Santa Cruz de La Palma, Canárias

A Viagem na História de Santa Cruz de La Palma


Arcadas do Ayuntamento
Arcadas seculares na base do edifício do Ayuntamento de Santa Cruz de La Palma.
Beco Arcado
Beco que conduz ao âmago da Plaza de España.
Bouganvillea Exuberante
Sebe de Bouganvilleas resplandece entre um muro branco e um balcón de Santa Cruz.
Calle Real de Santa Cruz
Fachadas dos edifícios que delimitam a Calle Real, na iminência da Plaza de España.
Campanário da Igreja de San Salvador
A torre de pedra vulcânica da Igreja de San Salvador, num extremo da Plaza de España.
Grande Balcon
Palmeira reforça o visual tropical de um dos muitos recantos de Santa Cruz de la Palma.
Castillo Santa Catalina
A fachada traseira do Castillo de Santa Catalina, virada ao oceano Atlântico.
Frente do Castillo de Santa Catalina
A frente fortificada com fosso do Castillo de Santa Catalina.
Músicos
Estátua Divino homenageia músicos de Santa Cruz de La Palma.
Iglésia Santo Domingo
Ciclista treina acrobacias no largo da Iglésia de Santo Domingo
A Plaza de España
A estátua de Manuel Díaz no centro da Plaza de España de Santa Cruz de La Palma.
Varandas Avenida Marítima
Moradoras conversam em dois planos da Avenida Marítima e dos seus balcones.
Santa Cruz de La Palma
Painel de entrada em Santa Cruz de la Palma, decorado com os famosos Enanos da cidade.
Balcón Frondoso
Vegetação diversa pende de uma das varandas tradicionais da Avenida Marítima de Santa Cruz de La Palma.
Nau “Santa Maria” clonada
Miúdo ciclista pratica em frente a réplica da nau "Santa Maria", a original comandada por Cristóvão Colombo.
Começou como mera Villa del Apurón. Chegado o séc. XVI, a povoação não só tinha ultrapassado as suas dificuldades como era já a terceira cidade portuária da Europa. Herdeira dessa abençoada prosperidade, Santa Cruz de La Palma tornou-se uma das capitais mais elegantes das Canárias.

Com o fim da tarde, encerradas as obrigações laborais do dia, uma multidão de santacruceros aflui à Avenida Marítima.

Ali, apenas com o areal negro a separá-los do embalo do Atlântico, descomprimem da rotina, entregues a caminhadas e corridas sôfregas e a conversas animadas. Do lado oposto da estrada, desenrolam-se outras cavaqueiras menos ofegantes.

Com o passar dos anos, Santa Cruz teve que fazer cedências arquitectónicas à modernidade.

Quando admiramos as primeiras linhas do casario de cima do muro da marginal, reparamos na exuberância das suas varandas de madeira lavrada, várias, adornadas por flores, plantas e trepadeiras.

De uma delas, menos vegetal, uma moradora cavaqueira com uma amiga que a acompanha de cabeça inclinada. Debatem uma qualquer combinação confusa.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, Varandas Avenida Marítima

Moradoras conversam em dois planos da Avenida Marítima e dos seus balcones.

A dona da casa atira uma chave para baixo. Logo, um envelope. Ambas repetem os “vale, vale” de aprovação típicos do castelhano, tudo isto sob supervisão de um grupo de idosos em convívio numa mesa de esplanada próxima.

Reparamos numa varanda ao lado. Alojava uma vegetação tão farta que só tinha a descoberto a parte superior da estrutura. Dela pendiam quase florestas de plantas distintas.

Farfalhudas e exuberantes à laia das barbas dos conquistadores que partiram da Ibéria para o mundo.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, Vegetação de Varanda da Av. Marítima

Vegetação diversa pende de uma das varandas tradicionais da Avenida Marítima de Santa Cruz de La Palma.

Apesar de as outras ilhas terem a sua própria abundância e diversidade de edifícios coloniais, o conjunto de varandas que apreciávamos é considerado o mais prodigioso das Canárias.

Lado a lado, num curto trecho da avenida, surgem agrupados com diversos visuais, com destaque para os balcones dobles, diz-se que inspirados nas varandas e adufas tradicionais portuguesas.

Em Santa Cruz de La Palma, o emprego de tipologias e soluções lusitanas está por toda a parte. O âmago histórico da povoação, desenvolvida em redor de La Alameda, seguiu o padrão tido como português: linear e ajustado aos recortes da costa.

As varandas, em particular, foram adaptadas como solução de refrigeração para os dias mais quentes, numa beira-mar em que que os proprietários podiam contar com as brisas dos Alísios, ali provindos do quadrante norte.

Malgrado a beleza e a fama que conquistaram, eram consideradas estruturas secundárias dos lares. As frentes dos prédios respectivos ainda dão para a rua primordial da cidade, dividida entre Calle O’Daly e Calle Pérez de Brito.

Na origem das origens, anterior à predecessora Villa del Apurón, aquelas traseiras das casas tinham o mar por debaixo.

Abrigavam compartimentos de retretes, munidas de orifícios que permitiam o escoamento directo para a antiga zona de rebentação do Atlântico.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, prédio com varandas

Prédio com varandas tradicionais repletas de plantas, antes sobre o limiar do oceano Atlântico.

A Origem Colonial da Villa del Apurón

O lugarejo predecessor da cidade foi fundado, em 1493, por Alonso Fernández de Lugo, um conquistador nomeado adelantado.

Aquando da chegada dos navegadores europeus, as Canárias permaneciam sob controle dos indígenas Guanches, divididos em subgrupos aguerridos que defendiam La Palma e as outras ilhas Canárias. Ora, os Guanches resistiram aos invasores europeus durante todo o século XV.

Alonso Fernández de Lugo liderou as forças castelhanas em várias das batalhas cruciais contra eles travadas, sobretudo em Tenerife.

Numa delas, a Primeira Batalha de Acentejo (1494), foi um de apenas cinco sobreviventes. Por essa altura, a resistência dos guanches Benahoritas da vizinha do norte, La Palma, estava já dominada.

O realengo erguido por de Lugo ocupou um reduto do litoral à época conhecido por Tedote, uma das divisões da ilha estabelecidas pelos Benahoritas.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, Tedote

Zona do litoral da ilha de La Palma a que os nativos Benahoritas chamavam de Tedote.

Em 1542, já governado pelo sobrinho de De Lugo, passou a Villa del Apurón. Este baptismo terá resultado das agruras vividas pelos castelhanos em combate contra os Benahoritas.

Em virtude de a fundação da povoação se ter dado no dia hispânico da Invención de la Santa Cruz, Villa del Apurón coexistiu e alternou nos escritos e registos com Villa de Santa Cruz.

A Arquitectura e o Urbanismo Nobres de Santa Cruz de La Palma

Sem surpresa, por influência clerical, este último nome sobrepôs-se. Santa Cruz popularizou-se na história como Muy Noble y Leal Ciudad de Santa Cruz.

Quando a visitamos, o título e o nome vigoram. Santa Cruz é, agora, uma das capitais de ilha resplandecentes das Canárias.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, enanos

Painel de entrada em Santa Cruz de la Palma, decorado com os famosos Enanos da cidade.

Continuamos a descobri-la.

Da Avenida Marítima, internamo-nos na grelha urbana que o relevo de La Palma fez menos geométrico que noutras paragens.

A ruela estreita e sombria em que nos metemos, revela-nos o fosso e pórtico do Real Castillo de Santa Catalina, com a sua frente de costas voltadas para o Atlântico, um bom-senso militar que terá poupado muitas vidas.

Mesmo se a fortaleza resultou de um típico contexto de “casa assaltada, trancas à porta”.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, castillo Santa Catalina

A frente fortificada com fosso do Castillo de Santa Catalina.

A edificação do castelo teve início em 1554, no ano a seguir à invasão e saque liderados pelo pirata normando François Le Clerc, mais conhecido por Perna de Pau, nem que fosse porque realmente a tinha.

Umas dezenas de metros acima, entre palmeiras, damos entrada na Plaza de La Alameda.

Subsistem, por ali, mais alguns exemplares de fachadas e janelas históricas que nos remetem para o norte de Portugal. O próprio coreto no cerne da praceta é tanto canário e espanhol como podia ser português.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, fachada La Alameda

Palmeira recorta a fachada pastel de uma casa de La Alameda de Santa Cruz.

A Homenagem de Santa Cruz de La Palma aos Marinheiros das Canárias

No extremo oposto do jardim, encontramos, em doca seca, uma réplica da caravela “Santa Maria”, uma das três que Cristóvão Colombo comandou em busca da rota ocidental para as Índias.

A sua pequena frota zarpou de Palos de La Frontera, Huelva, em 3 de Agosto de 1492. Seis dias depois, atingiu as Canárias.

Colombo encarregou-se de reforçar as embarcações para o desconhecido que o esperava. Tratou também de recrutar marinheiros canários, famosos na Europa por terem o melhor conhecimento dos mares e por serem destemidos.

A 5 de Setembro, por fim, Colombo partiu rumo ao que pensava ser a Ásia. Sem saber como, descobriu as Américas para o Velho Mundo.

A réplica da “Santa Maria”, hoje transformada em Museu Naval Barco de La Virgen, foi construída junto ao Barranco de las Nieves de La Palma, como elemento fulcral das Festas Lustrales de la Bajada de la Virgen.

Malgrado o propósito religioso original, celebra a descoberta das Américas, a tradição marinheira de Santa Cruz e a participação dos marinheiros das Canárias na expedição de Colombo.

Calle Real e Plaza de España, o Âmago Majestoso de Santa Cruz de la Palma

No momento em que a admiramos, dois jovens ciclistas-acrobatas entretêm-se com voltas terrestres e terrenas no largo em frente. Levam o seu treino tão a sério que pedalam e saltam enfiados em capacetes dos completos, todos fechados.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, réplica da Nau Santa Maria

Miúdo ciclista pratica em frente a réplica da nau “Santa Maria”, a original comandada por Cristóvão Colombo.

Atraíam-nos, sobretudo, os largos dotados de escadarias, uma combinação abundante na histórica e inclinada Santa Cruz. Haveríamos de nos cruzar com o duo mais uma série de vezes.

O seguinte encontro deu-se nos domínios da Calle Real e da Plaza de España, lugar do Ayuntamiento da cidade, aclamado como o conjunto renascentista mais impressionante das Canárias.

Mesmo conhecedores da proibição, os miúdos ensaiaram, ali, alguns movimentos. Até que um polícia de passagem se encarrega de os expulsar. E de devolver a tranquilidade ao cenário secular.

Há muito que a Plaza de España mantém, na cidade, uma função dupla, com fronteiras difusas.

Delimitam-na a fachada e o campanário da Igreja de São Salvador, (ambos góticos) uma série de casas senhoriais e as Casas Consistoriais, da municipalidade.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, Plaza de España

A estátua de Manuel Díaz no centro da Plaza de España de Santa Cruz de La Palma.

No centro do conjunto destaca-se a estátua de Manuel Díaz, um padre, político, educador e homem de cultura proeminente, em Santa Cruz, na primeira metade do século XIX.

Do lado oposto à igreja, sob o olhar inquisitório de Manuel Díaz, as arcadas debaixo do Ayuntamento são garantia de sombra e abrigo para a chuva.

Lá vemos sentados moradores idosos, a recuperarem o fôlego das suas caminhadas às compras.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, arcadas Ayuntamento

Arcadas seculares na base do edifício do Ayuntamento de Santa Cruz de La Palma.

Outros núcleos arquitectónicos prodigiosos, mesmo se não tão imponentes que o da Plaza de España, contribuem para fazer de Santa Cruz a cidade reverenciada das Canárias que é.

Cada vez mais encantados, sentimo-nos na obrigação de perceber como tinha uma povoação do arquipélago, tão distante de Sevilha e de outras grandes cidades espanholas, conseguido tais atributos.

Do Realengo de Fernández de Lugo à Cidade Portuária da Europa

Pois, ditou o clima subtropical e o destino que, numa altura em que ainda era novidade, a cana-de-açúcar crescesse em abundância em La Palma.

De tal forma prolífica que o porto da cidade a exportava em grandes quantidades.

Mais tarde também vinho e até seda.

Cinco anos decorridos após a destruição às mãos de François Le Clerc, Felipe II (I de Portugal) decretou a criação do primeiro Juzgado de Índias.

Escolheu Santa Cruz de La Palma por, não obstante os danos causados pelos corsários, a cidade se ter voltado a provar a mais comercial das Canárias.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, Calle Real

Fachadas dos edifícios que delimitam a Calle Real, na iminência da Plaza de España.

De então em diante, qualquer embarcação espanhola com propósitos mercantis, deveria registar-se no Juzgado de Índias antes de partir para as Américas.

Como pretendido pelo rei, o influxo dos comerciantes, as ininterruptas transações com as colónias americanas e o norte da Europa substanciou a prosperidade de Santa Cruz.

No século XVI, tanto em número de barcos como de actividade comercial, o porto da cidade só ficava atrás dos de Sevilha e de Antuérpia.

A Elegância Histórica que Perdura

Na actualidade, finda há muito a era imperial de Espanha, Santa Cruz de La Palma conserva uma importância regional incontornável.

O porto da cidade assegura o transporte de pessoas e bens com as restantes Canárias e o sul de Espanha.

Mesmo assim, Santa Cruz de La Palma viu-se ultrapassada em população pelo município produtor de bananas de Los Llanos de Aridane.

No que diz respeito a elegância histórica e arquitectónica, continua sem rival.

La Palma, Canárias

A Isla Bonita das Canárias

Em 1986, Madonna Louise Ciccone lançou um êxito que popularizou a atracção exercida por uma isla imaginária. Ambergris Caye, no Belize, colheu proveitos. Do lado de cá do Atlântico, há muito que os palmeros assim veem a sua real e deslumbrante Canária.
Fuerteventura, Ilhas Canárias, Espanha

A (a) Ventura Atlântica de Fuerteventura

Os romanos conheciam as Canárias como as ilhas afortunadas. Fuerteventura, preserva vários dos atributos de então. As suas praias perfeitas para o windsurf e o kite-surf ou só para banhos justificam sucessivas “invasões” dos povos do norte ávidos de sol. No interior vulcânico e rugoso resiste o bastião das culturas indígenas e coloniais da ilha. Começamos a desvendá-la pelo seu longilíneo sul.
El Hierro, Canárias

A Orla Vulcânica das Canárias e do Velho Mundo

Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.
La Graciosa, Ilhas Canárias

A Mais Graciosa das Ilhas Canárias

Até 2018, a menor das Canárias habitadas não contava para o arquipélago. Desembarcados em La Graciosa, desvendamos o encanto insular da agora oitava ilha.
PN Timanfaya, Lanzarote, Canárias

PN Timanfaya e as Montanhas de Fogo de Lanzarote

Entre 1730 e 1736, do nada, dezenas de vulcões de Lanzarote entraram em sucessivas erupções. A quantidade massiva de lava que libertaram soterrou várias povoações e forçou quase metade dos habitantes a emigrar. O legado deste cataclismo é o cenário marciano actual do exuberante PN Timanfaya.
Tenerife, Canárias

O Vulcão que Assombra o Atlântico

Com 3718m, El Teide é o tecto das Canárias e de Espanha. Não só. Se medido a partir do fundo do oceano (7500 m), só duas montanhas são mais pronunciadas. Os nativos guanches consideravam-no a morada de Guayota, o seu diabo. Quem viaja a Tenerife, sabe que o velho Teide está em todo o lado.
Tenerife, Canárias

Pelo Leste da Ilha da Montanha Branca

A quase triangular Tenerife tem o centro dominado pelo majestoso vulcão Teide. Na sua extremidade oriental, há um outro domínio rugoso, mesmo assim, lugar da capital da ilha e de outras povoações incontornáveis, de bosques misteriosos e de incríveis litorais abruptos.
Vegueta, Gran Canária, Canárias

Às Voltas pelo Âmago das Canárias Reais

O velho e majestoso bairro Vegueta de Las Palmas destaca-se na longa e complexa hispanização das Canárias. Findo um longo período de expedições senhoriais, lá teve início a derradeira conquista da Gran Canária e das restantes ilhas do arquipélago, sob comando dos monarcas de Castela e Aragão.
Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

A Ponta Leste, algo Extraterrestre da Madeira

Inóspita, de tons ocres e de terra crua, a Ponta de São Lourenço surge, com frequência, como a primeira vista da Madeira. Quando a percorremos, deslumbramo-nos, sobretudo, com o que a mais tropical das ilhas portuguesas não é.
Paul do Mar a Ponta do Pargo a Achadas da Cruz, Madeira, Portugal

À Descoberta da Finisterra Madeirense

Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
La Palma, CanáriasEspanha

O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer

A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.
Fuerteventura, Canárias

Fuerteventura - Ilha Canária e Jangada do Tempo

Uma curta travessia de ferry e desembarcamos em Corralejo, no cimo nordeste de Fuerteventura. Com Marrocos e África a meros 100km, perdemo-nos no deslumbre de cenários desérticos, vulcânicos e pós-coloniais sem igual.
Gran Canária, Canárias

Gran (diosas) Canária (s)

É apenas a terceira maior ilha do arquipélago. Impressionou tanto os navegadores e colonos europeus que estes se habituaram a tratá-la como a suprema.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
Safari
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Casario tradicional, Bergen, Noruega
Arquitectura & Design
Bergen, Noruega

O Grande Porto Hanseático da Noruega

Já povoada no início do século XI, Bergen chegou a capital, monopolizou o comércio do norte norueguês e, até 1830, manteve-se uma das maiores cidades da Escandinávia. Hoje, Oslo lidera a nação. Bergen continua a destacar-se pela sua exuberância arquitectónica, urbanística e histórica.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Aventura
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
cowboys oceania, Rodeo, El Caballo, Perth, Australia
Cerimónias e Festividades
Perth, Austrália

Cowboys da Oceania

O Texas até fica do outro lado do mundo mas não faltam vaqueiros no país dos coalas e dos cangurus. Rodeos do Outback recriam a versão original e 8 segundos não duram menos no Faroeste australiano.
Chihuahua, cidade do México, pedigree, Deza y Ulloa
Cidades
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Casal Gótico
Cultura

Matarraña a Alcanar, Espanha

Uma Espanha Medieval

De viagem por terras de Aragão e Valência, damos com torres e ameias destacadas de casarios que preenchem as encostas. Km após km, estas visões vão-se provando tão anacrónicas como fascinantes.

Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Assuão, Egipto, rio Nilo encontra a África negra, ilha Elefantina
Em Viagem
Assuão, Egipto

Onde O Nilo Acolhe a África Negra

1200km para montante do seu delta, o Nilo deixa de ser navegável. A última das grandes cidades egípcias marca a fusão entre o território árabe e o núbio. Desde que nasce no lago Vitória, o rio dá vida a inúmeros povos africanos de tez escura.
Forte de São Filipe, Cidade Velha, ilha de Santiago, Cabo Verde
Étnico
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
real de Catorce, San Luís Potosi, México, Capela de Guadalupe
História
Real de Catorce, San Luís Potosi, México

A Depreciação da Prata que Levou à do Pueblo (Parte II)

Com a viragem para o século XX, o valor do metal precioso bateu no fundo. De povoação prodigiosa, Real de Catorce passou a fantasma. Ainda à descoberta, exploramos as ruínas das minas na sua origem e o encanto do Pueblo ressuscitado.
MAL(E)divas
Ilhas
Malé, Maldivas

As Maldivas a Sério

Contemplada do ar, Malé, a capital das Maldivas, pouco mais parece que uma amostra de ilha atafulhada. Quem a visita, não encontra coqueiros deitados, praias de sonho, SPAs ou piscinas infinitas. Deslumbra-se com o dia-a-dia maldivano  genuíno que as brochuras turísticas omitem.
Verificação da correspondência
Inverno Branco
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Hell's Bend do Fish River Canyon, Namíbia
Natureza
Fish River Canyon, Namíbia

As Entranhas Namibianas de África

Quando nada o faz prever, uma vasta ravina fluvial esventra o extremo meridional da Namíbia. Com 160km de comprimento, 27km de largura e, a espaços, 550 metros de profundidade, o Fish River Canyon é o Grand Canyon de África. E um dos maiores desfiladeiros à face da Terra.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Monteverde, Costa Rica, quakers, Reserva Biológica Bosque Nuboso, caminhantes
Parques Naturais
Monteverde, Costa Rica

O Refúgio Ecológico que os Quakers Legaram ao Mundo

Desiludidos com a propensão militar dos E.U.A., um grupo de 44 Quakers migrou para a Costa Rica, nação que havia abolido o exército. Agricultores, criadores de gado, tornaram-se conservacionistas. Viabilizaram um dos redutos naturais mais reverenciados da América Central.
city hall, capital, oslo, noruega
Património Mundial UNESCO
Oslo, Noruega

Uma Capital (sobre) Capitalizada

Um dos problemas da Noruega tem sido decidir como investir os milhares milhões de euros do seu fundo soberano recordista. Mas nem os recursos desmedidos salvam Oslo das suas incoerências sociais.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Praias
Gizo, Ilhas Salomão

Gala dos Pequenos Cantores de Saeraghi

Em Gizo, ainda são bem visíveis os estragos provocados pelo tsunami que assolou as ilhas Salomão. No litoral de Saeraghi, a felicidade balnear das crianças contrasta com a sua herança de desolação.
Peregrinos no cimo, Monte Sinai, Egipto
Religião
Monte Sinai, Egipto

Força nas Pernas e Fé em Deus

Moisés recebeu os Dez Mandamentos no cume do Monte Sinai e revelou-os ao povo de Israel. Hoje, centenas de peregrinos vencem, todas as noites, os 4000 degraus daquela dolorosa mas mística ascensão.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Kogi, PN Tayrona, Guardiães do Mundo, Colômbia
Sociedade
PN Tayrona, Colômbia

Quem Protege os Guardiães do Mundo?

Os indígenas da Serra Nevada de Santa Marta acreditam que têm por missão salvar o Cosmos dos “Irmãos mais Novos”, que somos nós. Mas a verdadeira questão parece ser: "Quem os protege a eles?"
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Devils Marbles, Alice Springs a Darwin, Stuart hwy, Caminho do Top End
Vida Selvagem
Alice Springs a Darwin, Austrália

Estrada Stuart, a Caminho do Top End da Austrália

Do Red Centre ao Top End tropical, a estrada Stuart Highway percorre mais de 1.500km solitários através da Austrália. Nesse trajecto, o Território do Norte muda radicalmente de visual mas mantém-se fiel à sua alma rude.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.