Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias


Maias de agora
Três das Marias do clã morador do acampamento Hidalgo.
Água breu
A lagoa escura e habitada por jacarés de Pac Ben, usada por esta eco-aldeia maia para percursos de tirolesa.
Topo à vista
Casal prestes a chegar ao topo da pirâmide Nohuch Mul, em Cobá.
Protector da aldeia
Um dos jacarés da lagoa de Pac Ben.
Empañaderas
Trio de cozinheiras maias a fritar empañadas para o restaurante de Pac Chen.
Nohuch Mul
A mais impressionante das pirâmides maias de Cobá.
Traços Maias
Rapariga maia do acampamento Hidalgo, um pequeno clã das imediações de Cobá.
Ciclo-boleias
Visitantes a bordo de triciclos que percorrem parte do que poderão ter sido os antigos sacbés (caminhos maias).
Xamã Adolfo
Xaman Adolfo bendiz os visitantes mais recentes à aldeia de Pac Chen.
Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.

“Amigos, desculpem-me mas vou mesmo insistir para que não lhes chamem ruínas, pode ser? Ruínas são edifícios em mau estado.

Acho que todos concordamos que não é bem o caso destes…” professava o guia Miguel da frente da carrinha à medida que completávamos a estrada que nos levava das imediações de Tulum e do litoral azul-turquesa do Mar das Caraíbas para o interior plano e forrado a selva da Península de Iucatão e da sua província de Quintana Roo.

Chegámos pouco depois e tivemos que decidir aquele que seria o meio de deslocação no vasto complexo. Os arqueólogos acreditam que, na origem, Cobá tinha cerca de 50km2 e, entre 400 e 1100 d.C., acolhia cerca de quarenta mil habitantes maias.

Também crêem que só foram desenterrados 5% dos edifícios. Mesmo assim, a área de selva que íamos cobrir era relativamente vasta e estávamos carregados.

Optámos por percorrê-la à boleia de um dos muitos triciclos de uma frota local ao serviço dos visitantes.

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Visitantes a bordo de triciclos que percorrem parte do que poderão ter sido os antigos sacbés (caminhos maias).

As Pirâmides Maias Majestosas de Cobá

Além de extensa, Cobá inclui a mais alta das pirâmides maias da península de Iucatão, Nohuch Mul, ou grande monte no dialecto nativo.

Durante largo tempo, a ascensão ao cimo dos seus 42 metros foi proibida pelos arqueólogos, devido ao desgaste que provocava nas pedras.

Mas, a pressão dos guias e outros trabalhadores que se fartaram da supremacia turística de complexos mais famosos como Chichen Itzá, Tulum e Palenque, fez com as autoridades cedessem.

Nohuch Mul tornou-se, agora, para todos os que não sofram de vertigens e – como testemunhámos – até para alguns desses desafortunados mais corajosos, um zénite histórico a conquistar.

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A mais impressionante das pirâmides maias de Cobá.

A arquitectura de Cobá provou-se um mistério que o próprio significado do nome maia “água mexida pelo vento” parece justificar.

Continua a intrigar os arqueólogos o porquê de as suas enormes pirâmides se parecerem mais com as de Tikal, na Guatemala, do que com as de Chichen Itzá ou outras da península do Iucatão, muito mais próximas.

Alguns sugeriram que teria sido estabelecida uma aliança com Tikal através de matrimónios por forma a viabilizar o comércio entre os maias hoje guatemaltecos e os iucatecas. A extensa rede de sacbés (trilhos pavimentados) que existiam nesta zona e que tinham Cobá como eixo – alguns com mais de 100 km de extensão – serviam este mesmo comércio.

Em redor de 40 sacbés distintos passavam por Cobá, uma infraestrutura impressionante que comprova o dinamismo do povo maia à chegada dos conquistadores espanhóis.

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Abutres secam as asas sob o sol matinal, no cimo da pirâmide de Nohuch Mul.

A Ascensão Algo Vertiginosa ao Topo de Nohuch Mul

Não seria já, por certo, por um desses sacbés que seguíamos mas, com pedaladas vigorosas, o condutor do triciclo deixou-nos na base da grande Nohuch Mul. “Ai está ela!” anunciou-nos aliviado pelo fim da sua viagem.

“Divirtam-se, de preferência subam em ziguezague e vejam bem onde põem os pés.!”

Por instantes, ficámos a contemplar aquela escadaria para o céu de pedra perdida na floresta tropical que, no momento, conduzia a nuvens bem brancas.

Entretanto, ganhámos coragem e inaugurámos a massacrante ascensão. Primeiro em recta mas, quando os degraus começaram a aumentar de tamanho – bem como a altura a que chegávamos – aos ésses, tal e qual tínhamos sido aconselhados a fazer.

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Casal prestes a chegar ao topo da pirâmide Nohuch Mul, em Cobá.

Passámos por visitantes obesos, ou simplesmente de mais idade e já em manifesta dificuldade, zonzos ou em sobreaquecimento.

Fomos passados por adolescentes em forma olímpica que subiram tudo o que puderam quase em corrida a exibir a si próprios e aos competidores imaginários a sua destreza física.

Ao nosso ritmo, lá chegámos ao topo. Assim que pudemos, recuperámos o fôlego, virámo-nos para trás e reclamámos a recompensa. Para diante e a perder de vista, estendia-se a selva tropical da península de Iucatão, lar milenar do grande e resiliente povo maia.

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Caveira encrustrada numa superfície do complexo de Cobá.

Por norma, os guias da região poupam-se a estes esforços físicos intensos que, caso não se esquivassem, poderiam ter que fazer numa base diária. Miguel não foi excepção.

Limitou-se a esperar pela nossa descida à sombra.

Templo das Iglésias e o Restante Complexo Arqueológico de Cobá

Após o derradeiro degrau, prosseguirmos com o périplo pelo complexo de Cobá, pelo seu Templo de Las Iglésias, a pirâmide mais proeminente, pelo incontornável jogo da bola maia, uma estrutura e desporto partilhados por várias antigas cidades maias e de que existem, hoje, representações fidedignas.

O calor e a humidade começavam a enfraquecer-nos. À primeira queixa, Miguel e a colega Emma – que, entretanto, se lhe havia juntado – guiaram-nos até junto de uma área de comes e bebes do complexo. “Acho que estamos todos a precisar de um refresco e quem sabe de mais qualquer coisita, sugeriu Miguel.”

Examinámos com atenção a oferta dos vendedores maias.

Acabámos por escolher coco aos pedaços polvilhado com mel e, à boa maneira mexicana, um cheirinho de chili. A mistura deixou-nos a ferver mais do que estávamos à espera.

Pelo menos, a nutritiva noz tratou de restabelecer as calorias e minerais que nos faltavam.

Foi, assim, em processo de recobro físico que viajámos até Pac Chen, uma aldeia maia das imediações que tinha recentemente aderido ao ecoturismo.

Do Passado de Cobá à Vida Maia de Agora de Pac Chen

Entrámos no povoado directamente para a sua sala de refeições.

O petisco de despedida de Cobá tinha disfarçado levemente a fome antes voraz.

De acordo, aproveitamos para investigar o espaço em que se dispunha a povoação, o varandim amplo para que dava a sala, a lagoa para diante e a selva em redor.

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A lagoa escura e habitada por jacarés de Pac Ben, usada por esta eco-aldeia maia para percursos de tirolesa.

No regresso, demos ainda com a cozinha onde três mulheres maias tagarelavam no seu dialecto enquanto preparavam e fritavam empanadas em série numa grande frigideira.

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Trio de cozinheiras maias a fritar empañadas para o restaurante de Pac Chen.

Metemos conversa em castelhano. Piada puxa piada, porque fingimos ser exigentes com a qualidade da refeição por que esperávamos acabámos recrutados para ajudar.

“Que bem que ficam de escumadeira, señores, já viram quantas mais ali estão por fritar?” atira Regina Pot, a mais bem-disposta.

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Xaman Adolfo bendiz os visitantes mais recentes à aldeia de Pac Chen.

Após o almoço tradicional, Adolfo, o xamã da aldeia benzeu-nos e a um grupo de outros forasteiros prestes a entrar no Inframundo maia a que dava acesso o cenote (lagoa subterrânea) local.

Sem o saber, também nos abençoou para a tirolesa que depressa nos arrependemos de fazer sobre outra lagoa escura como breu que não a que tínhamos antes espreitado, repleta de jacarés.

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Um dos jacarés da lagoa de Pac Ben.

Lares Doces Lares Maias entre Pac Chen e Cobá

No regresso de Pac-Chen a Tulum, ainda parámos no lar de um clã que, por alguma razão, os guias conheciam por acampamento Hidalgo e em que todos os membros se chamavam ora Maria ora José mas se tratavam pelos segundos nomes para evitarem a confusão.

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Três das Marias do clã morador do acampamento Hidalgo.

Ali, enquanto as crianças mais novas faziam questão de exibir a sua desafinação musical com instrumentos artesanais, pudemos constatar o pouco ou nada que terão evoluído as condições de vida dos maias mais humildes desde o auge do seu império aos dias de hoje.

Numerosa, a família partilhava uma casa de madeira exígua, algo lúgubre e algumas cabanitas adicionais entre si e com macacos, galinhas, porcos, javalis e outros espécimes. Sobreviviam quase só desses animais e da venda de artesanato e roupa aos turistas que ali paravam ou que os guias lá levavam.

Em 2005, Maria Isidra Hoil, uma irmãzita da Maria matriarca do clã, conseguiu uma fonte de rendimento inesperada e bem mais proveitosa.

Então com oito anos, foi selecionada pelo casting de Apocalypto de Mel Gibson, a longa-metragem hollywoodesca que se seguiu a “A Paixão de Cristo” e retratou o drama da intensificação dos sacrifícios humanos ditada pelos imperadores maias quando confrontados com a decadência do império.

A

Traços Maias

Rapariga maia do acampamento Hidalgo, um pequeno clã das imediações de Cobá.

essa data, a miúda só falava maia e nunca vira um filme.

Acabou por ter um desempenho como rapariga do Oráculo que surpreendeu e maravilhou Gibson, a restante equipa, espectadores de todo o mundo bem como outros realizadores, caso do polémico Spike Lee, que incluiu “Apocalypto” na sua lista de filmes essenciais.

Como era de esperar, a opinião de Lee e concordantes não foi propriamente consensual.

Várias comunidades maias tanto do Iucatão como guatemaltecas protestaram contra as autoridades mexicanas e a obra por exibir uma imagem errada, demasiado sanguinária, da sua cultura milenar.

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Jovens mulheres maias do povoado Hidalgo, entre Pac Chen e Cobá.

Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias

Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.
Mérida, México

A Mais Exuberante das Méridas

Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Uxmal, Iucatão, México

A Capital Maia que Se Empilhou Até ao Colapso

O termo Uxmal significa construída três vezes. Na longa era pré-Hispânica de disputa do mundo Maia, a cidade teve o seu apogeu, correspondente ao cimo da Pirâmide do Adivinho no seu âmago. Terá sido abandonada antes da Conquista Espanhola do Iucatão. As suas ruínas são das mais intactas da Península do Iucatão.
Barrancas del Cobre, Chihuahua, México

O México Profundo das Barrancas del Cobre

Sem aviso, as terras altas de Chihuahua dão lugar a ravinas sem fim. Sessenta milhões de anos geológicos sulcaram-nas e tornaram-nas inóspitas. Os indígenas Rarámuri continuam a chamar-lhes casa.
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Chichen Itza, Iucatão, México

À Beira do Cenote, no Âmago da Civilização Maia

Entre os séculos IX a XIII d.C., Chichen Itza destacou-se como a cidade mais importante da Península do Iucatão e do vasto Império Maia. Se a Conquista Espanhola veio precipitar o seu declínio e abandono, a história moderna consagrou as suas ruínas Património da Humanidade e Maravilha do Mundo.
Real de Catorce, San Luís Potosi, México

De Filão da Nova Espanha a Pueblo Mágico Mexicano

No início do século XIX, era uma das povoações mineiras que mais prata garantia à Coroa Espanhola. Um século depois, a prata tinha-se desvalorizado de tal maneira que Real de Catorce se viu abandonada. A sua história e os cenários peculiares filmados por Hollywood, cotaram-na uma das aldeias preciosas do México.
Real de Catorce, San Luís Potosi, México

A Depreciação da Prata que Levou à do Pueblo (Parte II)

Com a viragem para o século XX, o valor do metal precioso bateu no fundo. De povoação prodigiosa, Real de Catorce passou a fantasma. Ainda à descoberta, exploramos as ruínas das minas na sua origem e o encanto do Pueblo ressuscitado.
Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
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A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
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Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
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O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
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Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
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Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
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Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
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Há séculos que os nativos viajam mangal adentro e afora entre a ilha do Ibo e a de Quirimba, no tempo que lhes concede a ida-e-volta avassaladora do oceano Índico. À descoberta da região, intrigados pela excentricidade do percurso, seguimos-lhe os passos anfíbios.
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A Mais Dramática das Patagónias

Em nenhuma outra parte os confins austrais da América do Sul se revelam tão arrebatadores como na cordilheira de Paine. Ali, um castro natural de colossos de granito envolto de lagos e glaciares projecta-se da pampa e submete-se aos caprichos da meteorologia e da luz.
Jingkieng Wahsurah, ponte de raízes da aldeia de Nongblai, Meghalaya, Índia
Património Mundial UNESCO
Meghalaya, Índia

Pontes de Povos que Criam Raízes

A imprevisibilidade dos rios na região mais chuvosa à face da Terra nunca demoveu os Khasi e os Jaintia. Confrontadas com a abundância de árvores ficus elastica nos seus vales, estas etnias habituaram-se a moldar-lhes os ramos e estirpes. Da sua tradição perdida no tempo, legaram centenas de pontes de raízes deslumbrantes às futuras gerações.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
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Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
República Dominicana, Praia Bahia de Las Águilas, Pedernales. Parque Nacional Jaragua, Praia
Praias
Laguna Oviedo a Bahia de las Águilas, República Dominicana

Em Busca da Praia Dominicana Imaculada

Contra todas as probabilidades, um dos litorais dominicanos mais intocados também é dos mais remotos. À descoberta da província de Pedernales, deslumbramo-nos com o semi-desértico Parque Nacional Jaragua e com a pureza caribenha da Bahia de las Águilas.
Camponesa, Majuli, Assam, India
Religião
Majuli, Índia

Uma Ilha em Contagem Decrescente

Majuli é a maior ilha fluvial da Índia e seria ainda uma das maiores à face da Terra não fosse a erosão do rio Bramaputra que há séculos a faz diminuir. Se, como se teme, ficar submersa dentro de vinte anos, mais que uma ilha, desaparecerá um reduto cultural e paisagístico realmente místico do Subcontinente.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Sobre Carris
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sociedade
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Barco e timoneiro, Cayo Los Pájaros, Los Haitises, República Dominicana
Vida Selvagem
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.