Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês


Kallur na névoa
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Miradouro natural
Casal admira o povoado de Trollanes de um cimo no trilho para Kallur.
Sydradadur Vista do Ferry
Vista de Sydradadur por uma escotilha do M/F Sam, o ferry que liga Klaksvik a Kalsoy.
No Limiar
Sara Wong no cimo de um dos penhascos relvados de Kallur.
Na Ponte de Comando
Sámal Petur Grund, comandante do ferry M/F Sam que liga Klaksvik a Sydradadur, já em Kalsoy.
O Fim da Crista
Caminhantes percorrem uma crista de Kallur, a pouca distância da do farol.
Estátua de Kópakonan, a Mulher-Foca
Estátua da mulher-foca Kópakonan, no mar dos fundos de Mikladalur.
Um Galinheiro
Galinheiro em Trollanes, no limiar norte de Kalsoy.
No caminho certo II
Casal numa meia-encosta do trilho liga Trollanes a Kallur.
Espera que desespera
Cães-pastores das ilhas Faroé aguardam, impacientes, que os donos os levem para o trabalho com o rebanho, em Trollanes.
No caminho certo III
Casal numa meia-encosta do trilho liga Trollanes a Kallur.
Passeio em Trollanes.
Sara Wong na rua principal de Trollanes,
No caminho certo I
Panorâmica do trilho entre Trollanes e Kallur.
Ovelhas na névoa
Ovelhas quase perdidas em névoa no trilho que liga Trollanes a Kallur
Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.

Partimos da capital Torshavn quase tão cedo quanto tínhamos planeado e de sobreaviso para a eventualidade de o pequeno ferry que liga Klaksvik – a segunda cidade da nação – à ilha vizinha de Kalsoy poder não chegar para todos os candidatos.

Às 8h45, decorrida de mais de uma hora de viagem pela alpondra geológica de que são feitas as Faroés, ainda debaixo de chuva, chegamos ao porto. Somos os terceiros na fila de veículos por embarcar.

Com um lugar tanto no pódio como no barco assegurado, ensonados de cansaço e de mais um despertar madrugador, deitamos os bancos, activamos os despertadores dos telefones e deixamo-nos dormir.

Quando voltamos a despertar, pouco antes das dez, já estão sete carros na fila do ferry M/F Sam, ainda bem longe do limite de dezasseis. Todos eram alugados, conduzidos por estrangeiros. Estacionamos o nosso consoante as intruções do arrumador de serviço. Logo, subimos para a plataforma destinada aos passageiros e ao comandante.

Vista de Sydradadur do interior do ferry M/F Sam, Ilhas Faroé

Vista de Sydradadur por uma escotilha do M/F Sam, o ferry que liga Klaksvik a Kalsoy.

A Travessia Suave para Kalsoy, a Bordo do Ferry M/F Sam

O M/F Sam, uma espécie de balsa artilhada, faz-se ao mar liso que preenche o fiorde em que se instalou a cidade. Deixa para trás a ilha de Bordoy e dá início à travessia para Sydradadur, o porto de destino já na ilha de Kalsoy. Navegamos por águas protegidas pelos caprichos insulares do território faroês que a quase ausência de vento mantinha lisas.

Apreciamos o casario de Klaksvik enquanto a distância e a névoa o reduzia a um quase nada. Quando essa mesma longura tornou as margens difusas, fazemos uma visita à ponte de comando.

Uma mulher de feições asiáticas tagarelava com o comandante em faroense, num diálogo arrastado que nos deixava mais e mais intrigados. Por fim, a senhora pressente que também queríamos falar com o comandante e aborda-nos em jeito de passagem de testemunho proselitista. “Vão a Kallur, certo? Ao meio-dia, há missa em Mikladalur. Se puderem, juntem-se a nós.” Agradecemos o convite mas ficamo-nos por aí.

A Ligação Faroense-Portuguesa do Comandante Sámal Petur Grund

Abordamos o comandante, um homem sessentão de cabelo e bigode brancos e olhos de um azul bem vivo. Sámal Petur Grund, assim se chamava, não perde tempo a apurar de onde vínhamos. “De Portugal? A sério? Não vemos cá muitos de vocês! Sejam bem-vindos.

Sabem que eu tenho uma enorme admiração por Portugal, aliás… até é possível que eu exista devido a Portugal. Porquê? Olhem, durante os anos 60 e 70 o meu pai fez a vida dele a pescar bacalhau aqui nas Faroé, na Islândia e na Gronelândia e a ir vendê-lo a Portugal.

Ele já não está vivo mas, pelo que sei, vocês continuam a comer bacalhau em quantidades incríveis.” Confirmamos a sua suposição e prolongamos a conversa o mais que podemos. Não muito.

Sámal Petur Grund, comandante do ferry M/F Sam que liga Klaksvik a Sydradadur, Kalsoy, Ilhas Faroé

Sámal Petur Grund, comandante do ferry M/F Sam que liga Klaksvik a Sydradadur, já em Kalsoy.

De Sydradadur a Trollanes, túnel atrás de túnel

Sydradadur aproximava-se. O comandante viu-se na iminência da atracagem E, nós, na urgência de descermos para o carro a tempo de desembarcarmos e desbloquearmos os restantes.

Uns minutos depois, já percorríamos a estrada costeira que segue da ponta sul ao extremo norte da ilha, numa caravana espontânea formada por todos os carros que seguiam a bordo.

À imagem de tantas outras ilhas do arquipélago, sucessivos movimentos tectónicos e a erosão enrugaram a delgada Kalsoy. Como tal, só uma sucessão de túneis rústicos de montanha nos permitia a todos chegar a Trollanes, a última paragem da estrada e o ponto de partida para a caminhada que estávamos prestes a inaugurar.

Um derradeiro túnel deixa-nos de frente para um vale amplo e verdejante. Trollanes surgia anichada num recanto à beira-mar. Prendados com uma meteorologia bem mais favorável que a que tínhamos tido até então, decidimos deixá-la para a volta.

Casal admira vista sobre o vale de Trollanes, Kalsoy, ilhas Faroé

Casal admira o povoado de Trollanes de um cimo no trilho para Kallur.

A Caminhada Deslumbrante-Verdejante entre Trollanes e Kallur

Detemo-nos num parque de estacionamento instalado junto ao início do caminho para Kallur, um trilho meio enlameado que começava por trepar uma encosta por degraus naturais.

Pausamos a marcha no cimo dessa primeira vertente. Daí, contemplamos o vale e o litoral rugoso em formato panorâmico. Vislumbramos ainda os contornos longínquos de Kunoy, a ilha a leste, perdidos na vastidão do Mar da Noruega.

Retomamos o trilho. Por um bom tempo, ondula por nova meia-encosta até que passa a ascender para as alturas costeiras que buscávamos. Nesse tempo, como é suposto nas ilhas Faroé, cruzamo-nos com ovelhas entregues às suas intermináveis pastagens.

Ovelhas, Kallur, Kalsoy, Ilhas Faroé

Ovelhas quase perdidas em névoa no trilho que liga Trollanes a Kallur

Umas são pretas, outras castanhas, outras cinzentas, outras de um branco-bastante-sujo e outras ainda malhadas. Habituadas às incursões dos estrangeiros por aquele domínio, os ovinos desprezam-nos. Ao contrário dos quase tão abundantes ostraceiros que desatam numa guincharia infernal sempre que nos aproximamos dos seus ninhos.

O Farol de Kallur, por fim, à Vista

Vencida nova ladeira, enfim, damos com o farol branco e vermelho de Kallur. Ao contrário do que esperávamos, a estrutura impressionou-nos pela sua insignificância, como que rendida à grandiosidade ervada e recortada, rochosa e marinha do cenário em redor.

De um momento para o outro, a ponta noroeste de Kalsoy ganha braços de terra que entram pelo mar em distintas direcções. O farol surge numa orla com precipícios mortais tanto para um lado como para o outro. Já tínhamos lido sobre os perigos e riscos da exploração de Kallur. Ainda assim, a vertigem surpreendeu-nos.

Não fomos os primeiros passageiros do M/F Sam a ali chegar. Um jovem casal britânico fazia as suas fotos a alto ritmo, pressionado pela forte probabilidade de as nuvens baixas retidas pelo penhasco meio-rochoso meio-ervado que se destacava acima do farol nos emboscarem.

Caminhantes em Kallur, ilha de Kalsoy, Ilhas Faroé

Caminhantes percorrem uma crista de Kallur, a pouca distância da do farol.

Dez minutos decorridos, vemo-los deixarem o istmo elevado em que se situava o farol e a percorrerem uma crista concorrente, bem mais longa. Aproveitamos de imediato a nossa vez.

Pé ante pé, com tanto cuidado como receio e a evitarmos espreitar os precipícios que nos ameaçavam de ambos os lados, chegamos à ponta destacada e quase tão vertiginosa, de onde era possível fotografar o farol com o tal penhasco em fundo.

Mas, umas poucas fotos frenéticas depois, as nuvens começaram mesmo a entrar e a despejar uma chuva se intensificou. Lembrámo-nos de imediato que, se a ida já tinha sido complicada, o que seria então o retorno com a névoa e o aguaceiro a esconderem e a enlamearem ainda mais aquele fio da navalha escorregadio.

Os Complicados Caprichos Meteorológicos de Kallur

De acordo, com o mesmo cuidado com que havíamos vindo, mas com as pernas já a tremer da adrenalina, revertemos o caminho para o farol. Abrigamo-nos atrás da sua fachada protegida da chuva, recuperamos a calma e esperamos.

No entretanto, chega um casal chinês com uma criança e apercebem-se de que não se vê nada em redor. Aguardaram cinco minutos e desistem.

Pela experiência meteorológica que já levamos de tantos anos de viagem e de fotografia, tínhamos uma certeza quase absoluta que aquelas nuvens rasteiras não resistiriam muito mais. Tal prognóstico veio a confirmar-se.

Uma brisa súbita levou o manto branco para cima do mar e deixou as nuvens que se seguiam uma vez mais retidas atrás do penhasco.

O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.

O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.

Sós naquela batalha contra o tempo e os elementos, recuperámos a coragem. Mesmo se escorregava já o dobro, voltamos a desafiar o trilho letal. Por sorte, as nuvens hesitaram por quase quarenta minutos. Nessa clemência, fizemos todas as fotos que queríamos: a partir do tal pedestal, do farol e até do declive abaixo que a inclinação parcial e a cobertura de relva nos permitia descer uns bons metros sem cairmos para uma morte marinha mais que certa.

Sara Wong em Kallur, Kalsoy

Sara Wong no cimo de um dos penhascos relvados de Kallur.

Regresso à Segurança Rural de Trollanes

Mal a névoa retomou a invasão, rendemo-nos às evidências. Arrumámos o equipamento nas mochilas e inaugurámos o regresso a Trollanes.

Quando lá chegamos, já não vemos rasto dos restantes estrangeiros. Espreitamos uma plantação murada de ruibarbo, o único vegetal que os faroenses conseguem cultivar ao ar livre. Passamos por uma casa tradicional de madeira em que víamos os moradores pela janela da cozinha, como eles nos conseguiam ver a nós.

Cá fora, alinhados sobre a caixa de uma carrinha pick-up, quatro cães pastores das Faroé, aguardavam impacientes que os donos deixassem o lar e os levassem para a lida das ovelhas da sua satisfação.

Cães-pastores em Trollanes, Kalsoy, Ilhas Faroé

Cães-pastores das ilhas Faroé aguardam, impacientes, que os donos os levem para o trabalho com o rebanho, em Trollanes.

Até então, não tínhamos encontrado nenhum dos 75 habitantes de Kalsoy que decidimos não desperdiçar aquela oportunidade. Sem que o esperássemos, uma criança com os seus três ou quatro anos surgiu da casa. Os cães sentiram que os donos estariam prestes a chegar e começaram a ladrar.

A criança assustou-se com a nossa inesperada presença fotográfica e com o frenesim dos cães. Regressou à protecção do lar.

Nós, aproximamo-nos dos cães e tentamos fazer-lhes festas. Só que, espertos como são estes cães-pastores, por aquela altura já teriam percebido que estávamos a perturbar a rotina da saída dos donos para o campo. Um deles irritou-se e ameaçou uma mordidela. Ficaram por ali as festas.

Boa parte dos faroeses rurais são algo avessos aos turistas que invadem as suas povoações de máquinas fotográficas em riste. Esta família não saiu sequer de casa enquanto por ali cirandávamos.

Trollanes, Kalsoy, Ilhas Faroé

Sara Wong na rua principal de Trollanes,

Investigamos um pouco mais da ínfima Trollanes e encantamo-nos com um galinheiro de pedra que um bando de galináceos apreensivos contornava numa direcção e na outra, consoante a fachada de que aparecêssemos.

Logo, deixamos o vale de Trollanes ao som da banda sonora estridente de seis ou sete ostraceiros que reclamavam a exclusividade da sua beira da estrada.

Em Busca da mulher-foca de Kópakonan

Retrocedemos para o sul de Kalsoy, com as horas contadas para apanharmos a última travessia do dia do M/F Sam rumo a Klaksvik.

Pelo caminho, paramos em Mikladalur, a maior das povoações da ilha, também ela situada num grande vale em forma de U. Já não chegámos a tempo da missa para que a passageira de visual asiático nos convidara.

Em vez, descemos para a beira-mar profunda da aldeia e apreciamos a estátua anfíbia que justificava a paragem de quase todos os visitantes.

Estátua da mulher-foca Kópakonan, Mikladalur, Kalsoy, ilhas Faroé

Estátua da mulher-foca Kópakonan, no mar dos fundos de Mikladalur.

A maré estava vazia. O mar mantinha-se relativamente calmo tendo em conta a ondulação tresloucada que batia aquele litoral feito de penhascos nos piores dias de tempestade. Kópakonan, a mulher foca, destacava-se, assim, a seco, da base de rocha que a sustem, tão sólida como a tradição das lendas folclóricas das ilhas Faroé.

A sua estátua homenageia, aliás, uma das lendas mais conhecidas e intrincadas da nação, de tal forma complexa e longa que teremos que a contar da próxima vez que voltarmos a Kalsoy.

Mykines, Ilhas Faroé

No Faroeste das Faroé

Mykines estabelece o limiar ocidental do arquipélago Faroé. Chegou a albergar 179 pessoas mas a dureza do retiro levou a melhor. Hoje, só lá resistem nove almas. Quando a visitamos, encontramos a ilha entregue aos seus mil ovinos e às colónias irrequietas de papagaios-do-mar.
PN Thingvellir, Islândia

Nas Origens da Remota Democracia Viking

As fundações do governo popular que nos vêm à mente são as helénicas. Mas aquele que se crê ter sido o primeiro parlamento do mundo foi inaugurado em pleno século X, no interior enregelado da Islândia.
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Magma Geopark, Noruega

Uma Noruega Algo Lunar

Se recuássemos aos confins geológicos do tempo, encontraríamos o sudoeste da Noruega repleto de enormes montanhas e de um magma incandescente que sucessivos glaciares viriam a moldar. Os cientistas apuraram que o mineral ali predominante é mais comum na Lua que na Terra. Vários dos cenários que exploramos no vasto Magma Geopark da região parecem tirados do nosso grande satélite natural.
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Islândia

Ilha de Fogo, Gelo, Cascatas e Quedas de Água

A cascata suprema da Europa precipita-se na Islândia. Mas não é a única. Nesta ilha boreal, com chuva ou neve constantes e em plena batalha entre vulcões e glaciares, despenham-se torrentes sem fim.
Lagoa de Jok​ülsárlón, Islândia

O Canto e o Gelo

Criada pela água do oceano Árctico e pelo degelo do maior glaciar da Europa, Jokülsárlón forma um domínio frígido e imponente. Os islandeses reverenciam-na e prestam-lhe surpreendentes homenagens.
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Oslo, Noruega

Uma Capital (sobre) Capitalizada

Um dos problemas da Noruega tem sido decidir como investir os milhares milhões de euros do seu fundo soberano recordista. Mas nem os recursos desmedidos salvam Oslo das suas incoerências sociais.
Tórshavn, Ilhas Faroé

O Porto Faroês de Thor

É a principal povoação das ilhas Faroé desde, pelo menos, 850 d.C., ano em que os colonos viquingues lá estabeleceram um parlamento. Tórshavn mantém-se uma das capitais mais diminutas da Europa e o abrigo divinal de cerca de um terço da população faroense.
Vágar, Ilhas Faroé

O Lago que Paira sobre o Atlântico Norte

Por um capricho geológico, Sorvagsvatn é muito mais que o maior lago das ilhas Faroé. Falésias com entre trinta a cento e quarenta metros limitam o extremo sul do seu leito. De determinadas perspectivas, dá a ideia de estar suspenso sobre o oceano.
Kirkjubour, Streymoy, Ilhas Faroé

Onde o Cristianismo Faroense deu à Costa

A um mero ano do primeiro milénio, um missionário viquingue de nome Sigmundur Brestisson levou a fé cristã às ilhas Faroé. Kirkjubour, tornou-se o porto de abrigo e sede episcopal da nova religião.
Streymoy, Ilhas Faroé

Streymoy Acima, ao Sabor da Ilha das Correntes

Deixamos a capital Torshavn rumo a norte. Cruzamos de Vestmanna para a costa leste de Streymoy. Até chegarmos ao extremo setentrional de Tjornuvík, deslumbramo-nos vezes sem conta com a excentricidade verdejante da maior ilha faroesa.
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Monte Lamjung Kailas Himal, Nepal, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Arquitectura & Design
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Aventura
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
A Crucificação em Helsínquia
Cerimónias e Festividades
Helsínquia, Finlândia

Uma Via Crucis Frígido-Erudita

Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
Assuão, Egipto, rio Nilo encontra a África negra, ilha Elefantina
Cidades
Assuão, Egipto

Onde O Nilo Acolhe a África Negra

1200km para montante do seu delta, o Nilo deixa de ser navegável. A última das grandes cidades egípcias marca a fusão entre o território árabe e o núbio. Desde que nasce no lago Vitória, o rio dá vida a inúmeros povos africanos de tez escura.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Cultura
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Dorrigo NP, Austrália: ponte suspensa do Waterfall Way
Em Viagem
Dorrigo a Bellingen, Austrália

Entre Tree-Changers, por Florestas da Gondwana

Os australianos criaram o termo para definir as pessoas que decidem mudar-se para o campo. Bellingen, no norte de Nova Gales do Sul, tornou-se uma povoação que ilustra a tendência. À entrada de uma imensidão florestal pré-histórica e do parque nacional homónimo, Dorrigo segue-lhe os passos.
Skyway cruza o Vale de Jamison
Étnico
Katoomba, Austrália

As Três Irmãs das Montanhas Azuis

Situadas a oeste de Sydney, as Blue Mountains formam um dos domínios mais procurados pelos ozzies e estrangeiros em busca de evasão. Atrai-os a beleza natural vista de Katoomba, os penhascos afiados das Three Sisters e as cascatas que se despenham sobre o vale de Jamison. À sombra deste frenesim turístico, perdura a habitual marginalização das origens e da cultura aborígene local.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Ilha do Norte, Nova Zelândia, Maori, Tempo de surf
História
Ilha do Norte, Nova Zelândia

Viagem pelo Caminho da Maoridade

A Nova Zelândia é um dos países em que descendentes de colonos e nativos mais se respeitam. Ao explorarmos a sua lha do Norte, inteirámo-nos do amadurecimento interétnico desta nação tão da Commonwealth como maori e polinésia.
Tobago, Pigeon Point, Scarborough, pontão
Ilhas
Scarborough a Pigeon Point, Tobago

À Descoberta da Tobago Capital

Das alturas amuralhadas do Forte King George, ao limiar de Pigeon Point, o sudoeste de Tobago em redor da capital Scarborough, revela-nos uns trópicos controversos sem igual.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Parque Nacional Cahuita, Costa Rica, Caribe, Punta Cahuita vista aérea
Natureza
Cahuita, Costa Rica

Uma Costa Rica de Rastas

Em viagem pela América Central, exploramos um litoral da Costa Rica tão afro quanto das Caraíbas. Em Cahuita, a Pura Vida inspira-se numa fé excêntrica em Jah e numa devoção alucinante pela cannabis.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Alturas Tibetanas, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Parques Naturais

Mal de Altitude: não é mau. É péssimo!

Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.
Robben Island Ilha, Apartheid, África do Sul, Pórtico
Património Mundial UNESCO
Robben Island, África do Sul

A Ilha ao Largo do Apartheid

Bartolomeu Dias foi o primeiro europeu a vislumbrar a Robben Island, aquando da sua travessia do Cabo das Tormentas. Com os séculos, os colonos transformaram-na em asilo e prisão. Nelson Mandela deixou-a em 1982, após dezoito anos de pena. Decorridos outros doze, tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul.
Monumento do Heroes Acre, Zimbabwe
Personagens
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
Cargueiro Cabo Santa Maria, Ilha da Boa Vista, Cabo Verde, Sal, a Evocar o Sara
Praias
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Via Conflituosa
Religião
Jerusalém, Israel

Pelas Ruas Beliciosas da Via Dolorosa

Em Jerusalém, enquanto percorrem a Via Dolorosa, os crentes mais sensíveis apercebem-se de como a paz do Senhor é difícil de alcançar nas ruelas mais disputadas à face da Terra.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Sociedade
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Bwabwata Parque Nacional, Namíbia, girafas
Vida Selvagem
PN Bwabwata, Namíbia

Um Parque Namibiano que Vale por Três

Consolidada a independência da Namíbia, em 1990, para simplificarem a sua gestão, as autoridades agruparam um trio de parques e reservas da faixa de Caprivi. O PN Bwabwata resultante acolhe uma imensidão deslumbrante de ecossistemas e vida selvagem, às margens dos rios Cubango (Okavango) e Cuando.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.