Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas


Amuletos
Chifres de iaque servem de amuletos à saída de Manang.
Fé de Penas
Ancião ora com uma roda de prece budista, à beira do trilho que segue para Yak Kharka.
Política Religiosa
Inscrição numa pedra polida reclama o nascimento de Buda no Nepal.
Bandeiras de Buda.
Estandartes coloridos assinalam a religião predominante em todo o Circuito Annapurna.
Meandros Paralelos
Linhas sinuosas de um afluente do rio Marsyangdy e do trilho que conduz a Yak Kharka.
Hóteis de Gunsang
Hotéis marcam a entrada de Gunsang.
Xadrês – Check
Dupla de caminhantes amigos e praticantes de xadres disputam uma partida ao ar livre.
Gado nepalês
Iaque repousa com o fundo grandioso de um dos cumes aguçados dos Annapurnas.
A Caminho
Caminhante turco Fevsi cruza uma ponte suspensa do percurso.
Ao sabor da gravidade
Rio com caudal diminuído desliza das terras mais altas dos Annapurnas.
Montada Nepalesa
Sela tradicional num cavalo usado por um morador de Manang.
Neon Versão Yak Kharka
Colecção de tabuletas promocionais à chegada de Yak Kharka.
Sombras ao Calhas
Caminhantes divertem-se sobre um morro nas imediações de Yak Kharka.
Cowboy Nepalês
Guia prepara-se para cavalgar a caminho de Manang.
Derradeiras Compras
Sara Wong e Josua compram queijo de iaque e outros bens numa loja de Manang.
Espera ao sol
Dona de uma tea house de beira de estrada aguarda por mais caminhantes.
Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.

A noite, a altitude e a ansiedade. A ansiedade, a altitude e a noite, fosse qual fosse a sequência, a partir de determinada altura, o trio caminhava de mãos dadas.

Pouco habituado aos 3500 metros e às incursões extenuantes aos 4500, durante o sono, os nossos organismos começaram a dar sinais.

Na derradeira dormida em Manang, com a partida combinada para as 8h, estranhámos o batimento cardíaco: as aparentes arritmias, o pulsar exacerbado, como que se o coração nos tentasse fugir pela boca. E o receio incontornável de um chilique qualquer nos vitimar.

Uma vez mais, a apreensão com a quantidade de água que tínhamos bebido e o reforço de última hora do líquido que, depois, não bastasse já o coração revolto, nos obrigava ir à casa de banho duas, três, quatro vezes adicionais.

Nesta amálgama de emoções e apreensões, pouco ou nada dormimos.

Despertamos às 6h30, a tempo de arrumar as mochilas para a caminhada e, logo, para o pequeno-almoço e para as últimas compras de Manang.

Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka, compras

Sara Wong e Josua compram queijo de iaque e outros bens numa loja de Manang.

Derradeiros Preparativos e um Inevitável Carregador

Deixamos o hotel Himalayan Singi às 8h. À saída, encontramos o carregador que tínhamos contratado na manhã anterior. Por princípio, éramos contra o recurso a carregador como mera facilitação do esforço requerido pelo Circuito Annapurna.

Devíamos, no entanto, ter em conta que só o equipamento fotográfico que carregávamos tinha mais de metade dos oito ou nove quilos considerados aconselhados.

Conscientes da tragédia ocorrida em Outubro de 2014 no desfiladeiro de Thorong La e que abordaremos no episódio que dedicarmos à sua travessia, estávamos também munidos de sacos-cama dos mais quentes, -20º (e mais pesados) a que planeávamos recorrer caso lá nos víssemos retidos por alguma intempérie.

Longe de sermos montanheiros inveterados, andávamos com demasiado peso, era essa a realidade.

Não contávamos com o carregador para nos levar toda a carga nem para a totalidade do percurso que faltava. A ideia era que nos ajudasse apenas com o peso que tínhamos em excesso e só de Manang até Muktinath, sobretudo na travessia de Thorong La.

Queríamos, por todos os meios, evitar desistirmos devido a um qualquer colapso hernial das costas. Aliás, levámos uma semana a tentar precavê-lo com longas sessões de alongamentos no final de cada caminhada, e sempre que nos lembrávamos de os reforçar.

De acordo, tínhamos previsto o carregador levar-nos uma mochila com esse peso que estava a mais. Nós, carregaríamos o equipamento fotográfico e, cada qual, a sua mochila com os nove, vá lá que fosse dez ou onze quilos, considerados seguros.

Na véspera, para contratarmos os serviços do carregador, limitámo-nos a perguntar num hotel em frente ao nosso se conheciam alguém. Ao que o rapaz de serviço nos respondeu: “Cheguem aqui. Tenho aqui um.” Seguimo-lo até passarmos por uma porta lateral. No exterior, damos com uma obra de extensão do edifício em que trabalhavam quatro ou cinco homens e mulheres.

O rapaz chamou um dos operários. Falou com ele breves instantes e apresentou-o.

Don. De Operário da Construção Civil a Sherpa dos Annapurnas em Cinco Minutos

Chamava-se Don. Era, de longe, o mais pequeno dos trabalhadores que ali víamos. Teria, aliás, que ser um dos moradores adultos mais baixo, pequeno – chamemos-lhe o que quisermos – da cidade de Manang.

Por fácil que fosse, não queríamos ceder à tentação de fazermos da sua estatura um preconceito ou motivo de desassossego.

Don recorreu a um inglês atabalhoado. Confirmou-nos a disponibilidade para os três dias de percurso seguintes, supusemos que, em detrimento do trabalho na construção em que iria ganhar bem menos que o que lhe pagaríamos. Mesmo que, à laia de comissão, o hotel para que trabalhava lhe ficasse com parte.

Regressemos à manhã da partida. Saudamos Don.

Informamo-lo de que, antes de deixarmos Manang, pararíamos numa ou duas lojas e bancas, de maneira a comprarmos mais alguns aquecedores químicos, providenciais contra frieiras e queimaduras, caso a temperatura descesse a pique em Thorong La, ou, se lá nos víssemos em piores apuros.

Quando lhe passamos a mochila que era suposto carregar, Don mal consegue disfarçar a surpresa. O normal era os mochileiros dividirem a despesa com carregadores e, como tal, passarem-lhes enormes volumes, com vinte e até trinta quilos.

Ao confrontar-se com uma mochila pouco mais repleta que as nossas, Don olha em volta em busca do paradeiro da restante carga. Em vão.

Despedida de Manang e o Encalço do Grupo na Dianteira

Fechamos as compras. O grupo em que seguíamos desde Brakka (Braga) já partira há algum tempo pelo que apontamos ao extremo oeste de Manang.

A despedida da cidade move-nos a fazermos algumas derradeiras fotos das suas ruas, das suas gentes. Uns poucos moradores despedem-se.

Quando passamos o pórtico budista-tibetano que abençoa a povoação prendia-nos sobretudo a visão do seu casario de terra a destacar-se acima do caudal do rio Marsyangdi. Fotografamo-lo de distintas perspectivas.

Até que, por fim, Manang se transformou numa visão difusa.

Um Batatal Pedregoso e uma Partida de Xadrez a Meio da Caminhada

A determinado ponto, passamos por um grupo de camponeses acocorados num campo ressequido e pedregoso. Espantamo-nos ao constatarmos que já tinham enchido dois grandes cestos tradicionais nepaleses de batatas dali colhidas.

Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka, prece budista

Ancião ora com uma roda de prece budista, à beira do trilho que segue para Yak Kharka.

Nas imediações, um ancião agasalhado em trajes de penas modernos, faz rodar um mani de oração, sentado sob o sol generoso dessa manhã e entretido a ver os forasteiros caminharem rumo a Thorong La.

Caminho fora, continuavam a abundar os artefactos da fé budista-tibetana dos nepaleses destas partes: estandartes multicolores que ondulavam ao vento, cornos de iaque na base de estupas seculares.

Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka

Chifres de iaque servem de amuletos à saída de Manang.

Nos seus sucessivos meandros na meia-encosta, o trilho Annapurna Parikrama Padmarga conduz-nos à segunda casa de chá daquele trecho, já com um tal de Chullu West Hotel em vista.

Ali mesmo, sobre uma mesa colocada numa extensão escorada do caminho, um casal alourado, com visual de algures do norte da Europa, disputava uma partida de xadrez, acompanhada pela bebida fetiche do Circuito Annapurna: chá de gengibre com mel.

Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka

Dupla de caminhantes amigos e praticantes de xadres disputam uma partida ao ar livre.

Saudamo-los. Continuamos a recuperar do atraso que levávamos em relação ao grupo. E a ganhar avanço face a Don que se detivera para cumprimentar uma família num negócio anterior, com a promessa de que não tardaria a apanhar-nos.

Por Fim, a Junção ao Grupo e a Caminhada que Restava para Yak Kharka

Juntamo-nos ao grupo junto ao Chullu West Hotel, no lugarejo de Gunsang. Desfrutamos de parte da sua pausa, ainda com vigor de sobra para precisarmos de estender a nossa.

Daí em diante, seguimos integrados no pelotão.  Embalados pela deliciosa cavaqueira em inglês e em português as línguas mais usadas pelos dois brasileiros, três alemães, um turco, uma espanhola e um italiano, os membros do grupo.

Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka

Caminhante turco Fevsi cruza uma ponte suspensa do percurso.

Cruzamos a primeira ponte suspensa do dia, para variar já não sobre o rio Marsyangdi que, após mais de uma semana a fazer-nos companhia, fiel ao seu curso, nos deixava.

Do lado de lá da ponte, um escrito a negro sobre uma pedra polida proclamava em inglês: “Buda nasceu no Nepal, não na Índia!”.

Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka

Inscrição numa pedra polida reclama o nascimento de Buda no Nepal.

Minutos depois, um outro, este, mais sinalizador que reivindicativo, indicava o caminho para o Lago Tilicho.

A Passagem Emblemática pelo Desvio para o Lago Tilicho

Este lago situado a oeste de Manang, a quase 5.000 metros de altitude é outro dos lugares mágicos que costumam desinquietar os caminhantes do Circuito Annapurna.

Emergiu por mais que uma vez nas conversas do grupo, como alternativa de aclimatização mais remoto e extremo que o Ice Lake e a Milarepa Cave a que todos ascendemos a partir de Brakka e de Manang.

Em cada uma dessas ocasiões, a incursão ao Tilicho Lake foi posta de lado. Estávamos em Março.

O Inverno do Nepal só por essa altura se desvanecia. O lago permanecia semi-gelado, envolto por vertentes nevadas que a subida gradual da temperatura tornava propícias a avalanches a que nem os iaques nativos sobreviveriam.

Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka

Iaque repousa com o fundo grandioso de um dos cumes aguçados dos Annapurnas.

Não obstante, naquele vale amplo em que nos embrenhávamos, entre as bases do grande Annapurna III (7555m) e da montanha Chullu East (6584m) já quase só víamos neve nos cumes longínquos a sul e a norte.

Prosseguimos rumo ao destino final, ao longo de um afluente do Marsyangdi e até Yak Kharka (4018m), sem sobressaltos.

Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka

Rio com caudal diminuído desliza das terras mais altas dos Annapurnas.

Josh e Bruno, um dos alemães e um dos brasileiros do grupo tinham-se adiantado e cumprido os 10km do trecho meia-hora mais cedo.

Entrada em Yak Kharka e no Hotel Tradicional que Nos Acolheu

Por volta da uma da tarde, quando damos entrada na povoação o duo já resolvera a escolha dos aposentos, pelo que nos limitámos a instalar num dos quartos humildes do Hotel Thorong Peak.

Com a estada resolvida, entregamo-nos a um almoço prazeroso e revigorante. De barriga cheia, sonolento, o grupo dispersa. Alguns, limitam-se a apanhar sol nos bancos em frente ao hotel.

Nós, cumprimos parte da sessão quase obrigatória de alongamentos e organizamos a roupa e o equipamento fotográfico para o trajecto em falta.

Ao fim da tarde, voltamos a juntar-nos todos para uma volta de aclimatização na direcção de Ledar, um lugarejo situado já aos 4219m. Sempre eram duzentos metros extra acima dos 4.000m a que, após o Ice Lake e a Milarepa Cave, voltávamos a habituar o organismo.

Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka

Caminhantes divertem-se sobre um morro nas imediações de Yak Kharka.

Por esta altura, Tatiana, uma das duas miúdas alemãs com ascendência russa do grupo, começava a queixar-se de dor de cabeça e outros sintomas ainda contidos mas clássicos do Mal de Montanha. No caso dela, urgia confirmar que recuperava para a manhã seguinte.

Até então, nós, continuávamos imunes à altitude mas não ao receio de que nos pudesse atingir sem aviso.

Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka, cavaleiro

Guia prepara-se para cavalgar a caminho de Manang.

Uma Extensão Quase Só porque Sim à vizinha Ledar

Caminhamos, assim, em direcção a Ledar, de novo com a Annapurna III a insinuar-se acima de dois outros vértices de vertentes mais baixas.

Passamos pelo Himalayan View, um hotel arredado do centro estratégico de Yak Kharka que a placa à entrada situava em Upper Koche, além de aliciar os caminhantes mais fatigados a completarem o percurso de cavalo, num inglês maculado: “You can get horse to ride from hear to Leader Base Camp & Throng Top.

Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka

Colecção de tabuletas promocionais à chegada de Yak Kharka.

O sol não tardou a abandonar o vale. Na sombra, batidos por um vento cada vez mais gélido que nos fazia doer as faces, antecipamos o regresso ao hotel de Yak Kharka.

À imagem do que acontecia todas as noites, sentámo-nos em redor da salamandra da sala de jantar, a partilhar os petiscos nepaleses do costume.

No entretanto, Don tinha reaparecido. Convivia com os empregados nepaleses do hotel. Apercebemo-nos que estava embriagado. Com a noção plena do quanto o álcool gerava e agravava Mal de Altitude, aí sim, receámos pelo que isso pudesse representar na sua capacidade de ascender e cruzar o desfiladeiro de Thorong La.

Em seu abono, tinha a benesse de há muito viver nos 3500 metros de Manang e de, por certo estar mais que habituado a viagens em altitudes superiores, supúnhamos que, em boa parte delas, com álcool à mistura.

Nós, não percebíamos palavra do inglês etílico que Don nos balbuciava.

Para compensar, os nossos corações pareciam ter andado sempre certinhos.

Sentíamo-nos em forma para enfrentarmos o percurso Yak Kharka – Thorong Pedi que se seguia, bem como a ascensão suprema a Thorong La.

Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna - A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
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Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

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Religião
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Sociedade
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Rottnest Island, Wadjemup, Australia, Quokkas
Vida Selvagem
Wadjemup, Rottnest Island, Austrália

Entre Quokkas e outros Espíritos Aborígenes

No século XVII, um capitão holandês apelidou esta ilha envolta de um oceano Índico turquesa, de “Rottnest, um ninho de ratos”. Os quokkas que o iludiram sempre foram, todavia, marsupiais, considerados sagrados pelos aborígenes Whadjuk Noongar da Austrália Ocidental. Como a ilha edénica em que os colonos britânicos os martirizaram.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.