Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados


Uma espécie de portal
Morador passa em frente ao moral que dá as vindas a quem visita Little Havana.
Domino Park
O centro de dominó e de convívio onde confraternizam diariamente milhares de cubanos.
Art Distric Cigars
Lionel Mackoy e um amigo fumam charutos cubanos no exterior do Art District Cigars.
Galos de cuba
Uma das muitas esculturas de galos disseminadas pela ruas de Little Havana.
Hola América
Grafitti com óbvia inspiração cubana num beco meio escondido de Little Havana.
Presidentes das Américas
Mural do Domino Park que ilustra os presidentes de estado do Caribe e das Américas, durante a cimeira de 1994.
No céu e na terra
Avião dos E.U.A. sobrevoa o litoral da Flórida e, na aparência, a fachada do Teatro de las Bellas Artes.
Pós-matiné
O edifício do Tower Theater, uma espécie de farol multicultural do bairro.
Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.

Vigora a grelha geométrica em que se espraia a grande e moderna Miami.

Ainda assim, as novas tecnologias de navegação, as várias esculturas garridas de galos disseminadas que representam o orgulho cívico dos moradores e a concentração de negócios conceptualmente cubanos dão-nos a certeza de que chegámos à Little Havana.

Como acontece com qualquer visitante, o objectivo principal da incursão a esta capital cubana “B” é a Calle ocho, o âmago linear do bairro. Depressa memorizamos referências.

Passamos a escolher como perpendiculares a 16th ou 17th Street. Dessas intersecções, percorremos a Ocho até chegarmos ao pitoresco Domino Park onde conseguimos estacionamento gratuito, coisa rara por aqueles lados.

“Máximo Gómez” Park: o Centro de Convívio e Assembleia Política de Little Havana

Frequentado por dezenas de cubanos radicados, o Domino “Máximo Gómez” Park, funciona como uma espécie de assembleia local.

Junto à entrada, vários homens de meia-idade para cima e com sombreros típicos da ilha materna partilham dois ou três bancos de rua. Também repartem o fumo de charutos que outros tantos deles se entretêm a fumar.

Na maior parte dos casos, não terá sido fácil o seu êxodo do sufoco dictatorial imposto pelo recém-falecido Fidel Castro.

Poderá ser o jeito latino de falar mas, quando deles nos aproximamos, dá-nos a ideia de que celebram a liberdade no volume o mais elevado que as suas cordas vocais alcançam.

Domino Park

O centro de dominó e de convívio onde confraternizam diariamente milhares de cubanos.

O debate político é de tal maneira aceso que receamos que os contendentes partam para vias de facto. A presença contínua de um segurança numa casinhola mal-arrumada num recanto do Domino Park leva-nos a crer que, a acontecer, não será a primeira vez.

Little Havana e a Contribuição da Florida Cubana para a Eleição de Donald Trump

Por altura da nossa visita, Donald Trump tinha arrecadado a presidência dos E.U.A. havia menos de um mês. O seu triunfo no estado da Flórida provou-se decisivo. Contra todas as expectativas, o voto dos cubanos-americanos de Miami foi preponderante para esse resultado e uma boa parte dos analistas atribuiu as culpas a Barack Obama.

A 14 de Outubro de 2016, o presidente cessante aliviou o embargo a Cuba pela permissão aos visitantes norte-americanos de trazerem da ilha quantidades ilimitadas de charutos e de rum. Doze dias depois, Obama fez os E.U.A. absterem-se pela primeira vez num voto das Nações Unidas contra aquele mesmo embargo.

As medidas terão desagradado sobretudo aos cubanos-americanos com mais idade que não compreendem o desafogo da condenação do regime cubano sem que haja abertura do outro lado do estreito.

Trump, esse, não perdoou. A 25 de Outubro, encontrou-se com a Associação de Veteranos da Baía dos Porcos e recebeu o seu apoio.

Aproveitou ainda a benesse para acusar Obama e Hillary Clinton de auxiliarem o regime agora liderado por Raul Castro. Ao mesmo tempo, acirrou disputas nunca antes sonhadas no seio das famílias e distintas gerações cubanas exiladas ou descendentes.

A Vida Colorida e Latina no Domino Park e na Little Havana em Geral

Por mais exuberante que se revelasse, a discussão a que assistíamos não passava de uma expressão do inesperado conflito, com extensão nas mesas de dominó em que as peças estrepitavam sob uma tensão lúdica pouco frequente.

Puxamos pelo castelhano e vencemos a estranheza e a reticência dos jogadores face à nossa aproximação de máquinas fotográficas em riste. Alguns dos jogadores põem-se à vontade a fazerem pouco de rivais com pontos fracos: “Fotografem aqui o gringo! Ele sempre quis ser modelo” atira um deles a gozar com o jogador do lado que esconde o carrilhão nas mãos e a face sob um chapéu acobóiado.

Deixamo-los por momentos. Investigarmos o mural em que surgem figuras dos Presidentes do Caribe e da América do Sul, pintado, em 1994, quando Miami foi sede de uma cimeira das Américas.

Presidentes das Américas

Mural do Domino Park que ilustra os presidentes de estado do Caribe e das Américas, durante a cimeira de 1994.

Uma nova altercação, desta feita entre dois jogadores, volta a reclamar-nos a atenção e a do segurança que hesita entre intervir e ver no que dá.

Para lá do gradeamento do parque, a Calle Ocho ocupa as vidas dos residentes da Little Havana, nos dias que correm já não só cubanos apesar de estes continuarem a chegar.

A Calle Ocho e as Otras Calles Não Tão Emblemáticas de Little Havana

Também lhe pertencem agora nicaraguenses e hondurenhos, afro-americanos e uns 10% de brancos não hispânicos, vários deles donos de novos negócios nas zonas mais desejadas de Miami incluindo Miami Beach.

Foram três os fins de dia que passámos em Little Havana, sobre ocasos suaves do Inverno morno e época seca de Miami, com o sol a desfazer-se num laranja quase comunista a Oeste do casario baixo e os neons simples a reclamarem as retinas dos forasteiros.

Do lado de lá do Domino Park, o Tower Theater brilha com elegância.

Pós-matiné

O edifício do Tower Theater, uma espécie de farol multicultural do bairro.

Durante o fim dos anos 50 e 60, quando inúmeros refugiados cubanos chegavam a Miami e a Calle Ocho acolhia os recomeçares dos balseros e outros, os filmes projectados nas suas salas serviam de passatempo mas, mesmo que de uma forma inconsciente, de introdução ao modo de vida americano.

Tower Theater de Little Havana: uma Janela do Bairro para o Mundo

Assim aconteceu durante quase 60 anos até que, em 1984, o cinema foi encerrado. Em 2002, a universidade estatal de Miami Dade assumiu os seus destinos.

Desde então, passou a hospedar o Miami International Fim Festival. Nos dias que correm, a sala funciona como uma espécie de farol da multiculturalidade de Little Havana.

Ostenta um visual de Medeia de Miami e exibe filmes afins produzidos um pouco por todo o mundo. Passa por ele o Walk of Fame local, que homenageia vedetas latinas do mundo do espectáculo, casos da dançarina cubana de salsa Célia Cruz e da cantora Glória Estefan.

O lusco-fusco entra em cena. Apressamo-nos a apreciar mais alguns dos murais da Calle Ocho, seus becos e ruas perpendiculares grafitados com a beleza de uma 8ª Arte. Ficamos com sede.

Uma espécie de portal

Morador passa em frente ao moral que dá as vindas a quem visita Little Havana.

Entramos num pequeno bar-restaurante em que um quase velhote cubano janta ao balcão e alimenta uma conversa conveniente com a empregada que mais o seduzia, tudo no castelhano suave e musical do Caribe, com as Florida Keys e Key West, logo ali abaixo.

As Excêntricas Limitações Alcoólicas  Locais

Sentamo-nos três cadeiras ao lado. Pedimos um smoothie e uma cerveza Hatuey, Cuban Style Ale mas produzida na Florida como aconteceu com tudo o que é cubano por aqueles lados, após o doloroso virar de costas decretado pelo agravamento do embargo de 1962.

“Nós aqui só vendemos bebidas a quem também compra alimentos!” informa-nos a jovem empregada que logo regressa ao convívio com o cliente senior. “Mas isso é uma regra das autoridades de Miami ou é algo aqui do bar?” retorquimos ligeiramente indignados.

“Não, não! Esta, para variar, é só de cá do bar. O patrão lá tem as suas razões.” “Bom, sendo assim, vamos querer duas empanadas, daquelas ali. Já lá as vamos escolher.”

Recuperamos energias. Ao voltarmos à Calle Ocho, achamo-nos num cenário nocturno.

No céu e na terra

Avião dos E.U.A. sobrevoa o litoral da Flórida e, na aparência, a fachada do Teatro de las Bellas Artes.

Sem sabermos muito bem como, não tardamos a regressar ao âmbito cinematográfico.

A Inesperada Conversa com um Pretenso Samuel L. Jackson

À imagem de Cuba, a Little Havana não faz sentido sem as suas lojas, fábricas e salões de charutos.

Fotografamos um deles, o “Art District Cigars” quando um cliente do lado de dentro da montra resolve meter-se connosco e animar as imagens. Volvidos alguns minutos, regressamos à loja fumarenta.

Art Distric Cigars

Lionel Mackoy e um amigo fumam charutos cubanos no exterior do Art District Cigars.

Sentado na companhia de um amigo numa mini-esplanada à porta, o mesmo atrevido aborda-nos.  Encaramo-lo e podíamos jurar que estávamos perante Samuel L. Jackson mas não nos queremos precipitar já que, pelo menos nos filmes em que entra, Jackson é um verdadeiro camaleão.

Estimulado por algum álcool e ávido de convívio e diversão, o homem puxa pelo charuto e pela conversa enquanto o amigo se mantém à defesa, intimidado pela cobertura mediática que antes nos vira dar ao estabelecimento.

Até que surge Alberto, um terceiro compincha que vivera no Brasil, lá tinha amigos e fazia questão de praticar o português enferrujado. E Marco, o dono do estabelecimento. Todos se pareciam conhecer de há muito.

Por essa altura, o afro-americano com quem disparatávamos, apresentava-se mas foi interrompido pelo dono do lugar. “esperem, é agora que ele vos vai impingir um nome qualquer. Mas vocês não estão a ver quem ele é? Esta cara não vos diz nada? É o Samuel L. Jackson, rapazes!“

Ficamos estupefactos. Afinal, era mesmo? “Confrontado com a nossa dúvida, o até então, extrovertido e desenvergonhado alvo das atenções mostra-se atrapalhado. “Não, não sou nada! Ele é maluco.” Voltamos a examinar o seu perfil.

Apuramos que, ou a vestia de propósito para passar despercebido, ou a roupa que trajava era demasiado clássica para o actor que deu vida a Jules, o gangster sempre cool de “Pulp Fiction”. Resolvemos deixar a conversa fluir mas a situação só se torna mais excêntrica.

A Intervenção de um Ciclista Cubano que Esteve na Guerra em Angola

Passa um ciclista negro que nos parece inebriado. Começa por nos pedir uns dólares mas diversifica a abordagem e acaba por apurar que somos portugueses.

“Portugueses, não acredito! Eu fui militar. Sabem que estive a lutar em Angola?!” “Isto é verdade?”, perguntamos ao grupo de amigos, nós cada vez mais assoberbados com tanta incerteza e surrealismo.

“É verdade que ele esteve numa data de sítios mas, se fosse a vocês, não lhe ligava muito. Ele farta-se de inventar.”

A acreditarmos nas suas anteriores palavras, o conselho vinha de Lionel McKoy, não de Samuel L. Jackson.

E, a continuarmos a nele crer, também Lionel era um militar ou ex-militar. Tinha passado pelas Lajes num dia de muito vento que o fez impressionar-se ainda mais com o fim-do-mundo em que, a esforço, o avião em que seguia conseguira aterrar.

O email que nos escreveu para mantermos contacto começava por ussmidwaycv41, o nome de um porta-aviões dos E.U.A.

A Crise dos Mísseis que Antecedeu a Diáspora e a Fundação da Little Havana

Em 1962, durante a Crise dos Mísseis, foram o cruzador USS Newport News e o USS Leary os navios bandeira do bloqueio naval imposto pelos E.U.A. com o objectivo de evitar a chegada de mais embarcações soviéticas carregadas de armamento nuclear para ser instalado em Cuba.

Por essa altura, os Estados Unidos e a União Soviética conseguiram, em última instância, evitar uma guerra que poderia ter sido apocalíptica.

A 28 de Setembro de 1965, Fidel Castro anunciou que os cubanos que desejassem emigrar o poderiam fazer a começar em 10 de Outubro. Mais de um milhão e meio de cubanos se mudaram da sua ilha natal para os Estados Unidos.

Hola América

Grafitti com óbvia inspiração cubana num beco meio escondido de Little Havana.

Quase um milhão vive, hoje, na Florida, na sua maioria em Miami, cidade em que um terço da população tem origem cubana.

A Little Havana que explorávamos é apenas o pequeno coração norte-americano de Cuba.

Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Key West, E.U.A.

O Faroeste Tropical dos E.U.A.

Chegamos ao fim da Overseas Highway e ao derradeiro reduto das propagadas Florida Keys. Os Estados Unidos continentais entregam-se, aqui, a uma deslumbrante vastidão marinha esmeralda-turquesa. E a um devaneio meridional alentado por uma espécie de feitiço caribenho.
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Melbourne, Austrália

Uma Austrália "Asienada"

Capital cultural aussie, Melbourne também é frequentemente eleita a cidade com melhor qualidade de vida do Mundo. Quase um milhão de emigrantes orientais aproveitaram este acolhimento imaculado.
Little India, Singapura

Little Índia. A Singapura de Sari

São uns milhares de habitantes em vez dos 1.3 mil milhões da pátria-mãe mas não falta alma à Little India, um bairro da ínfima Singapura. Nem alma, nem cheiro a caril e música de Bollywood.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Navajo Nation, E.U.A.

Por Terras da Nação Navajo

De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
Vale da Morte, E.U.A.

O Ressuscitar do Lugar Mais Quente

Desde 1921 que Al Aziziyah, na Líbia, era considerado o lugar mais quente do Planeta. Mas a polémica em redor dos 58º ali medidos fez com que, 99 anos depois, o título fosse devolvido ao Vale da Morte.
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Mauna Kea, Havai

Mauna Kea: um Vulcão de Olho no Espaço

O tecto do Havai era interdito aos nativos por abrigar divindades benevolentes. Mas, a partir de 1968 várias nações sacrificaram a paz dos deuses e ergueram a maior estação astronómica à face da Terra
Pearl Harbor, Havai

O Dia em que o Japão foi Longe Demais

Em 7 de Dezembro de 1941, o Japão atacou a base militar de Pearl Harbor. Hoje, partes do Havai parecem colónias nipónicas mas os EUA nunca esquecerão a afronta.
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Thorong La, Circuito Annapurna, Nepal, foto para a posteridade
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Casario tradicional, Bergen, Noruega
Arquitectura & Design
Bergen, Noruega

O Grande Porto Hanseático da Noruega

Já povoada no início do século XI, Bergen chegou a capital, monopolizou o comércio do norte norueguês e, até 1830, manteve-se uma das maiores cidades da Escandinávia. Hoje, Oslo lidera a nação. Bergen continua a destacar-se pela sua exuberância arquitectónica, urbanística e histórica.
Alturas Tibetanas, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Aventura

Mal de Altitude: não é mau. É péssimo!

Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.
Verificação da correspondência
Cerimónias e Festividades
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Casario de Gangtok, Sikkim, Índia
Cidades
Gangtok, Índia

Uma Vida a Meia-Encosta

Gangtok é a capital de Sikkim, um antigo reino da secção dos Himalaias da Rota da Seda tornado província indiana em 1975. A cidade surge equilibrada numa vertente, de frente para a Kanchenjunga, a terceira maior elevação do mundo que muitos nativos crêem abrigar um Vale paradisíaco da Imortalidade. A sua íngreme e esforçada existência budista visa, ali, ou noutra parte, o alcançarem.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
Silhuetas Islâmicas
Cultura

Istambul, Turquia

Onde o Oriente encontra o Ocidente, a Turquia Procura um Rumo

Metrópole emblemática e grandiosa, Istambul vive numa encruzilhada. Como a Turquia em geral, dividida entre a laicidade e o islamismo, a tradição e a modernidade, continua sem saber que caminho seguir

Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Fim do dia no lago da barragem do rio Teesta, em Gajoldoba, Índia
Em Viagem
Dooars, Índia

Às Portas dos Himalaias

Chegamos ao limiar norte de Bengala Ocidental. O subcontinente entrega-se a uma vasta planície aluvial preenchida por plantações de chá, selva, rios que a monção faz transbordar sobre arrozais sem fim e povoações a rebentar pelas costuras. Na iminência da maior das cordilheiras e do reino montanhoso do Butão, por óbvia influência colonial britânica, a Índia trata esta região deslumbrante por Dooars.
Centro Cultural Jean Marie Tjibaou, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul
Étnico
Grande Terre, Nova Caledónia

O Grande Calhau do Pacífico do Sul

James Cook baptizou assim a longínqua Nova Caledónia porque o fez lembrar a Escócia do seu pai, já os colonos franceses foram menos românticos. Prendados com uma das maiores reservas de níquel do mundo, chamaram Le Caillou à ilha-mãe do arquipélago. Nem a sua mineração obsta a que seja um dos mais deslumbrantes retalhos de Terra da Oceânia.
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Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 2)

Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
Acre, Fortaleza dos Templários, Israel, Doces crocantes
História
São João de Acre, Israel

A Fortaleza que Resistiu a Tudo

Foi alvo frequente das Cruzadas e tomada e retomada vezes sem conta. Hoje, israelita, Acre é partilhada por árabes e judeus. Vive tempos bem mais pacíficos e estáveis que aqueles por que passou.
Orangozinho, Rio Canecapane, Parque Naciona Orango, Bijagós, Guiné Bissau
Ilhas
Cruzeiro Africa Princess, 2º Orangozinho, Bijagós, Guiné Bissau

Orangozinho e os Confins do PN Orango

Após uma primeira incursão à ilha Roxa, zarpamos de Canhambaque para um fim de dia à descoberta do litoral no fundo vasto e inabitado de Orangozinho. Na manhã seguinte, navegamos rio Canecapane acima, em busca da grande tabanca da ilha, Uite.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Baie d'Oro, Île des Pins, Nova Caledonia
Literatura
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Homer, Alasca, baía Kachemak
Natureza
Anchorage a Homer, E.U.A.

Viagem ao Fim da Estrada Alasquense

Se Anchorage se tornou a grande cidade do 49º estado dos E.U.A., Homer, a 350km, é a sua mais famosa estrada sem saída. Os veteranos destas paragens consideram esta estranha língua de terra solo sagrado. Também veneram o facto de, dali, não poderem continuar para lado nenhum.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Casinhas miniatura, Chã das Caldeiras, Vulcão Fogo, Cabo Verde
Parques Naturais
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã “Francês” à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Ilha de Miyajima, Xintoismo e Budismo, Japão, Portal para uma ilha sagrada
Património Mundial UNESCO
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Montezuma e Malpaís, melhores praias da Costa Rica, Catarata
Praias
Montezuma, Costa Rica

De Volta aos Braços Tropicais de Montezuma

Passaram 18 anos desde que nos deslumbrámos com este que é um dos litorais abençoados da Costa Rica. Há apenas dois meses, reencontrámo-lo. Tão aconchegante como o  tínhamos conhecido.
Noiva entra para carro, casamento tradicional, templo Meiji, Tóquio, Japão
Religião
Tóquio, Japão

Um Santuário Casamenteiro

O templo Meiji de Tóquio foi erguido para honrar os espíritos deificados de um dos casais mais influentes da história do Japão. Com o passar do tempo, especializou-se em celebrar bodas tradicionais.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

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Intervenção policial, judeus utraortodoxos, jaffa, Telavive, Israel
Sociedade
Jaffa, Israel

Protestos Pouco Ortodoxos

Uma construção em Jaffa, Telavive, ameaçava profanar o que os judeus ultra-ortodoxos pensavam ser vestígios dos seus antepassados. E nem a revelação de se tratarem de jazigos pagãos os demoveu da contestação.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Vida Quotidiana
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Vida Selvagem
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.