Estados Unidos continentais entregam-se, aqui, a uma deslumbrante vastidão marinha esmeralda-turquesa. E a um devaneio meridional alentado por uma espécie de feitiço caribenho.
Damaraland, Namíbia

Namíbia On the Rocks

Centenas de quilómetros para norte de Swakopmund, muitos mais das dunas emblemáticas de Sossuvlei, Damaraland acolhe desertos entrecortados por colinas de rochas avermelhadas, a maior montanha e a arte rupestre decana da jovem nação. Os colonos sul-africanos baptizaram esta região em função dos Damara, uma das etnias da Namíbia. Só estes e outros habitantes comprovam que fica na Terra.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Navajo Nation, E.U.A.

Por Terras da Nação Navajo

De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
Deserto de Atacama, Chile

A Vida nos Limites do Deserto de Atacama

Quando menos se espera, o lugar mais seco do mundo revela novos cenários extraterrestres numa fronteira entre o inóspito e o acolhedor, o estéril e o fértil que os nativos se habituaram a atravessar.
Las Vegas, E.U.A.

Capital Mundial dos Casamentos vs Cidade do Pecado

A ganância do jogo, a luxúria da prostituição e a ostentação generalizada fazem parte de Las Vegas. Como as capelas que não têm olhos nem ouvidos e promovem matrimónios excêntricos, rápidos e baratos.
Las Vegas, E.U.A.

O Berço da Cidade do Pecado

Nem sempre a famosa Strip concentrou a atenção de Las Vegas. Muitos dos seus hotéis e casinos replicaram o glamour de néon da rua que antes mais se destacava, a Fremont Street.
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Mauna Kea, Havai

Mauna Kea: um Vulcão de Olho no Espaço

O tecto do Havai era interdito aos nativos por abrigar divindades benevolentes. Mas, a partir de 1968 várias nações sacrificaram a paz dos deuses e ergueram a maior estação astronómica à face da Terra
Pearl Harbor, Havai

O Dia em que o Japão foi Longe Demais

Em 7 de Dezembro de 1941, o Japão atacou a base militar de Pearl Harbor. Hoje, partes do Havai parecem colónias nipónicas mas os EUA nunca esquecerão a afronta.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Music Theatre and Exhibition Hall, Tbilissi, Georgia
Arquitectura & Design
Tbilisi, Geórgia

Geórgia ainda com Perfume a Revolução das Rosas

Em 2003, uma sublevação político-popular fez a esfera de poder na Geórgia inclinar-se do Leste para Ocidente. De então para cá, a capital Tbilisi não renegou nem os seus séculos de história também soviética, nem o pressuposto revolucionário de se integrar na Europa. Quando a visitamos, deslumbramo-nos com a fascinante mixagem das suas passadas vidas.
lagoas e fumarolas, vulcoes, PN tongariro, nova zelandia
Aventura
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Danca dragao, Moon Festival, Chinatown-Sao Francisco-Estados Unidos da America
Cerimónias e Festividades
São Francisco, E.U.A.

Com a Cabeça na Lua

Chega a Setembro e os chineses de todo o mundo celebram as colheitas, a abundância e a união. A enorme sino-comunidade de São Francisco entrega-se de corpo e alma ao maior Festival da Lua californiano.
Oranjestad cidade, Aruba, edifício arquitectura holandesa
Cidades
Oranjestad, Aruba

A Alma Neerlandesa de Aruba

Do outro lado do Atlântico, nas profundezas das Caraíbas, Oranjestad, a capital de Aruba exibe boa parte do legado deixado nas ilhas ABC pelos colonos dos Países Baixos. Os nativos chamam-lhe “Playa”. A cidade anima-se com festas balneares exuberantes.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Indígena Coroado
Cultura
Pueblos del Sur, Venezuela

Por uns Trás-os-Montes da Venezuela em Fiesta

Em 1619, as autoridades de Mérida ditaram a povoação do território em redor. Da encomenda, resultaram 19 aldeias remotas que encontramos entregues a comemorações com caretos e pauliteiros locais.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Devils Marbles, Alice Springs a Darwin, Stuart hwy, Caminho do Top End
Em Viagem
Alice Springs a Darwin, Austrália

Estrada Stuart, a Caminho do Top End da Austrália

Do Red Centre ao Top End tropical, a estrada Stuart Highway percorre mais de 1.500km solitários através da Austrália. Nesse trajecto, o Território do Norte muda radicalmente de visual mas mantém-se fiel à sua alma rude.
Manhã cedo no Lago
Étnico

Nantou, Taiwan

No Âmago da Outra China

Nantou é a única província de Taiwan isolada do oceano Pacífico. Quem hoje descobre o coração montanhoso desta região tende a concordar com os navegadores portugueses que baptizaram Taiwan de Formosa.

Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Frederikstad-Saint-Croix-ilhas-virgens-americanas-freedom
História
Frederiksted, Saint Croix, Ilhas Virgens Americanas

A Cidade da Emancipação das Índias Ocidentais Dinamarquesas

Se Christiansted se afirmou como a capital e principal polo comercial da ilha de Saint Croix, a “irmã” do sotavento, Frederiksted teve o seu apogeu civilizacional quando lá se deu a revolta e posterior libertação dos escravos que garantiam a prosperidade da colónia.
Visitantes nos Jameos del Água, Lanzarote, Canárias, Espanha
Ilhas
Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Inverno Branco
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Baie d'Oro, Île des Pins, Nova Caledonia
Literatura
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Cenário marciano do Deserto Branco, Egipto
Natureza
Deserto Branco, Egipto

O Atalho Egípcio para Marte

Numa altura em que a conquista do vizinho do sistema solar se tornou uma obsessão, uma secção do leste do Deserto do Sahara abriga um vasto cenário afim. Em vez dos 150 a 300 dias que se calculam necessários para atingir Marte, descolamos do Cairo e, em pouco mais de três horas, damos os primeiros passos no Oásis de Bahariya. Em redor, quase tudo nos faz sentir sobre o ansiado Planeta Vermelho.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Parques Naturais
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Ilha de São Miguel, Acores Deslumbrantes por Natureza
Património Mundial UNESCO
São Miguel, Açores

Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Personagens
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Lançamento de rede, ilha de Ouvéa-Ilhas Lealdade, Nova Caledónia
Praias
Ouvéa, Nova Caledónia

Entre a Lealdade e a Liberdade

A Nova Caledónia sempre questionou a integração na longínqua França. Na ilha de Ouvéa, arquipélago das Lealdade, encontramos uma história de resistência mas também nativos que preferem a cidadania e os privilégios francófonos.
Teleférico de Sanahin, Arménia
Religião
Alaverdi, Arménia

Um Teleférico Chamado Ensejo

O cimo da garganta do rio Debed esconde os mosteiros arménios de Sanahin e Haghpat e blocos de apartamentos soviéticos em socalcos. O seu fundo abriga a mina e fundição de cobre que sustenta a cidade. A ligar estes dois mundos, está uma cabine suspensa providencial em que as gentes de Alaverdi contam viajar na companhia de Deus.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Intervenção policial, judeus utraortodoxos, jaffa, Telavive, Israel
Sociedade
Jaffa, Israel

Protestos Pouco Ortodoxos

Uma construção em Jaffa, Telavive, ameaçava profanar o que os judeus ultra-ortodoxos pensavam ser vestígios dos seus antepassados. E nem a revelação de se tratarem de jazigos pagãos os demoveu da contestação.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Vida Selvagem
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.