Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech


Conversa de arcada
Moradores partilham o espaço sombrio e secular de uma arcada do Parque Principal de Campeche.
À Puerta
Momento nocturno do espectáculo de luz e som realizado na Puerta de Tierra da cidade.
Pastéis nos ares
Detalhes da arquitectura religiosa-colonial de Campeche, erguida pelos conquistadores espanhóis sobre a cidade maia por eles destruída de Cam Pech
Encontro de gerações
Criança passa por um ancião num dos muitos passeios elevados das ruas da cidade.
Torres Gémeas de Campeche
As torres gémeas e imponentes da Catedral de Nuestra Sra de la Purísima Concepción, a maior das igrejas de Campeche, elevada bem acima do seu casario.
Com a luz de frente
Pedestre caminha pela sombra garantida pelas arcadas do Parque Principal de Campeche.
Natureza & história
Sombras tropicais num recanto de um antigo edifício colonial da cidade.
A solidez do catolicismo
Pedestres de dimensão insignificante contra a base da fachada da Catedral de Nuestra Sra de la Purísima Concepción.
Sombra vs Sol
Esquina de uma calle tradicional e colorida nas imediações do âmago histórico de Campeche
Duo Tradicional
Nativas de Campeche vestidas a rigor.
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Pormenor do mural "Once Campeches"
Esquina a cores
Moradores concentram-se numa esquina profunda de um velho bairro de Campeche.
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Mural "Once Campeches" que retrata os visuais de onze nativos da cidade.
Fé arejada
Fiéis numa pequena igreja colonial aberta para a rua.
Conversa de arcada
Moradores partilham o espaço sombrio e secular de uma arcada do Parque Principal de Campeche.
À Puerta
Momento nocturno do espectáculo de luz e som realizado na Puerta de Tierra da cidade.
Pastéis nos ares
Detalhes da arquitectura religiosa-colonial de Campeche, erguida pelos conquistadores espanhóis sobre a cidade maia por eles destruída de Cam Pech
Encontro de gerações
Criança passa por um ancião num dos muitos passeios elevados das ruas da cidade.
Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.

Luís Villanueva e Wilberth Alejandro Sala Pech transaccionam-nos como a uma mercadoria numa estação de serviço da via rápida que liga Mérida a Campeche.

A estrada seguia paralela ao velho Caminho Real Maia entre as duas cidades.  Passava junto a aldeolas que, como Wilberth, preservavam óbvias raízes indígenas. Pedimos para pararmos numa ou outra, algo que o jovem cicerone nos concede com satisfação.

Detemo-nos em Becal. Wilberth revela-nos uma pequena fábrica familiar e artesanal de chapéus panamá. Apesar do nome, os “jipijapas” – assim lhes chamam os mexicanos – foram inventados no Equador.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, Once Campeches

Pormenor do mural “Once Campeches”

Admiramos como os artesãos os tecem um atrás do outro, a partir da fibra da folha de uma palmeira, por forma a satisfazer a procura dos muitos gringos que visitam o México.

Sepulturas Maias e Chapéus do Panamá

De Becal, apontamos a Pomush, povoação em que subsiste um dos raros cemitérios maias do mundo. Ali, em vez de em convencionais campas, as ossadas dos mortos são depositadas para a eternidade em pequenos caixas de madeira, forradas por toalhas com flores bordadas.

Nelas, caveiras e ossos ficam expostos ao ar e ao olhar. “Os meus avós estão por aqui algures”, revela-nos Wilberth, seguro da impressão adicional que nos causaria.

Antes que nos indicasse o lugar exacto, atrapalhamo-lo com questões sobre como os padres católicos lidavam com aquela prática. Wilberth assegura-nos que, com os séculos, se estabeleceu uma saudável convivência.

O nosso tempo começava a escassear. Apressámo-nos a regressar ao caminho.

Quando damos entrada no hotel de Campeche, o sol poente dourava o âmago histórico da cidade.

A viagem tinha-nos deixado exaustos mas um espectáculo nocturno de luz e som a ter lugar entre as muralhas do seu enorme forte justificava que recorrêssemos às derradeiras energias.

A exibição, junto a uma tal de Puerta de Tierra, reencenou o passado atribulado da cidade, da era indígena à invasão dos conquistadores espanhóis e dai em diante.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, À Puerta

Momento nocturno do espectáculo de luz e som realizado na Puerta de Tierra da cidade.

Tínhamos acabado de chegar e Campeche já nos irradiava a riqueza da sua história.

Despertar com Céu Azul e Entre Fachadas Pastel

Sete horas depois, rejuvenescidos, apreciámo-la sob a luz tropical da manhã. Paragens mais coloniais que estas não abundam.

Da Plaza Campeche, para qualquer que fosse a direcção, a cidade desdobra-se numa sucessão geometrizada de calles numeradas e largos que se encontram em curiosas esquinas: a del Cometa, a del Toro, a del Perro.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, Sombra vs Sol

Esquina de uma calle tradicional e colorida nas imediações do âmago histórico de Campeche

No sudoeste imediato, essa grelha é ainda mais rigorosa, submissa às velhas muralhas e aos baluartes que antes protegiam a medula urbana das sucessivas tentativas de conquista ou saque.

A umas centenas de metros do Barrio de Guadalupe que nos acolhera, a Calle 10 conduz-nos ao longo de uma das fachadas laterais da Catedral de Nuestra Sra de la Purísima Concepción.

Logo, ao Parque Principal, este, centrado em redor de uma espécie de coreto sob esteróides.

Como é suposto acontecer em urbes de tal calibre católico, as torres gémeas da catedral sobrepõem-se ao parque, ao seu arvoredo e ao casario campechano em geral.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, Torres Gémeas de Campeche

As torres gémeas e imponentes da Catedral de Nuestra Sra de la Purísima Concepción, a maior das igrejas de Campeche, elevada bem acima do seu casario.

O dia começara há apenas três horas mas os moradores já percorriam preferencialmente as arcadas dos palacetes nobres e garridos, a salvo do braseiro que se intensificava.

Para o interior, Campeche rende-se a uma profusão de quarteirões de um pastel multicolor.

As suas casas e passeios surgem elevados face ao plano das ruas, assim protegidos das raras chuvadas fulminantes.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, Esquina a cores

Moradores concentram-se numa esquina profunda de um velho bairro de Campeche.

Deslocada do frenesim intenso do cientro, a vida flui ali mais lenta e desafogada, afectada de quando em quando, pelos roncos característicos de um outro fusca.

A repetição padronizada dessas calles mantêm-nos num modo semi-alienado de exploração, de tal forma absortos do todo que nos esquecemos de que o mar só distava umas centenas de metros.

Com excepção para as tropelias de um qualquer furação ou tempestade tropical, o fundo do Golfo do México embate no Malecon marginal da cidade, com uma preguiça adequada ao lugar.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, Encontro de gerações

Criança passa por um ancião num dos muitos passeios elevados das ruas da cidade.

A Submissão Maia e o Longo Período Colonial

Desde a viragem para o século XVI a cirandarem pelo Mar das Caraíbas, em 1517, os descobridores e conquistadores espanhóis acabaram por ali desembarcar.

Segundo narrou Bernal Diaz Castillo – o principal escriba da Conquista do México – abasteceram-se de água com a complacência dos chefes locais que lhes mostraram ainda os seus palácios e pirâmides.

A sede por riqueza e poder dos forasteiros viria a ditar um desfecho trágico da civilização maia local.

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Nativas de Campeche vestidas a rigor.

A povoação denominava-se, então, Ah-Kin-Pech, simplificado como Can Pech. De forma rude, o nome traduzia-se como lugar da cobra e da carraça.

Se a primeira incursão se provou pacífica, a passagem dos homens de Francisco Hernández de Córdoba e Antón de Alaminos para a zona vizinha de Champoton, despoletou uma saga de violência que veio a gerar muitas baixas e só terminaria mais de vinte anos volvidos, sob comando de Francisco de Montejos.

Quando os espanhóis a encontraram, Can Pech abrigava cerca de 40 mil maias.

Alguns anos depois, muito graças às epidemias de varíola e de outras maleitas desconhecidas no Novo Mundo, o número era já inferior a 6 mil. Com os Maias destroçados, os conquistadores ergueram uma nova cidade sobre a povoação antes majestosa dos nativos.

Como seria de esperar, San Francisco de Campeche desenvolveu-se sob os fortes padrões hispânicos da época. Rivalizou com outras cidades grandiosas e influentes do império, Havana e Cartagena de Índias.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, A solidez do catolicismo

Pedestres de dimensão insignificante contra a base da fachada da Catedral de Nuestra Sra de la Purísima Concepción.

Concentrou o ouro, outros metais preciosos e comodidades subtraídos um pouco por todo o México que de lá eram despachados para Espanha.

Bartolomeu Português entre um Enxame de Piratas

À medida que enriqueceu, Campeche recebeu mais e mais mansões coloniais, palacetes e igrejas. Como Havana e Cartagena, os piratas que esquadrinhavam os mares ao largo não lhe conseguiram resistir: John Hawkins, Francis Drake e tantos outros visaram-na.

Também um tal de Bartolomeu Português, famoso bucaneiro luso que viveu e operou durante o século XVII e cuja vida dava para um filme.

Crê-se ter sido o autor de um código de conduta que, espantemo-nos, os piratas adoptaram e seguiram durante o século XVIII.

Pelo menos entre 1666 e 1669, Campeche manteve-se o seu alvo preferencial. Português navegava num barco que roubara, dotado com quatro canhões, assistido por uma tripulação de trinta homens.

Após capturar uma embarcação espanhola e encher o seu navio com 70 mil Reales de a Ocho (moedas de prata) e toneladas de grãos de cacau enfrentou mau tempo.

Como se não bastasse, viu-se detido por uma pequena frota de navios espanhóis de guerra. Foi forçado a voltar a Campeche onde as autoridades o aprisionaram num outro barco. Mas, Bartolomeu Português conseguiu matar a sentinela e escapar.

Terá atravessado 150 km de selva até ao leste da Península de Iucatão de onde regressou a Campeche com vinte novos auxiliares.

Em Campeche, capturou o barco onde havia estado preso. Durante a fuga, a tripulação fez o barco encalhar e perdeu uma vez mais a carga armazenada a bordo.

Bartolomeu Português passou o resto da sua vida a atacar navios e povoações espanholas sem grande proveito. Em “Buccaneers of America”, o flibusteiro, historiador da pirataria e autor Alexandre Exquemelin afirma ter testemunhado, na Jamaica, os seus derradeiros dias, passados na miséria.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, Pastéis nos ares

Detalhes da arquitectura religiosa-colonial de Campeche, erguida pelos espanhóis sobre a cidade maia por eles destruída de Can Pech

Os ataques dos piratas, bucaneiros e corsários a Campeche tornaram-se tantos e tão frequentes que os espanhóis investiram boa parte dos seus proveitos em muralhas e baluartes, os mesmos que continuam a encerrar o fulcro histórico oval da cidade.

A Deslumbrante Mestiçagem de Campeche

Hoje, os Maias e os descendentes dos colonos hispânicos cruzam-se nas calles como se cruzam no eterno processo mexicano de mestiçagem.

Entre o Parque Principal e o Malecón, encontramos uma obra que ilustra na perfeição a riqueza genética e a diversidade das gentes da cidade. Um enorme mural decora a fachada lateral de um banco.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, Once Campeches

Mural “Once Campeches” que retrata os visuais de onze nativos da cidade.

Denominado “Once Campeches” ilustra os traços, os trajes e os modos de vida do mesmo número de nativos campechanos, da criancice à velhice.

Mais para o fim da tarde, com uma quase frescura a instalar-se, o Parque Principal e outras plazas acolhem o ansiado modo pós-laboral e pós-escolar dos moradores.

Caminhamos calle 12 fora até darmos com os Portales de la Plazuela de San Francisco, lugar de restaurantes-esplanada, vários, animados por música ao vivo. Éramos, há muito, fãs da orchata mexicana.

Quando o recepcionista nos informa que não a serviam no hotel mas que encontraríamos, nos Portales, a melhor à face da Terra, sentimo-nos um pouco como Francis Drake, Hawkins e Bartolomeu Português: sem nos podermos poupar à incursão.

A orchata não desiludiu. De tal maneira que, em vez de comermos uma refeição convencional, as fomos repetindo.

Bingo a Feijões no Parque Principal

No regresso, constatamos como, em simultâneo com a vida prazerosa da rua, Campeche se entregava a uma outra, a dos incontáveis lares térreos que os moradores mantêm de portas e janelas abertas, com entradas, pátios e varandas que usam como extensões das calles.

Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, Conversa de arcada

Moradores partilham o espaço sombrio e secular de uma arcada do Parque Principal de Campeche.

Regressamos ao Parque Principal com a noite instalada. O grande coreto acolhia um ritual barulhento e profano que escapava à supervisão austera da catedral ao lado.

Do lado de lá da sua circunferência, um bar passa reggaeton caribenho – por certo porto-riquenho – a altos berros.

Aquém, mais próximo do templo, tinha início nova sessão do bingo de rua da cidade. Grupos de mulheres instaladas em distintas mesas acompanhavam a extração dos números e símbolos pictóricos.

O bingo era “cantado” por Rosa Puga que há nove anos ditava a sorte pelo puro prazer do convívio, já que o valor das apostas permitido se mantém tão simbólico como as próprias figurinhas extraídas.

Tombola, bingo de rua-Campeche, Mexico

Rosa Puga, a senhora que canta os símbolos que vão saindo.

Sem melhores planos, sentamo-nos na companhia das senhoras. Lá ficamos a assistir à sua excitação na iminência de preencherem os cartões com os gatos, mulas, cometas, rosas, cavalos e navalhas saídos da tômbola adesivada.

Lá apreciamos a harmonia com que Campeche encerrava mais um dos seus serões abafados e se rendia ao silêncio da noite caribenha.

Mais informações sobre Campeche no site Visit Mexico.

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Entre os séculos IX a XIII d.C., Chichen Itza destacou-se como a cidade mais importante da Península do Iucatão e do vasto Império Maia. Se a Conquista Espanhola veio precipitar o seu declínio e abandono, a história moderna consagrou as suas ruínas Património da Humanidade e Maravilha do Mundo.
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No início do século XIX, era uma das povoações mineiras que mais prata garantia à Coroa Espanhola. Um século depois, a prata tinha-se desvalorizado de tal maneira que Real de Catorce se viu abandonada. A sua história e os cenários peculiares filmados por Hollywood, cotaram-na uma das aldeias preciosas do México.
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A Mais Caribenha das Ruínas Maias

Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.
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Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
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Campeche, México

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Creel a Los Mochis, México

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São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Walvis Bay, Namíbia, baía, dunas
Parques Naturais
Walvis Bay, Namíbia

O Litoral Descomunal de Walvis Bay

Da maior cidade costeira da Namíbia ao limiar do deserto do Namibe de Sandwich Harbour, vai um domínio de oceano, dunas, nevoeiro e vida selvagem sem igual. Desde 1790, que a profícua Walvis Bay lhe serve de portal.
Carrinha no Jossingfjord, Magma Geopark, Noruega
Património Mundial UNESCO
Magma Geopark, Noruega

Uma Noruega Algo Lunar

Se recuássemos aos confins geológicos do tempo, encontraríamos o sudoeste da Noruega repleto de enormes montanhas e de um magma incandescente que sucessivos glaciares viriam a moldar. Os cientistas apuraram que o mineral ali predominante é mais comum na Lua que na Terra. Vários dos cenários que exploramos no vasto Magma Geopark da região parecem tirados do nosso grande satélite natural.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Personagens
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Fila Vietnamita
Praias

Nha Trang-Doc Let, Vietname

O Sal da Terra Vietnamita

Em busca de litorais atraentes na velha Indochina, desiludimo-nos com a rudeza balnear de Nha Trang. E é no labor feminino e exótico das salinas de Hon Khoi que encontramos um Vietname mais a gosto.

Religião
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
A Toy Train story
Sobre Carris
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Sociedade
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Manada de búfalos asiáticos, Maguri Beel, Assam, Índia
Vida Selvagem
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.