Assuão, Egipto

Onde O Nilo Acolhe a África Negra


Check email
Ancião passa por uma banca encerrada de comunicações e serviços electrónicos da ilha Elefantina.
Uma estranha expedição
Caravana de visitantes estrangeiros a camelo e guias avança para o interior do deserto.
Carga à cabeça
Moradora núbia equilibra um contentor numa das muitas ruelas coloridas da ilha Elefantina.
Chaveiro Divino
Abdul Kareem, guardião núbio do templo de Ramsés II.
1200km para montante do seu delta, o Nilo deixa de ser navegável. A última das grandes cidades egípcias marca a fusão entre o território árabe e o núbio. Desde que nasce no lago Vitória, o rio dá vida a inúmeros povos africanos de tez escura.

Chegamos avisados de que Assuão era uma das cidades mais solarengas, secas e quentes do Mundo.

O novo dia comprovava-o.

Em breve, seríamos tostados por um sol tórrido e por bem mais que 40º.

Tínhamos despertado com a visão fabulosa de um casario multicolor e garrido como que encalhado no meio do rio.

A vista pitoresca revelou-se-nos sobre a alvorada e impingiu-se-nos por um bom tempo.

Quando chegou a hora de decidirmos para onde nos queríamos virar primeiro na grande Assuão, a ilha Elefantina – antigo quartel-general militar e religioso do poderoso reino de Abu –  de que fazia parte, revelou-se prioritária.

Subimos a escada de portaló do navio, demos umas dezenas de passos e voltamos a descer uma outra que conduzia a um pequeno pontão coberto.

Dali, partiam as balsas que atravessavam um dos dois braços do Nilo, ambos criados pelo destino que almejávamos, a umas poucas dezenas de metros.

Situada pouco a norte da primeira das Cataratas do Nilo – são várias, neste seu trecho – a ilha Elefantina abrigou o assentamento mais antigo de Assuão.

Casario multicolor das pequenas povoações tradicionais da ilha Elefantina, Siou e Koti.

Foi conhecida como Abu, um termo que significava tanto elefante como marfim em antigo egípcio e que, como o actual, traduzia a importância que ilha então tinha no comércio de marfim.

Por volta de 3000 a.C., recebeu uma fortaleza que marcava a derradeira fronteira meridional dos povos egípcios e acolhia os exércitos que enfrentavam a temida inimiga do sul, a Núbia.

Há três mil anos, os habitantes de Abu adoravam dezenas de divindades sortidas, muitas delas tomadas de empréstimo dos vizinhos do norte.

Os tempos são outros. Vários séculos após a tempestade de areia maometana que percorreu o norte de África, também a maior parte das gentes de Assuão se islamizaram e se vestem e comportam a condizer.

Morador transporta uma bilha de gás. Um burro carrega-os a ambos.

Ainda durante a travessia, um de vários passageiros masculinos de longas barbas e rosto austero comunicou-me: “está numa zona só para as mulheres.

Tem que mudar de lugar.” Acatei a norma, fiz-lhes companhia e, tudo levava a crer, em nome do Islão, vi-me forçado a deixar a Sara sozinha nos instantes de navegação que faltavam.

Já desembarcados na ilha, não tardámos a constatar que éramos os únicos forasteiros a por ali deambular de câmaras fotográficas penduradas no pescoço e que os moradores tanto de Siou como de Koti – assim se chamavam as aldeias – delas fugiam ou se protegiam.

Moradora núbia passa por um solo semi-regado por roupa lavada, em Elefantina.

Deixámo-nos perder nos becos e ruelas sem qualquer receio. Estivéssemos onde fosse na ilha longilínea, bastava-nos percorrer menos de quatrocentos metros para oeste ou para leste e voltávamos às margens.

No extremo sul, algo mais distante, encontraríamos as ruínas milenares de Abu, um complexo de templos erguido em honra do deus cabeça de carneiro Khnum, criador da humanidade e da inundação. Outras cabeças ocupavam lugares distintos.

Crânios de crocodilos do Nilo enfeitam a entrada de uma loja de artesanato da ilha Elefantina.

Nos tempos áureos daquela civilização, os dois conceitos andavam lado a lado já que apenas a subida abrupta das águas do Nilo viabilizava a vida.

Frequentes sacrifícios eram levados a cabo com o fim de condicionar o calendário e volume das cheias.

Mas só os vários nilómetros instalados na ilha Elefantina davam uma indicação fidedigna dos níveis do Nilo, da abundância das colheitas e dos impostos reais que lhes estavam associados.

Casario multicolor das pequenas povoações tradicionais da ilha Elefantina, Siou e Koti.

Ao invés da velha cidade templo de Abu, a que a imposição do Cristianismo pela integração desta zona no Império Romano retirou sentido no séc. IV d.C., Siou e Koti, estavam bem vivas.

Nas suas artérias exíguas, mulheres conversavam, cuidavam das crianças.

E escondiam as faces ou vociferavam – por norma de forma maternal e carinhosa, à boa moda núbia – de cada vez que nos atrevíamos a apontar uma da câmaras na sua direcção.

Moradora anciã da ilha Elefantina protege-se do interesse fotográfico dos visitantes estrangeiros.

Encontrávamo-las quase sempre sentadas sobre bancos de cimento ou adobe, mobiliários de rua providenciais anexados à base das suas casas coloridas que lhes proporcionavam longos momentos de convívio ao ar livre.

Enquanto isso, os homens tratavam de tarefas de manutenção ou dos animais domésticos da família.

Duas jovens mulheres conversam ao fim da tarde, contra uma das muitas fachadas coloridas da Ilha Elefantina.

Chegamos a meio da manhã. O sol recoze Assuão. Da cidade, ainda só tínhamos explorado aquele pequeno reduto rústico. Mas, havia mais, muito mais.

À parte de solarenga, quente e seca, Assuão era a derradeira das grandes cidade egípcias.

Tinha uma população de 1.4 milhões que continuava a aumentar, muito devido ao estatuto de capital administrativa, de centro regional burocrático e universitário.

No pino do Verão, Assuão deixava-se anestesiar pelo calor ofegante. Mas, durante a época alta, quando todos os cruzeiros do Nilo pareciam despejar os passageiros nas suas docas, a cidade tornava-se quase tão frenética quanto a famosa Luxor.

Não será de agora.

Os antigos documentos que a identificavam como Swenet (antiga palavra egípcia para comércio) narravam-na como a última fronteira egípcia, a guarnição militar preparada para os confrontos militares contra a Núbia mas também como uma cidade mercado próspera na encruzilhada de várias rotas de caravanas.

Nos dias que correm, o souq local é, aliás, um dos mais amplos e exóticos fora do Cairo.

Em tempos antigos, Assuão acolheu ainda inúmeras pedreiras que forneceram a matéria-prima das pirâmides, dos templos, estátuas colossais e obeliscos milenares com que os visitantes do Egipto se continuam a deliciar no Cairo, Alexandria e Nilo acima ou abaixo.

Os Antigos Egípcios orientavam a prioridade da sua vida em função do correr das águas do Nilo. Assim, Swenet era considerada a cidade que abria o reino.

Fallucas sulcam as águas profundas do rio Nilo que, dentro em pouco, para montante, deixarão de ser navegáveis.

Tal como hoje, pouco após a Primeira Catarata, a navegação era possível até ao Delta do Mediterrâneo.

Já para montante, à parte do afunilamento do rio e de inúmeros outros obstáculos geológicos, no final do século XIX, pressionados pelo crescimento descontrolado da população egípcia, os colonos britânicos dotaram o Nilo daquela que, à data, se tornou a maior barragem do mundo.

Mais tarde, seria ainda aberta uma segunda represa seis quilómetros acima, a Barragem Alta.

Actualmente, a mais antiga já só serve de atracção turística.

Não fosse a longa (1960-1980) Nubian Rescue Campaign da UNESCO e de outras instituições e, património milenar sublime da Núbia como o Templo de Isis  (na ilha de Philae) e o templo de Abu Simbel teriam sido destruídos para sempre pela subida artificial das águas do Nilo e do lago Nasser.

Guardiães do templo de Ramses II conversam na base de uma das enormes estátuas do monumento.

No caso de Abu Simbel, durante quatro anos, uma equipa multidisciplinar e internacional teve que o dividir em 2000 blocos com entre 10 a 40 toneladas.

Voltou a reconstruí-lo no interior de uma montanha a 210 metros da água e 65 metros mais acima.

“Acordem amigos, não se façam de múmias!” grita-nos o guia Edid a querer certificar-se que o seu grupo está todo a pé. São três da manhã. Despertamos com a má disposição de um faraó ludibriado.

Só aos poucos, com o aconchego do pequeno-almoço empacotado, ficamos em condições de partir do cruzeiro ancorado em Assuão para o último dos complexos arqueológicos.

A povoação de Abu Simbel ficava a quase 300 km para sul e a meros 40 km da fronteira com o Sudão, logo, em território que as autoridades egípcias consideravam problemático. Por essa razão, juntamo-nos a uma caravana de jipes que percorre o itinerário a alta velocidade.

Somos os primeiros a chegar. E a ser detectados pelas sentinelas colossais que vigiam o sul a partir do grande templo que Ramsés II dedicou a si próprio e aos deuses Ra-Horakhty, Amun e Ptah.

As quatro estátuas colossais do faraó Ramsés II, em Abu Simbel.

Desafiamo-las, por nossa conta, durante quase vinte minutos. Até que a restante caravana traz a multidão e a hora de anteciparmos a volta a Assuão.

Nessa tarde, o vento sopra sobre o deserto mais cedo que o costume e as fellucas logo invadiram o Nilo com as suas velas em forma de barbatana de tubarão bem esticadas, a sondar por passageiros.

Admiramos a visão encantadora da margem oriental elevada do Nilo e conjecturámos que uma daquelas fellucas nos poderia conduzir a uma vista ainda mais privilegiada sobre Assuão.

Embarcação turística aberta percorre um dos braços do rio Nilo ao longo da ilha Elefantina que o divide.

Cruzámos uma vez mais para a Elefantina. Foi numa doca improvisada da margem de lá da ilha que inaugurámos essa demanda.

O núbio poliglota Mustafá aparece-nos numa jilaba cinzenta, mais que sorridente, obviamente bem com a vida: “Vamos então, navegar?” começa por perguntar-nos, em inglês, apenas para fazer conversa.

O ti

Só tínhamos zarpado há meio minuto quando nos confessa um seu alívio de forma dramatizada mas cómica: “vocês salvaram-me de boa! Sabem que a minha mulher tem que jantar sempre carne. Se não lha levo, morde-me os braços!”

A conversa continua mais divertida que formativa. Entretanto, chegamos à margem ocidental arenosa do Nilo, de onde um enorme grupo de forasteiros acabara de partir a camelo para o deserto.

Nós, mantemos o plano da vista suprema. Apontamos para as alturas do túmulo de Aga Khan III, o 48º Imam, fundador e primeiro presidente da Liga Muçulmana, protector dos direitos dos muçulmanos na Índia.

Dali, com o sol quase a pôr-se, admirámos o fluir do Nilo bifurcado e, de novo, a navegação suave das fellucas, logo, o palmeiral denso e verdejante e, por detrás, o casario disforme e cor-de-deserto de Assuão.

Uma felluca navega pelo Nilo com o casario de Assuão para lá da margem oriental.

À distância, distinguimos ainda o velho Old Cataract Hotel, que se promove com o facto histórico de Agatha Christie lá ter escrito parte do seu famoso romance “Morte no Nilo” e que viria a ser usado como um dos cenários da adaptação cinematográfica com Peter Ustinov e Mia Farrow.

No filme, Simon Doyle assassina a sua esposa e herdeira abastada Linnet Ridgeway com a cumplicidade da amante Jacqueline.

Tudo se passa a bordo do cruzeiro S.S. Karnak numa navegação atribulada ao longo do “sangue do Egipto” que, tendo em conta a sequência das escalas, se provaria de todo impossível no verdadeiro cenário.

O Nilo que admirávamos, esse, não podia ser mais real.

Falluca no rio Nilo ao largo de Assuão e Elefantina.

Vinha das profundezas do lago Victoria e de África.

Deserto Branco, Egipto

O Atalho Egípcio para Marte

Numa altura em que a conquista do vizinho do sistema solar se tornou uma obsessão, uma secção do leste do Deserto do Sahara abriga um vasto cenário afim. Em vez dos 150 a 300 dias que se calculam necessários para atingir Marte, descolamos do Cairo e, em pouco mais de três horas, damos os primeiros passos no Oásis de Bahariya. Em redor, quase tudo nos faz sentir sobre o ansiado Planeta Vermelho.
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
Chiang Khong - Luang Prabang, Laos

Barco Lento, Rio Mekong Abaixo

A beleza do Laos e o custo mais baixo são boa razões para navegar entre Chiang Khong e Luang Prabang. Mas esta longa descida do rio Mekong pode ser tão desgastante quanto pitoresca.
PN Chobe, Botswana

Chobe: um rio na Fronteira da Vida com a Morte

O Chobe marca a divisão entre o Botswana e três dos países vizinhos, a Zâmbia, o Zimbabwé e a Namíbia. Mas o seu leito caprichoso tem uma função bem mais crucial que esta delimitação política.
Monte Sinai, Egipto

Força nas Pernas e Fé em Deus

Moisés recebeu os Dez Mandamentos no cume do Monte Sinai e revelou-os ao povo de Israel. Hoje, centenas de peregrinos vencem, todas as noites, os 4000 degraus daquela dolorosa mas mística ascensão.
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
Matmata, Tataouine:  Tunísia

A Base Terrestre da Guerra das Estrelas

Por razões de segurança, o planeta Tatooine de "O Despertar da Força" foi filmado em Abu Dhabi. Recuamos no calendário cósmico e revisitamos alguns dos lugares tunisinos com mais impacto na saga.  
Tataouine, Tunísia

Festival dos Ksour: Castelos de Areia que Não Desmoronam

Os ksour foram construídos como fortificações pelos berberes do Norte de África. Resistiram às invasões árabes e a séculos de erosão. O Festival dos Ksour presta-lhes, todos os anos, uma devida homenagem.
Edfu a Kom Ombo, Egipto

Nilo Acima, pelo Alto Egipto Ptolomaico

Cumprida a embaixada incontornável a Luxor, à velha Tebas e ao Vale dos Reis, prosseguimos contra a corrente do Nilo. Em Edfu e Kom Ombo, rendemo-nos à magnificência histórica legada pelos sucessivos monarcas Ptolomeu.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Rebanho em Manang, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Music Theatre and Exhibition Hall, Tbilissi, Georgia
Arquitectura & Design
Tbilisi, Geórgia

Geórgia ainda com Perfume a Revolução das Rosas

Em 2003, uma sublevação político-popular fez a esfera de poder na Geórgia inclinar-se do Leste para Ocidente. De então para cá, a capital Tbilisi não renegou nem os seus séculos de história também soviética, nem o pressuposto revolucionário de se integrar na Europa. Quando a visitamos, deslumbramo-nos com a fascinante mixagem das suas passadas vidas.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Aventura
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Cerimónias e Festividades
Apia, Samoa Ocidental

Fia Fia – Folclore Polinésio de Alta Rotação

Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e daqui ao Havai, contam-se muitas variações de danças polinésias. As noites samoanas de Fia Fia, em particular, são animadas por um dos estilos mais acelerados.
Totem, Sitka, Viagem Alasca que já foi da Rússia
Cidades
Sitka, Alasca

Sitka: Viagem por um Alasca que Já foi Russo

Em 1867, o czar Alexandre II teve que vender o Alasca russo aos Estados Unidos. Na pequena cidade de Sitka, encontramos o legado russo mas também os nativos Tlingit que os combateram.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Camponesa, Majuli, Assam, India
Cultura
Majuli, Índia

Uma Ilha em Contagem Decrescente

Majuli é a maior ilha fluvial da Índia e seria ainda uma das maiores à face da Terra não fosse a erosão do rio Bramaputra que há séculos a faz diminuir. Se, como se teme, ficar submersa dentro de vinte anos, mais que uma ilha, desaparecerá um reduto cultural e paisagístico realmente místico do Subcontinente.
arbitro de combate, luta de galos, filipinas
Desporto
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Las Cuevas, Mendoza, de um lado ao outro dos andes, argentina
Em Viagem
Mendoza, Argentina

De Um Lado ao Outro dos Andes

Saída da Mendoza cidade, a ruta N7 perde-se em vinhedos, eleva-se ao sopé do Monte Aconcágua e cruza os Andes até ao Chile. Poucos trechos transfronteiriços revelam a imponência desta ascensão forçada
Telhados cinza, Lijiang, Yunnan, China
Étnico
Lijiang, China

Uma Cidade Cinzenta mas Pouco

Visto ao longe, o seu casario vasto é lúgubre mas as calçadas e canais seculares de Lijiang revelam-se mais folclóricos que nunca. Em tempos, esta cidade resplandeceu como a capital grandiosa do povo Naxi. Hoje, tomam-na de assalto enchentes de visitantes chineses que disputam o quase parque temático em que se tornou.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Rabat, Malta, Mdina, Palazzo Xara
História
Rabat, Malta

Um ex-Subúrbio no Âmago de Malta

Se Mdina se fez a capital nobiliárquica da ilha, os Cavaleiros Hospitalários decidiram sacrificar a fortificação da actual Rabat. A cidade fora das muralhas expandiu-se. Subsiste como um contraponto popular e rural do agora museu-vivo de Mdina.
Bonaire, ilha, Antilhas Holandesas, ABC, Caraíbas, Rincon
Ilhas
Rincon, Bonaire

O Recanto Pioneiro das Antilhas Holandesas

Pouco depois da chegada de Colombo às Américas, os castelhanos descobriram uma ilha caribenha a que chamaram Brasil. Receosos da ameaça pirata, esconderam a primeira povoação num vale. Decorrido um século, os holandeses apoderaram-se dessa ilha e rebaptizaram-na de Bonaire. Não apagaram o nome despretensioso da colónia precursora: Rincon.
Quebra-Gelo Sampo, Kemi, Finlândia
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Literatura
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Homer, Alasca, baía Kachemak
Natureza
Anchorage a Homer, E.U.A.

Viagem ao Fim da Estrada Alasquense

Se Anchorage se tornou a grande cidade do 49º estado dos E.U.A., Homer, a 350km, é a sua mais famosa estrada sem saída. Os veteranos destas paragens consideram esta estranha língua de terra solo sagrado. Também veneram o facto de, dali, não poderem continuar para lado nenhum.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil, cachoeira Véu de Noiva
Parques Naturais
Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil

No Coração Ardente da América do Sul

Foi só em 1909 que o centro geodésico sul-americano foi apurado por Cândido Rondon, um marechal brasileiro. Hoje, fica na cidade de Cuiabá. Tem nas imediações, os cenários deslumbrantes mas demasiado combustíveis da Chapada dos Guimarães.
Mirador de La Peña, El Hierro, Canárias, Espanha
Património Mundial UNESCO
El Hierro, Canárias

A Orla Vulcânica das Canárias e do Velho Mundo

Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
República Dominicana, Praia Bahia de Las Águilas, Pedernales. Parque Nacional Jaragua, Praia
Praias
Laguna Oviedo a Bahia de las Águilas, República Dominicana

Em Busca da Praia Dominicana Imaculada

Contra todas as probabilidades, um dos litorais dominicanos mais intocados também é dos mais remotos. À descoberta da província de Pedernales, deslumbramo-nos com o semi-desértico Parque Nacional Jaragua e com a pureza caribenha da Bahia de las Águilas.
Djerba, Ilha, Tunísia, Amazigh e os seus camelos
Religião
Djerba, Tunísia

A Ilha Tunisina da Convivência

Há muito que a maior ilha do Norte de África acolhe gentes que não lhe resistiram. Ao longo dos tempos, Fenícios, Gregos, Cartagineses, Romanos, Árabes chamaram-lhe casa. Hoje, comunidades muçulmanas, cristãs e judaicas prolongam uma partilha incomum de Djerba com os seus nativos Berberes.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Kente Festival Agotime, Gana, ouro
Sociedade
Kumasi a Kpetoe, Gana

Uma Viagem-Celebração da Moda Tradicional Ganesa

Após algum tempo na grande capital ganesa ashanti cruzamos o país até junto à fronteira com o Togo. Os motivos para esta longa travessia foram os do kente, um tecido de tal maneira reverenciado no Gana que diversos chefes tribais lhe dedicam todos os anos um faustoso festival.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Vida Quotidiana
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Bando de flamingos, Laguna Oviedo, República Dominicana
Vida Selvagem
Laguna de Oviedo, República Dominicana

O Mar (nada) Morto da República Dominicana

A hipersalinidade da Laguna de Oviedo oscila consoante a evaporação e da água abastecida pela chuva e pelos caudais vindos da serra vizinha de Bahoruco. Os nativos da região estimam que, por norma, tem três vezes o nível de sal do mar. Lá desvendamos colónias prolíficas de flamingos e de iguanas entre tantas outras espécies que integram este que é um dos ecossistemas mais exuberantes da ilha de Hispaniola.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.