Circuito Annapurna 16º - Marpha, Nepal

Marpha e o Fim Antecipado do Circuito


Ancião Intrigado
Ancião à entrada duma rua deserta de Marpha
O Portal da Aldeia
Portal budista-tibetano de entrada em Marpha
O mosteiro Tashi Lha Khang
Vista de Marpha com o mosteiro Tashi Lha Khang em destaque
Recreio Budistta
Noviços brincam no pátio do mosteiro Tashi Lha Khang
Monges no mosteiro Tashi Lha Khang
Monges na escadaria do mosteiro Tashi Lha Khang
Censura Infantil
Duas gerações de moradores de Marpha
Estupa Trabalhada
Pequena estupa trabalhada em folha de ouro no mosteiro Tashi Lha Khang
Chorten da Encosta
Chorten adicionado a uma encosta da aldeia, diz-se que como tentativa de erradicar uma epidemia de lepra
marpha-mustang-nepal-campones-carregado-fardo
Curral ao Sol
Equinos num curral solarengo de Marpha
Hotel Sunrise & Outros
Letreiros de negócios numa rua mais turística de Marpha
Rumo ao Sol
Jovens estudantes saem de uma ruela sombria de Marpha
Moto-Anciã
Anciã de Marpha e uma motorizada na sua rua
Em Espera
Moradora de Marpha à porta de uma casa tradicional da aldeia
O cimo do Mosteiro
Elementos budistas no telhado do mosteiro Tashi Lha Khang
Lide do Cabelo
Mulher penteia o cabelo no terraço repleto de lenha da sua casa
Trio Embrenhado
Moradores de Marpha acompanham uma intervenção na rede de electricidade da aldeia
Aula Budista
Aula budista no mosteiro Tashi Lha Khang
Buda e Cia
Sala de veneração do mosteiro Tashi Lha Khang, com a imagem de Buda em fundo
Recanto Mal Arrumado
Recanto mal arrumado do mosteiro Tashi Lha Khang
Contados treze dias de caminhada desde a já longínqua Chame, chegamos a Marpha. Abrigada no sopé de uma encosta, na iminência do rio Gandaki, Marpha revela-se a derradeira povoação preservada e encantadora do percurso. O excesso de obras ao longo da via F042 que nos levaria de volta a Pokhara, faz-nos encurtar a segunda parte do Circuito Annapurna.

Ainda em Kagbeni, a espera matinal por um transporte que nos levasse na direcção de Jomsom, atinge as duas horas.

Deixa-nos saturados. Aparece um carro no sentido contrário, o de Muktinath.

O condutor aborda-nos. “O autocarro já passou. Agora vai ser difícil apanharem outro. Se quiserem, posso ligar a uma pessoa que tem um jipe. Por 1800 rúpias (cerca de 11€), ele leva-vos lá.” Aceitamos de imediato.

Cinco minutos depois, o jipe aparece. Nuns poucos mais, chegamos às imediações de Jomsom, uma povoação situada nas margens do rio Gandaki, por ali, tão dilatado que mais parece um lago. Jomsom acolhe um dos aeroportos principais daqueles confins setentrionais do Nepal.

Com o tempo, a relevância dessa infra-estrutura trouxe um desenvolvimento e modernização que não víamos fazia quase meio mês.

Caminhada de Jomsom até Marpha, pelas Margens do Gandaki

O condutor deixa-nos numa margem do Gandhaki que encurtava a caminhada em falta. Cumprimos os 5km para Marpha, numa hora e quarenta e cinco minutos.

Um primeiro trecho, ao longo das margens áridas e pedregosas do Gandaki. Do rio, seguimos por caminhos rurais, muitos deles murados. Desnivelamos menos de 100 metros dos 2760m a que se situa Jomsom.

Encontramos Marpha recolhida no vale Kali Gandaki, com o seu casario disposto contra encostas baixas da cordilheira Dhaulagiri que ali tem mais próximas as montanhas Dhamphus (6012m) e Tukuche (6920m).

A certo ponto, uma via estreita, de terra batida, dá lugar a outra, já com perfil de rua e pavimento feito de pedras quase lisas, de tom claro e que leva ao âmago da aldeia.

A meio da tarde, damos com a “Paradise Guest House” que, ainda em Kagbeni, um americano do Colorado nos tinha aconselhado.

E uma Volta Inaugural por Marpha

Instalamo-nos. Damos uma volta inaugural por Marpha.

Ancião à entrada duma rua deserta de Marpha

Ancião à entrada duma rua deserta de Marpha

Ruela após ruela, reconhecemos a sua arquitectura peculiar, dos lares de pedra empilhada e pintada de branco, quase todos dotados de terraços com pilhas de lenha armazenadas nas orlas.

Ascendemos na vertente. Ao mesmo tempo, afastamo-nos, em busca de uma perspectiva panorâmica.

Tanto, que cruzamos o portal de acesso à aldeia, do lado oposto àquele por que tínhamos entrado.

É branco. Dão-lhe cor linhas de bandeirolas tibetanas lung ta.

Subimos o mais que podemos.

Vista panorâmica de Marpha das alturas do mosteiro Tashi Lha Khang

Vista panorâmica de Marpha

Por fim, conquistamos uma vista geral de Marpha.

Apreciamos o casario estendido aba adentro, coroado pelo mosteiro Tashi Lha Khang da seita tibetana Nyingma, o grande templo do povoado e que dele sobressai num tom quase grená.

A Espiritualidade Sobranceira do mosteiro Tashi Lha Khang

Mais distantes, percebíamos ainda os pomares de maçãs e outras plantações próximas da vertente oposta, do rio Gandaki e do seu afluente Thak Kola.

Pormenor de uma porta do mosteiro Tashi Lha Khang

Pormenor de uma porta do mosteiro Tashi Lha Khang

O mosteiro Tashi Lha Khang conta com mais de dois séculos.

Abriga uma colecção de 225 livros tibetanos sagrados e forma boa parte dos jovens de Marpha.

Sala de veneração do mosteiro Tashi Lha Khang, com a imagem de Buda em fundo

Sala de veneração do mosteiro Tashi Lha Khang, com a imagem de Buda em fundo

A partir de 1960, passou a desempenhar uma função agregadora crucial para a civilização tibetana.

A Invasão do Tibete e o Refúgio de Tibetanos, também em Marpha

Em 1950, a China invadiu o Tibete. Forçou quase 130 mil tibetanos a uma diáspora viabilizada sobretudo pela Índia, pelo Nepal e pelo Butão.

Marpha tem cerca de 1600 habitantes.

A menos de meia-hora a pé, na margem oposta do Gandaki, dotado de uma escola primária e de um centro de saúde, o campo de refugiados de Tserok abriga cerca de duzentos tibetanos sem grandes esperanças de voltarem às suas casas.

Por fundamentos da espiritualidade e logística do acolhimento, o campo foi instalado junto a um mosteiro homónimo.

Erguido no século XVI, numa antiga rota de comércio de sal, o também conhecido como mosteiro Chhairo é anterior ao de Tashi Lha Khang.

Elementos budistas no telhado do mosteiro Tashi Lha Khang

Elementos budistas no telhado do mosteiro Tashi Lha Khang

É, na realidade, o primeiro mosteiro da seita budista-tibetana Nyingma da região de Mustang.

Essa rota de sal que, em parte, seguia os meandros do rio Gandaki deixou de fazer sentido quando, determinada a estancar a circulação de activistas da libertação do Tibete, a China encerrou a sua fronteira com o Nepal.

Pormenor de uma porta do mosteiro Tashi Lha Khang

Pormenor de uma porta do mosteiro Tashi Lha Khang

A comunidade budista thakali local, minoritária, mas considerada uma das mais abastadas do Nepal, fez o que pôde para integrar os refugiados tibetanos na vida da aldeia.

Cada família tibetana tem direito a um talhão de terra para cultivo.

Vendedores numa das ruas do cerne de Marpha

Vendedores numa das ruas do cerne de Marpha

Trabalham nas lojas do centro.

Apoiam a actividade turística em geral, amiúde, como guias e carregadores nas muitas caminhadas que passam por Marpha, que de lá partem para outros lugares nepaleses meritórios.

A Capital Nepalesa da Maçã

De regresso, voltamos a cruzar o pórtico da aldeia.

Damos passagem a uma caravana de equídeos com sacas sobre os lombos.

Portal budista-tibetano de entrada em Marpha

Portal budista-tibetano de entrada em Marpha

Conduzem-na um trio de proprietários, três de vários criadores de mulas e pequenos cavalos, que lucram com a sua venda e aluguer para os mais distintos serviços.

Num domínio, como Marpha, cercado de pomares e outras produções rurais, a necessidade deste gado é premente, com frequência, para transporte de maçãs. Marpha é, afinal, a capital nepalesa da maçã.

Equinos num curral solarengo de Marpha

Equinos num curral solarengo de Marpha

Produz compotas e licores e o famoso brandy de Marpha, tudo derivado dos seus frutos, preciosos, numa vastidão montanhosa em que esse tipo de alimentos frescos escasseia.

Ao longo dos séculos, Marpha e a etnia thakali que a povoa foram quase sempre contemplados com abastança e bem-estar.

A Fé Budista-Tibetana que Erradicou uma Epidemia de Lepra

Existem, todavia, relatos de um período negro em que uma epidemia de lepra flagelou a aldeia e que nenhuma tentativa para a erradicar parecia ter sucesso.

Desse flagelo terá resultado outro dos santuários budista-tibetanos locais.

Chorten adicionado a uma encosta da aldeia, diz-se que como tentativa de erradicar uma epidemia de lepra

Chorten adicionado a uma encosta da aldeia, diz-se que como tentativa de erradicar uma epidemia de lepra

Um chorten adicionado a uma vertente íngreme e rochosa, uma pintura branca e vermelha destacada acima e à direita do mosteiro Tashi Lha Khang, complementada com chortens de dimensões normais abaixo da base a que os crentes podem aceder para aí desfiarem as suas preces.

Reza a história que o responsável pela inusitada obra terá sido um monge da povoação vizinha de Tukuche.

Esse monge aconselhou as gentes de Marpha a ali erguerem o chorten, que se o fizessem e lá orassem e levassem a cabo determinados rituais, a lepra desapareceria.

Os thakali de Marpha seguiram o conselho. A lepra soçobrou.

A aldeia regressou à sua conhecida fecundidade.

Letreiros de negócios numa rua mais turística de Marpha

Letreiros de negócios numa rua mais turística de Marpha

Escurece.

A Noite e Novo Amanhecer

Regressamos à “Paradise Guest House”. Jantamos com a companhia de Kofi Josua (nós, chamávamos-lhe Josh) e duma australiana com quem nos tínhamos cruzado na ascensão de há uns dias ao Ice Lake (4600m), acima de Brakka  (3470m).

Enquanto saboreamos tartes de maça cobertas com creme de ovos, falamos de experiências passadas no trecho crucial e mais exigente do percurso, o que vai de Manang ao desfiladeiro de Thorong La, aos 5416 metros, o seu ponto supremo e mais arriscado.

Falamos de mal de altitude, de salvamentos dispendiosos de helicóptero e de outros males que nunca nos chegaram a afectar.

A previsão meteorológica contemplava chuva para o dia seguinte. Poderia, aliás, ser duradoura.

Estranhamos. Marpha surge numa zona envolta de montanhas que bloqueiam a chegada de nuvens carregadas. Até mesmo nos meses de monção, que geram fortes inundações noutras partes do Nepal, chove pouco.

Vista de Marpha com o mosteiro Tashi Lha Khang em destaque

Vista de Marpha com o mosteiro Tashi Lha Khang em destaque

É a prevalência de dias solarengos, associada à irrigação garantida pelos rios iminentes que substancia a abundância das maçãs e de outras frutas.

Terminamos as tartes. Conversamos mais um pouco. Vencidos pelo cansaço, vamo-nos deitar. Tal como suspeitávamos que aconteceria, o dia seguinte amanhece solarengo, sem grandes sinais de que o sol se sumisse.

Tomamos um pequeno-almoço um pouco mais acelerado que o normal, não fosse a meteorologia fazer das suas. Ainda antes das 8h, regressamos às ruas de Marpha.

Voltamos a passar pelo mosteiro.

Noviços brincam no pátio do mosteiro Tashi Lha Khang

Noviços brincam no pátio do mosteiro Tashi Lha Khang

Uma Vida Nepalesa Harmoniosa

Uns poucos noviços brincam num pátio afundado em que o sol começa a incidir.

Abençoa-os uma encruzilhada de bandeirolas de oração estendidas entre um mastro central e os telheiros da estrutura alpendrada, aberta para o céu.

Numa das salas do piso superior, um jovem monge agasalhado do frio, com um gorro ainda a cobrir-lhe a cabeça, ensina uma turma diminuta e disciplinada.

Aula budista no mosteiro Tashi Lha Khang

Aula budista no mosteiro Tashi Lha Khang

Numa varanda próxima, outro grupo, desocupado da aprendizagem, debate um qualquer tema juvenil, costas voltadas para as centenas de terraços dos lares de Marpha, para as bandeiras budistas-tibetanas que lá ondulam ao vento.

Descemos rumo ao cerne turístico e comercial da aldeia.

Pelo caminho, passamos por uma ruela. Anima-a a presença de dois técnicos que se esforçam para restabelecer o abastecimento de electricidade.

Moradores de Marpha acompanham uma intervenção na rede de electricidade da aldeia

Moradores de Marpha acompanham uma intervenção na rede de electricidade da aldeia

Moradores saem, fazem perguntas. Voltam a entrar. Uns poucos, preferem assegurar-se que o trabalho fica feito.

Acompanham os técnicos, com o que nos parecem frequentes bitaites.

Acima desta comoção, mais preocupada com a saúde da sua longa cabeleira, uma mulher estica-a e penteia-a sem tréguas.

Mulher penteia o cabelo no terraço repleto de lenha da sua casa

Mulher penteia o cabelo no terraço repleto de lenha da sua casa

Sabíamos, quase certo, que, por volta da uma da tarde, um autocarro passaria por Marpha, destinado a Pokhara.

Partida de Marpha e o Fim Antecipado do Circuito Annapurna

Embarcamos com a mente aberta, preparados para sairmos em Ghasa ou na zona de águas termais de Tatopani, em que, em tempos, muitos dos caminhantes do circuito Annapurna paravam para descontraírem os músculos e a mente do esforço diário a que as caminhadas os tinham obrigado.

Só que, sucessivas épocas de monção agravadas pela incursão de furações tinham causado inúmeras derrocadas e outros danos na estrada F042 que se ajusta ao leito do rio Gandaki. Como consequência, na via e não só, sucediam-se zonas de obras e entulho, maquinaria e outras máculas na paisagem.

Quantos mais quilómetros percorríamos mais nos desapontávamos com o que aparecia e nos desmotivávamos da perspectiva de prolongarmos o Circuito Annapurna naquelas condições.

Chegamos a Ghasa. O cenário mantinha-se semelhante.

E o mesmo na iminência de Tatopani. Já íamos com treze dias a caminhar. Com mais de quinze em volta dos Annapurnas se contássemos com a viagem até Besisahar, a noite lá passada e a ligação, também em jipe, até Chame, onde começámos a andar.

Em Tatopani, decidimos que preferíamos manter, imaculadas, as memórias dos muitos trechos entre Chame e Marpha e das povoações e lugares inolvidáveis pelo caminho.

Seguimos até Pokhara.

 

 Como Ir

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Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna - A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Fogueira ilumina e aquece a noite, junto ao Reilly's Rock Hilltop Lodge,
Safari
Santuário de Vida Selvagem Mlilwane, eSwatini

O Fogo que Reavivou a Vida Selvagem de eSwatini

A meio do século passado, a caça excessiva extinguia boa parte da fauna do reino da Suazilândia. Ted Reilly, filho do colono pioneiro proprietário de Mlilwane entrou em acção. Em 1961, lá criou a primeira área protegida dos Big Game Parks que mais tarde fundou. Também conservou o termo suazi para os pequenos fogos que os relâmpagos há muito geram.
Rebanho em Manang, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
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Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
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Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
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Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
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Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Personagens
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
República Dominicana, Praia Bahia de Las Águilas, Pedernales. Parque Nacional Jaragua, Praia
Praias
Laguna Oviedo a Bahia de las Águilas, República Dominicana

Em Busca da Praia Dominicana Imaculada

Contra todas as probabilidades, um dos litorais dominicanos mais intocados também é dos mais remotos. À descoberta da província de Pedernales, deslumbramo-nos com o semi-desértico Parque Nacional Jaragua e com a pureza caribenha da Bahia de las Águilas.
Madu River: dono de um Fish SPA, com os pés dentro do viveiro de peixes-doutores
Religião
Rio e Lagoa Madu, Sri Lanka

No Curso do Budismo Cingalês

Por ter escondido e protegido um dente de Buda, uma ilha diminuta da lagoa da lagoa Madu recebeu um templo evocativo e é considerada sagrada. O Maduganga imenso em redor, por sua vez, tornou-se uma das zonas alagadas mais louvadas do Sri Lanka.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Walter Peak, Queenstown, Nova Zelandia
Sociedade
Nova Zelândia  

Quando Contar Ovelhas Tira o Sono

Há 20 anos, a Nova Zelândia tinha 18 ovinos por cada habitante. Por questões políticas e económicas, a média baixou para metade. Nos antípodas, muitos criadores estão preocupados com o seu futuro.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Glaciar Meares
Vida Selvagem
Prince William Sound, Alasca

Viagem por um Alasca Glacial

Encaixado contra as montanhas Chugach, Prince William Sound abriga alguns dos cenários descomunais do Alasca. Nem sismos poderosos nem uma maré negra devastadora afectaram o seu esplendor natural.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.