Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe


Em manobras
Funcionários de uma estação do comboio FCE sobre a carruagem do velho comboio.
À espera da partida
Passageiros convivem numa carruagem de Primeira Classe do FCE, ainda antes da sua partida tardia de Fianarantsoa.
Ar condicionado malgaxe
Vários passageiros seguem às janelas das carruagens a refrescar-se e a apreciar a paisagem tropical do percurso.
Márcia & cia
Márcia e amigas à entrada da carruagem exclusiva dos vazahas, os passageiros turísticos não malgaxes, de outras partes do mundo.
Mercado sobre carris
Vendedores de beira de linha fornecem víveres aos passageiros do comboio Fianarantsoa - Côte Est
Transbordo em equilíbrio
Trabalhador encarrega-se de mudar sacas pesadas de um vagão para outro.
Crime e Castigo
Carteirista capturado pelos próprios utentes de uma estação segue algemado e vigiado pelos militares que protegem a carruagem normalmente ocupada por estrangeiros.
Mais fruta
Dióspiros: uma sugestão colorida e revigorante que, na época certa, se repete ao longo do percurso.
De um conforto que chegue
O interior de uma das carruagens de 1ª Classe que, de luxuosas, só têm a sugestão do nome.
Bananas ao sol
Uma das inúmeras vendedoras que aproveitam para aumentar os proveitos da família de cada vez que o FCE passa nas suas povoações.
A ver Madagáscar passar
Funcionário segue sobre a locomotiva do FCE, numa zona luxuriante do percurso.
Mais bananas
Jovem vendedora equilibra bananas enquanto percorre a composição não muito longa do comboio.
Mais uma paragem
Comboio detém-se numa zona escarpada do percurso.
O Celeiro de Madagáscar
Um dos muitos arrozais que preenche a zona de etnia merina de Madagáscar, como as de outras etnias.
Galinha fora
Passageiro faz desembarcar uma galinha pela saída mais fácil do TGV Malgaxe: a janela.
Petisco nocturno
Vendedores partilham uma ceia improvisada com o que sobrou das vendas do dia.
Destacamento Ferroviário
Um dos militares destacados para a "carruagem dos estrangeiros" aprecia a vista de arrozais típica das terras mais altas de Madagáscar.
Tabela de Preços
Os valores a pagar por cada trajecto e classe entre sub-trajectos da linha Fianarantsoa - Manakara.
Venda Nocturna
Chegada a noite, os vendedores recorrem a vela, candeeiros a petróleo e a lanternas. As vendas prosseguem.
Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.

Mais por uma questão de consciência que outro motivo qualquer, levantamo-nos antes das seis da manhã. Deixamos o hotel Cotsoyannis apontados para a estação amarela e vermelha de Fianarantsoa.

Depois de chegarmos, depressa se reforçam as suspeitas que nunca sairíamos a horas.

Mais e mais veículos largam viajantes intrigados pelo que os espera. Faltam quinze para as sete quando Lalah Randrianary, um guia nado e criado na cidade, nos acompanha à bilheteira repleta de gente.

Despedimo-nos dele apenas até ao fim do dia. Passamos os revisores e o torniquete para a primeira plataforma da gare que, é, em parte, limitada por uma pequena plantação urbana de cana-de-açúcar.

A composição, formada por carruagens de passageiros verdes com listas amarelas e por vagões de carga meio ferruginosos já lá aguarda. Falta o mais importante, a locomotiva.

A Disputa dos Velhos Assentos do TGV Malgaxe

Os passageiros malgaxes disputam a entrada a bordo como se fugissem de um maremoto.

Uma vez instalados, passam a sua bagagem através das janelas e, finda a tormenta, procuram a harmonia no paralelepípedo metálico abafado que lhes calhou ou entregam-se a despedidas, algumas mais comoventes que outras.

Vemos a locomotiva vermelha ao longe, em manobras ininteligíveis. Uma vez que tarda em se aproximar, entramos em modo de investigação. Percorremos a plataforma de uma extremidade para a outra com incursões esporádicas nas seguintes.

Uma placa gasta pelo tempo assinala o início das carruagens de 1ª classe.

Nestas, por mais apertados que venham a estar, os malgaxes têm lugar sentado. Outras, de segunda e conforto a condizer, são de tal forma desconsideradas que não merecem uma tabuleta que as identifique.

É suposto os vazahas (estranjas) como nós seguirem numa carruagem suprema, exclusiva, imaculada e cosmopolita. Antes de a eles nos juntarmos, metemos o nariz numa ou outra de 1ª Classe, o que deixa os passageiros malgaxes intrigados.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, passageiros

Passageiros convivem numa carruagem de Primeira Classe do FCE, ainda antes da sua partida tardia de Fianarantsoa.

“Será que para aqui vêm? Ou que raio querem daqui?” pensam para com os botões das suas melhores vestes de domingo enquanto nos examinam de alto a baixo.

Um apito indicia a aproximação da locomotiva.

Um Atraso Malgaxe e a Partida quase em Câmara Lenta

Ainda decorre um bom tempo até que, às 8h30, com uma hora e meia de atraso, o maquinista do Train FCE Fianarantsoa – Côte Est faz soar um outro silvo definitivo.

A composição, por fim motorizada, parte aos soluços.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, composição

Vários passageiros seguem às janelas das carruagens a refrescar-se e a apreciar a paisagem tropical do percurso.

Começa por se arrastar a uns 20 ou 30 kms/h pelos arredores incaracterísticos de Fianara.

Favorecem-na uma série de passagens de nível em que dezenas de transeuntes a caminho dos seus trabalhos e afazeres saúdam o comboio e os passageiros com entusiasmo.

Pouco depois, suscita a primeira inclinação dos passageiros para a esquerda da carruagem, quando um francês sexagenário, guia de vários outros, anuncia que estávamos a passar pela plantação e fazenda de chá Sahambavy, a única do país.

Os Merina e as Terras Malgaches Repletas de Arrozais que Dominam

A população de Madagáscar divide-se em dezoito etnias distintas. Uma das predominantes e influentes é a Merina do nosso guia Lalah. Os Merina ocuparam grande parte das terras altas e centrais da nação.

Ora, por mais improvável que pareça, crê-se que chegaram à grande ilha africana em enormes canoas, entre 200 a.C. e 500 d.C., vindos de ilhas da actual Indonésia, provavelmente das Sunda.

Com eles, trouxeram o hábito de plantar e consumir arroz e, hoje, Madagáscar é o maior arrozal de África.

Os seus socalcos encharcados e os camponeses que os cuidam como das próprias vidas surgem logo à saída de Fianara.

Acompanham os velhos carris da linha férrea FCE que se diz serem provenientes da Alsácia, tomados pelos franceses aos alemães com o desfecho da Primeira Guerra Mundial e montados de 1926 a 1930 por trabalhadores chineses.

Os arrozais pintam quase todo o percurso de um verde bem mais garrido e diáfano que o da floresta tropical.

Mas não só os arrozais que nos acompanham.

Também de verde, se bem que tropa, dois militares negros, imponentes e munidos de metralhadoras seguem sentados no varandim em frente às portas da carruagem, com a missão de proteger os preciosos passageiros forasteiros do que der e vier.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, militar

Um dos militares destacados para a “carruagem dos estrangeiros” aprecia a vista de arrozais típica das terras mais altas de Madagáscar.

A sua primeira intervenção não poderia revelar-se mais díspar. Uma das janelas do grupo de idosos francófonos é a única a não abrir.

Os quatro gauleses indignados que partilham o azar, fartam-se de tentar e recorrem à ajuda dos militares que pensam ser uma força mais bruta. Sem sucesso, para óbvio embaraço dos soldados de quem todos, incluindo eles próprios, esperavam melhor desempenho.

É pelas portas e janelas que os moradores das povoações e lugarejos porque passamos se fazem à composição e com ela interagem. No caso do TGV Malgaxe, pode-se esperar quase tudo.

Vendedores Ferroviários Malgaxes de Tudo um Pouco

Em Mahatsinjony, Tolongoina, Manampatrana, Sahasinaka, Ambila e outras com nomes igualmente extensos mas menor importância, ainda o comboio desacelera já um exército de vendedores de todas idades o disputa em corrida para oferecer as suas especialidades.

Madame, madame! Regardez, des kakis!“ apela uma rapariga que exibe um tabuleiro redondo repleto de dióspiros maduros.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, diospiros

Dióspiros: uma sugestão colorida e revigorante que, na época certa, se repete ao longo do percurso.

Missy, missy j’ai des bonnes samoussas!”. “Monsieur, monsieur pouvez-vous me passer les Eau Vive vides?”, roga um rapazote que recolhe garrafas de água vazias para mais tarde vender.

Por forma a evitar feiras demasiado caóticas e prejudiciais ao conforto dos passageiros, os funcionários do comboio e os militares proibiram há muito a entrada dos vendedores nas carruagens, ainda mais nas dos vazahas.

Os vendedores permanecem, assim, o mais tempo que podem a incentivá-los a comprar sob as janelas e nas suas imediações.

Mais bananas

Jovem vendedora equilibra bananas enquanto percorre a composição não muito longa do comboio.

Outros, por norma, crianças e jovens atrevidos, sobrem os degraus de acesso à nossa carruagem e ficam à entrada da porta centrada, num convívio comercial irrequieto mas gentil entre si e com os estrangeiros que conseguem cativar.

A patusca Márcia e os compinchas optaram por outros ramos de negócio.

A miúda instala-se de pé, com os seus grandes olhos que, mesmo debaixo de um chapéu de palha, irradiam simpatia e curiosidade enquanto perscrutam a carruagem em busca de oportunidades. “Stylo madame…Eau Vive.

Missy, des cadeaux…” e insiste até se dispersar enquanto os amigos e colegas de pedinchice entram e saem vezes sem conta de cena.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, Márcia & cia

Márcia e amigas à entrada da carruagem exclusiva dos vazahas, os passageiros turísticos não malgaxes, de outras partes do mundo.

A Carga que Sobrecarrega a Composição do TGV Malgaxe

O comboio deixou de cumprir o percurso numa base diária, como antes acontecia. Fá-lo, agora, apenas às terças e aos sábados. Por essa razão, a companhia que o explora procura lucrar o mais possível com o transporte de carga em cada viagem.

De cada vez que se detém numa nova estação ou apeadeiro, o velho FCE fá-lo por tempo indeterminado, enquanto trabalhadores de corpos secos de gorduras e suados carregam grandes sacas em equilíbrio,

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, carregadores

Trabalhador encarrega-se de mudar sacas pesadas de um vagão para outro.

Tentam domar longas verguinhas de ferro, despacham caixotes com tudo o que se pode imaginar e, claro está, enormes cachos de bananas e animais domésticos, imobilizados de improviso.

Quando voltamos a arrancar, nós e dezenas de outros passageiros adeptos do ar livre, regressamos ao curioso jogo com que antes nos entretínhamos. Mais que nos contemplarmos uns aos outros e aos cenários verdejantes, divertimo-nos a evitar o mato.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, selva

Funcionário segue sobre a locomotiva do FCE, numa zona luxuriante do percurso.

De ambos os lados da linha, a vegetação tropical cresce a uma velocidade quase superior à do comboio. Torna-se invasiva e agressiva.

Força-nos a recolher ao interior da carruagem, como acontece à entrada dos quarenta e oito túneis que se repetem como interlúdios de negrume naquela fascinante parada malgaxe de cor e de vida.

As Atracções que Surgem de Ambos os Lados da Linha

Um dos funcionários a bordo da composição atravessa a secção dos turistas e anuncia que estamos prestes a vislumbrar as cascatas de Mandriampotsy. Desta vez, todos os passageiros afluem para o lado direito o que vem a calhar. No oposto, o caminho de ferro espreita para um enorme precipício.

Não tarda, detemo-nos em Andrambovato. Uma paragem que contempla mais uma série de estranhas manobras da locomotiva e se estende para lá de toda e qualquer demora.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva

Funcionários de uma estação do comboio FCE sobre a carruagem do velho comboio.

Temos tempo de entrar no túnel que se seguia e de examinar a roupa colorida que secava entre dois pares de carris, à sua entrada.

O Convite para subirmos à Locomotiva do Maquinista Rakoto Germain

Metemos conversa com o maquinista que nos convida a subir a bordo da máquina e se apresenta com indisfarçável orgulho: “Vou-lhe escrever aqui o meu nome e morada. Veja, por favor, se me consegue mandar uma das fotos.

Sou o maquinista-instrutor Rakoto Germain e rabisca tudo como se estivesse a aperfeiçoar a sua caligrafia, nas costas de uma fatura que lhe passamos.

A vida em redor desta linha de comboio continua a provar-se prolífica.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, Mercado sobre carris

Vendedores de beira de linha fornecem víveres aos passageiros do comboio Fianarantsoa – Côte Est

Só do regresso da locomotiva à carruagem em que seguíamos testemunhamos dois outros eventos marcantes: junto da entrada da estação, uma dupla recém-casada faz-se fotografar numa produção ferroviária arrojada e iluminada por grandes focos que, assim aparenta, se havia tornado moda.

Em simultâneo, dez ou onze homens saídos da multidão entregam um carteirista acabado de capturar aos militares que connosco seguiam.

Estes, por sua vez, algemam-no ao gradeamento do varandim da carruagem.

Interrogam-no de uma forma que nos parece pedagógica, tendo em conta a humilhação popular a que é sujeito até ser desembarcado na próxima povoação dotada de cárcere, várias horas depois do delito.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, carteirista aprisionado

Carteirista capturado pelos próprios utentes de uma estação segue algemado e vigiado pelos militares que protegem a carruagem normalmente ocupada por estrangeiros.

A determinada altura, torna-se óbvio que o maquinista segue os carris mas perdeu por completo a preocupação com o horário.

Damos entrada em Mananpatrana, outra das povoações chave do percurso, reconhecível pelas palafitas empoleiradas de ambos os lados da linha.

São seis da tarde, a hora a que era suposto chegarmos ao destino final. A noite não tarda a cair e ainda estamos bem longe de Manakara mas o regresso à marcha está ainda mais demorado que em Andrambovato.

Por fim, encetamos o derradeiro trajecto em direcção à costa, logo interrompido por uma falha de energia que nos deixa mais de meia-hora entregues ao breu.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, 2ª classe

O interior de uma das carruagens de 1ª Classe que, de luxuosas, só têm a sugestão do nome.

Não é que o tivéssemos testemunhado mas, no último terço do percurso, o caminho-de-ferro deixa a floresta primária. Faz-se a uma sequência de colinas preenchidas por árvores do viajante.

Passa pela pequena aldeia de Mahabako e, logo, pela quase cidade de Fenomby.

Como nós, grande parte dos passageiros já se rendeu ao calor e ao cansaço e encostam as cabeças às janelas ou aos parceiros do lado caso tenham essa confiança.

Lá fora, os vendedores partilham ceias improvisadas, com o que sobrou das vendas do dia.

Outros, mantêm-se despertos ora incomodados ora fascinados com a invasão de insectos e pequenos répteis que a luz da carruagem e os galhos trespassantes da vegetação convidam a bordo.

Um pequeno camaleão, em particular aterra-nos mesmo à frente. Quando damos por ela, temos todos os passageiros da nossa carruagem despertos e inclinados sobre nós, determinados em admirar e fotografar a pobre criatura.

Aqui e ali, o comboio continua a deter-se. Do nosso assento, acompanhamos os movimentos dos vendedores e das crianças, agora pelos rastos difusos das suas vozes animadas e das suas velas, lanternas e candeeiros a petróleo.

Não temos grande ideia de onde estávamos, mas por volta das onze e meia, voltámos a submeter-nos à exaustão.

Perdemos inclusive o trecho excêntrico em que o comboio atravessa a pista do aeroporto de Manakara, na costa malgaxe oposta à de Morondava e da Avenida dos Baobás que já tínhamos também explorado.

Acordamos às três da manhã, já com o reboliço do FCE a entrar na estação terminal.

Um exército de mortos-vivos malgaxes e vazahas precipita-se para a saída desesperado por descanso e conforto.

Lalah volta a acolher-nos: “Desta vez, tiveram azar. É normal o comboio demorar, mas nove horas de atraso é realmente mau. Bom, têm duas sopas bem quentes no quarto. Amanhã às oito, o Canal dos Panglanes espera-vos.

Vai ser, no mínimo, a manhã toda de canoa!”

Morondava, Avenida dos Baobás, Madagáscar

O Caminho Malgaxe para o Deslumbre

Saída do nada, uma colónia de embondeiros com 30 metros de altura e 800 anos ladeia uma secção da estrada argilosa e ocre paralela ao Canal de Moçambique e ao litoral piscatório de Morondava. Os nativos consideram estas árvores colossais as mães da sua floresta. Os viajantes veneram-nas como uma espécie de corredor iniciático.
Bazaruto, Moçambique

A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
PN Yala-Ella-Candia, Sri Lanka

Jornada Pelo Âmago de Chá do Sri Lanka

Deixamos a orla marinha do PN Yala rumo a Ella. A caminho de Nanu Oya, serpenteamos sobre carris pela selva, entre plantações do famoso Ceilão. Três horas depois, uma vez mais de carro, damos entrada em Kandy, a capital budista que os portugueses nunca conseguiram dominar.
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
Flam a Balestrand, Noruega

Onde as Montanhas Cedem aos Fiordes

A estação final do Flam Railway, marca o término da descida ferroviária vertiginosa das terras altas de Hallingskarvet às planas de Flam. Nesta povoação demasiado pequena para a sua fama, deixamos o comboio e navegamos pelo fiorde de Aurland abaixo rumo à prodigiosa Balestrand.
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
Safari
PN Liwonde, Malawi

A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
Thorong Pedi a High Camp, circuito Annapurna, Nepal, caminhante solitário
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
Bertie em calhambeque, Napier, Nova Zelândia
Arquitectura & Design
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Aventura
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
cowboys oceania, Rodeo, El Caballo, Perth, Australia
Cerimónias e Festividades
Perth, Austrália

Cowboys da Oceania

O Texas até fica do outro lado do mundo mas não faltam vaqueiros no país dos coalas e dos cangurus. Rodeos do Outback recriam a versão original e 8 segundos não duram menos no Faroeste australiano.
, México, cidade da prata e do Ouro, lares sobre túneis
Cidades
Guanajuato, México

A Cidade que Brilha de Todas as Cores

Durante o século XVIII, foi a cidade que mais prata produziu no mundo e uma das mais opulentas do México e da Espanha colonial. Várias das suas minas continuam activas mas a riqueza de Guanuajuato que impressiona está na excentricidade multicolor da sua história e património secular.
jovem vendedora, nacao, pao, uzbequistao
Comida
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
Djerbahood, Erriadh, Djerba, Espelho
Cultura
Erriadh, Djerba, Tunísia

Uma Aldeia Feita Galeria de Arte Fugaz

Em 2014, uma povoação djerbiana milenar acolheu 250 pinturas murais realizadas por 150 artistas de 34 países. As paredes de cal, o sol intenso e os ventos carregados de areia do Saara erodem as obras de arte. A metamorfose de Erriadh em Djerbahood renova-se e continua a deslumbrar.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Africa Princess, Canhambaque, Bijagós, Guiné Bissau,
Em Viagem
Cruzeiro Africa Princess, 1º Bijagós, Guiné Bissau

Rumo a Canhambaque, pela História da Guiné Bissau

O Africa Princess zarpa do porto de Bissau, estuário do rio Geba abaixo. Cumprimos uma primeira escala na ilha de Bolama. Da antiga capital, prosseguimos para o âmago do arquipélago das Bijagós.
Passagem, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives
Étnico
Tanna, Vanuatu

Daqui se Fez Vanuatu ao Ocidente

O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.
Portfólio, Got2Globe, melhores imagens, fotografia, imagens, Cleopatra, Dioscorides, Delos, Grécia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

O Terreno e o Celestial

Espargos, ilha do Sal, Cabo Verde
História
Ilha do Sal, Cabo Verde

O Sal da Ilha do Sal

Na iminência do século XIX, Sal mantinha-se carente de água potável e praticamente inabitada. Até que a extracção e exportação do sal lá abundante incentivou uma progressiva povoação. Hoje, o sal e as salinas dão outro sabor à ilha mais visitada de Cabo Verde.
Santo Antão, Cabo Verde, Porto Novo a Ribeira Grande, Morro do Tubarão
Ilhas
Santo Antão, Cabo Verde

Porto Novo a Ribeira Grande pelo Caminho do Mar

Desembarcados e instalados em Porto Novo de Santo Antão, depressa constatamos duas rotas para chegar à segunda maior povoação da ilha. Já rendidos ao sobe-e-desce monumental da Estrada da Corda, deslumbramo-nos com o dramatismo vulcânico e atlântico da alternativa costeira.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
silhueta e poema, cora coralina, goias velho, brasil
Literatura
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Montezuma e Malpaís, melhores praias da Costa Rica, Catarata
Natureza
Montezuma, Costa Rica

De Volta aos Braços Tropicais de Montezuma

Passaram 18 anos desde que nos deslumbrámos com este que é um dos litorais abençoados da Costa Rica. Há apenas dois meses, reencontrámo-lo. Tão aconchegante como o  tínhamos conhecido.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Ponte de Ross, Tasmânia, Austrália
Parques Naturais
À Descoberta de Tassie, Parte 3, Tasmânia, Austrália

Tasmânia de Alto a Baixo

Há muito a vítima predilecta das anedotas australianas, a Tasmânia nunca perdeu o orgulho no jeito aussie mais rude ser. Tassie mantém-se envolta em mistério e misticismo numa espécie de traseiras dos antípodas. Neste artigo, narramos o percurso peculiar de Hobart, a capital instalada no sul improvável da ilha até à costa norte, a virada ao continente australiano.
Thingvelir, Origens Democracia Islândia, Oxará
Património Mundial UNESCO
PN Thingvellir, Islândia

Nas Origens da Remota Democracia Viking

As fundações do governo popular que nos vêm à mente são as helénicas. Mas aquele que se crê ter sido o primeiro parlamento do mundo foi inaugurado em pleno século X, no interior enregelado da Islândia.
Monumento do Heroes Acre, Zimbabwe
Personagens
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
Barcos fundo de vidro, Kabira Bay, Ishigaki
Praias
Ishigaki, Japão

Inusitados Trópicos Nipónicos

Ishigaki é uma das últimas ilhas da alpondra que se estende entre Honshu e Taiwan. Ishigakijima abriga algumas das mais incríveis praias e paisagens litorais destas partes do oceano Pacífico. Os cada vez mais japoneses que as visitam desfrutam-nas de uma forma pouco ou nada balnear.
Cândia, Dente de Buda, Ceilão, lago
Religião
Cândia, Sri Lanka

Incursão à Raíz Dental do Budismo Cingalês

Situada no âmago montanhoso do Sri Lanka, no final do século XV, Cândia assumiu-se a capital do reino do velho Ceilão que resistiu às sucessivas tentativas coloniais de conquista. Tornou-se ainda o seu âmago budista, para o que continua a contribuir o facto de a cidade preservar e exibir um dente sagrado de Buda.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Sociedade
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
manada, febre aftosa, carne fraca, colonia pellegrini, argentina
Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Vida Selvagem
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.