Atchafalaya Basin, Luisiana, E.U.A.  

O Grande Pântano do Sul Americano Profundo


Auto-Estrada Elevada
Auto-estrada elevada, acima do Lake Fausse, Atchafalaya, Luisiana
Captain Caviar
John Burke, mais conhecido como Captain Caviar, exibe jacintos no pântano do Atchafalaya
O dique de Berwick
Dique de Berwick, rio Atchafalaya e pântano, Luisiana
Edifício Lacustre
Casa flutuante, bacia do Atchafalaya, Luisiana
Canal Reflectivo
Ciprestes acima de um bayou, Pântano do Atchafalaya, Luisiana
Jacaré em Patrulha
Jacaré, Lake Fausse, Atchafalaya, Luisiana
Barbas de Velho
Barbas de velho num pântano do Atchafalaya
Raízes e Rebentos do Bayou
Raízes de ciprestes, rio Atchafalaya, e pântano, Luisiana
Ilha de Ciprestes
Ilha de ciprestes, Flat Lake, rio Atchafalaya e pântano, Luisiana
Íbis-Negro
Íbis-negro sobre rebento de cipreste, rio Atchafalaya, pântano, Luisiana
Linhas do Progresso
Rede abastecimento eléctrico, Lake Fausse, Luisiana
A Floresta Alagada
Árvores alagadas pela bacia do rio Atchafalaya, e pântano
Poema Fantasmagórico
Placa com poema, rio e pântano Atchafalaya, na zona de Berwick
Brilhos do Pântano
Rio Atchafalaya e pântano sol atrás de ciprestes
Duo Íbis
Ibis sobre cipreste, rio Atchafalaya e pântano, Luisiana.
Cipreste em Fogo
Ocaso no Flat Lake, Luisiana
Sombras do Atchafalaya
Floresta de ciprestes, com o pôr-do-sol a ocidente, Atchafalaya
Por alguma razão os indígenas o tratavam por “rio longo”. A determinado ponto, o Atchafalaya espraia-se num pântano feito de lagoas ligadas por canais, salpicadas de ciprestes, carvalhos e tupelos. Exploramo-lo, entre Lafayette e Morgan, Luisiana, no caminho para a sua foz do Golfo do México.

Por fim, após muitos mais dias do que tínhamos previsto, mudamo-nos de New Orleans para a Cajun Coast a sudoeste.

A viagem até às imediações de Morgan City demora 1h30.

Cumprimo-la por auto-estradas peculiares, erguidas acima de zonas alagadas que, ora seguem paralelas, ora cruzam rios, canais, bayous (braços de rio, rios secundários e pantanosos), lagos, reservatórios e outros.

Uma montra da miríade de corpos de água que mantêm o sul do Luisiana num óbvio estado anfíbio.

Auto-estrada elevada, acima do Lake Fausse

Um pouco antes das cinco da tarde, chegamos a uma propriedade sobre a margem de um bayou conhecido por Teche.

O Anfitrião do Atchafalaya Captain Caviar

Vanessa, a anfitriã da região de Morgan apresenta-nos a John Burke, o fundador, timoneiro e guia da Captain Caviar Swamp Tours, uma empresa que, mesmo “one man show”, tinha conquistado uma notoriedade invejável.

Como o seu cognome deixa perceber, John criou-a na sequência de outro negócio inusitado, a comercialização de caviar obtido da amia, um peixe nativo cujas ovas são comparáveis às do caviar consumido na Rússia e restante Europa.

Era suposto John conduzir-nos, de barco, pelo pantanal da bacia do rio Atchafalaya, a partir do embarcadouro do seu lar e base de operações. Findas as saudações, propõe-nos actividades com que não contávamos. “Sabem outra coisa? A minha mãe vive numa casa grande e antiga, próxima da minha. Apareceu-lhe um fantasma, na cozinha.

Além disso, um sacerdote vudu detectou três espíritos pendurados de uma árvore logo em frente.” A sugestão vinha na senda de várias abordagens e incursões ao mundo paranormal, estreadas em New Orleans, entre as quais, um périplo nocturno pelos cemitérios da Big Easy. Haveria de se repetir em quase todos os lugares que cobrimos no Luisiana.

Ali, onde nos encontrávamos, interessava-nos, sobretudo, a Natureza invulgar e intimidante que nos envolvia. Só que o paranormal tornou-se uma fonte de popularidade e de lucro quase obrigatória para quem trabalha em turismo no Pelican State.

Parecia custar, a John, o desprezo que mostrávamos pelas atracções fantasmagóricas que sugeria. John Burke opta, assim, por nos confrontar com alguns dos títulos da TV americana que lhes tinham dedicado programas, episódios e afins.

O próprio Captain Caviar marca presença no episódio “Blue Shirt of Idlewild”, de “Ghosts of Morgan City”, uma série do género fantástico que se apresenta com a seguinte sinopse: “depois de um pico de chamadas de emergência pouco usuais em Morgan City, o edil da cidade e o chefe da polícia local recrutam uma equipa de peritos no paranormal para investigarem a bizarra actividade sobrenatural”.

Num plano mais mundano, Captain Caviar acolheu ainda Troy Landry, vedeta protagonista da série “Swamp People” recorrente, pelo menos, no canal História e em português. Era outro tipo de programa que estava longe de nos seduzir.

À Descoberta da Bacia e Pântano do Atchafalaya

Com o sol a descer no horizonte e um território extenso por explorar, o Captain Caviar anui. Embarcamos e zarpamos em três tempos.

John Burke, mais conhecido como Captain Caviar, exibe jacintos

Primeiro, para o bayou Teche. Logo, para o prolongamento do Baixo Atchafalaya, o curso original do rio, desviado para segurança das povoações que cresceram nas suas margens.

Neste percurso, a margem direita contrasta com a oposta.

A do quartel-general do Captain Caviar, revela-se desenvolvida, pejada de mansões ribeirinhas com grandes quintais, ou fazendas diminutas servidas por pontões e embarcadouros.

Casa flutuante, bacia do Atchafalaya, Luisiana

Assim se sucedem Bayou Vista, Glenwild e Berwick, uma cidade separada de Morgan City pelo Atchafalaya, todas povoações que se orgulham do seu passado e história.

O Passado Indígena e Colonial da Região

Berwick, em particular, honra Thomas Berwick, o primeiro colono branco a desbravar estas paragens, no final do século XVIII, numa altura em que as dominavam os nativos Chitimacha (traduzível como povo das muitas águas), hoje, concentrados numa reserva índia situada nos seus domínios originais de Bayou Chene, para montante do rio e pântano Atchafalaya.

A exclusividade dos Chitimacha e, a sul, da tribo Atakapa terminou por volta de 1755. Então, os Britânicos triunfaram sobre os franceses no cimo das Américas. Expulsaram os seus colonos da imensa Acádia, hoje, integrante do Canadá.

No término de uma deambulação que ficou conhecida como “Le Grand Derangement”, alguns sobreviventes acadianos chegaram a este sul profundo dos Estados Unidos, entretanto dominado pelos franceses. Malgrado a inospitalidade pantanosa da região, lograram formas de subsistência.

Árvores alagadas pela bacia do rio e pântano Atchafalaya

Abriram caminho a muitos mais recém-chegados, os ancestrais da vasta comunidade cajun  dos Estados Unidos.

Os Canais, os Bayous e o Pântano Atchafalaya sem Fim

Atingimos o dique que separa o Baixo Atchafalaya do caudal principal do rio.

É um de centenas que as autoridades do Luisiana ergueram para controlarem o nível do caudal, o fluxo da água e de espécies, na bacia do Atchafalaya, considerada o maior pantanal dos Estados Unidos.

John Burke recebe autorização para cruzarmos o dique. Sulcamos um tapete de jacintos aquáticos, invasivos, como o são em tantas outras áreas alagadas à face da Terra.

Do lado de lá, vislumbramos a ponte que liga Morgan City a Berwick.

Dique de Berwick, rio Atchafalaya

Flectimos para norte, para um meandro em que o rio flui entre ilhas encharcadas, a Morgan, a Little, outras.

Temos uma vista mais abrangente da flora e da fauna peculiares da bacia e pântano do Atchafalaya.

Íbis-negro sobre rebento de cipreste.

É, todavia, quando o Captain Caviar nos mete por canais e bayous derivados e nos aponta ao Duck Lake, que os cenários se aproximam, definem e nos impressionam sem apelo.

Até então, certas zonas desvelavam a mácula de milhares de cepos de cedros e carvalhos.

Rede abastecimento eléctrico, Lake Fausse

Os Cepos Seculares, Máculas do Pântano Atchafalaya

Integram um legado mais complexo da exploração madeireira que sustentou a expansão dos colonos no Sul Profundo dos E.U.A., devido à sua inacessibilidade aquática e selvagem, tardia na região, onde só se intensificou no final do século XX.

Por volta de 1920, os colonos tinham já arrasado as florestas mais próximas e rentáveis.

A diminuição da procura e os primeiros esforços de protecção ambiental ditaram o fim abrupto do corte de árvores.

Ciprestes acima de um bayou

Subsistem, assim, bolsas consideráveis de floresta húmida anciã, misteriosa e opressiva na sua densidade e antiguidade.

Uma placa com que nos cruzamos traduz, em rima, o misticismo daquele pantanal.

Parece justificar os programas de TV dedicados ao seu alegado sobrenatural:

Ghosts are around and maybe a Vampire. Especially with fog on the Lower Atchafalaya”.

Placa com poema, rio e pântano Atchafalaya, na zona de Berwick

Navegamos sob cortinas de barbas-de-velho, ondulantes e reluzentes.

Na iminência de rebentos de ciprestes que despontam junto aos troncos sulcados dos espécimes adultos.

Raízes de ciprestes, rio Atchafalaya,

Os nativos de ascendência cajun chamam-lhes knees (joelhos).

Na ausência de vento, esses rebentos, contribuem para um reflexo aquático que duplica a excentricidade e beleza da paisagem.

Bandos de íbis-pretos, águias-pesqueiras e jacarés de olhos lampejantes são as provas mais óbvias de uma vida animal furtiva, mas prolífica.

Jacaré, Lake Fausse, Atchafalaya

Por essa altura, já tínhamos percebido o quão raras eram as gentes do sul do Luisiana conformadas com a mera realidade natural.

John Burke faz questão de o recordar. “Isto, à medida que escurece, fica mais assustador.

O Fenómeno do Rougarou e as Filmagens Inaugurais do Tarzan

Nunca se sabe quando aparece um rougarou”. John Burke confirma que nos intrigamos. E rejubila.

Na génese colonial e acadiana do 18º estado dos E.U.A., a criatura selvagem e mítica é descrita como tendo cabeça de lobo ou de cão e corpo humano, algo em jeito de lobisomem. John Burke introduz-nos, todavia, a uma inesperada variante.

“Vocês sabem que, em 1917, vieram para cá filmar o primeiro “Tarzan dos Macacos” ? (n. do A. – baseado na obra de Edgar Rice Burroughs).

Imaginem a aventura que não foi, aqui no meio dos jacarés, com malária por todos os lados… Pois, diz-se que deixaram fugir chimpanzés, que eles se adaptaram a esta selva e se transformaram em monstros.”

Barbas de velho num pântano do Atchafalaya

Imaginamos, então, rougarous amacacados, em vez de lobisomens, a surgirem detrás da floresta sombria e dos véus de barbas-de-velho.

Com o sol a sumir-se para oeste da floresta alagada, sob o pretexto da dificuldade de navegação e sem intenção de arriscar encontros com rougarous, John tira-nos dali para fora.

Ao longo de uma tal de Dog Island Pass, para o cenário de novo amplo e aberto do Flat Lake que nos permitiria apreciar o ocaso, detrás de “ilhas” de ciprestes providenciais.

Pedimos ao Captain Caviar alguma paciência extra.

Que avançasse e recuasse, em função da nossa busca de determinados enquadramentos.

Aperfeiçoamo-los até os considerarmos meritórios daquele lugar inolvidável.

Floresta de ciprestes, com o pôr-do-sol a ocidente, Atchafalaya

O escurecer dita uma retirada tardia mas estimulante.

Esperavam-nos, afinal, Baton Rouge, a capital do Luisiana. Morgan City e todo um intrigante domínio cajun-acadiano.

 

COMO IR

Reserve o voo Lisboa – Miami (Flórida), Estados Unidos, com a TAP: flytap.com por a partir de 820€. De Miami, poderá cumprir a ligação para Lafayette (2h) por, a partir de 150€, ida-e-volta.

Reserve as suas actividades na Bacia e pântano do Atchafalaya com a Captain Caviar Swamp Tours: captaincaviar.com;

Whats App: +1 98 599 25 383[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Navajo Nation, E.U.A.

Por Terras da Nação Navajo

De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
Vale da Morte, E.U.A.

O Ressuscitar do Lugar Mais Quente

Desde 1921 que Al Aziziyah, na Líbia, era considerado o lugar mais quente do Planeta. Mas a polémica em redor dos 58º ali medidos fez com que, 99 anos depois, o título fosse devolvido ao Vale da Morte.
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Mauna Kea, Havai

Mauna Kea: um Vulcão de Olho no Espaço

O tecto do Havai era interdito aos nativos por abrigar divindades benevolentes. Mas, a partir de 1968 várias nações sacrificaram a paz dos deuses e ergueram a maior estação astronómica à face da Terra
Pearl Harbor, Havai

O Dia em que o Japão foi Longe Demais

Em 7 de Dezembro de 1941, o Japão atacou a base militar de Pearl Harbor. Hoje, partes do Havai parecem colónias nipónicas mas os EUA nunca esquecerão a afronta.
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Valdez, Alasca

Na Rota do Ouro Negro

Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez provocou um enorme desastre ambientai. A embarcação deixou de sulcar os mares mas a cidade vitimada que lhe deu o nome continua no rumo do crude do oceano Árctico.
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
The Haight, São Francisco, E.U.A.

Órfãos do Verão do Amor

O inconformismo e a criatividade ainda estão presentes no antigo bairro Flower Power. Mas, quase 50 anos depois, a geração hippie deu lugar a uma juventude sem-abrigo, descontrolada e até agressiva.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Thorong Pedi a High Camp, circuito Annapurna, Nepal, caminhante solitário
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
Cabana de Bay Watch, Miami beach, praia, Florida, Estados Unidos,
Arquitectura & Design
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

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Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Aventura
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
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Cerimónias e Festividades
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Acra, Gana, Flagstaff House
Cidades
Acra, Gana

A Capital no Berço da Costa do Ouro

Do desembarque dos navegadores portugueses à independência em 1957, sucederam-se as potências que dominaram a região do Golfo da Guiné. Após o século XIX, Acra, a actual capital do Gana, instalou-se em redor de três fortes coloniais erguidos pela Grã-Bretanha, Holanda e Dinamarca. Nesse tempo, cresceu de mero subúrbio até uma das megalópoles mais pujantes de África.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
Tabatô, Guiné Bissau, tabanca músicos mandingas. Baidi
Cultura
Tabatô, Guiné Bissau

A Tabanca dos Músicos Poetas Mandingas

Em 1870, uma comunidade de músicos mandingas em itinerância, instalou-se junto à actual cidade de Bafatá. A partir da Tabatô que fundaram, a sua cultura e, em particular, os seus balafonistas prodigiosos, deslumbram o Mundo.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Em Viagem
Estradas Imperdíveis

Grandes Percursos, Grandes Viagens

Com nomes pomposos ou meros códigos rodoviários, certas estradas percorrem cenários realmente sublimes. Da Road 66 à Great Ocean Road, são, todas elas, aventuras imperdíveis ao volante.
Tabatô, Guiné Bissau, Balafons
Étnico
Tabatô, Guiné Bissau

Tabatô: ao Ritmo do Balafom

Durante a nossa visita à tabanca, num ápice, os djidius (músicos poetas)  mandingas organizam-se. Dois dos balafonistas prodigiosos da aldeia assumem a frente, ladeados de crianças que os imitam. Cantoras de megafone em riste, cantam, dançam e tocam ferrinhos. Há um tocador de corá e vários de djambés e tambores. A sua exibição gera-nos sucessivos arrepios.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Cavaleiros cruzam a Ponte do Carmo, Pirenópolis, Goiás, Brasil
História
Pirenópolis, Brasil

Uma Pólis nos Pirinéus Sul-Americanos

Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte foi erguida por bandeirantes portugueses, no auge do Ciclo do Ouro. Por saudosismo, emigrantes provavelmente catalães chamaram à serra em redor de Pireneus. Em 1890, já numa era de independência e de incontáveis helenizações das suas urbes, os brasileiros baptizaram esta cidade colonial de Pirenópolis.
Victoria, capital, ilhas Seychelles, Mahé, Vida da Capital
Ilhas
Victoria, Mahé, Seychelles

De “Estabelecimento” Francófono à Capital Crioula das Seychelles

Os franceses povoaram o seu “L’Établissement” com colonos europeus, africanos e indianos. Dois séculos depois, os rivais britânicos tomaram-lhes o arquipélago e rebaptizaram a cidade em honra da sua rainha Victoria. Quando a visitamos, a capital das Seychelles mantém-se tão multiétnica como diminuta.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Inverno Branco
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Baie d'Oro, Île des Pins, Nova Caledonia
Literatura
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
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Natureza
Batad, Filipinas

Os Socalcos que Sustentam as Filipinas

Há mais de 2000 anos, inspirado pelo seu deus do arroz, o povo Ifugao esquartejou as encostas de Luzon. O cereal que os indígenas ali cultivam ainda nutre parte significativa do país.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Carrinha no Jossingfjord, Magma Geopark, Noruega
Parques Naturais
Magma Geopark, Noruega

Uma Noruega Algo Lunar

Se recuássemos aos confins geológicos do tempo, encontraríamos o sudoeste da Noruega repleto de enormes montanhas e de um magma incandescente que sucessivos glaciares viriam a moldar. Os cientistas apuraram que o mineral ali predominante é mais comum na Lua que na Terra. Vários dos cenários que exploramos no vasto Magma Geopark da região parecem tirados do nosso grande satélite natural.
Glamour vs Fé
Património Mundial UNESCO
Goa, Índia

O Último Estertor da Portugalidade Goesa

A proeminente cidade de Goa já justificava o título de “Roma do Oriente” quando, a meio do século XVI, epidemias de malária e de cólera a votaram ao abandono. A Nova Goa (Pangim) por que foi trocada chegou a sede administrativa da Índia Portuguesa mas viu-se anexada pela União Indiana do pós-independência. Em ambas, o tempo e a negligência são maleitas que agora fazem definhar o legado colonial luso.
Verificação da correspondência
Personagens
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Vista aérea de Moorea
Praias
Moorea, Polinésia Francesa

A Irmã Polinésia que Qualquer Ilha Gostaria de Ter

A meros 17km de Taiti, Moorea não conta com uma única cidade e abriga um décimo dos habitantes. Há muito que os taitianos veem o sol pôr-se e transformar a ilha ao lado numa silhueta enevoada para, horas depois, lhe devolver as cores e formas exuberantes. Para quem visita estas paragens longínquas do Pacífico, conhecer também Moorea é um privilégio a dobrar.
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Religião
Marinduque, Filipinas

A Paixão Filipina de Cristo

Nenhuma nação em redor é católica mas muitos filipinos não se deixam intimidar. Na Semana Santa, entregam-se à crença herdada dos colonos espanhóis.A auto-flagelação torna-se uma prova sangrenta de fé
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
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Sociedade
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Manada de búfalos asiáticos, Maguri Beel, Assam, Índia
Vida Selvagem
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.