Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade


Rádio MP3 a Pilhas
Rapaz da zona da Saudade segura um rádio Somitec.
Da Saudade para o Mundo
Névoa paira acima da Casa-Museu Almada Negreiros.
De Volta à Saudade
Funcionário da Casa-Museu de Almada Negreiros desce a escadaria do alpendre.
Banana com Fartura
Grande cacho de bananas pendurado no alpendre da Casa Museu Almada Negreiros de Saudade.
Filhos da Saudade
Joaquim Victor, também ele nascido na Saudade, mostra um livro sobre Almada Negreiros.
Placas Comemorativas
Como era a Roça
Joaquim Victor mostra velhas imagens da Roça Saudade.
A Varanda sobre a Selva
O cimo alpendrado da Casa-Museu Almada Negreiros.
Mais Abaixo
Casas perdidas na névoa e na vegetação luxuriante da Saudade.
Som Somitec
Rapaz da zona da Saudade segura um rádio Somitec.
O Cimo da Velha Roça
Alpendre da Casa-Museu cercado da selva limiar do PN Obo.
Vulto Negreiros
Figura representativa de Almada Negreiros, a entrada da sua Casa-Museu de Saudade.
Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.

Já quase a chegarmos aos domínios húmidos e luxuriantes da velha Roça Saudade, distrai-nos uma estranha visão.

Ambos os lados da ladeira empedrada surgiam, ali, como leitos vegetais, feitos de uma espécie de tufos de algodão e de folhas amarelas, outras, mais velhas, de um laranja gasto, todas elas vítimas de um Outono que a equatorial São Tomé desconhece.

Abrimos as portas do Jimny para obtermos uma sensação de tacto. Estamos nessa experiência quando dois santomenses aparecem do fundo da ladeira, a caminharem sobre o dito tapete.

Um deles, o mais novo, vem de galochas, calções vermelhos e polo desportivo azul, um pretenso uniforme da equipa de futebol australiano de Camp David.

Por si só, o quadro já se provava inusitado. Como se não bastasse, o rapaz leva pendurado ao pescoço um rádio leitor de MP3, portátil e peculiar, de marca Somitec, Made in China, nem esperávamos outra coisa.

Detectamos algum surrealismo na cena. Esforçamo-nos por a retratar. O rapaz segura a telefonia com as duas mãos. Concede-nos um prenúncio de sorriso que vai bem com a frondosidade verde do fundo.

Ele e o adulto seguem pelo caminho aveludado. Nós, ficamos mais uns instantes a examiná-lo.

Quando retomamos a viagem, assalta-nos a mente o que resultaria se, em vez de nós, tivesse sido o multifacetado e irrequieto Almada Negreiros a cruzar-se com um quadro daqueles, para mais, na sua terra.

Enquanto o cogitávamos, rendemo-nos à evidência de que, mesmo no curto período em que viveu no coração da ilha, excentricidades equatoriais não lhe terão faltado.

Estava São Tomé em questão.

Poucas ilhas ocultam o exotismo selvagem e de fim do Mundo no meio do Mundo que São Tomé e que Príncipe preservam.

Chegada a Saudade e à Casa-Museu Almada Negreiros

Completamos a rampa. Pouco depois, damos com o espaço da Roça Saudade.

Delimitavam-no três ou quatro canas de bambu.

Opostas a um vulto recortado e negro de Almada destacado num jardim bem cuidado, de frente ou de costas – a posição da figura parecia-nos ambivalente – para o edifício renovado da propriedade.

Passamos para o lado de lá da fachada. Uma escada em L conduz-nos à base de alvenaria secular do edifício, agora recuperada.

Desvendamos o muro que abrigava os degraus, ilustrado com o famoso início “Basta pum Basta!” do Manifesto Anti-Dantas, complementado com as citações de Negreiros:

“As pessoas que mais admiro são aquelas que nunca acabam”. A civilização é um fenómeno colectivo. A cultura é um fenómeno individual.” esta última, de “Cultura e Civilização” que o também poeta inaugurou com “Uma mesa cheia de feijões”.

Joaquim Victor. Filho de Saudade, Mentor da Casa-Museu Almada Negreiros

Do lado de lá do mural, espera-nos nova escadaria, esta, de madeira. E, no cimo, o jovem empreendedor Joaquim Victor, também ele, filho de Saudade.

Foi Joaquim o responsável pela recuperação do lugar de nascimento de Almada Negreiros, mesmo que, de início, não soubesse – como não sabia quase ninguém, em São Tomé e Príncipe – que o artista era natural da Roça Saudade.

Joaquim Victor, pressente, pelas horas que eram e pelo nosso ar desvigorado, que precisávamos de recuperar energias. Senta-nos a uma mesa da esplanada alpendrada, com vista para a selva coberta de névoa que dali se prolonga na direcção do Atlântico.

Joaquim Victor explica-nos que o único documento que descreve a velha Roça Saudade é o livro “Almada Negreiros Africano” da autoria do Padre António Ambrósio, missionário em São Tomé, escritor dedicado a registar os modos e costumes da ilha, e que assim a descreveu:

A casa onde Almada nasceu, na sede da Roça Saudade, estava suspensa sobre uma profunda grota e aberta à nascente por uma varanda corrida ao estilo tropical, para um mar de verdura que, depois da primeira quebra, se espraiava numa ondulação aparentemente suave por vários quilómetros de extensão, em forma de leque rendilhado, até ao mar oceano.”

 À mesa, em vez de feijões, Kim, como é também conhecido, serve-nos um peixe-agulha, acompanhado de batata-doce, beringela e maracujá. Saboreamos o interior de São Tomé num deleite com que concorre a beleza da paisagem na iminência do enigmático Parque Natural Ôbo.

Roça Saudade, o Berço Equatorial de Almada Negreiros

É desconhecido da maior parte dos portugueses e até dos apreciadores de Almada Negreiros que o artista por ali nasceu. E que viveu os primeiros anos da sua vida nestes confins clorofilinos do Equador.

Joaquim Victor elucida-nos, aliás, que, Almada Negreiros começou a ser descoberto, em São Tomé e Príncipe, apenas partir de 2014, devido à sua intervenção na Roça Saudade.

Daí, para cá, tornou-se uma espécie de moda histórica que ele tem feito por fomentar.

Em jeito de testemunho da sua criancice santomense, o muro que envolve a escadaria exibe ainda parte de um dos poemas em que Almada celebrou a infância e o afecto maternal.

Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa. Depois, venho sentar-me ao teu lado…”

Mãe! Passa a tua mão na minha cabeça! Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade…

A mãe mencionada, Elvira Sobra de Almada Negreiros, era uma mestiça santomense abastada. O marido, pai de Almada, era António Lobo de Almada Negreiros, natural de Aljustrel, tenente da Cavalaria, jornalista, escritor, ensaísta e maçon. Mais tarde, nomeado administrador do concelho de São Tomé.

A Presença do Padre António Ambrósio na Vida da Família Negreiros

O Padre António Ambrósio que já antes mencionámos, além de uma espécie de cronista de São Tomé, era responsável pelos sacramentos no interior da ilha.

Levou a cabo o baptismo do recém-nascido Almada, na Igreja da Trindade, hoje, capital do distrito de Mé-Zóchi. E narrou-o assim no seu livro “Almada Negreiros Africano”:

«Aos vinte e quatro dias do mez de Junho do anno mil oitocentos e noventa e três, nesta Egreja Parochial da Santíssima Trindade, Concelho de S. Thomé, Diocese de S. Thomé e Príncipe, baptizei solemnemente um indivíduo do sexo masculino, a quem dei o nome de – JOSÉ- e que nasceu nesta freguesia, na Fazenda Saudade, às tres horas da manhã do dia sete do mcz d’ Abril do anno de mil oitocentos e noventa e tres, filho illegítimo de digo legitimo de António Lobo d’ Almada Negreiros, casado, natural de Portugal, proprietário, agricultor e de Dona Elvira Sobral de Almada Negreiros, casada, natural desta freguesia, proprietária, parochianos desta freguesia, moradores na mencionada Fazenda, neto paterno de Pedro d’ Almada Pereira e de Margarida Francisca de Almada Lobo Branco de Negreiros. Foi padrinho José António Freire Sobral, casado, proprietário e agricultor e madrinha Dona Marianna Emília de Souza Sobral, casada, proprietária e agricultora, os quaes todos sei serem os próprios. E para constar lavrei em duplicado este assento que depois de ser lido e conferido perante os padrinhos comigo o assignaram.”

Já o pai António Lobo, também ele autor conceituado, fez questão de dedicar um poema da sua obra “Equatoriaes” ao rebento, à data de 7 de Abril de 1894, com um ano de idade.

Um anno! Um beijo de luz

Na tua fáce, criança!

Suavíssima esperança

Que desabrócha e seduz!

Nunca se acábe a bonança

Que a tua frônte tradúz,

Como um beijo de Jesus

Da Mãe na virginea trança

A Tragédia e o Retorno dos Almada Negreiros à Metropole

Em 1895, apenas dois anos após ter dado à luz José Sobral de Almada Negreiros, Elvira Negreiros faleceu. A morte da esposa feriu a “Suavíssima esperança” de António Lobo e o alento de continuar em São Tomé.

Desamparado, o administrador decidiu regressar à Metrópole.

Viveu, nos primeiros tempos, em Lisboa. Internou José Sobral e o irmão António no Colégio Jesuíta de Campolide. Lá permaneceram ambos até 1910, quando a Implantação da República ditou o fecho do estabelecimento.

O ano de viragem para o século XX, ia contar com o evento incontornável da Exposição Universal de Paris. António Lobo foi nomeado responsável pelo Pavilhão das Colónias com que Portugal se vangloriou.

Não voltou a viver em São Tomé.

José Sobral de Almada Negreiros, o predestinado Almada, cresceu, assim, na Roça Saudade apenas até aos dois anos. Seria de todo impossível encontrar, na propriedade, algum seu legado artístico santomense.

Legado Precioso da Roça Saudade

Como nos sublinha Joaquim Victor, a realidade provou-se distinta no que disse respeito à vivência da família na roça até ao final do século XIX.

“Com o tempo, a casa degradou-se muito. Tornou-se um perigo latente para as crianças que habitavam a Saudade e em volta, que se aventuravam a explorá-la e a brincar nas suas ruínas.”

Os trabalhos de recuperação geridos por Kim tiveram início a partir dos alicerces originais da casa alpendrada. Foram realizados à mão, com muita paciência e com a descoberta recompensadora de centenas de cacos dos tempos dos pais e dos avós de Almada.

Parte deles, provinham de fábricas portuguesas de loiça conceituadas como o foram a Sacavém e a Alcântara.

Joaquim, fez questão de os guardar, com a intenção de, mais tarde, os expor.

Desviamo-nos, por momentos, da Casa Museu Almada Negreiros, com a ideia de espreitarmos a cascata de São Nicolau, dela próxima.

Quando regressamos, dá entrada na ex-Roça Saudade mais um grupo de estudantes, provindos da capital, dos muitos que agora aprendem nas escolas sobre Almada.

E que, orgulhosos do seu berço em São Tomé, viajam ao âmago da ilha para o visitar, em incursões introspectivas à cultura santomense, em explorações semi-ordeiras da civilização equatorial da ilha.

São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Príncipe, São Tomé e Príncipe

Viagem ao Retiro Nobre da Ilha do Príncipe

A 150 km de solidão para norte da matriarca São Tomé, a ilha do Príncipe eleva-se do Atlântico profundo num cenário abrupto e vulcânico de montanha coberta de selva. Há muito encerrada na sua natureza tropical arrebatadora e num passado luso-colonial contido mas comovente, esta pequena ilha africana ainda abriga mais estórias para contar que visitantes para as escutar.
São Tomé, São Tomé & Príncipe

Viagem até onde São Tomé Aponta o Equador

Fazemo-nos à estrada que liga a capital homónima ao fundo afiado da ilha. Quando chegamos à Roça Porto Alegre, com o ilhéu das Rolas e o Equador pela frente, tínhamo-nos perdido vezes sem conta no dramatismo histórico e tropical de São Tomé.
Ilhéu das Rolas, São Tomé e Príncipe

Ilhéu das Rolas: São Tomé e Principe a Latitude Zero

Ponto mais austral de São Tomé e Príncipe, o Ilhéu das Rolas é luxuriante e vulcânico. A grande novidade e ponto de interesse desta extensão insular da segunda menor nação africana está na coincidência de a cruzar a Linha do Equador.
São Tomé, São Tomé e Príncipe

Pelo Cocuruto Tropical de São Tomé

Com a capital homónima para trás, rumamos à descoberta da realidade da roça Agostinho Neto. Daí, tomamos a estrada marginal da ilha. Quando o asfalto se rende, por fim, à selva, São Tomé tinha-se confirmado no top das mais deslumbrantes ilhas africanas.
São Tomé (cidade), São Tomé e Príncipe

A Capital dos Trópicos Santomenses

Fundada pelos portugueses, em 1485, São Tomé prosperou séculos a fio, como a cidade porque passavam as mercadorias de entrada e de saída na ilha homónima. A independência do arquipélago confirmou-a a capital atarefada que calcorreamos, sempre a suar.
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de "Crime e Castigo"

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Centro de São Tomé, São Tomé e Príncipe

De Roça em Roça, Rumo ao Coração Tropical de São Tomé

No caminho entre Trindade e Santa Clara confrontamo-nos com o passado colonial terrífico de Batepá. À passagem pelas roças Bombaim e Monte Café, a história da ilha parece ter-se diluído no tempo e na atmosfera clorofilina da selva santomense.
Roça Sundy, Ilha do Príncipe, São Tomé e Príncipe

A Certeza da Teoria da Relatividade

Em 1919, Arthur Eddington, um astrofísico britânico, escolheu a roça Sundy para comprovar a famosa teoria de Albert Einstein. Decorrido mais de um século, o norte da ilha do Príncipe que o acolheu continua entre os lugares mais deslumbrantes do Universo.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
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O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Safari
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
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Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
Jardin Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, Cobra dos Pecados
Arquitectura & Design
Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
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Aventura
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Cerimónias e Festividades
Pueblos del Sur, Venezuela

Os Pauliteiros de Mérida, Suas Danças e Cia

A partir do início do século XVII, com os colonos hispânicos e, mais recentemente, com os emigrantes portugueses consolidaram-se nos Pueblos del Sur, costumes e tradições bem conhecidas na Península Ibérica e, em particular, no norte de Portugal.
Vaquero entra numa rua dotada de palmeiras juvenis.
Cidades
Álamos, Sonora, México

Três Séculos entre Álamos e Portais Andaluzes

Fundada, em 1685, após a descoberta de filões de prata, Álamos desenvolveu-se com base numa estrutura urbana e arquitectura da Andaluzia. Com o fim da prata, valeu-lhe a sua outra riqueza. Uma genuinidade e tranquilidade pós-colonial que a destaca do estado de Sonora e do vasto ocidente do México.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Verificação da correspondência
Cultura
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Em Viagem
Morondava, Avenida dos Baobás, Madagáscar

O Caminho Malgaxe para o Deslumbre

Saída do nada, uma colónia de embondeiros com 30 metros de altura e 800 anos ladeia uma secção da estrada argilosa e ocre paralela ao Canal de Moçambique e ao litoral piscatório de Morondava. Os nativos consideram estas árvores colossais as mães da sua floresta. Os viajantes veneram-nas como uma espécie de corredor iniciático.
Capacete capilar
Étnico
Viti Levu, Fiji

Canibalismo e Cabelo, Velhos Passatempos de Viti Levu, ilhas Fiji

Durante 2500 anos, a antropofagia fez parte do quotidiano de Fiji. Nos séculos mais recentes, a prática foi adornada por um fascinante culto capilar. Por sorte, só subsistem vestígios da última moda.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
História
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Igreja Ortodoxa de Bolshoi Zayatski, ilhas Solovetsky, Rússia
Ilhas
Bolshoi Zayatsky, Rússia

Misteriosas Babilónias Russas

Um conjunto de labirintos pré-históricos espirais feitos de pedras decoram a ilha Bolshoi Zayatsky, parte do arquipélago Solovetsky. Desprovidos de explicações sobre quando foram erguidos ou do seu significado, os habitantes destes confins setentrionais da Europa, tratam-nos por vavilons.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Foz incandescente, Grande Ilha Havai, Parque Nacional Vulcoes, rios de Lava
Natureza
Big Island, Havai

Grande Ilha do Havai: À Procura de Rios de Lava

São cinco os vulcões que fazem da ilha grande Havai aumentar de dia para dia. O Kilauea, o mais activo à face da Terra, liberta lava em permanência. Apesar disso, vivemos uma espécie de epopeia para a vislumbrar.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Totem, Sitka, Viagem Alasca que já foi da Rússia
Parques Naturais
Sitka, Alasca

Sitka: Viagem por um Alasca que Já foi Russo

Em 1867, o czar Alexandre II teve que vender o Alasca russo aos Estados Unidos. Na pequena cidade de Sitka, encontramos o legado russo mas também os nativos Tlingit que os combateram.
Vulcão Teide, Tenerife, Canárias, Espanha
Património Mundial UNESCO
Tenerife, Canárias

O Vulcão que Assombra o Atlântico

Com 3718m, El Teide é o tecto das Canárias e de Espanha. Não só. Se medido a partir do fundo do oceano (7500 m), só duas montanhas são mais pronunciadas. Os nativos guanches consideravam-no a morada de Guayota, o seu diabo. Quem viaja a Tenerife, sabe que o velho Teide está em todo o lado.
Personagens
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Viti Levu, Fiji Ilhas, Pacifico do Sul, recife coral
Praias
Viti Levu, Fiji

Ilhas à Beira de Ilhas Plantadas

Uma parte substancial de Fiji preserva as expansões agrícolas da era colonial britânica. No norte e ao largo da grande ilha de Viti Levu, também nos deparámos com plantações que há muito só o são de nome.
Arménia Berço Cristianismo, Monte Aratat
Religião
Arménia

O Berço do Cristianismo Oficial

Apenas 268 anos após a morte de Jesus, uma nação ter-se-á tornado a primeira a acolher a fé cristã por decreto real. Essa nação preserva, ainda hoje, a sua própria Igreja Apostólica e alguns dos templos cristãos mais antigos do Mundo. Em viagem pelo Cáucaso, visitamo-los nos passos de Gregório o Iluminador, o patriarca que inspira a vida espiritual da Arménia.
A Toy Train story
Sobre Carris
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Cabine lotada
Sociedade
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Transpantaneira pantanal do Mato Grosso, capivara
Vida Selvagem
Pantanal do Mato Grosso, Brasil

Transpantaneira, Pantanal e Confins do Mato Grosso

Partimos do coração sul-americano de Cuiabá para sudoeste e na direcção da Bolívia. A determinada altura, a asfaltada MT060 passa sob um portal pitoresco e a Transpantaneira. Num ápice, o estado brasileiro de Mato Grosso alaga-se. Torna-se um Pantanal descomunal.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.