Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional


A Catedral Luterana
A catedral luterana de Kemi, destacada acima do centro nevado da cidade.
Ancoragem Gelada
Barco cercado por gelo na marina de Kemi, Baía de Bótnia
Pórtico Animado
Pórtico animado do Castelo de Neve de Kemi, o maior do Mundo
Casal Kitacon
Casal mascarado para a convenção Kitacon.
Angry Icy Birds
Hóspede do hotel do Castelo de Neve de Kemi abraça um Angry Bird de neve
Parque Automóvel Anos 70
Carros vintage alinhados em frente ao hotel Merihovi, durante umas filmagens
Uma Geração a Reboque
Pais rebocam crianças instaladas em trenós, no centro de Kemi
Mitologia Suomi
Escultura mitológica no Castelo de Neve de Kemi
Uma Capela de Neve
Casal junto ao altar da capela do Castelo de Neve de Kemi
Máscaras Minimais
Adolescentes poucos mascarados durante a convenção Kitacon de Kemi
Ice Restaurant
O Ice Restaurant do Castelo de Gelo de Kemi
O Grupo Gótico
Participantes góticos da convenção Kitacon de Kemi.
Criançada pouco Gelada
Miúdos brincam numa das salas do Castelo de Neve
Amigas da Kitacon
Amigas participantes na convenção Kitacon de Kemi
Casa Afundada
Uma entrada nevada de Kemi
Suécia & Dinamarca
Participantes sueca e dinamarquesa da convenção Kitacon.
Magia Frígida
Escultura de gelo de raposa a tirar coelho de uma cartola, no Castelo de Neve de Kemi
Parentalidade sobre Rodas
Transeunte empurra um carrinho de bebé, numa rua nevada de Kemi
Tema Halloween
Duo mascarado sob um tema Halloween, a caminho da convenção Kitacon
Êxtase em Declive
Crianças divertem-se em pistas de tobogã do Castelo de Gelo de Kemi
As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.

Viajar de comboio, do interior lapão de Rovaniemi para o cimo do Golfo de Bótnia e, pouco depois, dar entrada no hotel do maior Castelo de Neve do Mundo reforça o grau de surrealismo quase-árctico em que andávamos.

São quase três da tarde.

Kemi e o seu Castelo de Neve Recordista

A temperatura cai a pique. A luz que subsiste desvanece-se a um ritmo comparável. Conduzem-nos ao quarto em que íamos ficar e passam-nos indicações ajustadas à frigidez do alojamento:

“O vosso quarto está a 5º negativos. É a forma que temos de garantir que não derrete!” atira a anfitriã com um sorriso sarcástico, ciente de que dificilmente os -5º a -20º exteriores e ambientes o permitiriam. “Os sacos-cama são para -25º. Se os usarem bem, conseguem um sono aconchegado.”

O saco-cama tinha forro polar e outras duas camadas. Fechava-se com, nem mais nem menos, três fechos de correr sincronizáveis.

Bem mais que os sacos-cama volumosos e complexos, impressionava-nos a cama sólida, translúcida e gélida que nos esperava.

Daí a duas horas, a noite tomaria conta de Kemi. Para o tal sono experimental, faltava mais. Decidimo-nos a usar o ainda dia minguante a cirandarmos. Primeiro pelo castelo. Logo, pela Kemi em redor.

À conquista da fortificação, desvendamos salas comunais ligadas por túneis e entradas arqueadas.

Escultura de gelo de raposa a tirar coelho de uma cartola, no Castelo de Neve de Kemi

Escultura de gelo de raposa a tirar coelho de uma cartola, no Castelo de Neve de Kemi

Sala após Sala, Distintos Motivos Finlandeses Esculpidos no Gelo

Uma das salas, tem toda uma floresta talhada nas paredes e tecto. Num recanto, uma raposa mágica aponta um coelho tirado de uma cartola. Passamos para uma sala ao lado.

Nessa, angry birds olham os visitantes de soslaio, munidos de uma fisga que anima tantas das suas estórias.

É uma homenagem àquela que se mantém a criação ficcional – desenho animado, jogo e afins – mais popular alguma vez criada na Finlândia.

Hóspede do hotel do Castelo de Neve de Kemi abraça um Angry Bird de neve

Hóspede do hotel do Castelo de Neve de Kemi abraça um Angry Bird de neve

Há uma capela com cinquenta a cem assentos que já uniu casais dos quatro cantos do Mundo. Há o restaurante de gelo em que, não tarda, iríamos jantar.

Outros espaços, revelam-nos distintas figuras do imaginário suomi, todas esculpidas no gelo alvo em que a fortaleza é erguida, receptora de tonalidades que uma iluminação artificial fazia alternar.

Uma comunidade irrequieta de catraios deambula, para cá e para lá, entregue a brincadeiras, diabruras e correrias que ajudam a suportar o frio.

Crianças divertem-se em pistas de tobogã do Castelo de Gelo de Kemi

Crianças divertem-se em pistas de tobogã do Castelo de Gelo de Kemi

Lá fora, três ou quatro adultos esforçam-se por controlar a excitação gerada por uns poucos escorregas sulcados, em declive, no gelo, em que a miudagem se faz deslizar sobre bóias, trenós, tobogãs e sabe-se lá em que mais.

Monstros com olhos de luz fulminante parecem engolir a criançada de cada vez que mudam de ala.

Pórtico animado do Castelo de Neve de Kemi, o maior do Mundo

Pórtico animado do Castelo de Neve de Kemi, o maior do Mundo

Desafogado como era, o Castelo de Neve de Kemi abrigava aquilo e muito mais.

A História ainda Curta do Castelo de Neve

Em 1996, a cidade de Kemi ergueu-o em parceria com a UNICEF, como uma dádiva às crianças do Mundo. De então para cá, com quase trinta Primaveras e Verões pelo meio, o castelo derreteu e foi reerguido, pelo menos, tantas vezes.

Com áreas que oscilaram entre os 13 mil e os 20 mil metros quadrados e as muralhas mais longas a medirem para cima de 1km.

De início, surgia junto à margem da Baía de Bótnia e à marina de Kemi. Em 2017, as autoridades mudaram-no para a morada algo impronunciável de Mansikkanokankatu 15.

É de lá que partimos com a missão de explorarmos a pequena urbe no topo do Golfo de Bótnia, a 120km km do Círculo Polar Árctico, menos de 30km da Suécia.

Como seria de esperar, no pino do Inverno, encontramo-la densamente nevada.

A espaços, sob camadas impressionantes de neve, como é o caso de em volta da sua igreja luterana, finalizada em 1902, agora, com um tom salmão que combina com os “pasteis” predominantes da cidade.

A catedral luterana de Kemi, destacada acima do centro nevado da cidade.

A catedral luterana de Kemi, destacada acima do centro nevado da cidade.

E a Génese Russa da já Secular Kemi

Alexandre II, czar russo, fundou Kemi, em 1869, numa altura em que a Finlândia se mantinha um Grã-Ducado autónomo, integrante do vasto império russo.

A ideia do imperador era dotar o cimo do Golfo de Bótnia de um porto de águas fundas que fomentasse o comércio dos produtos chegados àquelas partes.

Tanto os que desciam do norte da Lapónia Finlandesa pelo rio Kemi, como os transportados Golfo de Bótnia acima, em ambos os casos, hoje ligados às duas grandes indústrias da cidade: a madeireira e a da pasta de papel.

Como testemunhamos em três tempos, o funcionamento do porto foi e ainda é interrompido durante o congelamento invernal.

Umas poucas embarcações resistiam, beneficiadas por protecções especiais, na marina contígua.

Barco cercado por gelo na marina de Kemi, Baía de Bótnia

Barco cercado por gelo na marina de Kemi, Baía de Bótnia

Ao largo, os únicos navios que circulam durante o frio são quebra-gelos como o emblemático “Sampo em que temos o privilégio de percorrer o Golfo de Bótnia por canais recém-abertos.

Kemi na 2ª Guerra Mundial e o Pós-Guerra

Chegaram a complementar este porto duas outras estruturas preponderantes e, como o Castelo de Neve, recordistas. Em 1944, a Finlândia assinou um acordo de Armistício que terminou a Guerra da Continuação com a U.R.S.S.

Esse acordo ditou a Alemanha Nazi inimiga da Finlândia e o início da Guerra da Lapónia que se estendeu até Abril de 1945, quase até ao término da 2ª Guerra Mundial na Europa. Não sem que, antes da sua rendição, os Nazis destruíssem a ponte e o viaduto mais longos da Finlândia, ambos situados a norte de Kemi.

Passado um ano, começou a construção do hotel Merihovi para que haveríamos de nos mudar, terminada em 1949.

Malgrado a escassez de materiais provocada pela grande guerra, tornou-se um edifício clássico da cidade. Acolheu várias vezes o ex-presidente finlandês Urho Kekkonen, bem como o cosmonauta russo Yuri Gagarin.

Quando passamos pela sua frente, têm lugar as filmagens de um qualquer filme ou série finlandesa de época, com carros coloridos, dos anos 60 a 80, alinhados no parque de estacionamento e umas poucas cenas no interior a que nos recusam o acesso.

Carros vintage alinhados em frente ao hotel Merihovi, durante umas filmagens

Carros vintage alinhados em frente ao hotel Merihovi, durante umas filmagens

De Volta ao Enregelado Castelo

Voltamos ao Castelo de Neve esfriados por um vento que tinha despontado do nada. As autoridades alertam e louvam o famoso vento local:

“fica ventoso em Kemi. Bastante mesmo. Graças ao vento, tornámo-nos uma gente particularmente forte. Que sobreviveu a muitos desafios ao longo do tempo.

O vento de Kemi é fresco e limpo. Um bom tipo de vento. Dá energia!”.

Adolescentes poucos mascarados durante a convenção Kitacon de Kemi

Adolescentes poucos mascarados durante a convenção Kitacon de Kemi

A nós, em particular, estava-nos a fazer bater o dente.

De acordo, aceleramos rumo ao refúgio que nos esperava, mesmo de neve e gelo, aquele com que podíamos contar.

Reanimamos na única sala aquecida do castelo, a comunal, àquela hora, por razões óbvias, quase à pinha.

O Ice Restaurant do Castelo de Gelo de Kemi

O Ice Restaurant do Castelo de Gelo de Kemi

Um Jantar tão Experimental como Breve

Sobre as 19h, mudamo-nos para o Snow Restaurant. Sentamo-nos sobre cepos de madeira que peles de rena tornavam mais confortáveis e a uma mesa feita de grandes blocos de gelo.

Servem-nos salmão e alce, recém-cozinhados, embrulhados em folhas de alumínio.

Desembrulhamo-los, ainda a fumegar. Compomo-los nos pratos decididos a fotografarmos a tão peculiar refeição. Caprichamos. E demoramos mais que o devido. Já nos tinham prevenido que os jantares do Castelo de Neve não admitiam hesitações, muito menos socializações.

Quando, por fim, nos preparamos para saborear as especialidades nórdicas, já estava tudo frio. Menos que a sala de jantar de que migramos, apressados, de volta ao conforto da de estar.

Miúdos brincam numa das salas do Castelo de Neve

Miúdos brincam numa das salas do Castelo de Neve

Com tarefas por cumprirmos nos portáteis, arrastamo-nos por lá, até já sermos os únicos. São nove da noite quando, a esforço, cedemos ao repto de passarmos para o quarto.

Como esperado, a transição volta a castigar-nos. Vencida a tarefa exigente de nos enfiarmos nos sacos-cama, ajustarmos os fechos de correr e cobrirmos com a manta de pele de rena, o cansaço reclama-nos para um sono também ele estreante. Sobre cama de gelo.

O dia volta a raiar. Vêm-nos chamar à porta. Mesmo no quarto congelado, somos os últimos a despertar. Tomamos o pequeno-almoço. Mudamo-nos para o hotel Merihovi.

De lá, sobre as dez, saímos para uma volta de mota de neve em redor de Kemi, com sequência na tal navegação a bordo do quebra-gelo “Sampo”.

Quebra-Gelo Sampo, Kemi, Finlândia

Passageiros ínfimos contra o enorme quebra-gelo “Sampo”

Regressamos pouco depois do ocaso, uma vez mais, a precisarmos de reaquecer. Ainda duram as gravações às portas do hotel.

Depois do anoitecer, mantemo-nos de olho na distância e acima de Kemi.

As previsões indicavam boa probabilidade de se darem auroras boreais.

Ao invés, o céu nublou-se. Assim ficou noite fora.

A Inesperada Convenção Kitacon de Kemi

Damos entrada no fim-de-semana.

Participantes góticos da convenção Kitacon de Kemi.

Participantes góticos da convenção Kitacon de Kemi.

Ao deambularmos por Kemi, percebemos que a cidade havia sido tomada por humanos convertidos em Lolitas, góticos, mascarados indefinidos e personagens de BD que desconhecíamos.

Pais rebocam crianças instaladas em trenós, no centro de Kemi

Pais rebocam crianças instaladas em trenós, no centro de Kemi

Todos afluíam para um mesmo edifício. Seguiam-lhes os passos uns poucos pais jovens que puxavam crianças e até bebés instalados sobre trenós coloridos e deslizantes.

Entramos no tal edifício. Lá dentro, eram centenas os jovens mascarados de sabe-se lá o quê.

Explicam-nos que tudo aquilo fazia parte do Kitacon.

Trata-se de uma convenção de fãs de animé, jovens culturas e sub-culturas nipónicas e afins que reunia adolescentes, sobretudo de Kemi e da Finlândia, também de uns poucos países vizinhos.

Participantes sueca e dinamarquesa da convenção Kitacon.

Participantes sueca e dinamarquesa da convenção Kitacon.

Longe de contarmos com o evento, integramo-nos na comunidade meio geek, meio nerd, em qualquer caso, orgulhosa das suas encarnações e de nelas nos verem interessados.

Condicionada pela sua latitude extrema e pela meteorologia inclemente, Kemi aproveita todas as oportunidades para fugir da rotina e se transformar, de preferência, em convívio com forasteiros.

Casal mascarado para a convenção Kitacon.

Casal mascarado para a convenção Kitacon.

Voltamos a sublinhar a auto-definição das autoridades da cidade: “ [Kemi] pode não ser o lugar mais excitante do Mundo, mas é, provavelmente um lugar melhor que muitos para viver, dormir, comer, rir e passar um bom tempo. Uma coisa é certa:

Kemi é a melhor Kemi do Mundo e todos lá são bem-vindos”.

Escultura mitológica no Castelo de Neve de Kemi

Escultura mitológica no Castelo de Neve de Kemi

COMO IR

Voe de Lisboa para Helsínquia, com a TAPflytap.com por a partir de 450€ ida-e-volta. De Helsínquia poderá cumprir a viagem para Kemi com a Finnair.

Fortalezas

O Mundo à Defesa - Castelos e Fortalezas que Resistem

Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
Khiva, Uzbequistão

A Fortaleza da Rota da Seda que a União Soviética Aveludou

Nos anos 80, dirigentes soviéticos renovaram Khiva numa versão amaciada que, em 1990, a UNESCO declarou património Mundial. A URSS desintegrou-se no ano seguinte. Khiva preservou o seu novo lustro.
São João de Acre, Israel

A Fortaleza que Resistiu a Tudo

Foi alvo frequente das Cruzadas e tomada e retomada vezes sem conta. Hoje, israelita, Acre é partilhada por árabes e judeus. Vive tempos bem mais pacíficos e estáveis que aqueles por que passou.
Sigiriya, Sri Lanka

A Capital Fortaleza de um Rei Parricida

Kashyapa I chegou ao poder após emparedar o monarca seu pai. Receoso de um provável ataque do irmão herdeiro do trono, mudou a principal cidade do reino para o cimo de um pico de granito. Hoje, o seu excêntrico refúgio está mais acessível que nunca e permitiu-nos explorar o enredo maquiavélico deste drama cingalês.
Helsínquia, Finlândia

A Fortaleza em Tempos Sueca da Finlândia

Destacada num pequeno arquipélago à entrada de Helsínquia, Suomenlinna foi erguida por desígnios político-militares do reino sueco. Durante mais de um século, a Rússia deteve-a. Desde 1917, que o povo suómi a venera como o bastião histórico da sua espinhosa independência.
Tataouine, Tunísia

Festival dos Ksour: Castelos de Areia que Não Desmoronam

Os ksour foram construídos como fortificações pelos berberes do Norte de África. Resistiram às invasões árabes e a séculos de erosão. O Festival dos Ksour presta-lhes, todos os anos, uma devida homenagem.
Okinawa, Japão

O Pequeno Império do Sol

Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum "Barco do Amor". Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Ilha Hailuoto, Finlândia

À Pesca do Verdadeiro Peixe Fresco

Abrigados de pressões sociais indesejadas, os ilhéus de Hailuoto sabem sustentar-se. Sob o mar gelado de Bótnia capturam ingredientes preciosos para os restaurantes de Oulu, na Finlândia continental.
Inari, Finlândia

O Parlamento Babel da Nação Sami

A Nação sami integra quatro países, que ingerem nas vidas dos seus povos. No parlamento de Inari, em vários dialectos, os sami governam-se como podem.
Helsínquia, Finlândia

Uma Via Crucis Frígido-Erudita

Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Helsínquia, Finlândia

A Páscoa Pagã de Seurasaari

Em Helsínquia, o sábado santo também se celebra de uma forma gentia. Centenas de famílias reúnem-se numa ilha ao largo, em redor de fogueiras acesas para afugentar espíritos maléficos, bruxas e trolls
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
O rio Zambeze, PN Mana Poools
Safari
Kanga Pan, Mana Pools NP, Zimbabwe

Um Manancial Perene de Vida Selvagem

Uma depressão situada a 15km para sudeste do rio Zambeze retém água e minerais durante toda a época seca do Zimbabué. A Kanga Pan, como é conhecida, nutre um dos ecossistemas mais prolíficos do imenso e deslumbrante Parque Nacional Mana Pools.
Thorong Pedi a High Camp, circuito Annapurna, Nepal, caminhante solitário
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
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O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
Pleno Dog Mushing
Aventura
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O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
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Dia da Austrália: em Honra da Fundação, de Luto Pela Invasão

26/1 é uma data controversa na Austrália. Enquanto os colonos britânicos o celebram com churrascos e muita cerveja, os aborígenes celebram o facto de não terem sido completamente dizimados.
Pela sombra
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Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Indígena Coroado
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Por uns Trás-os-Montes da Venezuela em Fiesta

Em 1619, as autoridades de Mérida ditaram a povoação do território em redor. Da encomenda, resultaram 19 aldeias remotas que encontramos entregues a comemorações com caretos e pauliteiros locais.
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A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
A Toy Train story
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Madonna cantou-a como La Isla Bonita e reforçou o mote. Hoje, nem os furacões nem as disputas políticas desencorajam os veraneantes VIPs e endinheirados de se divertirem neste refúgio tropical.

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São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Bando de flamingos, Laguna Oviedo, República Dominicana
Vida Selvagem
Laguna de Oviedo, República Dominicana

O Mar (nada) Morto da República Dominicana

A hipersalinidade da Laguna de Oviedo oscila consoante a evaporação e da água abastecida pela chuva e pelos caudais vindos da serra vizinha de Bahoruco. Os nativos da região estimam que, por norma, tem três vezes o nível de sal do mar. Lá desvendamos colónias prolíficas de flamingos e de iguanas entre tantas outras espécies que integram este que é um dos ecossistemas mais exuberantes da ilha de Hispaniola.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.