Khiva, Uzbequistão

A Fortaleza da Rota da Seda que a União Soviética Aveludou


Pilares de fé
Rapariga entre as 213 colunas de madeira esculpida da mesquita de Juma.
Ásia Central “Afro”
Homem vestido com trajes tradicionais da estepe turquemena, incluindo um gorro de lã de ovelha tradicional usado pelos guerreiros da zona para se protegerem do frio intenso.
Al-Khwarizmi
A estátua inquisitiva de um famoso matemático e astrónomo nativo, desafiada pela presença atrevida de uma criança da cidade.
Em Roupa de Verão
Mulher em trajes tradicionais uzbeques, protegida do sol tórrido que incide na Ásia Central de Junho a fim de Agosto.
Semi-Minarete
Minarete menor de Kalta, planeado para atingir os 80 metros de altura mas que foi deixado a meio por um khan falecido e pelo sucessor que alegadamente não quis continuar a obra.
Estacionamento para camelo
Um camelo na sombra do interior de uma muralha da arca de Khuna.
Vista Suprema
Família contempla o casario de Khiva a partir da plataforma de observação do minarete da madraça de Islam Khodja.
Mini-minarete
Pormenor do topo de um minarete, com a majólica do minarete menor de Kalta em frente.
Tapete pouco mágico
Mãe e filha sacodem um tapete num terraço do limiar norte da fortaleza muralhada de Ichon Qala.
À vontade
Jovem uzbeque instala-se confortavelmente na cadeira de um fotógrafo de rua, junto a gorros de Inverno típicos da estepe da Ásia Central.
Crepúsculo usbeque
Silhueta de um minarete de uma antiga mesquita situada em frente do portal Oeste da muralha de Ichon Qala, a área fortificada de Khiva.
Nos anos 80, dirigentes soviéticos renovaram Khiva numa versão amaciada que, em 1990, a UNESCO declarou património Mundial. A URSS desintegrou-se no ano seguinte. Khiva preservou o seu novo lustro.

A tarde aproxima-se do fim. A azáfama apodera-se da praça em frente ao portal Oeste de Ichon Qala, a velha área muralhada de Khiva.

Uma multidão munida de baldes e bilhas disputa a água fornecida por uma bomba afundada numa falha do pavimento.

Equipas aguerridas de miúdos jogam à bola.

Outros, desafiam a paciência inesgotável da estátua de Al-Khwarizmi, um matemático, astrónomo e geógrafo nativo, nascido em 780.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, Al-Khwarizmi

A estátua inquisitiva de um famoso matemático e astrónomo nativo, desafiada pela presença atrevida de uma criança da cidade.

No século XII, as traduções para latim do seu trabalho sobre os numerais indianos introduziram o sistema numérico decimal posicional ao Mundo Ocidental. Hoje, a escultura inquisitiva de bronze inspira aos infantes da cidade a um sem número de jogos e traquinices.

Voltamos ao interior das muralhas. Adicionamos o nosso movimento ao da Terra.

Com o ocaso, iminente. fazemos a pequena bola do sol encaixar-se entre as ameias e nas janelas um pouco mais abaixo, posicionadas sob duas cúpulas de grandes dimensões.

O acesso ao cimo dos adarves terminava às seis da tarde, muito mais cedo do que convinha a quem, como nós, queria admirar e registar o interior da cidade sob uma luz crepuscular.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, minarete ocaso

Silhueta de um minarete de uma antiga mesquita situada em frente do portal Oeste da muralha de Ichon Qala, a área fortificada de Khiva.

O Legado Incontornável da Corrupção Soviética

Num contacto anterior com a responsável pelas entradas indagámos se havia alguma forma de ela nos ajudar, até porque também o estaríamos a fazer para promover a sua cidade.

A mulher, volumosa, em uniforme de óbvia herança soviética e cabelos e alguns dentes dourados a condizer, puxa pelo seu melhor inglês e responde com indisfarçável frieza: “normalmente não posso fazer isto mas… estejam cá às 8h. Ah! E vai-vos custar 10.000 SUMs (meros 4€).

Damos uma volta pela cidade e encontramo-nos com Nilufar, a jovem guia uzbeque multilingue – falava uzbeque, russo, inglês, francês e um pouco de alemão – que nos ajudaria caso algum problema de última hora surgisse e nos transmitiria uma lição de história recém-aprendida, no topo das muralhas.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda,

Vista da fachada ocidental da muralha com o minarete menor de Kalta em destaque por detrás do pórtico principal.

A matriosca apareceu do outro lado da praça e não perdeu tempo: “já não apanhei o meu marido em casa e vim de táxi. Tenho que vos pedir mais 5000 SUMs.”

A Incredulidade e Desilusão de Nilufar

Nilufar vira-a sair de um velho Lada conduzido por um homem e em que seguiam também, atrás, três miúdos. Foi-lhe fácil concluir tratar-se da sua família.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, mulher uzbeque

Mulher em trajes tradicionais uzbeques, protegida do sol tórrido que incide na Ásia Central de Junho a fim de Agosto.

E que a funcionária estava a apenas a inflacionar o lucro retirado ao alegado favor.

A guia, que nascera no ano em que a U.R.S.S. se dissolvera, tudo fazia para evitar a discussão com aquela mulherzona mais que feita que a oprimia e intimidava.

Sem conseguir disfarçar a desilusão, esboçou um pranto que procurámos de imediato compreender e estancar: “mas, afinal, o que foi Nilufar?” começamos por lhe perguntar.

“Nós sempre aprendemos na escola que na União Soviética não existiam subornos ou este tipo de coisas. Agora vocês chegam de tão longe e vejo-me logo metida numa aldrabice destas. Sinto-me envergonhada.”

Tentámos desmistificar a doutrina impingida pelos professores da sua geração e das anteriores com a suavidade possível. Nilufar parece conformar-se com a aspereza da nossa versão. Acalma-se, ganha coragem para voltar a enfrentar a guardiã que não se amansa por nada deste mundo

“Olhem que têm que se despachar!” alerta-nos de dedo esticado.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, arca de Khuna

Mãe e filho cruzam uma praça quase deserta em frente à arca de Khuna de Ichon Qala.

Pagamos-lhe a quantia exigida e atravessamos a arca de Khuna, a residência fortalecida interior dos governantes seculares da cidade.

Prosseguimos para o topo do limiar ocidental das muralhas de Khiva. Pouco depois, chega mais uma dupla de clientes fora de horas da senhora.

Em vez de pensarmos no que haveríamos de pensar, dedicámo-nos ao cenário esplendoroso.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, Islam Khodja

O minarete de Islam Khodja projectado de uma das madraças mais diminutas da cidade.

A Elegância Majólica da Fortaleza de Khiva

Para diante, repetiam-se os paredões, as ogivas, os frontões e minaretes de sucessivas madraças.

Num tom predominante de areia torrada apenas quebrado pelos azuis e verdes elegantes da majólica islâmica típica daquelas paragens da Ásia Central.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, minarete

Pormenor do topo de um minarete, com a majólica do minarete menor de Kalta em frente.

Atrás da última, estendia-se um casario térreo da mesma dominante, misturado com verde de vegetação que quase nunca o suplantava.

Como a contemplávamos então, Khiva pouco tinha que ver com o que chegou a ser no seu apogeu.

A História Grandiosa de Khiva, em Plena Rota da Seda

De acordo com os arqueólogos, terá sido fundada nos séculos V ou IV b.C.

Pouco depois, já era conhecida como um dos entrepostos da Rota da Seda que ligava Roma à China, na linha de outros empórios de renome casos de Samarcanda e Bukhara.

No século XIV, o explorador e geógrafo árabe Ibn Batuta visitou-a, provavelmente chegado numa caravana de camelos.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, camelo

Um camelo na sombra do interior de uma muralha da arca de Khuna.

Louvou o cuidado incansável com que o seu regente mantinha a lei e a ordem apesar de, como narrou: “a cidade estar tão cheia de gente que era praticamente impossível encontrar o caminho na multidão.”

À imagem do que aconteceria a grande parte da zona, Genghis Khan varreu-lhe o passado. No fim do século XVI, descendentes do imperador mongol formaram um khanato.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, ancião

Ancião muçulmano à entrada do portal leste da fortaleza de Ichon Qala.

Escolheram Khiva para capital.

Khiva transformou-se num mercado esclavagista que perdurou mais de três séculos na realidade e no imaginário atormentado dos povos da região.

A maior parte dos escravos eram trazidos por guerreiros tribais turquemenos do deserto de Karakum ou por congéneres das estepes do actual Cazaquistão.

Uns e outros sequestravam quem tivesse o azar de viver ou de viajar nas imediações.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, tapete

Mãe e filha sacodem um tapete num terraço do limiar norte da fortaleza muralhada de Ichon Qala.

A Khiva Muralhada do Actual Uzbequistão

Hoje, Khiva acolhe mais de 50 mil habitantes livres. Destes, só 3000 vivem dentro das muralhas.

Alguns, prosperam a cobrar aos forasteiros o privilégio de se fotografarem em trajes de guerra dessa época.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, foto cussaque

Homem em trajes da estepe turquemena, incluindo um gorro de lã de ovelha usado pelos guerreiros para se protegerem do frio intenso.

Assentam o negócio em poltronas de madeira e  casacos de khan, sabres históricos e, o adereço mais espampanante, os gorros de grande volume feitos de lã de ovelha que protegiam os guerreiros do frio atroz da estepe.

Alguns, optavam por tigres de borracha ou de peluche, colocados em molduras vistosa de rosas de plástico com a função de captar o sector feminino dos transeuntes.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, foto com tigre

Amigas posam num cenário improvisado por um fotógrafo de rua para os visitantes de Khiva.

Já depois de aderirmos à modalidade tradicional, ascendemos pacientemente os 118 degraus em caracol.

Chegamos aos 45 metros de altura da plataforma de observação, no topo do minarete mais elevado da cidade, que se projecta de uma das suas madraças mais diminutas, a de Islam Khodja.

Partilhamos esse cimo apertado com uma família tradicional uzbeque.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, Islam Khodja

Família contempla o casario de Khiva a partir da plataforma de observação do minarete da madraça de Islam Khodja.

A Cidade de Génese Islâmica em Vias de Recuperar o Islamismo

No processo da formação da U.R.S.S., logo após a Revolução de Outubro, a integração de Khiva na República Socialista Soviética Uzbeque representou uma aniquilação de toda e qualquer forma de expressão religiosa.

Sobretudo do predominante islamismo

Enquanto percorríamos as ruas da fortaleza, quase despidas de qualquer forma corriqueira de vida, seria impensável não o percebermos.

Estão ausentes os magotes de jovens aprendizes da fé em Alá, como os do Paquistão ou do vizinho Afeganistão. Das dezasseis madraças e muitas mesquitas, só uma ou outra funcionavam como tal.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, mesquita de Juma

Rapariga entre as 213 colunas de madeira esculpida da mesquita de Juma.

As restantes, os palácios, mausoléus e outros edifícios históricos formavam um museu ao ar livre a que os poucos habitantes e os visitantes e comerciantes uzbeques e de outras partes da Ásia Central emprestam a genuinidade possível.

Ainda assim, ficámos alojados num tal de “Orient Star” que é nem mais nem menos que uma grande madraça  adaptada a hotel.

Cansados de calcorrear as ruas e ruelas sob o calor intenso do Verão precoce desta Ásia continental, recolhemos aos aposentos já com os astros no firmamento.

Saímos para o pátio no centro da madraça. Ali, ficamos a contemplar o céu estrelado com a alienação espacial de um Al-Khwarizmi em pleno estudo.

Até que nos fartamos da inacção e saímos a investigar um feixe de luz azulada que se elevava sobre a estrutura do edifício.

Na fachada principal, damos com uma semi-torre azul que recebia a base da iluminação. Perguntamos a um empregado de serviço à entrada do hotel do que se tratava afinal aquela estranha obra.

Ao que nos responde: ” Ah, isso ilumina o minarete de Kalta.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, Kalta Minor

Minarete menor de Kalta, planeado para atingir os 80 metros de altura mas que foi deixado a meio por um khan falecido e pelo sucessor que alegadamente não quis continuar a obra.

Era suposto ser o maior de Khiva com uns 80 metros mas o Khan morreu e o que se seguiu não o quis completar.

Diz-se que percebeu que os muezins iriam poder ver as mulheres do seu harém do topo e que, por isso, não deu seguimento à construção. Acreditem se quiserem.”

Usbequistão

Viagem Pelo Pseudo-Alcatrão do Usbequistão

Os séculos passaram. As velhas e degradadas estradas soviéticas sulcam os desertos e oásis antes atravessados pelas caravanas da Rota da Seda. Sujeitos ao seu jugo durante uma semana, vivemos cada paragem e incursão nos lugares e cenários usbeques como recompensas rodoviárias históricas.
Fortalezas

O Mundo à Defesa - Castelos e Fortalezas que Resistem

Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
Tbilisi, Geórgia

Geórgia ainda com Perfume a Revolução das Rosas

Em 2003, uma sublevação político-popular fez a esfera de poder na Geórgia inclinar-se do Leste para Ocidente. De então para cá, a capital Tbilisi não renegou nem os seus séculos de história também soviética, nem o pressuposto revolucionário de se integrar na Europa. Quando a visitamos, deslumbramo-nos com a fascinante mixagem das suas passadas vidas.
Sigiriya, Sri Lanka

A Capital Fortaleza de um Rei Parricida

Kashyapa I chegou ao poder após emparedar o monarca seu pai. Receoso de um provável ataque do irmão herdeiro do trono, mudou a principal cidade do reino para o cimo de um pico de granito. Hoje, o seu excêntrico refúgio está mais acessível que nunca e permitiu-nos explorar o enredo maquiavélico deste drama cingalês.
Samarcanda, Usbequistão

O Sultão Astrónomo

Neto de um dos grandes conquistadores da Ásia Central, Ulugh Beg preferiu as ciências. Em 1428, construiu um observatório espacial em Samarcanda. Os seus estudos dos astros levaram-lhe o nome a uma cratera da Lua.
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
Samarcanda, Uzbequistão

Um Legado Monumental da Rota da Seda

Em Samarcanda, o algodão é agora o bem mais transaccionado e os Ladas e Chevrolets substituíram os camelos. Hoje, em vez de caravanas, Marco Polo iria encontrar os piores condutores do Uzbequistão.
Mar de Aral, Uzbequistão

O Lago que o Algodão Absorveu

Em 1960, o Mar de Aral era um dos quatro maiores lagos do mundo mas projectos de irrigação secaram grande parte da água e do modo de vida dos pescadores. Em troca, a URSS inundou o Uzbequistão com ouro branco vegetal.
São João de Acre, Israel

A Fortaleza que Resistiu a Tudo

Foi alvo frequente das Cruzadas e tomada e retomada vezes sem conta. Hoje, israelita, Acre é partilhada por árabes e judeus. Vive tempos bem mais pacíficos e estáveis que aqueles por que passou.
Jaisalmer, Índia

A Vida que Resiste no Forte Dourado de Jaisalmer

A fortaleza de Jaisalmer foi erguida a partir de 1156 por ordem de Rawal Jaisal, governante de um clã poderoso dos confins hoje indianos do Deserto do Thar. Mais de oito séculos volvidos, apesar da contínua pressão do turismo, partilham o interior vasto e intrincado do último dos fortes habitados da Índia quase quatro mil descendentes dos habitantes originais.
Massada, Israel

Massada: a Derradeira Fortaleza Judaica

Em 73 d.C, após meses de cerco, uma legião romana constatou que os resistentes no topo de Massada se tinham suicidado. De novo judaica, esta fortaleza é agora o símbolo supremo da determinação sionista
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Safari
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Thorong Pedi a High Camp, circuito Annapurna, Nepal, caminhante solitário
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
Uma Cidade Perdida e Achada
Arquitectura & Design
Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
religiosos militares, muro das lamentacoes, juramento bandeira IDF, Jerusalem, Israel
Cerimónias e Festividades
Jerusalém, Israel

Em Festa no Muro das Lamentações

Nem só a preces e orações atende o lugar mais sagrado do judaísmo. As suas pedras milenares testemunham, há décadas, o juramento dos novos recrutas das IDF e ecoam os gritos eufóricos que se seguem.
Cidades
Napier, Nova Zelândia

De volta aos Anos 30 – Calhambeque Tour

Numa cidade reerguida em Art Deco e com atmosfera dos "anos loucos" e seguintes, o meio de locomoção adequado são os elegantes automóveis clássicos dessa era. Em Napier, estão por toda a parte.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Cultura
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Em Viagem
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Forte de São Filipe, Cidade Velha, ilha de Santiago, Cabo Verde
Étnico
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Portfólio, Got2Globe, melhores imagens, fotografia, imagens, Cleopatra, Dioscorides, Delos, Grécia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

O Terreno e o Celestial

Ponte de Ross, Tasmânia, Austrália
História
À Descoberta de Tassie, Parte 3, Tasmânia, Austrália

Tasmânia de Alto a Baixo

Há muito a vítima predilecta das anedotas australianas, a Tasmânia nunca perdeu o orgulho no jeito aussie mais rude ser. Tassie mantém-se envolta em mistério e misticismo numa espécie de traseiras dos antípodas. Neste artigo, narramos o percurso peculiar de Hobart, a capital instalada no sul improvável da ilha até à costa norte, a virada ao continente australiano.
Willemstad, Curaçao, Punda, Handelskade
Ilhas
Willemstad, Curaçao

O Coração Multicultural de Curaçao

Uma colónia holandesa das Caraíbas tornou-se um grande polo esclavagista. Acolheu judeus sefarditas que se haviam refugiado da Inquisição em Amesterdão e Recife e assimilou influências das povoações portuguesas e espanholas com que comerciava. No âmago desta fusão cultural secular esteve sempre a sua velha capital: Willemstad.
lago ala juumajarvi, parque nacional oulanka, finlandia
Inverno Branco
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Literatura
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Pitões das Júnias, Montalegre, Portugal
Natureza
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Bando de flamingos, Laguna Oviedo, República Dominicana
Parques Naturais
Laguna de Oviedo, República Dominicana

O Mar (nada) Morto da República Dominicana

A hipersalinidade da Laguna de Oviedo oscila consoante a evaporação e da água abastecida pela chuva e pelos caudais vindos da serra vizinha de Bahoruco. Os nativos da região estimam que, por norma, tem três vezes o nível de sal do mar. Lá desvendamos colónias prolíficas de flamingos e de iguanas entre tantas outras espécies que integram este que é um dos ecossistemas mais exuberantes da ilha de Hispaniola.
Fuga de Seljalandsfoss
Património Mundial UNESCO
Islândia

Ilha de Fogo, Gelo, Cascatas e Quedas de Água

A cascata suprema da Europa precipita-se na Islândia. Mas não é a única. Nesta ilha boreal, com chuva ou neve constantes e em plena batalha entre vulcões e glaciares, despenham-se torrentes sem fim.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Personagens
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Barco e timoneiro, Cayo Los Pájaros, Los Haitises, República Dominicana
Praias
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Arménia Berço Cristianismo, Monte Aratat
Religião
Arménia

O Berço do Cristianismo Oficial

Apenas 268 anos após a morte de Jesus, uma nação ter-se-á tornado a primeira a acolher a fé cristã por decreto real. Essa nação preserva, ainda hoje, a sua própria Igreja Apostólica e alguns dos templos cristãos mais antigos do Mundo. Em viagem pelo Cáucaso, visitamo-los nos passos de Gregório o Iluminador, o patriarca que inspira a vida espiritual da Arménia.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Tombola, bingo de rua-Campeche, Mexico
Sociedade
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Gandoca Manzanillo Refúgio, Baía
Vida Selvagem
Gandoca-Manzanillo (Refúgio de Vida Selvagem), Costa Rica

O Refúgio Caribenho de Gandoca-Manzanillo

No fundo do seu litoral sudeste, na iminência do Panamá, a nação “tica” protege um retalho de selva, de pântano e de Mar das Caraíbas. Além de um refúgio de vida selvagem providencial, Gandoca-Manzanillo revela-se um deslumbrante éden tropical.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.