Cidade de Pedra, Goiás, Brasil

Uma Cidade de Pedra. Preciosa.


Vista de Cerrado
Guia perscruta o cerrado com recurso da binóculos, Cidade de Pedra, Pirenópolis
A Cidade de Pedra
Pináculos de rocha com mais de 800 milhões de anos da Cidade de Pedra, Pirenópolis
Buritis aos Molhos II
Buritis pendem de um buritizeiro
Buritis aos Molhos
Buritizeiro carregado de buritis
Buritizeiro Oportunista
Buritizeiro junto a um riacho.
Buritizeiros
Buritizeiro acima de riacho , Cerrado de Goiás
Cachoeira de Santa Maria
A Cachoeira de Santa Maria e a sua lagoa verde.
Súbito Galope
Cavalos galopam numa estrada entre fazendas, arredores de Pirenópolis
Triunfo Vegetal
Árvore desponta da Cidade de Pedra, a 50km de Pirenópolis
Cacto do Desfiladeiro
Cacto desponta do cimo de uma ravina da Cidade de Pedra
Cidade de Pedra adentro
Guias penetram na Cidade de Pedra, Pirenópolis
Cacto com Vista
Cacto desponta do cimo de uma formação da Cidade de Pedra, Pirenópolis
Quartzito vs Cerrado
Legado de quartzito quase afundado num Cerrado denso
Chuveirinho e Sempre-Viva
A planta símbolo do Cerrado, a sempre-viva ou chuveirinho
Capricho Erosivo II
Pináculo da Cidade de Pedra de Pirenópolis, a maior do Brasil
Mão-Cheia de Buritis
Mão-cheia de buritis do Cerrado
Capricho Erosivo
Capricho da erosão, acima de um pináculo da Cidade de Pedra de Pirenópolis, a maior do Brasil
Cachoeira do Lázaro
Cachoeira do Lázaro, arredores de Pirenópolis
Nuvem acima de Pedra
Nuvem paira sobre os pináculos da Cidade de Pedra de Goiás
Flor do Cerrado
Outra planta exuberante do Cerrado
Uma vastidão lítica desponta do cerrado em redor de Pirenópolis e do âmago do estado brasileiro de Goiás. Com quase 600 hectares e ainda mais milhões de anos, aglomera inúmeras formações ruiniformes caprichosas e labirínticas. Quem a visita, perde-se por lá de deslumbre.

A estrada dos Dragões mantem-se de tal maneira áspera e irregular que, ao volante do jipe, Eduardo conduz sobre os 30km/h, quase nunca mais que isso.

Aproveitamos para apreciar os cenários do Cerrado.

As fazendas isoladas, os ipês garridos, os buritis que sinalizam água, nem que seja no subsolo, e a boiada disseminada nos prados em redor.

Abundam os riachos e as cachoeiras.

Avançamos, aliás, entre várias.

Cachoeira do Lázaro, arredores de Pirenópolis

Na iminência da dos Dragões, a estrada desvia para o destino que lhe granjeou o nome. Quase cedemos à tentação. Resistimos.

Desprovido de riachos ou cursos de água permanentes – o mais próximo será o córrego do Maneta que passa a alguma distância – em plena época seca da região, o lugar inusitado que almejávamos depressa aqueceria e se tornaria abrasivo. Cristiano Costa, Eduardo e Jorginho sabiam-no.

O Deslumbre Geológico da Cidade de Pedra

A cerca de 50km de Pirenópolis, 140km para oeste de Brasília, por fim, damos com a excentricidade geológica que nos movia, a Cidade de Pedra, situada bem acima dos 1000 metros de altitude, em vez dos quase 800 de que tínhamos partido.

Cristiano Costa convida-nos a segui-lo. Do forro de prado, de arbustos ásperos e árvores tresmalhadas, desponta uma profusão de pináculos de rocha estratificada, cinzenta, parda, aqui e ali, escurecida, com dominante ocre ou manchada de líquenes.

Alguns pináculos têm para cima de 40 metros de altura. A Cidade de Pedra ocupa bem mais de 6km2. É quase toda feita de quartzito, com origem estimada no período Neoproterozoico da Terra, algures entre há 1000 milhões e 540 milhões de anos.

Daí para cá, desgastada e erodida sem tréguas.

Pináculos de rocha com mais de 800 milhões de anos da Cidade de Pedra, Pirenópolis

O seu ponto mais elevado e o da Serra de São Gonçalo de que faz parte é o Pico do Maneta. Fica no cimo de uma destas formações rochosas, aos 1305 metros.

A Maior de Várias Cidades de Pedra do Brasil

Devemos ressalvar que existem, no estado de Goiás e, sobretudo, no centro do Brasil, outras paisagens definidas como Cidade de Pedra, com geologia, fauna e flora comparáveis. Existem, por exemplo, as Sete Cidades do estado do Piaui.

E Vila Velha, principal atracção turística de Ponta Grossa, no interior do Paraná. Nas imediações de Goiás (Velho), terra de Cora Coralina, na Serra Dourada vizinha, tivemos oportunidade de explorar uma das congéneres mais próximas.

Ao fim de uns poucos quilómetros na peugada de Cris, já concluíamos que as duas que conhecíamos ficavam aquém. Diversas medições tinham, aliás, comprovado que a Cidade da Pedra da Serra de São Gonçalo era a mais vasta do imenso Brasil.

Instantes depois, percebíamos porque se preservava tão labiríntica, inóspita e selvagem.

A Cidade de Pedra não é lugar em que qualquer um se meta sem se perder. Entre os rochedos, também o sinal de telefone desaparece.

Guias penetram na Cidade de Pedra, Pirenópolis

O que aparece com frequência, sobretudo nos meses mais quente e secos, são as cobras, várias venenosas: cascavéis, jararacas-pintadas, cobra-coral e tantas mais.

Durante expedições de estudo, foram identificadas pegadas de veados e também de um felino grande, possivelmente uma onça-parda (puma). Cristiano afiança que patrulham também a região onças-pintadas e até uma negra.

Cidade de Pedra e as suas Formações Ruiniformes e Labirínticas

Cris explora a Cidade de Pedra desde 2003.

Guarda na memória os seus trilhos esquivos e caprichos. Habituou-se a associar os trilhos às formações ruiniformes peculiares, quando o âmbito é lítico, sempre as há.

Cris revela-nos o caso claro de pareidolia do “elefante”.

formação do “Orangotango”, Cidade de Pedra, Pirenópolis

Passamos por uma formação “orangotango”, por uma “bruxa”, pelo “golfinho” e pelo “índio”.

Umas, identificamo-los de caras. Outras, requerem o seu tempo de contemplação e esforço imaginativo.

Sem desprezo pelas sucessivas esculturas erosivas, deslumbra-nos, sobretudo, a imensidão e estranheza da Cidade de Pedra no seu todo.

As distintas aglomerações desdobram-se em ruas, avenidas (desfiladeiros), praças e bairros que o Cerrado procura, em vão, suplantar.

O Cerrado que há muito decora a Cidade de Pedra

Compõem o bioma local distintos tipos de plantas:

veloziaceas de que se destaca a predominante e pré-histórica vellozia, localmente conhecida por canela-d’ema, que pode chegar aos seis metros de altura, com uma flor azul, lilás e amarela exuberante, geradora de chás terapêuticos, diz-se que até comestível.

Outra planta exuberante do Cerrado

Abundam também eriocaulaceas e bromeliaceas. Em termos de cor, várias bromeliaceas ofuscam as demais.

Um tipo de eriocaulacea, destacada mais pela forma que pela cor e que se tornou o símbolo vegetal do Cerrado, surge amiúde.

Trata-se da sempre-viva (paepalanthus), também chamada de chuveirinho devido à óbvia parecença.

A planta símbolo do Cerrado, a sempre-viva ou chuveirinho

Como seria de esperar, no Brasil, é ainda tratada por uma série de outros termos exóticos: pepalanto, palipalan e capipoatinga.

Entre canelas-d’ema, chuveirinhos, cactos e monumentos ruiniformes, percorremos os mais de 9 km do percurso que cruzava o âmago da Cidade de Pedra. Com as sucessivas paragens para fotografias e explicações, fazemo-lo em quatro horas.

Até à água que carregávamos quase se sumir e o sol e a aridez nos começarem a desidratar.

Uma Cidade Envolta em Mistério e de Controvérsia

Já não precisávamos de confirmação, mas, sentíamos na pele e nos pulmões a dureza e inclemência daquela versão estival e tropical da Cidade de Pedra, motivo para, malgrado o nome, ao longo dos tempos, nunca ter acolhido ninguém, nem uma estrutura humana que fosse.

Guia perscruta o cerrado com recurso da binóculos, Cidade de Pedra, Pirenópolis

E, no entanto, mesmo decretada geossítio e, no papel, protegida, até há vinte e poucos anos atrás, a Cidade de Pedra integrava uma fazenda registada.

Cavalos galopam numa estrada entre fazendas, arredores de Pirenópolis

De quando em quando, ainda são avistadas nas suas artérias e jardins rupestres cabeças de gado em modo de pasto, pertença de fazendeiros da região.

Por mais mirabolante e grandiosa que se tenha provado, dificilmente a Cidade de Pedra se manteve oculta por muito tempo.

Legado de quartzito quase afundado num Cerrado denso

Des Genettes e a sua Insustentável Alegada Descoberta

Abundam, na Internet, os testemunhos e registos de que a teria descoberto um francês tornado brasileiro, Francisco Henrique Raimundo Trigant Des Genettes, médico, prospector, naturalista, político, revolucionário, entre outros talentos e ocupações.

Após a sua viuvez, também padre.

Um autor de nome Paulo Bertran, em particular, tem divulgado que des Genettes foi o descobridor da Cidade das Pedras e o autor do manuscrito “Descripção da Cidade Perdida da Cordilheira dos Piryneos da Província de Goyaz”, supostamente enviada, em 1871, ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e até ao Imperador D. Pedro II.

D. Pedro II, era sério adepto da arqueologia. Nesse mesmo ano, tinha viajado ao Egipto e dedicava-se a explorar o país dos Faraós.

Ainda segundo Paulo Bertran, des Genettes afirmava, no seu escrito, “ter descoberto nos Montes Pirínicos a Cidade Perdida dos Atlantes, cobrindo uma grande extensão de terreno, com muralhas para fortificações, largas ruas e praças, ao longo dos quais observou ruínas “muito erodidas” de estátuas, de templos gigantescos, teatros, palácios, residências e túmulos…

Tal descrição carece de qualquer sentido e classificamo-la assim, para nos mantermos diplomáticos.

Se Des Genettes era tão estudioso e erudito como ficou para a História e como o descreve Paulo Bertran – mesmo dando o devido desconto ao desfasamento cronológico e geográfico do interior brasileiro – ao deparar-se com formações rochosas, desprovidas de vestígios arqueológicos, só por delírio palúdico concluiria tratarem-se de ruínas de construções humanas.

Pior ainda, de uma “cidade perdida dos Atlantes”.

Capricho da erosão, acima de um pináculo da Cidade de Pedra de Pirenópolis, a maior do Brasil

Por outro lado, o IHGB terá já esclarecido que não possui nem tal escrito de Des Genettes, nem nenhum relativo à Cidade das Pedras de Goiás.

A Génese Aurífera e Bandeirante da “vizinha” Pirenópolis

Acrescentamos nós factos e uma lógica que obsta a que a Cidade das Pedras só tenha sido descoberta em 1871.

A povoação percursora da Pirenópolis foi o arraial garimpeiro de Meia Ponte, fundado, em 1727, por Manoel Rodrigues de Tomás, em relação com o famoso bandeirante Anhanguera.

Com base nesse arraial, os bandeirantes almejavam novas jazidas de ouro, abundante na região. Ora, a Cidade das Pedras dista menos de 50km de onde surgiu Meia Ponte.

Como se explica que, durante quase 150 anos e até nos anos anteriores ao arraial – num contexto de busca obsessiva do metal precioso, nenhum colono português, nenhum mineiro, bandeirante, servos e até os nativos com que aqueles interagiam, se tenham deparado com uma paisagem extraterrena com 6 a 12 km2 de extensão?

No que nos dizia respeito, após 4 horas de exploração, estávamos derreados e satisfeitos.

Morro Cabeludo, outra formação de quartzito próxima de Pirenópolis

Concordamos em abreviar o regresso, de maneira a ainda passarmos no Morro do Cabeludo, outra elevação famosa da zona, a mais gráfica da Serra dos Pireneus, à imagem da Cidade das Pedras, feito de quartzito.

Nos dias seguintes, em jeito de terapia, prendamo-nos com banhos nalgumas das quedas d’água e lagoas imaculadas em redor de Piri.

A do Lázaro, a de Santa Maria, outras mais.

Ocaso sobre o Cerrado de Goiás

Como Ir:

Reserve o voo Lisboa – Brasília, com a TAP: flytap.com por a partir de 820€. A partir de Brasília, poderá viajar em carro alugado ou autocarro até Pirenópolis, 2h30 em carro, até 4h em autocarro.

Organize a sua expedição à Cidade das Pedras com o guia mais experiente, Cristiano Costa, de Pirenópolis,

Whats App: +55 62 991 887 789.

Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.

Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Ilhabela, Brasil

Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
Ilha do Marajó, Brasil

A Ilha dos Búfalos

Uma embarcação que transportava búfalos da Índia terá naufragado na foz do rio Amazonas. Hoje, a ilha de Marajó que os acolheu tem uma das maiores manadas do mundo e o Brasil já não passa sem estes bovídeos.
Cataratas Iguaçu/Iguazu, Brasil/Argentina

O Troar da Grande Água

Após um longo percurso tropical, o rio Iguaçu dá o mergulho dos mergulhos. Ali, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, formam-se as cataratas maiores e mais impressionantes à face da Terra.
Chapada Diamantina, Brasil

Bahia de Gema

Até ao final do séc. XIX, a Chapada Diamantina foi uma terra de prospecção e ambições desmedidas.Agora que os diamantes rareiam os forasteiros anseiam descobrir as suas mesetas e galerias subterrâneas
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Pirenópolis, Brasil

Cruzadas à Brasileira

Os exércitos cristãos expulsaram as forças muçulmanas da Península Ibérica no séc. XV mas, em Pirenópolis, estado brasileiro de Goiás, os súbditos sul-americanos de Carlos Magno continuam a triunfar.
Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Manaus, Brasil

Ao Encontro do Encontro das Águas

O fenómeno não é único mas, em Manaus, reveste-se de uma beleza e solenidade especial. A determinada altura, os rios Negro e Solimões convergem num mesmo leito do Amazonas mas, em vez de logo se misturarem, ambos os caudais prosseguem lado a lado. Enquanto exploramos estas partes da Amazónia, testemunhamos o insólito confronto do Encontro das Águas.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
O rio Zambeze, PN Mana Poools
Safari
Kanga Pan, Mana Pools NP, Zimbabwe

Um Manancial Perene de Vida Selvagem

Uma depressão situada a 15km para sudeste do rio Zambeze retém água e minerais durante toda a época seca do Zimbabué. A Kanga Pan, como é conhecida, nutre um dos ecossistemas mais prolíficos do imenso e deslumbrante Parque Nacional Mana Pools.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Arquitectura & Design
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Verificação da correspondência
Cerimónias e Festividades
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Montanha da Mesa vista a partir de Waterfront, Cidade do Cabo, África do Sul
Cidades
Table Mountain, África do Sul

À Mesa do Adamastor

Dos tempos primordiais das Descobertas à actualidade, a Montanha da Mesa sempre se destacou acima da imensidão sul-africana e dos oceanos em redor. Os séculos passaram e a Cidade do Cabo expandiu-se a seus pés. Tanto os capetonians como os forasteiros de visita se habituaram a contemplar, a ascender e a venerar esta meseta imponente e mítica.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Casal Gótico
Cultura

Matarraña a Alcanar, Espanha

Uma Espanha Medieval

De viagem por terras de Aragão e Valência, damos com torres e ameias destacadas de casarios que preenchem as encostas. Km após km, estas visões vão-se provando tão anacrónicas como fascinantes.

Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Alasca, de Homer em Busca de Whittier
Em Viagem
Homer a Whittier, Alasca

Em Busca da Furtiva Whittier

Deixamos Homer, à procura de Whittier, um refúgio erguido na 2ª Guerra Mundial e que abriga duzentas e poucas pessoas, quase todas num único edifício.
Étnico
Gizo, Ilhas Salomão

Gala dos Pequenos Cantores de Saeraghi

Em Gizo, ainda são bem visíveis os estragos provocados pelo tsunami que assolou as ilhas Salomão. No litoral de Saeraghi, a felicidade balnear das crianças contrasta com a sua herança de desolação.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Kirkjubour, Streymoy, Ilhas Faroé
História
Kirkjubour, Streymoy, Ilhas Faroé

Onde o Cristianismo Faroense deu à Costa

A um mero ano do primeiro milénio, um missionário viquingue de nome Sigmundur Brestisson levou a fé cristã às ilhas Faroé. Kirkjubour, tornou-se o porto de abrigo e sede episcopal da nova religião.
Visitantes nos Jameos del Água
Ilhas
Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
lago ala juumajarvi, parque nacional oulanka, finlandia
Inverno Branco
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Natureza
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Banhista, The Baths, Devil's Bay (The Baths) National Park, Virgin Gorda, Ilhas Virgens Britânicas
Parques Naturais
Virgin Gorda, Ilhas Virgens Britânicas

Os “Caribanhos” Divinais de Virgin Gorda

À descoberta das Ilhas Virgens, desembarcamos numa beira-mar tropical e sedutora salpicada de enormes rochedos graníticos. Os The Baths parecem saídos das Seicheles mas são um dos cenários marinhos mais exuberantes das Caraíbas.
Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda,
Património Mundial UNESCO
Khiva, Uzbequistão

A Fortaleza da Rota da Seda que a União Soviética Aveludou

Nos anos 80, dirigentes soviéticos renovaram Khiva numa versão amaciada que, em 1990, a UNESCO declarou património Mundial. A URSS desintegrou-se no ano seguinte. Khiva preservou o seu novo lustro.
Personagens
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Machangulo, Moçambique, ocaso
Praias
Machangulo, Moçambique

A Península Dourada de Machangulo

A determinada altura, um braço de mar divide a longa faixa arenosa e repleta de dunas hiperbólicas que delimita a Baía de Maputo. Machangulo, assim se denomina a secção inferior, abriga um dos litorais mais grandiosos de Moçambique.
Solovestsky Outonal
Religião
Ilhas Solovetsky, Rússia

A Ilha-Mãe do Arquipélago Gulag

Acolheu um dos domínios religiosos ortodoxos mais poderosos da Rússia mas Lenine e Estaline transformaram-na num gulag. Com a queda da URSS, Solovestky recupera a paz e a sua espiritualidade.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Bar de Rua, Fremont Street, Las Vegas, Estados Unidos
Sociedade
Las Vegas, E.U.A.

O Berço da Cidade do Pecado

Nem sempre a famosa Strip concentrou a atenção de Las Vegas. Muitos dos seus hotéis e casinos replicaram o glamour de néon da rua que antes mais se destacava, a Fremont Street.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Vida Selvagem
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.