Batad, Filipinas

Os Socalcos que Sustentam as Filipinas


Vale de socalcos
O vale profundo de Batad, coberto de socalcos plantados com arroz.
Gerações
Jovem moi milho sob o olhar do avô e de um galo oportunista.
Nativo e palmeira de betele
Nativo atravessa as plantações de Batad.
Longe de Tudo e de Todos
Vista das montanhas que envolvem Batad com a aldeia escondida no vale abaixo.
Repouso Filipino
Camponês acocorado sobre o rebordo elevado de um socalco.
Mulheres
Mulheres fazem uma pausa no trabalho de limpar um terreno para plantarem batata doce.
Abrigo de Folhas Secas
Palhota típica da região de Batad, com a cobertura íngreme para fazer escoar a chuva abundante na região.
Muro
Nativo caminha sobre um muro alto.
Contemplação
Nativo de Batad contempla a vista a partir da sua casa a meio da encosta.
No Meio do Arrôz
Vista do núcleo central de Batad, no sopé de um longo arrozal em socalcos.
Camponesa
Camponesa corta erva daninha.
Pé a Pé
Raparigas plantam um socalco alagado.
Aldeia
Pormenor da aldeia de Batad no centro dos socalcos de arroz.
Destino: Batad
Visitantes ocidentais descem o trilho íngreme para Batad.
Vício Escarlate
Camponesa masca noz de bétele, um hábito secular desta região isolada de Luzon.
Fidelidade Canina
Cães acompanham a dona enquanto trabalha num dos muitos socalcos de Batad.
Plantação
Crianças plantam arroz num socalco triangular.
Há mais de 2000 anos, inspirado pelo seu deus do arroz, o povo Ifugao esquartejou as encostas de Luzon. O cereal que os indígenas ali cultivam ainda nutre parte significativa do país.

Tínhamos partido de Banaue pouco depois da alvorada, a bordo de um jeepney tão velho quanto exuberante.

Doze quilómetros de estrada de montanha depois, a relíquia automóvel deixa-nos e a um grupo de jovens missionários da Noruega, na base do trilho para Batad.

Vencemos 3 km de subida inclemente até atingirmos uma espécie de sela intermédia formada pelo relevo, já acima da aldeia. Seguem-se 45 minutos de descida íngreme. A combinação destes esforços contrastantes que massacrou-nos as pernas bem mais do que estávamos à espera.

Germaine vê-nos chegar do cimo do vale profundo de Batad. Tenta aliviar-nos o cansaço com boa disposição: “São terríveis esses degraus, não são? Altos que se farta.

Fomos nós que os escavámos mas parecem mais ter sido feitos para os ossos grandes e brancos lá do norte da Europa. Nós cá da aldeia temos perna curta. Ainda nos cansamos mais que vocês, acreditem.”

visitantes, explorar, socalcos arroz, batad, filipinas

Visitantes ocidentais descem o trilho íngreme para Batad.

Instalamo-nos no Rita’s Lodge, uma pousada humilde que a família baptizou em nome da sua mãe, erguida apenas com tábuas mas com vista majestosa sobre a vertente oposta da povoação e da encosta que a tornou famosa.

Nesse dia, já só temos pouco mais que uma hora para a apreciarmos em pleno esplendor. A tarde avança.

O sol incide apenas no topo da montanha. Deixa a povoação primeiro à sombra, logo, numa penumbra silenciosa quebrada pelo brilho longínquo das estrelas, de um outro candeeiro a petróleo e pelo ladrar dos cães.

Romeo, pai de Germaine, junta-se aos hóspedes na varanda do seu estabelecimento. Conversa puxa conversa, inaugura uma longa palestra sobre a valia dos seus antepassados Ifugao. É assim que ouvimos falar pela primeira vez da hipótese histórica que os liga a uma etnia chinesa em fuga.

Defende essa teoria que, entre 2205 e 2106 a.C., o imperador Yu o Grande da Dinastia Shan, ordenou a perseguição de uma minoria rebelde, os Miao. Sem forma de lhes resistir, os Miao teriam cruzado o Mar da China do Sul. Refugiaram-se em Luzon, a maior ilha das Filipinas.

Os Miao já eram conhecidos na China pela sua mestria no cultivo de arroz sobre socalcos.

aldeia, vale profundo, socalcos arroz, batad, filipinas

O vale profundo de Batad, coberto de socalcos plantados com arroz.

Na Cordillera de Luzon, encontraram uma terra semelhante aquela de que escaparam. Pouco tempo depois de se instalarem, já tinham disseminado os seus terraços por um vasto território.

Os Miao não tardaram a misturar-se com os nativos Ifugao (povo das montanhas) do norte de Luzon. Nessa fusão, passaram-lhes parte da sua cultura, incluindo as técnicas de cultivo.

Romeo ajeita o cabelo grisalho recém-libertado do rabo-de-cavalo. Franze as muitas rugas, provas dermatológicas de uma longa experiência de vida, da sabedoria acumulada sobre a região e os seus costumes.

campones, descanso, socalcos arroz, batad, filipinas

Camponês acocorado sobre o rebordo elevado de um socalco.

“Tenho uma enorme colecção de peças dos nossos antepassados no meu museu. Mas não são só estatuetas e jóias. Também para lá guardei fotografias. As minhas preferidas são as das mulheres, durante o hudhud. Têm que as ver!”

Segundo percebemos, não é agora tão frequente mas, durante séculos, as mulheres Ifugao – uma etnia matrilinear – acompanharam as sementeiras e colheitas do arroz, bem como os velórios e funerais com cânticos guturais narrativos épicos, descritivos da história do seu povo.

A UNESCO registou as paisagens dos Terraços de Arroz na lista de Patrimónios Mundiais. Recentemente, o hudhud complementou o rol de tesouros das Filipinas, enquanto herança intangível. Quando foi levada a cabo a sua quantificação, apuraram-se mais de 200 cantos, cada um deles dividido em 40 episódios.

Rita, a esposa de Romeo afiança, com orgulho, que já participou em muitas dessas cantorias comunais.

Aproveitamos uma pausa no diálogo e retiramo-nos para um descanso merecido sob um retalho de firmamento emoldurado.

abrigo, palhota, palmeira, socalcos arroz, batad, filipinas

Palhota típica da região de Batad, com a cobertura íngreme para fazer escoar a chuva abundante na região.

Despertamos bem depois do planeado. Aliviamos a consciência fotográfica com a noção de que, tal como o Sol abandonava Batad antes de tempo, também demoraria a voltar a incidir na aldeia.

Percorremo-la sem qualquer plano. Passamos por famílias e gentes que nos pareciam perdidas do Mundo. Algumas perdidas até de si próprias, entregues a uma estranha letargia matinal ou a espectáculos de country da Cordillera, um testemunho musical da presença norte-americana durante a 2ª Guerra Mundial a que os fãs assistem em pequenas TVs alimentadas por geradores.

Um miúdo mói farinha com um grande pilão, sob a supervisão do avô sentado e a atenção de um galo oportunista. A pouca distância, à entrada de uma cabana típica, um outro homem mantém um olhar disperso nas montanhas que fecham o horizonte.

jovem, galo, moer milho, socalcos arroz, batad, filipinas

Jovem moi milho sob o olhar do avô e de um galo oportunista.

Ao contrário do que acontece em partes distintas das Filipinas, praticamente não se fala inglês por estes lados. O tagalog (língua nacional) é usado apenas como último recurso.

De cada vez que pedimos para fotografar alguém ouvimos um “amu hom” (Não! Parem! no dialecto Ifugao) rotundo e explícito, seguido de um pedido de doação.

E os nativos pedem-nos mesmo conscientes de que os visitantes pagam uma taxa à aldeia, ainda antes de nela entrarem.

Banaue e Batad podem ter conquistado fama mundial. Os seus cenários risícolas Ifugao surgem inclusive nas costas das notas de 1000 pesos filipinos.

Ainda assim, os cerca de 1000 habitantes rurais da aldeia de Batad nunca se conseguiram preparar para rentabilizar as visitas dos mochileiros.

camponesa, trabalho, erva daninha, socalcos arroz, batad, filipinas

Camponesa corta erva daninha.

Não beneficiavam com a notoriedade da sua aldeia. Não conseguiam sequer sair da pobreza a que a gradual desvalorização do arroz e que o afastamento da vida cada vez mais moderna de outras partes das Filipinas os havia condenado.

Vários habitantes procuraram a solução na longínqua e sobrelotada Manila. Os filipinos são um povo emigrante. A nação tem quase tantas pessoas na diáspora como no seu vasto território insular.

Quando a capital não os pôde ajudar, os camponeses de Ifugao imitaram as experiências de tantos outros compatriotas que mudaram de países e de vidas. Deixaram para trás a sua terra e toda uma civilização milenar, crenças e rituais que uns poucos resistentes continuam a praticar.

Mais acima, enquanto caminhamos pelo meio dos campos, deparamo-nos com um grupo de jovens mulheres. Alinhadas sobre a terra, espetam plantas de arroz no solo de lama de um retalho alagado de acordo com os métodos tradicionais a que falta apenas o tão admirado hudhud.

criancas, plantam arroz, socalcos arroz, batad, filipinas

Crianças plantam arroz num socalco triangular.

Em 2009, os Terraços de Arroz Ifugao foram declarados livres de Organismos Geneticamente Modificados numa cerimónia promovida pelos dirigentes políticos da região, pelo responsável da Greenpeace do Sudeste Asiático Daniel Ocampo e por Cathy Untalan, a directora executiva da fundação Miss Earth.

Antes do anúncio ao público, 3 mumbakis (feiticeiros Ifugao) levaram a cabo um ritual akim de bênção em que oferendaram um animal aos deuses. Não tardamos a deparar-nos com um desses cerimoniais, ainda que em formato privado.

Num terraço mais abaixo, uma mulher sacrifica uma galinha. Tem a companhia da filha que espalha sangue da ave sobre a terra. Por estes lados, as crenças religiosas pouco ou nada têm que ver com as das restantes Filipinas que, a partir do meio do século XVI, os colonos hispânicos fizeram cristãs.

nativo, palmeira, caminhar, socalcos arroz, batad, filipinas

Nativo atravessa as plantações de Batad.

A fé Ifugao centra-se ainda em Bulol, um deus mudo do arroz, o guardião dos mortos dos povos da Cordillera.

Em honra desta divindade, os nativos talham figuras aos pares, a partir de narra, uma madeira especial que acreditam proporcionar a riqueza, a felicidade e o bem-estar.

Cada passo desta arte – desde a escolha da árvore ao banho em sangue de porco que consagra as pequenas estátuas e as atribui a um lar  – requer uma cerimónia rica em mitologia.  É a mesma mitologia que os Ifugao registam há séculos através da sua escultura e que passam de geração em geração nas letras e sons do HudHud.

aldeia, pormenor, socalcos arroz, batad, filipinas

Pormenor da aldeia de Batad no centro dos socalcos de arroz.

Mais próximo da aba da montanha, um outro grupo de camponesas queima e lavra um solo de que as ervas daninhas se tinham apropriado.

Ao verem-nos chegar, limitam-se a estudar-nos com os olhos e a mastigar. O fenómeno não era novo nas Filipinas, nem na Ásia em geral. Todas elas – com excepção de uma criança – mascavam nozes de bétele enquanto trabalhavam.

mulheres, batata doce, pausa, trabalho, socalcos arroz, batad, filipinas

Mulheres fazem uma pausa no trabalho de limpar um terreno para plantarem batata doce.

Esboçamos um qualquer palavreado de abordagem, em inglês. Entre risadas nervosas e sujas do suco vermelho daquela noz, as mulheres mostram-nos que, para fugir à norma, plantam batatas doces – kamotis como lhes chamam no seu dialecto.

Trocamos observações e perguntas disfuncionais. Até que uma delas repõe a ordem laboral e leva a comitiva de volta às tarefas.

Deixamo-las a atear fogo a uma porção de terra e seguimos socalcos abaixo ainda em busca da quintessência destes remotos domínios Ifugao.

Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Camiguin, Filipinas

Uma Ilha de Fogo Rendida à Água

Com mais de vinte cones acima dos 100 metros, a abrupta e luxuriante, Camiguin tem a maior concentração de vulcões que qualquer outra das 7641 ilhas filipinas ou do planeta. Mas, nos últimos tempos, nem o facto de um destes vulcões estar activo tem perturbado a paz da sua vida rural, piscatória e, para gáudio dos forasteiros, fortemente balnear.
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
El Nido, Filipinas

El Nido, Palawan: A Última Fronteira Filipina

Um dos cenários marítimos mais fascinantes do Mundo, a vastidão de ilhéus escarpados de Bacuit esconde recifes de coral garridos, pequenas praias e lagoas idílicas. Para a descobrir, basta uma bangka.
Hungduan, Filipinas

Filipinas em Estilo Country

Os GI's partiram com o fim da 2ª Guerra Mundial mas a música do interior dos EUA que ouviam ainda anima a Cordillera de Luzon. É de tricycle e ao seu ritmo que visitamos os terraços de arroz de Hungduan.
Filipinas

Os Donos da Estrada Filipina

Com o fim da 2ª Guerra Mundial, os filipinos transformaram milhares de jipes norte-americanos abandonados e criaram o sistema de transporte nacional. Hoje, os exuberantes jeepneys estão para as curvas.
Vigan, Filipinas

Vigan, a Mais Hispânica das Ásias

Os colonos espanhóis partiram mas as suas mansões estão intactas e as kalesas circulam. Quando Oliver Stone buscava cenários mexicanos para "Nascido a 4 de Julho" encontrou-os nesta ciudad fernandina
Mactan, Cebu, Filipinas

O Atoleiro de Magalhães

Tinham decorrido quase 19 meses de navegação pioneira e atribulada em redor do mundo quando o explorador português cometeu o erro da sua vida. Nas Filipinas, o carrasco Datu Lapu Lapu preserva honras de herói. Em Mactan, uma sua estátua bronzeada com visual de super-herói tribal sobrepõe-se ao mangal da tragédia.
Boracay, Filipinas

A Praia Filipina de Todos os Sonhos

Foi revelada por mochileiros ocidentais e pela equipa de filmagem de “Assim Nascem os Heróis”. Seguiram-se centenas de resorts e milhares de veraneantes orientais mais alvos que o areal de giz.
Marinduque, Filipinas

Quando os Romanos Invadem as Filipinas

Nem o Império do Oriente chegou tão longe. Na Semana Santa, milhares de centuriões apoderam-se de Marinduque. Ali, se reencenam os últimos dias de Longinus, um legionário convertido ao Cristianismo.
Marinduque, Filipinas

A Paixão Filipina de Cristo

Nenhuma nação em redor é católica mas muitos filipinos não se deixam intimidar. Na Semana Santa, entregam-se à crença herdada dos colonos espanhóis.A auto-flagelação torna-se uma prova sangrenta de fé
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Coron, Busuanga, Filipinas

A Armada Japonesa Secreta mas Pouco

Na 2ª Guerra Mundial, uma frota nipónica falhou em ocultar-se ao largo de Busuanga e foi afundada pelos aviões norte-americanos. Hoje, os seus destroços subaquáticos atraem milhares de mergulhadores.
Bohol, Filipinas

Umas Filipinas do Outro Mundo

O arquipélago filipino estende-se por 300.000 km² de oceano Pacífico. Parte do sub-arquipélago Visayas, Bohol abriga pequenos primatas com aspecto alienígena e as colinas extraterrenas de Chocolate Hills.
Bacolod, Filipinas

Doces Filipinas

Bacolod é a capital de Negros, a ilha no centro da produção filipina de cana de açúcar. De viagem pelos confins do Extremo-Oriente e entre a história e a contemporaneidade, saboreamos o âmago fascinante da mais Latina das Ásias.
Iloilo, Filipinas

A Cidade Muy Leal y Noble das Filipinas

Em 1566, os espanhóis fundaram Iloilo no sul da ilha de Panay e, até à iminência do século XIX, foi capital das imensas Índias Espanholas Orientais. Mesmo se há quase cento e trinta anos filipina, Iloilo conserva-se uma das cidades mais hispânicas da Ásia.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
Safari
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
Rebanho em Manang, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Igreja colonial de São Francisco de Assis, Taos, Novo Mexico, E.U.A
Arquitectura & Design
Taos, E.U.A.

A América do Norte Ancestral de Taos

De viagem pelo Novo México, deslumbramo-nos com as duas versões de Taos, a da aldeola indígena de adobe do Taos Pueblo, uma das povoações dos E.U.A. habitadas há mais tempo e em contínuo. E a da Taos cidade que os conquistadores espanhóis legaram ao México, o México cedeu aos Estados Unidos e que uma comunidade criativa de descendentes de nativos e artistas migrados aprimoram e continuam a louvar.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Cerimónias e Festividades
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Miami, entrada da América Latina, Florida, Estados Unidos,
Cidades
Miami, Flórida, E.U.A.

A Porta de Entrada da América Latina

Não é só a localização privilegiada, entre um oceano exuberante e o verde dos Everglades, com a vastidão caribenha logo ali a sul. É o afago tropical, o do clima e o cultural e uma modernidade urbana exemplar. Cada vez mais em castelhano, num contexto latino-americano.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Jardin Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, Cobra dos Pecados
Cultura
Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Em Viagem
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Encontro das águas, Manaus, Amazonas, Brasil
Étnico
Manaus, Brasil

Ao Encontro do Encontro das Águas

O fenómeno não é único mas, em Manaus, reveste-se de uma beleza e solenidade especial. A determinada altura, os rios Negro e Solimões convergem num mesmo leito do Amazonas mas, em vez de logo se misturarem, ambos os caudais prosseguem lado a lado. Enquanto exploramos estas partes da Amazónia, testemunhamos o insólito confronto do Encontro das Águas.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Kolmanskop, Deserto do Namibe, Namíbia
História
Kolmanskop, Namíbia

Gerada pelos Diamantes do Namibe, Abandonada às suas Areias

Foi a descoberta de um campo diamantífero farto, em 1908, que originou a fundação e a opulência surreal de Kolmanskop. Menos de 50 anos depois, as pedras preciosas esgotaram-se. Os habitantes deixaram a povoação ao deserto.
Porto Rico, San Juan, Cidade muralhada, panoramica
Ilhas
San Juan, Porto Rico

O Porto Rico e Muralhado de San Juan Bautista

San Juan é a segunda cidade colonial mais antiga das Américas, a seguir à vizinha dominicana de Santo Domingo. Entreposto pioneiro da rota que levava o ouro e a prata do Novo Mundo para Espanha, foi atacada vezes sem conta. As suas fortificações incríveis ainda protegem uma das capitais mais vivas e prodigiosas das Caraíbas.
Casal mascarado para a convenção Kitacon.
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Na pista de Crime e Castigo, Sao Petersburgo, Russia, Vladimirskaya
Literatura
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de “Crime e Castigo”

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Rede em Palmeiras, Praia de Uricao-Mar das caraibas, Venezuela
Natureza
PN Henri Pittier, Venezuela

PN Henri Pittier: entre o Mar das Caraíbas e a Cordilheira da Costa

Em 1917, o botânico Henri Pittier afeiçoou-se à selva das montanhas marítimas da Venezuela. Os visitantes do parque nacional que este suíço ali criou são, hoje, mais do que alguma vez desejou
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Mangal entre Ibo e ilha Quirimba-Moçambique
Parques Naturais
Ilha do Ibo a Ilha QuirimbaMoçambique

Ibo a Quirimba ao Sabor da Maré

Há séculos que os nativos viajam mangal adentro e afora entre a ilha do Ibo e a de Quirimba, no tempo que lhes concede a ida-e-volta avassaladora do oceano Índico. À descoberta da região, intrigados pela excentricidade do percurso, seguimos-lhe os passos anfíbios.
Nelson Dockyards, Docas de Antigua,
Património Mundial UNESCO
English Harbour, Antigua

Docas de Nelson: a Antiga Base Naval e Morada do Almirante

No século XVII, já os ingleses disputavam o controle das Caraíbas e do comércio do açúcar com os seus rivais coloniais, apoderaram-se da ilha de Antígua. Lá se depararam com uma enseada recortada a que chamaram English Harbour. Tornaram-na um porto estratégico que também abrigou o idolatrado oficial da marinha.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Teleférico que liga Puerto Plata ao cimo do PN Isabel de Torres
Praias
Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Cena natalícia, Shillong, Meghalaya, Índia
Religião
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
A Toy Train story
Sobre Carris
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Tombola, bingo de rua-Campeche, Mexico
Sociedade
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Vida Quotidiana
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
O rio Zambeze, PN Mana Poools
Vida Selvagem
Kanga Pan, Mana Pools NP, Zimbabwe

Um Manancial Perene de Vida Selvagem

Uma depressão situada a 15km para sudeste do rio Zambeze retém água e minerais durante toda a época seca do Zimbabué. A Kanga Pan, como é conhecida, nutre um dos ecossistemas mais prolíficos do imenso e deslumbrante Parque Nacional Mana Pools.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.