Bacolod, Filipinas

Doces Filipinas


A Ver a Vida Passar
Visitantes na varanda do museu Balay Negrense.
Património
A Casa ancestral de Bernardino Jalandoni, em Bacolod.
Fila de tricycles, Bacolod
Fila de trycicles o sustento de muitos moradores de Bacolod, como das Filipinas em geral.
Very Angry Christ
Altar da Angry Jesus Church, em Vitoria City, Bacolod.
Clínica ao ar livre
Curandeira atende um bébe numa rua de Bacolod.
Catedral de San Sebastian, Bacolod
Catedral de San Sebastian, no coração histórico de Bacolod.
Sinooker
Crianc?as jogam mini-snooker numa rua de Bacolod, a capital de Negros Occidental.
Âmago Cristão de Bacolod
Fachada da Catedral de San Diego em Silay, Bacolod.
Acima de tudo
A cu?pula reluzente da Catedral de San Diego em Silay.
Bacolod é a capital de Negros, a ilha no centro da produção filipina de cana de açúcar. De viagem pelos confins do Extremo-Oriente e entre a história e a contemporaneidade, saboreamos o âmago fascinante da mais Latina das Ásias.

Recém-desembarcados do ferry que liga a ilha de Iloilo à principal urbe de Negros, saímos directos para almoçar num buffet com comida tradicional de um centro-comercial de Bacolod.

Estávamos esfomeados e, de acordo, compenetrados no que tínhamos trazido nos pratos. Betsy Gazo, a guia nativa que nos acompanharia ao longo dos dias, não se deixou demover. Betsy, é – não temos, agora, qualquer dúvida – uma das cidadãs de Bacolod mais orgulhosas da sua cidade e ansiosas por que os visitantes a admirassem pelo muito que tinha por louvar.

Assim mesmo, armada de mapas e folhetos, Betsy serve-nos a sugestão aturada de itinerário que havia delineado. Esforçamo-nos para acompanhar as suas catadupas de raciocínios, demasiadas vezes em vão, perdidos entre as delícias gastronómicas da refeição e sucessivos e inevitáveis desvios temáticos.

Não vimos Betsy desarmar. Como nunca a vimos perder o foco da missão de nos desvendar o que em Bacolod mais a deslumbrava.

Negros é a quarta maior ilha das vastas Filipinas. De longe, a suprema do sub-grupo das Visayas que continuávamos a explorar.

As Famílias e as Mansões Históricas de Negros

Destacam-se dos seus tesouros históricos as mansões erguidas pelas famílias abastadas, algumas dessas famílias com nomes hispânicos, outras pré-hispânicos: os Lopez, os Ledesma, os Locsin. Outras ainda, fruto das fusões estratégicas levadas a cabo, caso da Locsin-Ledesma.

Com o passar das décadas, vários dos seus antigos lares foram restaurados, aprimorados e transformados em pequenos museus. No polo oposto, muitos outros viram-se votados a um abandono que custava a Betsy constatar.

Findo o almoço, a cicerone levou-nos e a Michael – o guia que nos acompanhava onde quer que fossemos nas Filipinas – a um destes últimos casos. “Bom, vou só dar aqui um empurrãozinho e deve ficar resolvido, isto tem donos mas tenho a certeza que não se importariam com a nossa visita, muito pelo contrário.”

De Visita ao Malacañang Palace

Passamos por um portão de ferro mal fechado. Em frente, resplandece uma mansão de base de tijolinhos com adornos de pedra trabalhada. O Malacañang Palace, como ficou conhecido, é  considerado a primeira Residência Presidencial das Filipinas.

Foi erguido pelo General Aniceto Lacson durante a década de 1880, num estilo denominado “Bahay na Bato, com a tradução simples de Casa de Pedra.

Numa altura em que muitos filipinos se tinham fartado sem retorno das imposições da Coroa Espanhola, Aniceto Lacson levou a insatisfação a outro nível. Parte de um grupo regional de insurrectos, liderou a revolta katipunera (anti-hispânica) geral da ilha de Negros contra a guarnição colonial de Bacolod, em 5 de Novembro de 1898. As forças espanholas não tardaram a render-se.

Na ressaca, Aniceto Lacson foi designado presidente da recém-formada República de Negros. Estabeleceu o escritório da sua presidência naquela mesma mansão que admirávamos, primeiro por fora, pouco depois, no seu interior desmobilado e a partir da varanda panorâmica que dá a volta ao piso superior.

Ao longo do século XX, até 1970, a mansão foi habitada por uma sucessão de filhos e netos de Aniceto Lacson. Nesse ano, como acontece todos os anos nas Filipinas, os tufões entraram em acção. Um em particular assolou Negros e danificou o telhado do edifício.

Os descendentes de Lacson ainda ponderaram a sua reparação mas, confrontados com a magnitude dos estragos, viram-se forçados a abandoná-lo. O Malacañang Palace entrou num processo de degradação que desolava Betsy.

Para seu contento, em 2002, foi formada uma fundação de co-proprietários apostados em reunir fundos para a restauração. Quando por ali cirandámos, estava longe de terminada.

Museu Balay Negrense, Bacolod, Negros Occidental, Filipinas

Visitantes na varanda do museu Balay Negrense.

A Victor Fernandez Gaston Ancestral House…

Ditavam os planos de Betsy que, até ao sol se instalar no seu leito ao largo do Estreito de Guimaras, ainda visitaríamos outro velho mas resplandecente domicílio, a Victor Fernandez Gaston Ancestral House.

Victor Gaston era filho de um normando de nome Yves Leopold Germain Gaston, que se revelou um dos pioneiros do cultivo de cana-de-açúcar nestas partes das filipinas. A construção da casa teve lugar em 1897, quando Victor Baston vivia ainda em casa do pai, uma tal de Hacienda Buen Retiro.

Nesse mesmo período, a sua esposa faleceu. A casa ficou pronta a tempo de acolher o viúvo e os doze filhos desde 1901 até à sua morte em 1927, ano em que a família deixou de a habitar. Abandonada por completo, em 1970, começou a degradar-se.

Ao contrário do que sucedeu com o Malacañang Palace de Aniceto Lacson, a sua recuperação veio a gerar um dos patrimónios culturais mais valiosos de Negros. Um dos herdeiros, o padre Monsignor Guillermo Ma. Gaston, decidiu doá-la à Autoridade de Turismo das Filipinas.

Esta Autoridade recorreu à sua capacidade nacional de angariação de fundos, incluindo estatais e investiu cinco milhões de pesos filipinos, (em redor de cem mil euros) para a reparar e mobilar com adereços e mobília da época. Conseguido esse desígnio, transformou a mansão no museu Balay Negrense que nos entretemos a examinar.

… Agora, museu Balay Negrense de Bacolod

O museu exibe um exemplo quase-vivo do lar e do estilo de vida de um barão do açúcar negrense. Está assente em fundações de madeira dura filipina balayong, e as tábuas longas, largas e espessas dos soalhos foram cortadas desse mesmo material.

O andar superior surge coberto de um telhado de ferro galvanizado em vez de telhas, de acordo com as indicações difundidas pelas autoridades de Manila, na ressaca dos sismos que devastaram várias localidades da ilha-mãe Luzon.

Com Negros tranquila e segura, apreciamos o salão superior da casa-museu em todo o seu esplendor revigorado. Um casal de namorados que a visitava em simultâneo chega à janela arqueada tripla e espreita o cenário de Silay ajardinado-luxuriante à sua frente, sob um candeeiro secular com luz quente.

Lá fora, o sol estava prestes a desligar-se. Nós, já usávamos as últimas energias do dia pelo que, momentos depois, recolhemos ao abrigo modernizado do hotel em que nos tinham hospedado.

O Masskara Festival e a Vida a Sério de Bacolod

Chegamos ao Domingo determinado para o Masskara Festival, uma espécie de Carnaval criado para animar a cidade e a ilha após o afundamento trágico do ferry M/S Don Juan. Aos poucos, Bacolod enche-se de vida.

Enquanto os participantes se prepararam para a loucura mascarada e saltitante do evento, seguimos Betsy em mais uma série de voltas e incursões cirúrgicas na vida local. Sob a arcada de uma das ruas da cidade, uma curandeira idosa atende pacientes de todas as idades.

Curandeira, Bacolod, Negros Occidental, Filipinas

Curandeira atende um bébe numa rua de Bacolod.

Temos umas ligeiras dores de fundo das costas, quase inevitáveis de tempos a tempos pelo peso das mochilas de fotografia que carregamos.

Mais curiosos com aquele consultório ao ar livre que em necessidade, colocamo-nos na fila, ao lado de um banco usado pelos doentes mais fracos e de uma banca repleta de frasquinhos com óleos, medicamentos caseiros e afins.

A senhora revela-se sobretudo pediatra mas atende um ou outro adulto com maleitas que domina. Quando se inteira do que nos queixávamos, recruta os serviços de uma quiropatra que, para bem dos nossos pecados, se esquiva a tratamentos radicais.

O Taj Mahal de Negros

Na sequência, visitamos as Ruínas de Talisay, chamadas de “Taj Mahal de Negros”, o que resta de uma mansão erguida pelo barão filipino do açúcar Mariano Ledesma Lacson em homenagem à sua esposa macaense-portuguesa Maria Braga Lacson, que faleceu vítima de um acidente doméstico, quando estava grávida do décimo primeiro filho do casal.

A caminho do que resta desta outra mansão incendiada pela resistência filipina para evitar a sua ocupação pelos japoneses na 2ª Guerra Mundial, atravessamos uma das plantações de cana-de-açúcar a perder de vista da ilha.

Um grupo de jovens trabalhadores corta cana sob o sol tropical. Outros, transportam-na para cima da caixa de um camião já meio-cheio de caules ressequidos.

A Produção Histórica e Artesanal de Cana-de-Açúcar

Betsy mostra-se comovida: “Por incrível que pareça, por cá ainda se corta a cana assim. E ainda temos gente como eles: tão pobres que aceitam trabalhar do nascer ao pôr-do-sol para ganhar uns míseros pesos.”

Séculos depois da introdução da cana-de-açúcar na ilha às mãos de mercadores árabes que terão trazido a planta das Celebes, algum tempo menos desde que a expansão e o aperfeiçoamento do cultivo enriqueceram várias famílias de proprietários da ilha, a economia de Negros evoluiu e diversificou-se.

Ainda assim, Negros é a maior produtora e exportadora de açúcar das Filipinas, a nação, por sua vez, a nona produtora do mundo desta matéria-prima. Mas não é só o açúcar. Uma grande refinadora situada em Cadiz, garante a produção de uma boa série de derivados: acetileno, fertilizantes e até rum.

Mais para o fim da tarde, regressamos a Silay. Betsy leva-nos ao cimo de um prédio que aloja serviços estatais da cidade. Passamos por uma série de salas e gabinetes.

Expedição Panorâmica a um Terraço Estatal de Bacolod

Já no terraço que encerrava os pisos do edifício, admiramos a urbanidade verdejante do centro daquela espécie de sub-cidade de Bacolod, com a cúpula prateada da catedral San Diego Pro, bem destacada da vida abaixo: a dos condutores de tricycles que a percorrem sem descanso.

Trycicles, Bacolod, Negros Occidental, Filipins

Fila de trycicles o sustento de muitos moradores de Bacolod, como das Filipinas em geral.

A dos adolescentes entregues a um jogo de basquete, a dos jardineiros que regam e aparam a vegetação da Silay Public Plaza.

Desde manhã cedo que andamos entregues ao critério cultural e histórico de Betsy Gatso. Possuída por um espírito benéfico de missão, Betsy pede-nos que recorramos às nossas derradeiras energias, que as empregássemos numa última viagem a um lugar em tudo diferente dos anteriores e que prometia não nos desapontar.

Viajamos cerca de 20km para sul, quase sempre à beira do Estreito de Guimaras. Em três quartos de hora, mudamo-nos de Silay para a vizinha Victorias City.

A mando de Betsy, o motorista deixa-nos à porta de uma tal de St. Joseph the Worker Chapel que encontramos vazia. “Já percebi que não são propriamente Cristãos devotos, muito menos beatos. Melhor assim. Preparem-se que vão ter uma grande surpresa.”

O Polémico Jesus Zangado de Victoria City

Entramos na nave moderna da igreja. No imediato, apercebemo-nos apenas de que o altar seria o mais colorido e exuberante que tínhamos alguma vez visto. Calibramos a vista e aproximamo-nos.

Angry Jesus Church, Vitoria City, Bacolod, Filipinas

Altar da Angry Jesus Church, em Vitoria City, Bacolod.

Perante os nossos olhos, umas mãos escarlates mantêm de braços abertos um Cristo de olhos azuis fulminantes e o coração atormentado por espinhos e fogo. Irado, como não sabíamos ser possível, aquele messias parecia julgar-nos antes de tempo.

Confrontamo-lo por um momento, até que Betsy volta a ceder à ansiedade e nos esclarece o muito que ali havia para esclarecer.

“Se querem que seja sincera, nem sei bem como isto foi possível em Negros e nas Filipinas em geral, onde a Igreja é tão conservadora. A verdade é que cá está e eu tenho uma enorme admiração por este trabalho.”

A pintura em questão, criada pelo artista abstracto filipino-americano Alfonso A. Ossorio fez jus à arquitectura sacro-moderna e anti-terramoto do arquitecto checo Antonín Raymond. Foram ambas encomendadas pela maior empresa sacarina das Filipinas, a Victorias Milling Company.

A relativa autonomia religiosa desta empresa face à Igreja deu azo ao capricho artístico mas, como nos confirma Betsy “a facção católica mais rígida de Manila não achou piada e tentou mundos e fundos para que a pintura fosse removida. Até à data em vão.”

Nas Filipinas do açúcar, há séculos que a abertura de espírito e a doçura do carácter das gentes estão acima de tudo.

Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Batad, Filipinas

Os Socalcos que Sustentam as Filipinas

Há mais de 2000 anos, inspirado pelo seu deus do arroz, o povo Ifugao esquartejou as encostas de Luzon. O cereal que os indígenas ali cultivam ainda nutre parte significativa do país.
Bohol, Filipinas

Umas Filipinas do Outro Mundo

O arquipélago filipino estende-se por 300.000 km² de oceano Pacífico. Parte do sub-arquipélago Visayas, Bohol abriga pequenos primatas com aspecto alienígena e as colinas extraterrenas de Chocolate Hills.
Coron, Busuanga, Filipinas

A Armada Japonesa Secreta mas Pouco

Na 2ª Guerra Mundial, uma frota nipónica falhou em ocultar-se ao largo de Busuanga e foi afundada pelos aviões norte-americanos. Hoje, os seus destroços subaquáticos atraem milhares de mergulhadores.
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Marinduque, Filipinas

A Paixão Filipina de Cristo

Nenhuma nação em redor é católica mas muitos filipinos não se deixam intimidar. Na Semana Santa, entregam-se à crença herdada dos colonos espanhóis.A auto-flagelação torna-se uma prova sangrenta de fé
Marinduque, Filipinas

Quando os Romanos Invadem as Filipinas

Nem o Império do Oriente chegou tão longe. Na Semana Santa, milhares de centuriões apoderam-se de Marinduque. Ali, se reencenam os últimos dias de Longinus, um legionário convertido ao Cristianismo.
Vigan, Filipinas

Vigan, a Mais Hispânica das Ásias

Os colonos espanhóis partiram mas as suas mansões estão intactas e as kalesas circulam. Quando Oliver Stone buscava cenários mexicanos para "Nascido a 4 de Julho" encontrou-os nesta ciudad fernandina
Filipinas

Os Donos da Estrada Filipina

Com o fim da 2ª Guerra Mundial, os filipinos transformaram milhares de jipes norte-americanos abandonados e criaram o sistema de transporte nacional. Hoje, os exuberantes jeepneys estão para as curvas.
Hungduan, Filipinas

Filipinas em Estilo Country

Os GI's partiram com o fim da 2ª Guerra Mundial mas a música do interior dos EUA que ouviam ainda anima a Cordillera de Luzon. É de tricycle e ao seu ritmo que visitamos os terraços de arroz de Hungduan.
El Nido, Filipinas

El Nido, Palawan: A Última Fronteira Filipina

Um dos cenários marítimos mais fascinantes do Mundo, a vastidão de ilhéus escarpados de Bacuit esconde recifes de coral garridos, pequenas praias e lagoas idílicas. Para a descobrir, basta uma bangka.
Camiguin, Filipinas

Uma Ilha de Fogo Rendida à Água

Com mais de vinte cones acima dos 100 metros, a abrupta e luxuriante, Camiguin tem a maior concentração de vulcões que qualquer outra das 7641 ilhas filipinas ou do planeta. Mas, nos últimos tempos, nem o facto de um destes vulcões estar activo tem perturbado a paz da sua vida rural, piscatória e, para gáudio dos forasteiros, fortemente balnear.
Mactan, Cebu, Filipinas

O Atoleiro de Magalhães

Tinham decorrido quase 19 meses de navegação pioneira e atribulada em redor do mundo quando o explorador português cometeu o erro da sua vida. Nas Filipinas, o carrasco Datu Lapu Lapu preserva honras de herói. Em Mactan, uma sua estátua bronzeada com visual de super-herói tribal sobrepõe-se ao mangal da tragédia.
Boracay, Filipinas

A Praia Filipina de Todos os Sonhos

Foi revelada por mochileiros ocidentais e pela equipa de filmagem de “Assim Nascem os Heróis”. Seguiram-se centenas de resorts e milhares de veraneantes orientais mais alvos que o areal de giz.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
O rio Zambeze, PN Mana Poools
Safari
Kanga Pan, Mana Pools NP, Zimbabwe

Um Manancial Perene de Vida Selvagem

Uma depressão situada a 15km para sudeste do rio Zambeze retém água e minerais durante toda a época seca do Zimbabué. A Kanga Pan, como é conhecida, nutre um dos ecossistemas mais prolíficos do imenso e deslumbrante Parque Nacional Mana Pools.
Fiel em frente à gompa A gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
Arquitectura & Design
Fortalezas

O Mundo à Defesa – Castelos e Fortalezas que Resistem

Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Aventura
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
cavaleiros do divino, fe no divino espirito santo, Pirenopolis, Brasil
Cerimónias e Festividades
Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Cidade de Mindelo, São Vicente, Cabo Verde
Cidades
Mindelo, São Vicente, Cabo Verde

O Milagre de São Vicente

São Vicente sempre foi árida e inóspita a condizer. A colonização desafiante da ilha submeteu os colonos a sucessivas agruras. Até que, por fim, a sua providencial baía de águas profundas viabilizou o Mindelo, a urbe mais cosmopolita e a capital cultural de Cabo Verde.
Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Tatooine na Terra
Cultura
Matmata, Tataouine:  Tunísia

A Base Terrestre da Guerra das Estrelas

Por razões de segurança, o planeta Tatooine de "O Despertar da Força" foi filmado em Abu Dhabi. Recuamos no calendário cósmico e revisitamos alguns dos lugares tunisinos com mais impacto na saga.  
Desporto
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Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Em Viagem
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Navala, Viti Levu, Fiji
Étnico
Navala, Fiji

O Urbanismo Tribal de Fiji

Fiji adaptou-se à invasão dos viajantes com hotéis e resorts ocidentalizados. Mas, nas terras altas de Viti Levu, Navala conserva as suas palhotas criteriosamente alinhadas.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Maui, Havai, Polinésia,
História
Maui, Havai

Maui: o Havai Divino que Sucumbiu ao Fogo

Maui é um antigo chefe e herói do imaginário religioso e tradicional havaiano. Na mitologia deste arquipélago, o semi-deus laça o sol, levanta o céu e leva a cabo uma série de outras proezas em favor dos humanos. A ilha sua homónima, que os nativos creem ter criado no Pacífico do Norte, é ela própria prodigiosa.
Christiansted, Saint Croix, Ilhas Virgens Americanas, Steeple Building
Ilhas
Christiansted, St. Croix, Ilhas Virgens Americanas

A Capital das Antilhas Afro-Dinamarquesas-Americanas

Em 1733, a Dinamarca comprou a ilha de Saint Croix à França, anexou-a às suas Índias Ocidentais em que, com base em Christiansted, lucrou com o trabalho de escravos trazidos da Costa do Ouro. A abolição da escravatura tornou as colónias inviáveis. E uma pechincha histórico-tropical que os Estados Unidos preservam.
Igreja Sta Trindade, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso
Inverno Branco
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Sé Catedral, Funchal, Madeira
Natureza
Funchal, Madeira

Portal para um Portugal Quase Tropical

A Madeira está situada a menos de 1000km a norte do Trópico de Câncer. E a exuberância luxuriante que lhe granjeou o cognome de ilha jardim do Atlântico desponta em cada recanto da sua íngreme capital.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Parques Naturais
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Escadaria Palácio Itamaraty, Brasilia, Utopia, Brasil
Património Mundial UNESCO
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Personagens
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Cruzeiro Princess Yasawa, Maldivas
Praias
Maldivas

Cruzeiro pelas Maldivas, entre Ilhas e Atóis

Trazido de Fiji para navegar nas Maldivas, o Princess Yasawa adaptou-se bem aos novos mares. Por norma, bastam um ou dois dias de itinerário, para a genuinidade e o deleite da vida a bordo virem à tona.
Queima de preces, Festival de Ohitaki, templo de fushimi, quioto, japao
Religião
Quioto, Japão

Uma Fé Combustível

Durante a celebração xintoísta de Ohitaki são reunidas no templo de Fushimi preces inscritas em tabuínhas pelos fiéis nipónicos. Ali, enquanto é consumida por enormes fogueiras, a sua crença renova-se.
Comboio do Fim do Mundo, Terra do Fogo, Argentina
Sobre Carris
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
Fiéis cristãos à saida de uma igreja, Upolu, Samoa Ocidental
Sociedade
Upolu, Samoa  

No Coração Partido da Polinésia

O imaginário do Pacífico do Sul paradisíaco é inquestionável em Samoa mas a sua formosura tropical não paga as contas nem da nação nem dos habitantes. Quem visita este arquipélago encontra um povo dividido entre sujeitar-se à tradição e ao marasmo financeiro ou desenraizar-se em países com horizontes mais vastos.
manada, febre aftosa, carne fraca, colonia pellegrini, argentina
Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
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Vida Selvagem
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.