Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização


Annapurna Glacial II
Glaciar desliza por uma encosta da grande montanha Gangapurna.
Calor e aconchego
Grupo de moradores aquece-se ao derradeiro sol da tarde, na fachada de um restaurante.
Paciência
Moradora de Manang espera por um rebanho numa ladeira de acesso à cidade.
Manang em tons de azul
Casario de Manang azulado, como visto da encosta dos Annapurnas a sul.
Rebanho modo psicadélico
Cabras felpudas com os chifres pintados de cores garridas.
Casario de Manang
Casario de Manang como visto da encosta dos Annapurnas a sul.
Gerações
Moradores de Manang de duas gerações seguidas, ao sol do fim da tarde.
Cuidados médicos
Sara Wong durante a consulta de mal-da-montanha aconselhada em Manang.
Fé em grupo
Crentes budistas-tibetanas fazem girar rodas de oração, em Manang.
Lanche perfeito
Uma combinação sagrada do Circuito Annapurna: milk tea e tarte de maça.
Rumo ao curral
Iaques percorrem uma ruela sombria de Manang.
Annapurna Glacial
Glaciar desliza por uma encosta da grande montanha Gangapurna.
The Projector Hall
Sala de projecção de cinema de Manang, anúncia as suas próximas sessões.
Homem vs Montanha
Marco e Josua contemplam um glaciar numa encosta da montanha Gangapurna.
Caminhada aquecida
Nativa de Manang passa por um fogo agitado pelo vento.
Rodas de oração
Duas rodas budistas de oração com uma cabeça de iaque acima.
Regresso a Manang
Josua e Marco C. Pereira caminham no regresso de uma caminhada de aclimatização
O Sol que Sobra
Moradora de Manang aquece ao sol de fim da tarde
Tráfico caprino
Rebanho de cabras ocupa uma rua sombria de Manang.
Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).

Por aquela altura, por mais peso que carregássemos, que não era pouco, um trecho de 1.6 km, como o que separava Braga (Bhakra) de Manang, provava-se um mero aquecimento.

Deixamos Braga integrados no mini-pelotão internacional em que seguíamos.

Vinte minutos de galhofa depois, estávamos a dar entrada em Manang. Cedo como era, chegávamos com tempo para escolhermos o alojamento com minúcia. Uma vez que a oferta abundava, separamo-nos.

Investigamos preços e condições de um ou dois hotéis. Logo, voltamos a encontrar-nos e comparamos o que tínhamos.

Manang, Circuito Annapurna, Nepal

Casario de Manang como visto da encosta dos Annapurnas a sul.

Voltamos a conseguir um hotel solarengo que só nos cobrava a alimentação desde que lá fizéssemos pelo menos o pequeno-almoço e jantar. No que dizia respeito aos banhos, nada melhorou face aos dias anteriores. O recrutador nepalês voltou a prometer-nos duches quente de manhã e ao fim do dia.

De facto, o nosso, à imagem de outros quartos, tinha duche. Mas, como acontecia há vários dias, faltava também àquele hotel uma solução para o congelamento nocturno da água canalizada da montanha. Assim sendo, à hora a que nos levantávamos e por umas boas duas horas não corria nada das torneiras, quanto mais água quente.

Juntamo-nos ao grupo na sala de chá e refeições aconchegante do hotel. Devoramos milkteas, aveias fumegantes e pães tibetanos ainda crocantes. Falamos de tudo um pouco e adiamos os planos do que quer que fosse.

Milktea e tarte de maça, Manang, Circuito Annapurna, Nepal

Uma combinação sagrada do Circuito Annapurna: milk tea e tarte de maçã.

Partilhávamos a noção de que Manang marcava uma primeira fronteira. Dali, até Thorong La, o zénite montanhoso do Circuito do Annapurna, não voltaríamos a ver uma povoação digna do estatuto de cidade. Nem de vila.

Ou sequer de aldeia. Apenas lugarejos que asseguravam aos forasteiros o essencial à sobrevivência.

Os Primeiros Passos Pela Alameda Comercial de Manang

De acordo, o passeio inocente ao longo da alameda terrosa de Manang, depressa se transformou numa sequência de pesquisas e testes do que não tínhamos comprado em Pokhara.

Os moradores de Manang conheciam bem a ansiedade com que os caminhantes chegavam à sua terra. E o efeito tranquilizante que as suas lojinhas repletas de luvas, meias, corta-ventos, sacos-cama e outros equipamentos neles tinham.

Numa, compramos aquecedores químicos para as mãos e pés. Noutra, meias ainda mais quentes que as que tínhamos. E um termo de qualidade que hà muito nos fazia falta. Noutra ainda, pares de grampos de metal para colocar nas botas. Esta compra, em particular, vir-se-ia a revelar providencial.

Desafiados por Josua, o alemão bem-disposto que nos acompanhou parte significativa do circuito, compramos ainda um naco generoso do popular queijo de iaque da região.

Passamos em frente ao salão de projecções de Manang. Anuncia três filmes para igual número de dias, todos eles alinhados em termos conceptuais com o que ali entretinha os estrangeiros: “O Lado de Selvagem” de Sean Penn. “Sete Anos no Tibete” de Jean-Jacques Annaud, com Brad Pitt. E, por fim, “Evereste” de Baltasar Kormákur.

Cartaz da sala de projecção, Manang, Circuito Annapurna, Nepal

Sala de projecção de cinema de Manang, anúncia as suas próximas sessões.

Damos com a sede da Himalayan Rescue Association Nepal e, nas imediações, com a Safe Drinking Water Station da cidade. Aproveitamos e renovamos a que guardávamos. Na sequência, cirandamos Manang acima e abaixo, atentos às suas curiosidades, sem pressas ou compromissos.

Ainda estávamos no primeiro dia daquela inusitada aclimatização citadina, mesmo tendo em conta que, de cidade convencional, Manang pouco tem.

Rodas de oração, Circuito Annapurna, Nepal

Duas rodas budistas de oração com uma cabeça de iaque acima.

O Regresso Antecipado ao Aconchego do Hotel

A meteorologia não tardou a ditar a sua ordem. Nuvens pesadas tomam o céu. Do nada, um vento húmido e gélido varre o vale de Marsyangdi e borrifam-no de uma chuva quase sólida. Um pastor recém-aparecido dos fundos da povoação conduz um rebanho de cabras felpudas rua acima, na direcção dos currais do seu refúgio.

Rebanho, Manang, Circuito Annapurna, Nepal

Cabras felpudas com os chifres pintados de cores garridas.

Era o sinal por que esperávamos. Apontamos ao sentido oposto do gado. Recolhemos ao hotel.

Sem que o esperássemos, o retorno antecipado presenteou-nos com mesa e cadeiras mesmo ao lado da disputada salamandra da sala de refeições. Ao fim do dia, nevou um pouco, o suficiente para tingir a noite de Annapurna de branco.

Ainda estávamos algo moídos das caminhadas de aclimatização dolorosas a partir de Bhakra. Assim, por volta das oito e meia, a pressão mal-disfarçada dos donos do hotel para que os hóspedes recolhessem aos quartos, satisfaz-nos os subconscientes como uma canção de embalar.

O Percurso de Aclimatização Inaugural de Manang

A nova aurora revela uma atmosfera ainda nevoenta e fria. Conscientes da urgência de forçarmos os corpos para a travessia árdua que se avizinhava, aceitamos o desafio de Josua de cumprirmos uma das caminhadas de aclimatização recomendadas.

Voltamos a atravessar toda a Manang. Chegados ao seu limiar noroeste, descemos na direcção do rio Marsyangdi.

Espera, Manang, Circuito Annapurna, Nepal

Moradora de Manang espera por um rebanho numa ladeira de acesso à cidade.

Atravessamo-lo por uma longa ponte suspensa. Do lado de lá, vêmo-nos bem acima do caudal esverdeado do lago Gangapurna. Em vez de buscarmos as suas margens, continuamos a ascender. Primeiro por um trilho que conquistava grandes paredões de cascalho, sobras da erosão dos sucessivos degelos e dilúvios.

Umas centenas de metros para diante, o trilho mete-se num pinhal de encosta. Era suposto ziguezaguear por essa encosta acima mas, parece-nos tão desusado como mal mantido. E engana-nos bem enganados.

Um Mau Caminho, Escorregadio e Demasiado Íngreme

Quando damos por nós, estamos a escalar uma vertente escorregadia. De início, revela-se inofensiva. Entretanto, ganha uma inclinação surpreendente e uma vista sobre o abismo bem mais assustadora do que pensávamos ser possível.

Não vínhamos a contar com aquela pseudo-escalada de quatro-patas e as máquinas fotográficas dependuradas do pescoço só atrapalhavam. Aos poucos, com paciência, algum sangue-frio e as intervenções preciosas de Josua que tinha vivido no Equador e chamava àquilo um passeio, atingimos o topo em segurança.

Caminhada, Manang, Circuito Annapurna, Nepal

Josua e Marco C. Pereira caminham no regresso de uma caminhada de aclimatização

Descomprimimos do apuro. Momentos depois, damos com a continuação do trilho que tínhamos perdido na base da encosta. Rogamos pragas as autoridades de Manang e ao abandono a que o tinham votado.

Prosseguimos pela grande montanha de Gangapurna (7455m), em partes forrada de pinhal, noutras, de um feno e tojo queimados pelo frio.

O Destino Final da Caminhada: o Glaciar Gangapurna

A ascensão revela-nos uma orla elevada. Do seu cimo repleto de vegetação, desvendamos uma parede-glaciar da montanha, uma espécie de queda de gelo que se prolongava pelo desfiladeiro sinuoso abaixo, num caudal sólido mas móvel, de blocos verticais afiados e das fendas que os separavam. Súbita, a visão deixa-nos num óbvio êxtase visual.

Caminhantes encosta Gangapurna, Circuito Annapurna, Nepal

Marco e Josua contemplam um glaciar numa encosta da montanha Gangapurna.

A apreciação do cenário não parece chegar Josua que nos desafia a descermos para a beira do glaciar. Só que o vento aumentava. Convocava nuvens que nos deixaram a suspeitar de tempestade. Chamamos Josua à razão e concordarmos na emergência de inaugurarmos a descida.

Relevo de glaciar encosta de Gangapurna, Circuito Annapurna, Nepal

Glaciar desliza por uma encosta da grande montanha Gangapurna.

Então, já pelo trilho correcto, o regresso flui sem incidentes. Concede-nos panoramas amplos do casario de Manang, estendido numa secção alisada da falda oposto, elevada sobre o Marsyandi.

A Consulta Médica de Toca-e-Foge, em Manang

Ao reentrarmos na cidade, percebemos que nos havíamos adiantado à tempestade. Lembramo-nos ainda que éramos os únicos do grupo que não tínhamos ido à consulta médica aconselhada a quem se propunha a continuar o Circuito Annapurna para o lado de lá de Thorong La.

A uns meros metros da Himalayan Rescue Association, decidimos que estava na hora de a resolvermos.

Entramos. Queixamo-nos às senhoras nepalesas na recepção da falta de sinalização no trilho de que voltávamos. Esclarecemos que essa falta nos havia conduzido a um falso caminho que poderia vitimar caminhantes menos preparados.

As senhoras recebem o queixume com sorrisos sarcásticos que nos soam a inércia. Mal veem sair o paciente que nos antecedia, despacham-nos para o isolamento anti-protesto e gélido do consultório.

Um jovem médico enfiado num blusão de penas massivo, dá-nos as boas-vindas e convida-nos a sentar. À sua frente, tem um oxímetro de dedo, um medidor de tensão e um grande caderno Sayapatri Deluxe, que lhe serve de livro de registos.

Consulta mal de altitude, Manang, Circuito Annapurna, Nepal

Sara Wong durante a consulta de mal-da-montanha aconselhada em Manang.

Começa por nos anotar os dados essenciais: nacionalidade, idade, peso. Pergunta se tínhamos tido sintomas de mal de altitude nos dias que precederam Manang. Respondemos os três que não. Que nem sequer durante as ascensões de aclimatização ao Ice Lake (4600m), à gruta de Milarepa (4150m) ou aquela de que regressávamos, também ela acima dos 4100 metros.

Ao inteirar-se deste  historial, o médico parece-nos convencido a abreviar a consulta. Coloca-nos o oxímetro nos dedos. Ao verificar 99% de O2 e um batimento cardíaco normal, corre connosco o mais depressa que consegue.

Josua volta ao hotel. Nós, ficamos a filtrar e a fotografar o fim de dia mágico de Manang, a deambularmos pelas suas ruelas de pedra e madeira. O mesmo rebanho de cabras do dia anterior, volta a cruzar a alameda principal.

De Novo à Descoberta de Manang, à Luz do Derradeiro Sol do Dia

Com o sol a dar nas vertentes a norte, grupos de moradores partilham o calor a conversarem bem juntinhos num banco à porta de um restaurante.

Moradores ao sol, Circuito Annapurna, Nepal

Grupo de moradores aquece-se ao derradeiro sol da tarde, na fachada de um restaurante.

Uma fila de mulheres fiéis, dá voltas à parede de orações na base da estupa budista branca e dourada que abençoa a cidade. Deixamos aquele âmago solarengo da povoação determinados a encontrar outros recantos iluminados.

Nessa romaria, passamos por uma nova estupa, dotada de estandartes budistas coloridos com que o vendaval marginal da povoação parecia chicotear as distantes Annapurnas.

Fieis budistas-tibetanas, Manang, Circuito Annapurna, Nepal

Crentes budistas-tibetanas fazem girar rodas de oração, em Manang.

Prosseguimos sem rumo. Mesmo se os caminhantes estrangeiros a invadem dia após dia e se misturam com os seus 6500 habitantes, Manang preserva uma vida rural original, à margem dos guias, dos carregadores, dos hotéis, lojas e restaurantes.

Numa ruela sombria, frígida a condizer, damos com uma fila de cabras à espera da sua vez de entrarem para os currais.

Rebanho em Manang, Circuito Annapurna, Nepal

Rebanho de cabras ocupa uma rua sombria de Manang.

Uma mulher faz dois cavalos passarem por debaixo do portal norte da cidade. Seguem-na três raparigas cada qual a carregar uma bilha de gás às costas, dentro de cestos tradicionais de verga.

Por ali mesmo, uma outra camponesa de mãos sujas empurra um iaque teimoso para um qualquer destino que não chegámos a apurar.

Fogueira, Manang, Circuito Annapurna, Nepal

Nativa de Manang passa por um fogo agitado pelo vento.

Retornamos ao centro mais aberto, frequentado e iluminado de Manang. Ali, entre galinhas oportunistas, à entrada do depósito de querosene da cidade, um jovem pai diverte-se a jogar à bola com o filho anda tropeção.

Jovens moradores, Manang, Circuito Annapurna, Nepal

Moradores de Manang de duas gerações seguidas, ao sol do fim da tarde.

O velho sol não tardou a cair para trás das Annapurnas. Tirou à cidade e tirou-nos a nós o cobertor que nos emprestara. Só o devolveu no fim da manhã seguinte.

Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna - A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
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Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Thorong La, Circuito Annapurna, Nepal, foto para a posteridade
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
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A América do Norte Ancestral de Taos

De viagem pelo Novo México, deslumbramo-nos com as duas versões de Taos, a da aldeola indígena de adobe do Taos Pueblo, uma das povoações dos E.U.A. habitadas há mais tempo e em contínuo. E a da Taos cidade que os conquistadores espanhóis legaram ao México, o México cedeu aos Estados Unidos e que uma comunidade criativa de descendentes de nativos e artistas migrados aprimoram e continuam a louvar.
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Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
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O fenómeno não é único mas, em Manaus, reveste-se de uma beleza e solenidade especial. A determinada altura, os rios Negro e Solimões convergem num mesmo leito do Amazonas mas, em vez de logo se misturarem, ambos os caudais prosseguem lado a lado. Enquanto exploramos estas partes da Amazónia, testemunhamos o insólito confronto do Encontro das Águas.
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Os romanos conheciam as Canárias como as ilhas afortunadas. Fuerteventura, preserva vários dos atributos de então. As suas praias perfeitas para o windsurf e o kite-surf ou só para banhos justificam sucessivas “invasões” dos povos do norte ávidos de sol. No interior vulcânico e rugoso resiste o bastião das culturas indígenas e coloniais da ilha. Começamos a desvendá-la pelo seu longilíneo sul.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Inverno Branco
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Neve sem Fim na Ilha do Fogo

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A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
De frente para a Ponta do Passo.
Natureza
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A Primeira Luz de Quem Navega de Cima

Integra o grupo dos seis ilhéus em redor da Ilha de Porto Santo mas está longe de ser apenas mais um. Mesmo sendo o ponto limiar oriental do arquipélago da Madeira, é o ilhéu mais próximo dos portosantenses. À noite, também faz do fanal que confirma às embarcações vindas da Europa o bom rumo.
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Outono
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Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Carrinha no Jossingfjord, Magma Geopark, Noruega
Parques Naturais
Magma Geopark, Noruega

Uma Noruega Algo Lunar

Se recuássemos aos confins geológicos do tempo, encontraríamos o sudoeste da Noruega repleto de enormes montanhas e de um magma incandescente que sucessivos glaciares viriam a moldar. Os cientistas apuraram que o mineral ali predominante é mais comum na Lua que na Terra. Vários dos cenários que exploramos no vasto Magma Geopark da região parecem tirados do nosso grande satélite natural.
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Património Mundial UNESCO
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Em Busca da Praia Dominicana Imaculada

Contra todas as probabilidades, um dos litorais dominicanos mais intocados também é dos mais remotos. À descoberta da província de Pedernales, deslumbramo-nos com o semi-desértico Parque Nacional Jaragua e com a pureza caribenha da Bahia de las Águilas.
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Personagens
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Praias
Gizo, Ilhas Salomão

Gala dos Pequenos Cantores de Saeraghi

Em Gizo, ainda são bem visíveis os estragos provocados pelo tsunami que assolou as ilhas Salomão. No litoral de Saeraghi, a felicidade balnear das crianças contrasta com a sua herança de desolação.
Rocha Dourada de Kyaikhtiyo, Budismo, Myanmar, Birmania
Religião
Monte Kyaiktiyo, Myanmar

A Rocha Dourada e em Equilíbrio de Buda

Andamos à descoberta de Rangum quando nos inteiramos do fenómeno da Rocha Dourada. Deslumbrados pelo seu equilíbrio dourado e sagrado, juntamo-nos à peregrinação já secular dos birmaneses ao Monte Kyaiktyo.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
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Sociedade
Jerusalém, Israel

Em Festa no Muro das Lamentações

Nem só a preces e orações atende o lugar mais sagrado do judaísmo. As suas pedras milenares testemunham, há décadas, o juramento dos novos recrutas das IDF e ecoam os gritos eufóricos que se seguem.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Vida Selvagem
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.