Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados


Uma espécie de portal
Morador passa em frente ao moral que dá as vindas a quem visita Little Havana.
Domino Park
O centro de dominó e de convívio onde confraternizam diariamente milhares de cubanos.
Art Distric Cigars
Lionel Mackoy e um amigo fumam charutos cubanos no exterior do Art District Cigars.
Galos de cuba
Uma das muitas esculturas de galos disseminadas pela ruas de Little Havana.
Hola América
Grafitti com óbvia inspiração cubana num beco meio escondido de Little Havana.
Presidentes das Américas
Mural do Domino Park que ilustra os presidentes de estado do Caribe e das Américas, durante a cimeira de 1994.
No céu e na terra
Avião dos E.U.A. sobrevoa o litoral da Flórida e, na aparência, a fachada do Teatro de las Bellas Artes.
Pós-matiné
O edifício do Tower Theater, uma espécie de farol multicultural do bairro.
Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.

Vigora a grelha geométrica em que se espraia a grande e moderna Miami.

Ainda assim, as novas tecnologias de navegação, as várias esculturas garridas de galos disseminadas que representam o orgulho cívico dos moradores e a concentração de negócios conceptualmente cubanos dão-nos a certeza de que chegámos à Little Havana.

Como acontece com qualquer visitante, o objectivo principal da incursão a esta capital cubana “B” é a Calle ocho, o âmago linear do bairro. Depressa memorizamos referências.

Passamos a escolher como perpendiculares a 16th ou 17th Street. Dessas intersecções, percorremos a Ocho até chegarmos ao pitoresco Domino Park onde conseguimos estacionamento gratuito, coisa rara por aqueles lados.

“Máximo Gómez” Park: o Centro de Convívio e Assembleia Política de Little Havana

Frequentado por dezenas de cubanos radicados, o Domino “Máximo Gómez” Park, funciona como uma espécie de assembleia local.

Junto à entrada, vários homens de meia-idade para cima e com sombreros típicos da ilha materna partilham dois ou três bancos de rua. Também repartem o fumo de charutos que outros tantos deles se entretêm a fumar.

Na maior parte dos casos, não terá sido fácil o seu êxodo do sufoco dictatorial imposto pelo recém-falecido Fidel Castro.

Poderá ser o jeito latino de falar mas, quando deles nos aproximamos, dá-nos a ideia de que celebram a liberdade no volume o mais elevado que as suas cordas vocais alcançam.

Domino Park

O centro de dominó e de convívio onde confraternizam diariamente milhares de cubanos.

O debate político é de tal maneira aceso que receamos que os contendentes partam para vias de facto. A presença contínua de um segurança numa casinhola mal-arrumada num recanto do Domino Park leva-nos a crer que, a acontecer, não será a primeira vez.

Little Havana e a Contribuição da Florida Cubana para a Eleição de Donald Trump

Por altura da nossa visita, Donald Trump tinha arrecadado a presidência dos E.U.A. havia menos de um mês. O seu triunfo no estado da Flórida provou-se decisivo. Contra todas as expectativas, o voto dos cubanos-americanos de Miami foi preponderante para esse resultado e uma boa parte dos analistas atribuiu as culpas a Barack Obama.

A 14 de Outubro de 2016, o presidente cessante aliviou o embargo a Cuba pela permissão aos visitantes norte-americanos de trazerem da ilha quantidades ilimitadas de charutos e de rum. Doze dias depois, Obama fez os E.U.A. absterem-se pela primeira vez num voto das Nações Unidas contra aquele mesmo embargo.

As medidas terão desagradado sobretudo aos cubanos-americanos com mais idade que não compreendem o desafogo da condenação do regime cubano sem que haja abertura do outro lado do estreito.

Trump, esse, não perdoou. A 25 de Outubro, encontrou-se com a Associação de Veteranos da Baía dos Porcos e recebeu o seu apoio.

Aproveitou ainda a benesse para acusar Obama e Hillary Clinton de auxiliarem o regime agora liderado por Raul Castro. Ao mesmo tempo, acirrou disputas nunca antes sonhadas no seio das famílias e distintas gerações cubanas exiladas ou descendentes.

A Vida Colorida e Latina no Domino Park e na Little Havana em Geral

Por mais exuberante que se revelasse, a discussão a que assistíamos não passava de uma expressão do inesperado conflito, com extensão nas mesas de dominó em que as peças estrepitavam sob uma tensão lúdica pouco frequente.

Puxamos pelo castelhano e vencemos a estranheza e a reticência dos jogadores face à nossa aproximação de máquinas fotográficas em riste. Alguns dos jogadores põem-se à vontade a fazerem pouco de rivais com pontos fracos: “Fotografem aqui o gringo! Ele sempre quis ser modelo” atira um deles a gozar com o jogador do lado que esconde o carrilhão nas mãos e a face sob um chapéu acobóiado.

Deixamo-los por momentos. Investigarmos o mural em que surgem figuras dos Presidentes do Caribe e da América do Sul, pintado, em 1994, quando Miami foi sede de uma cimeira das Américas.

Presidentes das Américas

Mural do Domino Park que ilustra os presidentes de estado do Caribe e das Américas, durante a cimeira de 1994.

Uma nova altercação, desta feita entre dois jogadores, volta a reclamar-nos a atenção e a do segurança que hesita entre intervir e ver no que dá.

Para lá do gradeamento do parque, a Calle Ocho ocupa as vidas dos residentes da Little Havana, nos dias que correm já não só cubanos apesar de estes continuarem a chegar.

A Calle Ocho e as Otras Calles Não Tão Emblemáticas de Little Havana

Também lhe pertencem agora nicaraguenses e hondurenhos, afro-americanos e uns 10% de brancos não hispânicos, vários deles donos de novos negócios nas zonas mais desejadas de Miami incluindo Miami Beach.

Foram três os fins de dia que passámos em Little Havana, sobre ocasos suaves do Inverno morno e época seca de Miami, com o sol a desfazer-se num laranja quase comunista a Oeste do casario baixo e os neons simples a reclamarem as retinas dos forasteiros.

Do lado de lá do Domino Park, o Tower Theater brilha com elegância.

Pós-matiné

O edifício do Tower Theater, uma espécie de farol multicultural do bairro.

Durante o fim dos anos 50 e 60, quando inúmeros refugiados cubanos chegavam a Miami e a Calle Ocho acolhia os recomeçares dos balseros e outros, os filmes projectados nas suas salas serviam de passatempo mas, mesmo que de uma forma inconsciente, de introdução ao modo de vida americano.

Tower Theater de Little Havana: uma Janela do Bairro para o Mundo

Assim aconteceu durante quase 60 anos até que, em 1984, o cinema foi encerrado. Em 2002, a universidade estatal de Miami Dade assumiu os seus destinos.

Desde então, passou a hospedar o Miami International Fim Festival. Nos dias que correm, a sala funciona como uma espécie de farol da multiculturalidade de Little Havana.

Ostenta um visual de Medeia de Miami e exibe filmes afins produzidos um pouco por todo o mundo. Passa por ele o Walk of Fame local, que homenageia vedetas latinas do mundo do espectáculo, casos da dançarina cubana de salsa Célia Cruz e da cantora Glória Estefan.

O lusco-fusco entra em cena. Apressamo-nos a apreciar mais alguns dos murais da Calle Ocho, seus becos e ruas perpendiculares grafitados com a beleza de uma 8ª Arte. Ficamos com sede.

Uma espécie de portal

Morador passa em frente ao moral que dá as vindas a quem visita Little Havana.

Entramos num pequeno bar-restaurante em que um quase velhote cubano janta ao balcão e alimenta uma conversa conveniente com a empregada que mais o seduzia, tudo no castelhano suave e musical do Caribe, com as Florida Keys e Key West, logo ali abaixo.

As Excêntricas Limitações Alcoólicas  Locais

Sentamo-nos três cadeiras ao lado. Pedimos um smoothie e uma cerveza Hatuey, Cuban Style Ale mas produzida na Florida como aconteceu com tudo o que é cubano por aqueles lados, após o doloroso virar de costas decretado pelo agravamento do embargo de 1962.

“Nós aqui só vendemos bebidas a quem também compra alimentos!” informa-nos a jovem empregada que logo regressa ao convívio com o cliente senior. “Mas isso é uma regra das autoridades de Miami ou é algo aqui do bar?” retorquimos ligeiramente indignados.

“Não, não! Esta, para variar, é só de cá do bar. O patrão lá tem as suas razões.” “Bom, sendo assim, vamos querer duas empanadas, daquelas ali. Já lá as vamos escolher.”

Recuperamos energias. Ao voltarmos à Calle Ocho, achamo-nos num cenário nocturno.

No céu e na terra

Avião dos E.U.A. sobrevoa o litoral da Flórida e, na aparência, a fachada do Teatro de las Bellas Artes.

Sem sabermos muito bem como, não tardamos a regressar ao âmbito cinematográfico.

A Inesperada Conversa com um Pretenso Samuel L. Jackson

À imagem de Cuba, a Little Havana não faz sentido sem as suas lojas, fábricas e salões de charutos.

Fotografamos um deles, o “Art District Cigars” quando um cliente do lado de dentro da montra resolve meter-se connosco e animar as imagens. Volvidos alguns minutos, regressamos à loja fumarenta.

Art Distric Cigars

Lionel Mackoy e um amigo fumam charutos cubanos no exterior do Art District Cigars.

Sentado na companhia de um amigo numa mini-esplanada à porta, o mesmo atrevido aborda-nos.  Encaramo-lo e podíamos jurar que estávamos perante Samuel L. Jackson mas não nos queremos precipitar já que, pelo menos nos filmes em que entra, Jackson é um verdadeiro camaleão.

Estimulado por algum álcool e ávido de convívio e diversão, o homem puxa pelo charuto e pela conversa enquanto o amigo se mantém à defesa, intimidado pela cobertura mediática que antes nos vira dar ao estabelecimento.

Até que surge Alberto, um terceiro compincha que vivera no Brasil, lá tinha amigos e fazia questão de praticar o português enferrujado. E Marco, o dono do estabelecimento. Todos se pareciam conhecer de há muito.

Por essa altura, o afro-americano com quem disparatávamos, apresentava-se mas foi interrompido pelo dono do lugar. “esperem, é agora que ele vos vai impingir um nome qualquer. Mas vocês não estão a ver quem ele é? Esta cara não vos diz nada? É o Samuel L. Jackson, rapazes!“

Ficamos estupefactos. Afinal, era mesmo? “Confrontado com a nossa dúvida, o até então, extrovertido e desenvergonhado alvo das atenções mostra-se atrapalhado. “Não, não sou nada! Ele é maluco.” Voltamos a examinar o seu perfil.

Apuramos que, ou a vestia de propósito para passar despercebido, ou a roupa que trajava era demasiado clássica para o actor que deu vida a Jules, o gangster sempre cool de “Pulp Fiction”. Resolvemos deixar a conversa fluir mas a situação só se torna mais excêntrica.

A Intervenção de um Ciclista Cubano que Esteve na Guerra em Angola

Passa um ciclista negro que nos parece inebriado. Começa por nos pedir uns dólares mas diversifica a abordagem e acaba por apurar que somos portugueses.

“Portugueses, não acredito! Eu fui militar. Sabem que estive a lutar em Angola?!” “Isto é verdade?”, perguntamos ao grupo de amigos, nós cada vez mais assoberbados com tanta incerteza e surrealismo.

“É verdade que ele esteve numa data de sítios mas, se fosse a vocês, não lhe ligava muito. Ele farta-se de inventar.”

A acreditarmos nas suas anteriores palavras, o conselho vinha de Lionel McKoy, não de Samuel L. Jackson.

E, a continuarmos a nele crer, também Lionel era um militar ou ex-militar. Tinha passado pelas Lajes num dia de muito vento que o fez impressionar-se ainda mais com o fim-do-mundo em que, a esforço, o avião em que seguia conseguira aterrar.

O email que nos escreveu para mantermos contacto começava por ussmidwaycv41, o nome de um porta-aviões dos E.U.A.

A Crise dos Mísseis que Antecedeu a Diáspora e a Fundação da Little Havana

Em 1962, durante a Crise dos Mísseis, foram o cruzador USS Newport News e o USS Leary os navios bandeira do bloqueio naval imposto pelos E.U.A. com o objectivo de evitar a chegada de mais embarcações soviéticas carregadas de armamento nuclear para ser instalado em Cuba.

Por essa altura, os Estados Unidos e a União Soviética conseguiram, em última instância, evitar uma guerra que poderia ter sido apocalíptica.

A 28 de Setembro de 1965, Fidel Castro anunciou que os cubanos que desejassem emigrar o poderiam fazer a começar em 10 de Outubro. Mais de um milhão e meio de cubanos se mudaram da sua ilha natal para os Estados Unidos.

Hola América

Grafitti com óbvia inspiração cubana num beco meio escondido de Little Havana.

Quase um milhão vive, hoje, na Florida, na sua maioria em Miami, cidade em que um terço da população tem origem cubana.

A Little Havana que explorávamos é apenas o pequeno coração norte-americano de Cuba.

Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Key West, E.U.A.

O Faroeste Tropical dos E.U.A.

Chegamos ao fim da Overseas Highway e ao derradeiro reduto das propagadas Florida Keys. Os Estados Unidos continentais entregam-se, aqui, a uma deslumbrante vastidão marinha esmeralda-turquesa. E a um devaneio meridional alentado por uma espécie de feitiço caribenho.
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Melbourne, Austrália

Uma Austrália "Asienada"

Capital cultural aussie, Melbourne também é frequentemente eleita a cidade com melhor qualidade de vida do Mundo. Quase um milhão de emigrantes orientais aproveitaram este acolhimento imaculado.
Little India, Singapura

Little Índia. A Singapura de Sari

São uns milhares de habitantes em vez dos 1.3 mil milhões da pátria-mãe mas não falta alma à Little India, um bairro da ínfima Singapura. Nem alma, nem cheiro a caril e música de Bollywood.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Navajo Nation, E.U.A.

Por Terras da Nação Navajo

De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
Vale da Morte, E.U.A.

O Ressuscitar do Lugar Mais Quente

Desde 1921 que Al Aziziyah, na Líbia, era considerado o lugar mais quente do Planeta. Mas a polémica em redor dos 58º ali medidos fez com que, 99 anos depois, o título fosse devolvido ao Vale da Morte.
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Mauna Kea, Havai

Mauna Kea: um Vulcão de Olho no Espaço

O tecto do Havai era interdito aos nativos por abrigar divindades benevolentes. Mas, a partir de 1968 várias nações sacrificaram a paz dos deuses e ergueram a maior estação astronómica à face da Terra
Pearl Harbor, Havai

O Dia em que o Japão foi Longe Demais

Em 7 de Dezembro de 1941, o Japão atacou a base militar de Pearl Harbor. Hoje, partes do Havai parecem colónias nipónicas mas os EUA nunca esquecerão a afronta.
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Safari
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Fiel em frente à gompa A gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
Gravuras, Templo Karnak, Luxor, Egipto
Arquitectura & Design
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Aventura
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Cerimónias e Festividades
Pentecostes, Vanuatu

Naghol: O Bungee Jumping sem Modernices

Em Pentecostes, no fim da adolescência, os jovens lançam-se de uma torre apenas com lianas atadas aos tornozelos. Cordas elásticas e arneses são pieguices impróprias de uma iniciação à idade adulta.
city hall, capital, oslo, noruega
Cidades
Oslo, Noruega

Uma Capital (sobre) Capitalizada

Um dos problemas da Noruega tem sido decidir como investir os milhares milhões de euros do seu fundo soberano recordista. Mas nem os recursos desmedidos salvam Oslo das suas incoerências sociais.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Parada e Pompa
Cultura
São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Serra da Leba, a estrada aos esses projectada pelo Eng. Edgar Cardoso
Em Viagem
Serra da Leba, Angola

Aos Esses. Pela História de Angola.

Uma estrada ousada e providencial inaugurada nas vésperas da Revolução dos Cravos liga a planura do Namibe às alturas verdejantes da Serra da Leba. As suas sete curvas em gancho surgem no enfiamento de um passado colonial atribulado. Dão acesso a alguns dos cenários mais grandiosos de África.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Étnico
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
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Portfólio Fotográfico Got2Globe
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O Terreno e o Celestial

Anoitecer no Parque Itzamna, Izamal, México
História
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Ilhas
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Inverno Branco
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
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Literatura
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Natureza
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Viajante acima da lagoa gelada de Jökursarlón, Islândia
Parques Naturais
Lagoa Jökursarlón, Glaciar Vatnajökull, Islândia

Já Vacila o Glaciar Rei da Europa

Só na Gronelândia e na Antárctica se encontram geleiras comparáveis ao Vatnajökull, o glaciar supremo do velho continente. E no entanto, até este colosso que dá mais sentido ao termo Terra do Gelo se está a render ao cerco inexorável do aquecimento global.
Carrinha no Jossingfjord, Magma Geopark, Noruega
Património Mundial UNESCO
Magma Geopark, Noruega

Uma Noruega Algo Lunar

Se recuássemos aos confins geológicos do tempo, encontraríamos o sudoeste da Noruega repleto de enormes montanhas e de um magma incandescente que sucessivos glaciares viriam a moldar. Os cientistas apuraram que o mineral ali predominante é mais comum na Lua que na Terra. Vários dos cenários que exploramos no vasto Magma Geopark da região parecem tirados do nosso grande satélite natural.
Personagens
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
República Dominicana, Praia Bahia de Las Águilas, Pedernales. Parque Nacional Jaragua, Praia
Praias
Laguna Oviedo a Bahia de las Águilas, República Dominicana

Em Busca da Praia Dominicana Imaculada

Contra todas as probabilidades, um dos litorais dominicanos mais intocados também é dos mais remotos. À descoberta da província de Pedernales, deslumbramo-nos com o semi-desértico Parque Nacional Jaragua e com a pureza caribenha da Bahia de las Águilas.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Sobre Carris
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Sociedade
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Curieuse Island, Seychelles, tartarugas de Aldabra
Vida Selvagem
Île Felicité e Île Curieuse, Seychelles

De Leprosaria a Lar de Tartarugas Gigantes

A meio do século XVIII, continuava inabitada e ignorada pelos europeus. A expedição francesa do navio “La Curieuse” revelou-a e inspirou-lhe o baptismo. Os britânicos mantiveram-na uma colónia de leprosos até 1968. Hoje, a Île Curieuse acolhe centenas de tartarugas de Aldabra, o mais longevo animal terrestre.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.