Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech


Pastéis nos ares
Detalhes da arquitectura religiosa-colonial de Campeche, erguida pelos conquistadores espanhóis sobre a cidade maia por eles destruída de Cam Pech
Encontro de gerações
Criança passa por um ancião num dos muitos passeios elevados das ruas da cidade.
Torres Gémeas de Campeche
As torres gémeas e imponentes da Catedral de Nuestra Sra de la Purísima Concepción, a maior das igrejas de Campeche, elevada bem acima do seu casario.
Com a luz de frente
Pedestre caminha pela sombra garantida pelas arcadas do Parque Principal de Campeche.
Natureza & história
Sombras tropicais num recanto de um antigo edifício colonial da cidade.
A solidez do catolicismo
Pedestres de dimensão insignificante contra a base da fachada da Catedral de Nuestra Sra de la Purísima Concepción.
Sombra vs Sol
Esquina de uma calle tradicional e colorida nas imediações do âmago histórico de Campeche
Duo Tradicional
Nativas de Campeche vestidas a rigor.
1 de 11
Pormenor do mural "Once Campeches"
Esquina a cores
Moradores concentram-se numa esquina profunda de um velho bairro de Campeche.
11 de 11
Mural "Once Campeches" que retrata os visuais de onze nativos da cidade.
Fé arejada
Fiéis numa pequena igreja colonial aberta para a rua.
Conversa de arcada
Moradores partilham o espaço sombrio e secular de uma arcada do Parque Principal de Campeche.
À Puerta
Momento nocturno do espectáculo de luz e som realizado na Puerta de Tierra da cidade.
Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.

Luís Villanueva e Wilberth Alejandro Sala Pech transaccionam-nos como a uma mercadoria numa estação de serviço da via rápida que liga Mérida a Campeche.

A estrada seguia paralela ao velho Caminho Real Maia entre as duas cidades.  Passava junto a aldeolas que, como Wilberth, preservavam óbvias raízes indígenas. Pedimos para pararmos numa ou outra, algo que o jovem cicerone nos concede com satisfação.

Detemo-nos em Becal. Wilberth revela-nos uma pequena fábrica familiar e artesanal de chapéus panamá. Apesar do nome, os “jipijapas” – assim lhes chamam os mexicanos – foram inventados no Equador.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, Once Campeches

Pormenor do mural “Once Campeches”

Admiramos como os artesãos os tecem um atrás do outro, a partir da fibra da folha de uma palmeira, por forma a satisfazer a procura dos muitos gringos que visitam o México.

Sepulturas Maias e Chapéus do Panamá

De Becal, apontamos a Pomush, povoação em que subsiste um dos raros cemitérios maias do mundo. Ali, em vez de em convencionais campas, as ossadas dos mortos são depositadas para a eternidade em pequenos caixas de madeira, forradas por toalhas com flores bordadas.

Nelas, caveiras e ossos ficam expostos ao ar e ao olhar. “Os meus avós estão por aqui algures”, revela-nos Wilberth, seguro da impressão adicional que nos causaria.

Antes que nos indicasse o lugar exacto, atrapalhamo-lo com questões sobre como os padres católicos lidavam com aquela prática. Wilberth assegura-nos que, com os séculos, se estabeleceu uma saudável convivência.

O nosso tempo começava a escassear. Apressámo-nos a regressar ao caminho.

Quando damos entrada no hotel de Campeche, o sol poente dourava o âmago histórico da cidade.

A viagem tinha-nos deixado exaustos mas um espectáculo nocturno de luz e som a ter lugar entre as muralhas do seu enorme forte justificava que recorrêssemos às derradeiras energias.

A exibição, junto a uma tal de Puerta de Tierra, reencenou o passado atribulado da cidade, da era indígena à invasão dos conquistadores espanhóis e dai em diante.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, À Puerta

Momento nocturno do espectáculo de luz e som realizado na Puerta de Tierra da cidade.

Tínhamos acabado de chegar e Campeche já nos irradiava a riqueza da sua história.

Despertar com Céu Azul e Entre Fachadas Pastel

Sete horas depois, rejuvenescidos, apreciámo-la sob a luz tropical da manhã. Paragens mais coloniais que estas não abundam.

Da Plaza Campeche, para qualquer que fosse a direcção, a cidade desdobra-se numa sucessão geometrizada de calles numeradas e largos que se encontram em curiosas esquinas: a del Cometa, a del Toro, a del Perro.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, Sombra vs Sol

Esquina de uma calle tradicional e colorida nas imediações do âmago histórico de Campeche

No sudoeste imediato, essa grelha é ainda mais rigorosa, submissa às velhas muralhas e aos baluartes que antes protegiam a medula urbana das sucessivas tentativas de conquista ou saque.

A umas centenas de metros do Barrio de Guadalupe que nos acolhera, a Calle 10 conduz-nos ao longo de uma das fachadas laterais da Catedral de Nuestra Sra de la Purísima Concepción.

Logo, ao Parque Principal, este, centrado em redor de uma espécie de coreto sob esteróides.

Como é suposto acontecer em urbes de tal calibre católico, as torres gémeas da catedral sobrepõem-se ao parque, ao seu arvoredo e ao casario campechano em geral.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, Torres Gémeas de Campeche

As torres gémeas e imponentes da Catedral de Nuestra Sra de la Purísima Concepción, a maior das igrejas de Campeche, elevada bem acima do seu casario.

O dia começara há apenas três horas mas os moradores já percorriam preferencialmente as arcadas dos palacetes nobres e garridos, a salvo do braseiro que se intensificava.

Para o interior, Campeche rende-se a uma profusão de quarteirões de um pastel multicolor.

As suas casas e passeios surgem elevados face ao plano das ruas, assim protegidos das raras chuvadas fulminantes.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, Esquina a cores

Moradores concentram-se numa esquina profunda de um velho bairro de Campeche.

Deslocada do frenesim intenso do cientro, a vida flui ali mais lenta e desafogada, afectada de quando em quando, pelos roncos característicos de um outro fusca.

A repetição padronizada dessas calles mantêm-nos num modo semi-alienado de exploração, de tal forma absortos do todo que nos esquecemos de que o mar só distava umas centenas de metros.

Com excepção para as tropelias de um qualquer furação ou tempestade tropical, o fundo do Golfo do México embate no Malecon marginal da cidade, com uma preguiça adequada ao lugar.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, Encontro de gerações

Criança passa por um ancião num dos muitos passeios elevados das ruas da cidade.

A Submissão Maia e o Longo Período Colonial

Desde a viragem para o século XVI a cirandarem pelo Mar das Caraíbas, em 1517, os descobridores e conquistadores espanhóis acabaram por ali desembarcar.

Segundo narrou Bernal Diaz Castillo – o principal escriba da Conquista do México – abasteceram-se de água com a complacência dos chefes locais que lhes mostraram ainda os seus palácios e pirâmides.

A sede por riqueza e poder dos forasteiros viria a ditar um desfecho trágico da civilização maia local.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, tradição

Nativas de Campeche vestidas a rigor.

A povoação denominava-se, então, Ah-Kin-Pech, simplificado como Can Pech. De forma rude, o nome traduzia-se como lugar da cobra e da carraça.

Se a primeira incursão se provou pacífica, a passagem dos homens de Francisco Hernández de Córdoba e Antón de Alaminos para a zona vizinha de Champoton, despoletou uma saga de violência que veio a gerar muitas baixas e só terminaria mais de vinte anos volvidos, sob comando de Francisco de Montejos.

Quando os espanhóis a encontraram, Can Pech abrigava cerca de 40 mil maias.

Alguns anos depois, muito graças às epidemias de varíola e de outras maleitas desconhecidas no Novo Mundo, o número era já inferior a 6 mil. Com os Maias destroçados, os conquistadores ergueram uma nova cidade sobre a povoação antes majestosa dos nativos.

Como seria de esperar, San Francisco de Campeche desenvolveu-se sob os fortes padrões hispânicos da época. Rivalizou com outras cidades grandiosas e influentes do império, Havana e Cartagena de Índias.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, A solidez do catolicismo

Pedestres de dimensão insignificante contra a base da fachada da Catedral de Nuestra Sra de la Purísima Concepción.

Concentrou o ouro, outros metais preciosos e comodidades subtraídos um pouco por todo o México que de lá eram despachados para Espanha.

Bartolomeu Português entre um Enxame de Piratas

À medida que enriqueceu, Campeche recebeu mais e mais mansões coloniais, palacetes e igrejas. Como Havana e Cartagena, os piratas que esquadrinhavam os mares ao largo não lhe conseguiram resistir: John Hawkins, Francis Drake e tantos outros visaram-na.

Também um tal de Bartolomeu Português, famoso bucaneiro luso que viveu e operou durante o século XVII e cuja vida dava para um filme.

Crê-se ter sido o autor de um código de conduta que, espantemo-nos, os piratas adoptaram e seguiram durante o século XVIII.

Pelo menos entre 1666 e 1669, Campeche manteve-se o seu alvo preferencial. Português navegava num barco que roubara, dotado com quatro canhões, assistido por uma tripulação de trinta homens.

Após capturar uma embarcação espanhola e encher o seu navio com 70 mil Reales de a Ocho (moedas de prata) e toneladas de grãos de cacau enfrentou mau tempo.

Como se não bastasse, viu-se detido por uma pequena frota de navios espanhóis de guerra. Foi forçado a voltar a Campeche onde as autoridades o aprisionaram num outro barco. Mas, Bartolomeu Português conseguiu matar a sentinela e escapar.

Terá atravessado 150 km de selva até ao leste da Península de Iucatão de onde regressou a Campeche com vinte novos auxiliares.

Em Campeche, capturou o barco onde havia estado preso. Durante a fuga, a tripulação fez o barco encalhar e perdeu uma vez mais a carga armazenada a bordo.

Bartolomeu Português passou o resto da sua vida a atacar navios e povoações espanholas sem grande proveito. Em “Buccaneers of America”, o flibusteiro, historiador da pirataria e autor Alexandre Exquemelin afirma ter testemunhado, na Jamaica, os seus derradeiros dias, passados na miséria.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, Pastéis nos ares

Detalhes da arquitectura religiosa-colonial de Campeche, erguida pelos espanhóis sobre a cidade maia por eles destruída de Can Pech

Os ataques dos piratas, bucaneiros e corsários a Campeche tornaram-se tantos e tão frequentes que os espanhóis investiram boa parte dos seus proveitos em muralhas e baluartes, os mesmos que continuam a encerrar o fulcro histórico oval da cidade.

A Deslumbrante Mestiçagem de Campeche

Hoje, os Maias e os descendentes dos colonos hispânicos cruzam-se nas calles como se cruzam no eterno processo mexicano de mestiçagem.

Entre o Parque Principal e o Malecón, encontramos uma obra que ilustra na perfeição a riqueza genética e a diversidade das gentes da cidade. Um enorme mural decora a fachada lateral de um banco.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, Once Campeches

Mural “Once Campeches” que retrata os visuais de onze nativos da cidade.

Denominado “Once Campeches” ilustra os traços, os trajes e os modos de vida do mesmo número de nativos campechanos, da criancice à velhice.

Mais para o fim da tarde, com uma quase frescura a instalar-se, o Parque Principal e outras plazas acolhem o ansiado modo pós-laboral e pós-escolar dos moradores.

Caminhamos calle 12 fora até darmos com os Portales de la Plazuela de San Francisco, lugar de restaurantes-esplanada, vários, animados por música ao vivo. Éramos, há muito, fãs da orchata mexicana.

Quando o recepcionista nos informa que não a serviam no hotel mas que encontraríamos, nos Portales, a melhor à face da Terra, sentimo-nos um pouco como Francis Drake, Hawkins e Bartolomeu Português: sem nos podermos poupar à incursão.

A orchata não desiludiu. De tal maneira que, em vez de comermos uma refeição convencional, as fomos repetindo.

Bingo a Feijões no Parque Principal

No regresso, constatamos como, em simultâneo com a vida prazerosa da rua, Campeche se entregava a uma outra, a dos incontáveis lares térreos que os moradores mantêm de portas e janelas abertas, com entradas, pátios e varandas que usam como extensões das calles.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, Conversa de arcada

Moradores partilham o espaço sombrio e secular de uma arcada do Parque Principal de Campeche.

Regressamos ao Parque Principal com a noite instalada. O grande coreto acolhia um ritual barulhento e profano que escapava à supervisão austera da catedral ao lado.

Do lado de lá da sua circunferência, um bar passa reggaeton caribenho – por certo porto-riquenho – a altos berros.

Aquém, mais próximo do templo, tinha início nova sessão do bingo de rua da cidade. Grupos de mulheres instaladas em distintas mesas acompanhavam a extração dos números e símbolos pictóricos.

O bingo era “cantado” por Rosa Puga que há nove anos ditava a sorte pelo puro prazer do convívio, já que o valor das apostas permitido se mantém tão simbólico como as próprias figurinhas extraídas.

Tombola, bingo de rua-Campeche, Mexico

Rosa Puga, a senhora que canta os símbolos que vão saindo.

Sem melhores planos, sentamo-nos na companhia das senhoras. Lá ficamos a assistir à sua excitação na iminência de preencherem os cartões com os gatos, mulas, cometas, rosas, cavalos e navalhas saídos da tômbola adesivada.

Lá apreciamos a harmonia com que Campeche encerrava mais um dos seus serões abafados e se rendia ao silêncio da noite caribenha.

Mais informações sobre Campeche no site Visit Mexico.

Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias

Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.
Mérida, México

A Mais Exuberante das Méridas

Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
Mérida, México

A Mais Exuberante das Méridas

Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias

Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
Cartagena de Índias, Colômbia

A Cidade Apetecida

Muitos tesouros passaram por Cartagena antes da entrega à Coroa espanhola - mais que os piratas que os tentaram saquear. Hoje, as muralhas protegem uma cidade majestosa sempre pronta a "rumbear".
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Uxmal, Iucatão, México

A Capital Maia que Se Empilhou Até ao Colapso

O termo Uxmal significa construída três vezes. Na longa era pré-Hispânica de disputa do mundo Maia, a cidade teve o seu apogeu, correspondente ao cimo da Pirâmide do Adivinho no seu âmago. Terá sido abandonada antes da Conquista Espanhola do Iucatão. As suas ruínas são das mais intactas da Península do Iucatão.
Barrancas del Cobre, Chihuahua, México

O México Profundo das Barrancas del Cobre

Sem aviso, as terras altas de Chihuahua dão lugar a ravinas sem fim. Sessenta milhões de anos geológicos sulcaram-nas e tornaram-nas inóspitas. Os indígenas Rarámuri continuam a chamar-lhes casa.
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Chichen Itza, Iucatão, México

À Beira do Cenote, no Âmago da Civilização Maia

Entre os séculos IX a XIII d.C., Chichen Itza destacou-se como a cidade mais importante da Península do Iucatão e do vasto Império Maia. Se a Conquista Espanhola veio precipitar o seu declínio e abandono, a história moderna consagrou as suas ruínas Património da Humanidade e Maravilha do Mundo.
Real de Catorce, San Luís Potosi, México

De Filão da Nova Espanha a Pueblo Mágico Mexicano

No início do século XIX, era uma das povoações mineiras que mais prata garantia à Coroa Espanhola. Um século depois, a prata tinha-se desvalorizado de tal maneira que Real de Catorce se viu abandonada. A sua história e os cenários peculiares filmados por Hollywood, cotaram-na uma das aldeias preciosas do México.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Safari
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Arquitectura & Design
Napier, Nova Zelândia

De volta aos Anos 30 – Calhambeque Tour

Numa cidade reerguida em Art Deco e com atmosfera dos "anos loucos" e seguintes, o meio de locomoção adequado são os elegantes automóveis clássicos dessa era. Em Napier, estão por toda a parte.
Aventura
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Cerimónias e Festividades
Apia, Samoa Ocidental

Fia Fia – Folclore Polinésio de Alta Rotação

Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e daqui ao Havai, contam-se muitas variações de danças polinésias. As noites samoanas de Fia Fia, em particular, são animadas por um dos estilos mais acelerados.
Torres da catedral de Puelba iluminada durante o ocaso
Cidades
Puebla, México

Uma Cidade Atulhada de Fé, no Sopé do Vulcão

Foi tal o ímpeto proselitista católico na fundação de Puebla de Los Angeles, no século XVI, que determinados cronistas já lá relatavam uma igreja para cada dia do ano. Puebla conta com quase duzentas e noventa. Num domínio ex-colonial barroco e majestoso desafiador de Popocatépetl (5426m), a “montanha fumarenta” do México.
Comida
Comida do Mundo

Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

Cada povo, suas receitas e iguarias. Em certos casos, as mesmas que deliciam nações inteiras repugnam muitas outras. Para quem viaja pelo mundo, o ingrediente mais importante é uma mente bem aberta.
Efate, Vanuatu, transbordo para o "Congoola/Lady of the Seas"
Cultura
Efate, Vanuatu

A Ilha que Sobreviveu a “Survivor”

Grande parte de Vanuatu vive num abençoado estado pós-selvagem. Talvez por isso, reality shows em que competem aspirantes a Robinson Crusoes instalaram-se uns atrás dos outros na sua ilha mais acessível e notória. Já algo atordoada pelo fenómeno do turismo convencional, Efate também teve que lhes resistir.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Tsitsikamma Parque Nacional
Em Viagem
Garden Route, África do Sul

O Litoral Jardim da África do Sul

Estendida por mais de 200km de costa natural, a Garden Route ziguezagueia por florestas, praias, lagos, desfiladeiros e parques naturais esplendorosos. Percorremo-la de leste para oeste, ao longo dos fundos dramáticos do continente africano.
A Grande Mesquita de Portto Novo, erguida por afro-brasileiros agudás.
Étnico
Porto Novo, Benim

Um Porto Inseguro da Encruzilhada Afro-Brasileira

Em 1730, os portugueses adicionaram Porto Novo aos seus entrepostos esclavagistas do Golfo da Guiné e lá fizeram aumentar o número de escravos enviados para o Brasil. Após a independência do Brasil de 1822 e sucessivas revoltas, escravos e até mercadores de escravos geraram um movimento de regresso às origens africanas. Hoje, Porto Novo é capital do Benim e uma das cidades beninesas que acolhe a influência destes apodados agudás.

Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Competição do Alaskan Lumberjack Show, Ketchikan, Alasca, EUA
História
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
Visitantes nos Jameos del Água
Ilhas
Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Mirador de La Peña, El Hierro, Canárias, Espanha
Natureza
El Hierro, Canárias

A Orla Vulcânica das Canárias e do Velho Mundo

Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Parques Naturais
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Caminhada Solitária, Deserto do Namibe, Sossusvlei, Namibia, acácia na base de duna
Património Mundial UNESCO
Sossusvlei, Namíbia

O Namibe Sem Saída de Sossusvlei

Quando flui, o rio efémero Tsauchab serpenteia 150km, desde as montanhas de Naukluft. Chegado a Sossusvlei, perde-se num mar de montanhas de areia que disputam o céu. Os nativos e os colonos chamaram-lhe pântano sem retorno. Quem descobre estas paragens inverosímeis da Namíbia, pensa sempre em voltar.
Verificação da correspondência
Personagens
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Mini-snorkeling
Praias
Ilhas Phi Phi, Tailândia

De regresso à Praia de Danny Boyle

Passaram 15 anos desde a estreia do clássico mochileiro baseado no romance de Alex Garland. O filme popularizou os lugares em que foi rodado. Pouco depois, alguns desapareceram temporária mas literalmente do mapa mas, hoje, a sua fama controversa permanece intacta.
Pemba, Moçambique, Capital de Cabo Delgado, de Porto Amélia a Porto de Abrigo, Paquitequete
Religião
Pemba, Moçambique

De Porto Amélia ao Porto de Abrigo de Moçambique

Em Julho de 2017, visitámos Pemba. Dois meses depois, deu-se o primeiro ataque a Mocímboa da Praia. Nem então nos atrevemos a imaginar que a capital tropical e solarenga de Cabo Delgado se tornaria a salvação de milhares de moçambicanos em fuga de um jihadismo aterrorizador.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Substituição de lâmpadas, Hidroelétrica de Itaipu watt, Brasil, Paraguai
Sociedade
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Crocodilos, Queensland Tropical Australia Selvagem
Vida Selvagem
Cairns a Cape Tribulation, Austrália

Queensland Tropical: uma Austrália Demasiado Selvagem

Os ciclones e as inundações são só a expressão meteorológica da rudeza tropical de Queensland. Quando não é o tempo, é a fauna mortal da região que mantém os seus habitantes sob alerta.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.