Iucatão, México

Entre Haciendas e Cenotes, pela História do Iucatão


A Sombra
Cimo do Frontão
Trio Buriti
Arcos e mais Arcos
Cenote Carlota
O Canal entre os Cenotes
Passagem pelo Canal
Os Carris do Sisal
Cenote Azul Maya
Cenote Azul Maya II
Peixinhos do Cenote Carlota
Cristo à Janela
Pórtico de Entrada
Cristo à Janela II
Maximiliano & Carlota
Ponte sobre o Canal
Ruínas Rosadas
O Sisal
Mais Arcos
A Capela da Hacienda Xcanchacaan

Em redor da capital Mérida, para cada velha hacienda henequenera colonial há pelo menos um cenote. Com frequência, coexistem e, como aconteceu com a semi-recuperada Hacienda Mucuyché, em duo, resultam nalguns dos lugares mais sublimes do sudeste mexicano.

O destino primordial do dia até era o sítio arqueológico de Mayapan, uma cidade-estado Maia que, no seu apogeu, se rebelou do domínio de Chichen Itza e ascendeu a capital política da península, de 1220 a 1440.

Como acontece vezes sem conta, por estas paragens, o trajecto escolhido por Fausto, o guia, passou por uma primeira velha hacienda produtora de sisal, a de Lepan.

Consciente da admiração curiosa que aquele legado monumental em nós gerava, o guia acede a uma breve paragem.

Uma árvore com uma enorme copa quase oval, produz uma sombra em que, àquela hora, moradores e visitantes se refugiam. Surge no fundo de um relvado seco, mas desafogado que, assim o apuramos, faz de campo de basebol.

Uma Escala Obrigatória na Velha Hacienda Lepan

O extremo oposto, demarcam-no a mansão principal da hacienda, coroada por um frontão brasonado.

Ainda um muro baixo, complementado por uma sebe densa de que despontam três palmeiras, provavelmente buritis.

E uma outra fachada repleta de arcos, de que se parecem projectar duas chaminés.

Esta última era a bodega (armazém) em que a fibra seca dos agaves henequen era comprimida e embrulhada.

Seguia para exportação a bordo de uma composição que percorreria parte da rede ferroviária que chegou a ligar a maior parte das haciendas entre si e ao porto de Progreso.

O contexto que levou à construção da Hacienda Lepan e das centenas de rivais, começou a formar-se apenas dois séculos após o desembarque dos Conquistadores espanhóis da península do Iucatão e do México, do declínio de Mayapan e da decadência do, até então, resplandecente Mundo Maia.

A Proliferação de Fazendas que se Seguiu aos Primeiros Tempos da Colonização

Consolidado o sucesso da campanha do trio de Francisco de Montejos (o pioneiro, o Mozo e o sobrinho do primeiro), estes governantes consanguíneos fundaram as principais cidades da região: Salamanca, Mérida, Campeche, Valladolid, todas, com nomes transpostos de Espanha.

Lançaram, assim, as bases para a ocupação e exploração do território, de que estavam convictos de que poderiam obter riquezas comparáveis às que Hernán Cortés tinha encontrado no Vale do México.

Colonos recém-chegados expulsaram ou escravizaram os maias e retalharam o território. Tornaram-se proprietários de enormes fazendas que, em pouco tempo, fizeram produtoras sobretudo de gado e de milho.

Noutras partes, do agave-azul de que viriam a produzir a tequila e o mezcal.

Um outro agave que não o azul, conquistaria a sua própria importância.

A Revolução Industrial e a Súbita Valorização do Henequen

Até que, chegada a segunda metade do século XIX, com a Revolução Industrial a alastrar-se de Inglaterra ao Mundo, aumentou a procura de cordas, sacos, fios, tapetes, redes de dormir e, não tarda, de mera fibra para uma panóplia de outros fins.

Os já privilegiados grandes proprietários depararam-se com aquilo a que viriam de apodar de Oro Verde: o henequen, nome mexicano para um tipo de agave (agave fourcroydes) originário do oriente da península do Iucatão.

A espécie de cacto era fácil e pouco custosa de plantar e de manter. Os lucros gerados pela venda da sua fibra, esses, provaram-se mirabolantes.

À medida que se perceberam milionários, os proprietários sentiram-se estimulados para gastar.

Uma certa rivalidade exibicionista depressa se alastrou, na forma de mansões desafogadas e faustosas, com arquitecturas que combinavam elementos hispânicos e europeus com a exuberância cromática colonial-iucateca.

O Passado Clerical e Assombrado da Hacienda Lepan

Quanto à Hacienda Lepan, em particular, os registos e o conhecimento são limitados. Sabe-se que, no início do século XIX, pertenceu a José María Menezes, padre de Tecoh (uma cidade situada uns poucos quilómetros para norte) vigário e governador do Bispado.

Por essa altura, a propriedade chamava-se Hacienda San Buenaventura, Lepan. Mais tarde, adquiriu-a um tal de Marcos Duarte, já dono de uma outra grande hacienda, a San António Xukú, mas determinado em aumentar os seus proveitos do henequen.

Diz-se ainda que os maias moradores da zona lá detectaram um uay-kekén e um uay-pek, criaturas sobrenaturais que, só de pensar neles, deixam qualquer indígena arrepiado.

O primeiro, é definível como um porco embruxado. O segundo, enquanto bruxo-cão, ambos, retratados, amiúde, com visual de lobisomem.

Aquela hora, com o sol a meio-caminho do seu zénite e o calor a apertar, era a menos indicada para nos atormentarem.

Tínhamos a chegada a Mayapan em óbvio atraso. Sem mais demoras, retomamos a estrada 184 que, passado o pueblo de Telchaquillo, lá conduz.

Dedicamos umas boas duas horas ao conjunto arqueológico. Após o que apontamos a leste.

Estava previsto almoçarmos numa tal de Hacienda Mucuyché que, para variar, visitaríamos de forma planeada e aturada. E, no entanto, em pleno trajecto para lá, a visão inesperada de uma outra, com portais e fachadas majestosos motiva-nos a nova escala.

A Hacienda Xcanchakan: Outra Escala, Novo Assombro

A responsável é a Hacienda Xcanchakan, ao invés da Lepan, objeto de uma profusão de escritos e descrições.

Terá sido estabelecida, em 1840, pelo mesmo padre Menezes da Lepan. Aqui e ali, com pedras subtraídas às ruínas de Mayapan. Lá se mantém o que resta de uma fábrica que fornecia gelo à cidade de Mérida.

Sem surpresa, de 1850 em diante, o cultivo e processamento do henequen tornou-se prioritário. Deu azo a riqueza que permitiu ampliar e embelezar a mansão de três pisos e a capela.

A Hacienda Xcanchakan teve vários outros donos. Manteve-se “senhorial” até 1937. Nesse ano, as suas terras foram divididas entre os camponeses destas partes.

Na actualidade, habitam-na e exploram uma considerável plantação de henequen mais de mil moradores, maias e mestiços, se bem que a distinção nem sempre é simples.

Enquanto por lá nos deslumbramos com o seu arco amarelo-torrado de arquitectura mourisca e com a capela cor-de-sangue em frente, observam-nos miúdos ciclistas, motociclistas adolescentes e anciãs às compras.

Intriga-os a azáfama exploratória e fotográfica em que andamos.

Com a propriedade congénere e o almoço à espera, Fausto volta a interrompê-la.

A Hacienda e os Cenotes Deslumbrantes da Hacienda Mucuyché

Meros 11km depois, damos entrada em Mucuyché, por um pórtico arqueado de pedra, ladeado de muros e de grandes árvores.

Do lado de lá, percebemos que hacienda à parte, estávamos num domínio sofisticado e comercial bem distinto dos anteriores.

A Hacienda Mucuyché foi criada durante o século XVII.

A determinada altura, abrangia 5 mil hectares, cultivados, quase na íntegra, com o agave henequen.

Perante a recente falta de proprietários-investidores e o abandono, o estado do Iucatão tomou posse e assumiu a sua gestão.

Detemo-nos numa bilheteira. Uma guia local desbloqueia-nos o acesso e inaugura um périplo explicativo. Passo após passo, confirmamos que a fazenda se encontrava em recuperação.

O Cenote “Carlota” e “Azul Maya” que Passaram Séculos Escondidos

Funcionais por completo, estavam os seus cenotes, as lagoas subterrâneas locais e o canal que as ligava.

Os cenotes são grandes porosidades geológicas abertas na vastidão de calcário gerada, há 66 milhões de anos pelo impacto do meteorito Chicxulub que extinguiu os dinossauros e 75% das espécies da face da Terra.

Os Maias consideravam-nos entradas para o Xibalba, um submundo mitológico, lugar do pavor. 

Hoje, mexicanos e forasteiros de todas as partes frequentam-nos pelo retiro aquático relaxante que proporcionam. Haveríamos de ter o nosso.

Enquanto isso, a guia conduz-nos a uma escadaria.

No cimo, um painel de azulejos exibe a Imperatriz Carlota na companhia do marido, Maximiliano de Habsburgo-Lorena, rei Maximiliano I do México.

O painel louva uma suposta visita da Imperatriz do México à hacienda, estima-se que decorria o ano de 1865.

Do pouco que tínhamos aprendido da história mexicana, sabíamos que o período em que Napoleão se tentou apoderar do México e em que fez de Maximiliano e de Carlota seus governantes-fantoche é um dos mais desprezados pelos mexicanos.

Ao invés, orgulham-se da reacção dos seus líderes e do povo que, em menos de seis anos, forçaram os franceses a retirar, executaram Maximiliano e assim fizeram agravar a loucura súbita de Carlota, falecida, em 1927, na Bélgica.

Não obstante, a gerência da hacienda Mucuyché louvava a presença da imperatriz.

Do Cenote “Carlota” ao “Azul Maya” por um Canal Verdejante

A lagoa cristalina, repleta de pequenos peixes e delimitada por uma galeria com tecto musgoso, no fundo da escadaria, fora chamada de “Carlota”.

Finda a explanação da guia, é lá que nos enfiamos e refrescamos.

Da primeira lagoa, numa flutuação descontraída, cruzamos um pequeno túnel natural para um canal escavado na rocha, forrado de trepadeiras com raízes pendentes e de outras plantas com folhas raiadas que, em busca de luz, quase o atravessavam.

No fim desse canal, baptiza-nos uma queda d’água gotejante, um derradeiro ritual de acesso ao cenote maior do conjunto, por razões, não tarda, óbvias, denominado de “Azul Maia”.

Esta gruta e a sua lagoa provaram-se amplas, pejadas de estalactites, estalagmites e outras formações labirínticas que uma iluminação artificial azulava e fazia resplandecer.

Nos nossos dias, e há muito finda a era do agave e do sizal, os cenotes do Iucatão são, eles próprios um filão inesgotável.

A entrada de “Adulto Geral” dos Cenotes Hacienda Mucuyché custava uns módicos 30€.

E, no entanto, segundo nos afiança a guia, passaram-se quase quatro séculos sem que proprietários e trabalhadores os descobrissem.

A vegetação tropical densa em redor dos edifícios da fazenda escondia-os.

Não fosse uma recente escavação de um poço e os maravilhosos cenotes Mucuyché continuariam exclusivos do submundo.

Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Mérida, México

A Mais Exuberante das Méridas

Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
Chichen Itza, Iucatão, México

À Beira do Cenote, no Âmago da Civilização Maia

Entre os séculos IX a XIII d.C., Chichen Itza destacou-se como a cidade mais importante da Península do Iucatão e do vasto Império Maia. Se a Conquista Espanhola veio precipitar o seu declínio e abandono, a história moderna consagrou as suas ruínas Património da Humanidade e Maravilha do Mundo.
Uxmal, Iucatão, México

A Capital Maia que Se Empilhou Até ao Colapso

O termo Uxmal significa construída três vezes. Na longa era pré-Hispânica de disputa do mundo Maia, a cidade teve o seu apogeu, correspondente ao cimo da Pirâmide do Adivinho no seu âmago. Terá sido abandonada antes da Conquista Espanhola do Iucatão. As suas ruínas são das mais intactas da Península do Iucatão.
Aquismón, San Luís Potosi, México

A Água que os Deuses Despejam de Jarros

Nenhuma queda d’água da Huasteca Potosina se compara com a de Tamul, a terceira mais alta do México, com 105 metros de altura e, na época das chuvas, quase 300 metros de largo. De visita à região, saímos na demanda do salto de rio que os indígenas viam como divino.
Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias

Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.
Tequila, JaliscoMéxico

Tequila: a Destilação do Oeste Mexicano que Anima o Mundo

Desiludidos com a falta de vinho e de aguardente, os Conquistadores do México aprimoraram a aptidão indígena milenar de produzir álcool. No século XVII, os espanhóis estavam satisfeitos com a sua pinga e começaram a exportá-la. A partir de Tequila, o pueblo, hoje, centro de região demarcada. E nome por que se tornou famosa.
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias

Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Barrancas del Cobre, Chihuahua, México

O México Profundo das Barrancas del Cobre

Sem aviso, as terras altas de Chihuahua dão lugar a ravinas sem fim. Sessenta milhões de anos geológicos sulcaram-nas e tornaram-nas inóspitas. Os indígenas Rarámuri continuam a chamar-lhes casa.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Safari
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A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Gravuras, Templo Karnak, Luxor, Egipto
Arquitectura & Design
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Aventura
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Indígena Coroado
Cerimónias e Festividades
Pueblos del Sur, Venezuela

Por uns Trás-os-Montes da Venezuela em Fiesta

Em 1619, as autoridades de Mérida ditaram a povoação do território em redor. Da encomenda, resultaram 19 aldeias remotas que encontramos entregues a comemorações com caretos e pauliteiros locais.
Sirocco, Arabia, Helsinquia
Cidades
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O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
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O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Cansaço em tons de verde
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Em Suzdal, é de Pequenino que se Celebra o Pepino

Com o Verão e o tempo quente, a cidade russa de Suzdal descontrai da sua ortodoxia religiosa milenar. A velha cidade também é famosa por ter os melhores pepinos da nação. Quando Julho chega, faz dos recém-colhidos um verdadeiro festival.
arbitro de combate, luta de galos, filipinas
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Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
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Em Viagem

Matarraña a Alcanar, Espanha

Uma Espanha Medieval

De viagem por terras de Aragão e Valência, damos com torres e ameias destacadas de casarios que preenchem as encostas. Km após km, estas visões vão-se provando tão anacrónicas como fascinantes.

Do lado de cá do Atlântico
Étnico

Ilha de Goreia, Senegal

Uma Ilha Escrava da Escravatura

Foram vários milhões ou apenas milhares os escravos a passar por Goreia a caminho das Américas? Seja qual for a verdade, esta pequena ilha senegalesa nunca se libertará do jugo do seu simbolismo.​

tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
História
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
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Ilhas
Gozo, Malta

Dias Mediterrânicos de Puro Gozo

A ilha de Gozo tem um terço do tamanho de Malta mas apenas trinta dos trezentos mil habitantes da pequena nação. Em duo com o recreio balnear de Comino, abriga uma versão mais terra-a-terra e serena da sempre peculiar vida maltesa.
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Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Literatura
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África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Remadores Intha num canal do Lago Inlé
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A Deslumbrante Birmânia Lacustre

Com uma área de 116km2, o Lago Inle é o segundo maior lago do Myanmar. É muito mais que isso. A diversidade étnica da sua população, a profusão de templos budistas e o exotismo da vida local, tornam-no um reduto incontornável do Sudeste Asiático.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
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Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
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Parques Naturais
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
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Lijiang, China

Uma Cidade Cinzenta mas Pouco

Visto ao longe, o seu casario vasto é lúgubre mas as calçadas e canais seculares de Lijiang revelam-se mais folclóricos que nunca. Em tempos, esta cidade resplandeceu como a capital grandiosa do povo Naxi. Hoje, tomam-na de assalto enchentes de visitantes chineses que disputam o quase parque temático em que se tornou.
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Personagens
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Varela Guiné Bissau, praia de Nhiquim
Praias
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Praia, derradeiro Litoral, até à Fronteira com o Senegal

Algo remota, de acesso desafiante, a aldeia pacata e piscatória de Varela compensa quem a alcança com a afabilidade da sua gente e com um dos litorais deslumbrantes, mas em risco, da Guiné Bissau.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Religião
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

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De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
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Sociedade
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Pachinko: o Vídeo – Vício Que Deprime o Japão

Começou como um brinquedo mas a apetência nipónica pelo lucro depressa transformou o pachinko numa obsessão nacional. Hoje, são 30 milhões os japoneses rendidos a estas máquinas de jogo alienantes.
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Vida Quotidiana
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Bwabwata Parque Nacional, Namíbia, girafas
Vida Selvagem
PN Bwabwata, Namíbia

Um Parque Namibiano que Vale por Três

Consolidada a independência da Namíbia, em 1990, para simplificarem a sua gestão, as autoridades agruparam um trio de parques e reservas da faixa de Caprivi. O PN Bwabwata resultante acolhe uma imensidão deslumbrante de ecossistemas e vida selvagem, às margens dos rios Cubango (Okavango) e Cuando.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.