Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade


Rádio MP3 a Pilhas
Rapaz da zona da Saudade segura um rádio Somitec.
Da Saudade para o Mundo
Névoa paira acima da Casa-Museu Almada Negreiros.
De Volta à Saudade
Funcionário da Casa-Museu de Almada Negreiros desce a escadaria do alpendre.
Banana com Fartura
Grande cacho de bananas pendurado no alpendre da Casa Museu Almada Negreiros de Saudade.
Filhos da Saudade
Joaquim Victor, também ele nascido na Saudade, mostra um livro sobre Almada Negreiros.
Placas Comemorativas
Como era a Roça
Joaquim Victor mostra velhas imagens da Roça Saudade.
A Varanda sobre a Selva
O cimo alpendrado da Casa-Museu Almada Negreiros.
Mais Abaixo
Casas perdidas na névoa e na vegetação luxuriante da Saudade.
Som Somitec
Rapaz da zona da Saudade segura um rádio Somitec.
O Cimo da Velha Roça
Alpendre da Casa-Museu cercado da selva limiar do PN Obo.
Vulto Negreiros
Figura representativa de Almada Negreiros, a entrada da sua Casa-Museu de Saudade.
Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.

Já quase a chegarmos aos domínios húmidos e luxuriantes da velha Roça Saudade, distrai-nos uma estranha visão.

Ambos os lados da ladeira empedrada surgiam, ali, como leitos vegetais, feitos de uma espécie de tufos de algodão e de folhas amarelas, outras, mais velhas, de um laranja gasto, todas elas vítimas de um Outono que a equatorial São Tomé desconhece.

Abrimos as portas do Jimny para obtermos uma sensação de tacto. Estamos nessa experiência quando dois santomenses aparecem do fundo da ladeira, a caminharem sobre o dito tapete.

Um deles, o mais novo, vem de galochas, calções vermelhos e polo desportivo azul, um pretenso uniforme da equipa de futebol australiano de Camp David.

Por si só, o quadro já se provava inusitado. Como se não bastasse, o rapaz leva pendurado ao pescoço um rádio leitor de MP3, portátil e peculiar, de marca Somitec, Made in China, nem esperávamos outra coisa.

Detectamos algum surrealismo na cena. Esforçamo-nos por a retratar. O rapaz segura a telefonia com as duas mãos. Concede-nos um prenúncio de sorriso que vai bem com a frondosidade verde do fundo.

Ele e o adulto seguem pelo caminho aveludado. Nós, ficamos mais uns instantes a examiná-lo.

Quando retomamos a viagem, assalta-nos a mente o que resultaria se, em vez de nós, tivesse sido o multifacetado e irrequieto Almada Negreiros a cruzar-se com um quadro daqueles, para mais, na sua terra.

Enquanto o cogitávamos, rendemo-nos à evidência de que, mesmo no curto período em que viveu no coração da ilha, excentricidades equatoriais não lhe terão faltado.

Estava São Tomé em questão.

Poucas ilhas ocultam o exotismo selvagem e de fim do Mundo no meio do Mundo que São Tomé e que Príncipe preservam.

Chegada a Saudade e à Casa-Museu Almada Negreiros

Completamos a rampa. Pouco depois, damos com o espaço da Roça Saudade.

Delimitavam-no três ou quatro canas de bambu.

Opostas a um vulto recortado e negro de Almada destacado num jardim bem cuidado, de frente ou de costas – a posição da figura parecia-nos ambivalente – para o edifício renovado da propriedade.

Passamos para o lado de lá da fachada. Uma escada em L conduz-nos à base de alvenaria secular do edifício, agora recuperada.

Desvendamos o muro que abrigava os degraus, ilustrado com o famoso início “Basta pum Basta!” do Manifesto Anti-Dantas, complementado com as citações de Negreiros:

“As pessoas que mais admiro são aquelas que nunca acabam”. A civilização é um fenómeno colectivo. A cultura é um fenómeno individual.” esta última, de “Cultura e Civilização” que o também poeta inaugurou com “Uma mesa cheia de feijões”.

Joaquim Victor. Filho de Saudade, Mentor da Casa-Museu Almada Negreiros

Do lado de lá do mural, espera-nos nova escadaria, esta, de madeira. E, no cimo, o jovem empreendedor Joaquim Victor, também ele, filho de Saudade.

Foi Joaquim o responsável pela recuperação do lugar de nascimento de Almada Negreiros, mesmo que, de início, não soubesse – como não sabia quase ninguém, em São Tomé e Príncipe – que o artista era natural da Roça Saudade.

Joaquim Victor, pressente, pelas horas que eram e pelo nosso ar desvigorado, que precisávamos de recuperar energias. Senta-nos a uma mesa da esplanada alpendrada, com vista para a selva coberta de névoa que dali se prolonga na direcção do Atlântico.

Joaquim Victor explica-nos que o único documento que descreve a velha Roça Saudade é o livro “Almada Negreiros Africano” da autoria do Padre António Ambrósio, missionário em São Tomé, escritor dedicado a registar os modos e costumes da ilha, e que assim a descreveu:

A casa onde Almada nasceu, na sede da Roça Saudade, estava suspensa sobre uma profunda grota e aberta à nascente por uma varanda corrida ao estilo tropical, para um mar de verdura que, depois da primeira quebra, se espraiava numa ondulação aparentemente suave por vários quilómetros de extensão, em forma de leque rendilhado, até ao mar oceano.”

 À mesa, em vez de feijões, Kim, como é também conhecido, serve-nos um peixe-agulha, acompanhado de batata-doce, beringela e maracujá. Saboreamos o interior de São Tomé num deleite com que concorre a beleza da paisagem na iminência do enigmático Parque Natural Ôbo.

Roça Saudade, o Berço Equatorial de Almada Negreiros

É desconhecido da maior parte dos portugueses e até dos apreciadores de Almada Negreiros que o artista por ali nasceu. E que viveu os primeiros anos da sua vida nestes confins clorofilinos do Equador.

Joaquim Victor elucida-nos, aliás, que, Almada Negreiros começou a ser descoberto, em São Tomé e Príncipe, apenas partir de 2014, devido à sua intervenção na Roça Saudade.

Daí, para cá, tornou-se uma espécie de moda histórica que ele tem feito por fomentar.

Em jeito de testemunho da sua criancice santomense, o muro que envolve a escadaria exibe ainda parte de um dos poemas em que Almada celebrou a infância e o afecto maternal.

Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa. Depois, venho sentar-me ao teu lado…”

Mãe! Passa a tua mão na minha cabeça! Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade…

A mãe mencionada, Elvira Sobra de Almada Negreiros, era uma mestiça santomense abastada. O marido, pai de Almada, era António Lobo de Almada Negreiros, natural de Aljustrel, tenente da Cavalaria, jornalista, escritor, ensaísta e maçon. Mais tarde, nomeado administrador do concelho de São Tomé.

A Presença do Padre António Ambrósio na Vida da Família Negreiros

O Padre António Ambrósio que já antes mencionámos, além de uma espécie de cronista de São Tomé, era responsável pelos sacramentos no interior da ilha.

Levou a cabo o baptismo do recém-nascido Almada, na Igreja da Trindade, hoje, capital do distrito de Mé-Zóchi. E narrou-o assim no seu livro “Almada Negreiros Africano”:

«Aos vinte e quatro dias do mez de Junho do anno mil oitocentos e noventa e três, nesta Egreja Parochial da Santíssima Trindade, Concelho de S. Thomé, Diocese de S. Thomé e Príncipe, baptizei solemnemente um indivíduo do sexo masculino, a quem dei o nome de – JOSÉ- e que nasceu nesta freguesia, na Fazenda Saudade, às tres horas da manhã do dia sete do mcz d’ Abril do anno de mil oitocentos e noventa e tres, filho illegítimo de digo legitimo de António Lobo d’ Almada Negreiros, casado, natural de Portugal, proprietário, agricultor e de Dona Elvira Sobral de Almada Negreiros, casada, natural desta freguesia, proprietária, parochianos desta freguesia, moradores na mencionada Fazenda, neto paterno de Pedro d’ Almada Pereira e de Margarida Francisca de Almada Lobo Branco de Negreiros. Foi padrinho José António Freire Sobral, casado, proprietário e agricultor e madrinha Dona Marianna Emília de Souza Sobral, casada, proprietária e agricultora, os quaes todos sei serem os próprios. E para constar lavrei em duplicado este assento que depois de ser lido e conferido perante os padrinhos comigo o assignaram.”

Já o pai António Lobo, também ele autor conceituado, fez questão de dedicar um poema da sua obra “Equatoriaes” ao rebento, à data de 7 de Abril de 1894, com um ano de idade.

Um anno! Um beijo de luz

Na tua fáce, criança!

Suavíssima esperança

Que desabrócha e seduz!

Nunca se acábe a bonança

Que a tua frônte tradúz,

Como um beijo de Jesus

Da Mãe na virginea trança

A Tragédia e o Retorno dos Almada Negreiros à Metropole

Em 1895, apenas dois anos após ter dado à luz José Sobral de Almada Negreiros, Elvira Negreiros faleceu. A morte da esposa feriu a “Suavíssima esperança” de António Lobo e o alento de continuar em São Tomé.

Desamparado, o administrador decidiu regressar à Metrópole.

Viveu, nos primeiros tempos, em Lisboa. Internou José Sobral e o irmão António no Colégio Jesuíta de Campolide. Lá permaneceram ambos até 1910, quando a Implantação da República ditou o fecho do estabelecimento.

O ano de viragem para o século XX, ia contar com o evento incontornável da Exposição Universal de Paris. António Lobo foi nomeado responsável pelo Pavilhão das Colónias com que Portugal se vangloriou.

Não voltou a viver em São Tomé.

José Sobral de Almada Negreiros, o predestinado Almada, cresceu, assim, na Roça Saudade apenas até aos dois anos. Seria de todo impossível encontrar, na propriedade, algum seu legado artístico santomense.

Legado Precioso da Roça Saudade

Como nos sublinha Joaquim Victor, a realidade provou-se distinta no que disse respeito à vivência da família na roça até ao final do século XIX.

“Com o tempo, a casa degradou-se muito. Tornou-se um perigo latente para as crianças que habitavam a Saudade e em volta, que se aventuravam a explorá-la e a brincar nas suas ruínas.”

Os trabalhos de recuperação geridos por Kim tiveram início a partir dos alicerces originais da casa alpendrada. Foram realizados à mão, com muita paciência e com a descoberta recompensadora de centenas de cacos dos tempos dos pais e dos avós de Almada.

Parte deles, provinham de fábricas portuguesas de loiça conceituadas como o foram a Sacavém e a Alcântara.

Joaquim, fez questão de os guardar, com a intenção de, mais tarde, os expor.

Desviamo-nos, por momentos, da Casa Museu Almada Negreiros, com a ideia de espreitarmos a cascata de São Nicolau, dela próxima.

Quando regressamos, dá entrada na ex-Roça Saudade mais um grupo de estudantes, provindos da capital, dos muitos que agora aprendem nas escolas sobre Almada.

E que, orgulhosos do seu berço em São Tomé, viajam ao âmago da ilha para o visitar, em incursões introspectivas à cultura santomense, em explorações semi-ordeiras da civilização equatorial da ilha.

São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Príncipe, São Tomé e Príncipe

Viagem ao Retiro Nobre da Ilha do Príncipe

A 150 km de solidão para norte da matriarca São Tomé, a ilha do Príncipe eleva-se do Atlântico profundo num cenário abrupto e vulcânico de montanha coberta de selva. Há muito encerrada na sua natureza tropical arrebatadora e num passado luso-colonial contido mas comovente, esta pequena ilha africana ainda abriga mais estórias para contar que visitantes para as escutar.
São Tomé, São Tomé & Príncipe

Viagem até onde São Tomé Aponta o Equador

Fazemo-nos à estrada que liga a capital homónima ao fundo afiado da ilha. Quando chegamos à Roça Porto Alegre, com o ilhéu das Rolas e o Equador pela frente, tínhamo-nos perdido vezes sem conta no dramatismo histórico e tropical de São Tomé.
Ilhéu das Rolas, São Tomé e Príncipe

Ilhéu das Rolas: São Tomé e Principe a Latitude Zero

Ponto mais austral de São Tomé e Príncipe, o Ilhéu das Rolas é luxuriante e vulcânico. A grande novidade e ponto de interesse desta extensão insular da segunda menor nação africana está na coincidência de a cruzar a Linha do Equador.
São Tomé, São Tomé e Príncipe

Pelo Cocuruto Tropical de São Tomé

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São Tomé (cidade), São Tomé e Príncipe

A Capital dos Trópicos Santomenses

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Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
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São Petersburgo, Rússia

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Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
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Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Centro de São Tomé, São Tomé e Príncipe

De Roça em Roça, Rumo ao Coração Tropical de São Tomé

No caminho entre Trindade e Santa Clara confrontamo-nos com o passado colonial terrífico de Batepá. À passagem pelas roças Bombaim e Monte Café, a história da ilha parece ter-se diluído no tempo e na atmosfera clorofilina da selva santomense.
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A Certeza da Teoria da Relatividade

Em 1919, Arthur Eddington, um astrofísico britânico, escolheu a roça Sundy para comprovar a famosa teoria de Albert Einstein. Decorrido mais de um século, o norte da ilha do Príncipe que o acolheu continua entre os lugares mais deslumbrantes do Universo.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
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Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
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Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
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Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
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Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
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Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
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Os missionários espanhóis perceberam, no século XVI, que a zona estava talhada para a produção do “sangue de Cristo”. Hoje, a província de Mendoza está no centro da maior região enóloga da América Latina.
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Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
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Viagem Pelo Pseudo-Alcatrão do Usbequistão

Os séculos passaram. As velhas e degradadas estradas soviéticas sulcam os desertos e oásis antes atravessados pelas caravanas da Rota da Seda. Sujeitos ao seu jugo durante uma semana, vivemos cada paragem e incursão nos lugares e cenários usbeques como recompensas rodoviárias históricas.
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Assuão, Egipto

Onde O Nilo Acolhe a África Negra

1200km para montante do seu delta, o Nilo deixa de ser navegável. A última das grandes cidades egípcias marca a fusão entre o território árabe e o núbio. Desde que nasce no lago Vitória, o rio dá vida a inúmeros povos africanos de tez escura.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
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Ilhas
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Verificação da correspondência
Inverno Branco
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Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
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A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
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Religião
Bagan, Myanmar

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A religiosidade birmanesa sempre assentou num compromisso de redenção. Em Bagan, os crentes endinheirados e receosos continuam a erguer pagodes na esperança de conquistarem a benevolência dos deuses.
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O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Creel, Chihuahua, Carlos Venzor, coleccionador, museu
Sociedade
Chihuahua a Creel, Chihuahua, México

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Com Chihuahua para trás, apontamos a sudoeste e a terras ainda mais elevadas do norte mexicano. Junto a Ciudad Cuauhtémoc, visitamos um ancião menonita. Em redor de Creel, convivemos, pela primeira vez, com a comunidade indígena Rarámuri da Serra de Tarahumara.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Vida Quotidiana
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Parque Nacional Everglades, Florida, Estados Unidos, voo sobre os canais dos Everglades
Vida Selvagem
Parque Nacional Everglades, Flórida, E.U.A.

O Grande Rio Ervado da Flórida

Quem sobrevoa o sul do 27º estado espanta-se com a vastidão verde, lisa e ensopada que contrasta com os tons oceânicos em redor. Este ecossistema de pântano-pradaria único nos EUA abriga uma fauna prolífica dominada por 200 mil dos 1.25 milhões de jacarés da Flórida.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.