Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil

No Coração Ardente da América do Sul


O Centro Geodésico da América do Sul
Cachoeira Véu de Noiva
O Bus do Circuito das Grutas
Gruta Lagoa Azul
O Fundo do Véu
Cores do Casario
Igreja Nª Srª Igreja Santana Sacramento
Cachoeirinha
Caverna Kiogo Brado
Outra Cachoeira
Selva Encharcada
Duches Naturais
Onça Estatual
Igreja Nª Srª Santana do Sacramento
Gruta Aroe Jari
Perus da Fazenda Buriti
O Pocinho do Amor
Força Descomunal
O Centro Geodésico II
Foi só em 1909 que o centro geodésico sul-americano foi apurado por Cândido Rondon, um marechal brasileiro. Hoje, fica na cidade de Cuiabá. Tem nas imediações, os cenários deslumbrantes mas demasiado combustíveis da Chapada dos Guimarães.

Em plena época seca e o calor a apertar, as chuvas tinham migrado para outras partes.

Diversas queimadas rurais alastravam à distância e os incêndios propagavam-se em áreas de que não deviam sequer aproximar-se.

Percorremos o trilho que conduz à cachoeira Véu de Noiva. Cruzamo-nos com bombeiros, uns, derreados, a regressarem da frente de chamas. Outros, enfiados no uniforme amarelo-algo-espacial em que combatem os soldados da paz brasileiros, a saudarem os colegas e a deles pedirem orientações para melhor lidarem com o inferno que os esperava.

Em boa parte do vasto Cerrado, os incêndios acontecem apenas e só porque sim. Ardem até Deus lhes por cobro, por exaustão ou uma chuva extemporânea.

Por estes lados que explorávamos, o Cerrado não podia ser deixado ao Deus-dará.

A cachoeira Véu de Noiva local é a vedeta paisagística de um domínio de tal maneira especial que as autoridades o decretaram parque nacional, com a responsabilidade de preservação que tal título acarreta.

Quando, após passarmos por vários bombeiros mais, chegamos por fim ao miradouro, deslumbramo-nos com a vista por diante.

Percebemos, de imediato, a reverência que conquistou.

A Visão Descomunal da Cachoeira Véu da Noiva

Do nada, o Cerrado surge encurralado num beco sem saída geológico, em forma de U aberto, feito de pedra rosada. Dali, o cenário torna-se tridimensional. Vemos o verdejante e frondoso no fundo do inesperado desfiladeiro.

Acima, entre o céu e o tecto rochoso, uma floresta mais rarefeita e ressequida que se estende até a névoa a engolir.

E a unir os dois níveis, uma torrente em queda de 86 metros, devido ao estio, com caudal reduzido, mas que o vento tornava ondulante.

Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil, cachoeira Véu de Noiva

Elias Silva, o guia anfitrião, faz-nos notar como o fumo se dispersava e sufocava a imensidão em redor.

“Num tempo normal, até poderíamos ir explorar a Cidade da Pedra que está lá longe. Assim, vamos antes caminhar pelo trilho das cachoeiras.“

Dito e feito. Mas insatisfeitos. Por comparação com o salto de água inicial, as quedas d’água e cascatas que se seguiram revelaram-se amostras de banalidade.

Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil, outra cachoeira

Aceleramos o passo. Deixamos o parque mais cedo que o previsto.

Rumo à cidade de Chapada de Guimarães que serve de polo urbano ao parque homónimo.

Ali, damos entrada numa pousada.

A Cidade de Chapada dos Guimarães, ex- Serra Acima

Voltamos a sair à descoberta da pequena povoação, que, tal como esperado, encontramos organizada em redor de uma praça frondosa e da igreja colonial azul e branca de Nª Srª de Santana do Sacramento, erguida, em 1726, agora, ladeada de um jacarandá frondoso.

Apreciamos o casario térreo multicolor, ocupado por lojinhas de artesanato e recordações, lanchonetes e estabelecimentos afins.

Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil

E uma série de “orelhões” em forma dos animais emblemáticos do cerrado, a arara, a onça e outros.

Nos seus primórdios coloniais, o esboço desta povoação existiu conhecido por “Serra Acima”, um acampamento de indígenas Chiquitos, situado a 800m de altitude.

O Passado Mineiro da Serra Acima Aprimorada

Fundou-o o primeiro conde da Azambuja e 10º vice-rei do Brasil, António Rolim Tavares. E administrou-o o jesuíta Estevão de Castro, apenas até que a expulsão dos Jesuítas dos territórios portugueses ditada pelo Marquês de Pombal, o forçou a debandar.

Serra Acima evoluiu. Em 1769, recebeu o nome bem mais pomposo de Santa Anna da Chapada dos Guimarães Miramar, em parte, como homenagem à família portuguesa que mais a ela se dedicou.

O povoado cresceu. Enriqueceu a olhos vistos. Fruto do lucro gerado pela prospecção de ouro, primeiro, levada a cabo pelos bandeirantes, logo, por garimpeiros determinados.

Aumentaram ainda os seus proveitos, a produção agrícola e pecuária e os vinte engenhos de aguardente, entretanto estabelecidos.

Em conjunto, a febre do ouro, a abundância de aguardente e a opressão sobre escravos negros e indígenas geraram uma comunidade instável e problemática que, recém-dotados do templo cristão de Santana do Sacramento, os religiosos se esforçavam por domar.

Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, Igreja Nª Srª Santana do Sacramento

A situação assim se mantinha quando, a partir de 1867, um surto de varíola parido pela Guerra do Paraguai, o intensificar dos ataques dos índios Coroados e, mais tarde, a Abolição da Escravatura, condenaram a Chapada dos Guimarães a um remanso.

A cidade recuperou. Chegou a ser o maior município à face da Terra, com um território de 270 mil km2, entretanto, retalhados entre vários municípios emergentes.

Chapada dos Guimarães, Cidade ainda com Muito de Portuguesa

Hoje, abriga quase vinte mil chapadenses. Até 2015, dois deles eram Vera Lúcia Ramalho (com pais leirienses) e Vinício Correia de Lima, filho de açorianos de Ponta Delgada.

Conheceram-se no Rio de Janeiro. Mais tarde, mudaram-se para a Chapada. Lá fundaram o actual “Estilo Bacalhau e Vinho”, restaurante em que só serviam pratos e especialidades à base do fiel amigo.

Em 2015, Vinício de Lima faleceu. De acordo, já só nos recebeu a sua viúva, contente por ter visitantes da “santa terrinha”, de tal maneira que nos mostra a cozinha e apresenta às empregadas que lá laboravam.

Deliciamo-nos com entradas de bolinhos de bacalhau. E com prato de bacalhau do mais tenro e suculento que alguma vez provámos.

Com o programa do dia seguinte a prever um despertar às sete, cumprida a despedida, regressámos directos à pousada.

O Grande Circuito das Águas

Amanhece enevoado. Não obstante, o guia incumbido de nos abrir caminho e a Elias, Felipe Desidério, pouco se deixa intimidar. Conhecedor da zona, liga os quatro piscas do carro e acelera chapada acima e abaixo.

Em menos de duas horas sinuosas, chegamos a uma tal de Fazenda Buriti, perdida numa zona em tempos de Cerrado denso que, aos poucos, os pastos da boiada, as plantações de soja, de algodão e outras arrasaram.

Ficou a excepção refrescante da mata ciliar, adjacente a cursos e corpos d’água, protegida por lei da ganância e da devastação rural.

Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, perus

À chegada à fazenda, entre perus, galinhas-de-Angola, araras, cães e gatos, os guias apresentam-nos e a Regiani – uma cliente de Felipe – a Dª Márcia e a Paulo, ambos de apelido Santos, e aos seus filhos de quatro e cinco anos.

Tagarelamos um pouco. A família caipira fica encarregue de preparar um almoço churrasco.

Nós, saímos para o Circuito Águas do Cerrado, em redor do seu sítio, ao longo dos cursos de água e da floresta tropical que os fazendeiros se viram obrigados a poupar. As cascatas pouco nos entusiasmam.

Recompensa-nos o banho tonificante num poço de rio cristalino, em forma de coração e, como tal, conhecido por Pocinho do Amor.

Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, Pocinho do Amor

Regressamos, esfomeados, quando Márcia e Paulo aprimoravam o churrasco. Durante uma hora, deliciamo-nos com os seus petiscos.

E, em seguida, o Circuito das Cavernas

Em seguida, saímos para novo circuito, desta feita, delineado em função de várias cavernas hiperbólicas ou excêntricas da Chapada.

Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, autocarro do Circuito das Grutas

Um pequeno autocarro conduz-nos e a outros caminhantes ao início do trilho, arenoso e, a espaços, entregue a uma floresta prodigiosa.

A primeira gruta que encontramos denomina-se Aroe Jari.

Tornou-se a imagem de marca do circuito devido a uma faixa serpenteante de musgo humedecido que, devido à luz que penetra, dá a ideia de um rio superficial.

Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, Gruta Aroe Jari

Por volta das 4h30 da tarde, os raios solares incidem na entrada da gruta seguinte. Fazem resplandecer o tom turquesa da sua água e justificam o baptismo de Lagoa Azul.

A derradeira caverna, Kiogo Brado, revela-se massiva.

Esconde o seu próprio trilho interno de 764 metros que, percorremos, munidos de frontais, deslumbrados com o grande corredor de saída, apertado entre paredões que a erosão legou com distintos estratos musgosos.

Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil, caverna Kiogo Brado

Regressamos ao ponto de partida com o arrebol a colorir o céu do Cerrado e, já de noite, à base logística de Chapada dos Guimarães.

Nos seus tempos áureos, as terras férteis em redor da Chapada dos Guimarães abasteciam outras cidades do vale do Mato Grosso, sobretudo, Cuiabá.

Nas imediações da Chapada, há um miradouro instalado sobre o lugar equidistante exacto entre os oceanos Atlântico e Pacífico.

Cuiabá e o Centro Geodésico da América do Sul

Em Cuiabá, no entanto, situa-se um ponto com uma importância geográfica superior. Também por lá passamos.

Uma agulha ladrilhada no âmago da Praça Pascoal Moreira Cabral aponta ao firmamento.

Marca o centro geodésico da América do Sul, tal como o determinou, em 1909, o Marechal brasileiro Cândido Rondon.

Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, centro geodésico da América do Sul

Rondon tornou-se uma figura de tal forma conceituada no Brasil que Rondônia, o estado a noroeste de Mato Grosso e abaixo do imenso Amazonas, foi baptizado em sua honra.

Em tempos, a Praça Pascoal Moreira Cabral foi conhecida como Campo d’Ourique. Lá eram chicoteados os escravos e lá tinham lugar as cavalhadas e touradas.

Muito mais tarde, acolheu a Câmara Municipal de Cuiabá e a Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, Marco do Centro Geodésico

O obelisco que examinávamos, surge tanto na bandeira de Cuiabá como no emblema do Cuiabá Esporte Clube.

Apenas uns meses antes da criação deste texto, António Oliveira foi contratado para treinador desse mesmo time. À data, tornou-se o quinto treinador português na época de 2021-2022 a disputar o campeonato principal do Brasil.

Assumiu, assim, o seu próprio papel de destaque no Brasileirão e no tão ou mais escaldante cerne sul-americano.

Serra Dourada, Goiás, Brasil

Onde o Cerrado Ondula Dourado

Um dos tipos de savana da América do Sul, o Cerrado estende-se por mais de um quinto do território brasileiro que abastece de boa parte da água doce. Situado no âmago do Planalto Central e do estado de Goiás, o do Parque Estadual Serra Dourada resplandece a dobrar.
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Pirenópolis, Brasil

Uma Pólis nos Pirinéus Sul-Americanos

Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte foi erguida por bandeirantes portugueses, no auge do Ciclo do Ouro. Por saudosismo, emigrantes provavelmente catalães chamaram à serra em redor de Pireneus. Em 1890, já numa era de independência e de incontáveis helenizações das suas urbes, os brasileiros baptizaram esta cidade colonial de Pirenópolis.
Chapada Diamantina, Brasil

Bahia de Gema

Até ao final do séc. XIX, a Chapada Diamantina foi uma terra de prospecção e ambições desmedidas.Agora que os diamantes rareiam os forasteiros anseiam descobrir as suas mesetas e galerias subterrâneas
Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Fazenda São João, Miranda, Brasil

Pantanal com o Paraguai à Vista

Quando a fazenda Passo do Lontra decidiu expandir o seu ecoturismo, recrutou a outra fazenda da família, a São João. Mais afastada do rio Miranda, esta outra propriedade revela um Pantanal remoto, na iminência do Paraguai. Do país e do rio homónimo.
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Ilha do Marajó, Brasil

A Ilha dos Búfalos

Uma embarcação que transportava búfalos da Índia terá naufragado na foz do rio Amazonas. Hoje, a ilha de Marajó que os acolheu tem uma das maiores manadas do mundo e o Brasil já não passa sem estes bovídeos.

Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.
Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Ilhabela, Brasil

Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
Cataratas Iguaçu/Iguazu, Brasil/Argentina

O Troar da Grande Água

Após um longo percurso tropical, o rio Iguaçu dá o mergulho dos mergulhos. Ali, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, formam-se as cataratas maiores e mais impressionantes à face da Terra.
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo exibe as presas, entre outros
Safari
PN Mana Pools, Zimbabwé

O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
Thorong La, Circuito Annapurna, Nepal, foto para a posteridade
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Competição do Alaskan Lumberjack Show, Ketchikan, Alasca, EUA
Arquitectura & Design
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
Alturas Tibetanas, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Aventura

Mal de Altitude: não é mau. É péssimo!

Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.
Dia da Austrália, Perth, bandeira australiana
Cerimónias e Festividades
Perth, Austrália

Dia da Austrália: em Honra da Fundação, de Luto Pela Invasão

26/1 é uma data controversa na Austrália. Enquanto os colonos britânicos o celebram com churrascos e muita cerveja, os aborígenes celebram o facto de não terem sido completamente dizimados.
Nova Sintra, Brava, Cabo Verde, panorâmica
Cidades
Nova Sintra, Brava, Cabo Verde

Uma Sintra Crioula, em Vez de Saloia

Quando os colonos portugueses descobriram a ilha de Brava, repararam no seu clima, muito mais húmido que a maior parte de Cabo Verde. Determinados em manterem ligações com a distante metrópole, chamaram a principal povoação de Nova Sintra.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Mural exibe músicos de Jazz, acima de um parque de estacionamento de New Orleans.
Cultura
New Orleans, Luisiana, Estados Unidos

Ao Ritmo da Música Orleaniana

New Orleans é o berço do jazz e o jazz soa e ressoa nas suas ruas. Como seria de esperar, numa cidade tão criativa, o jazz deu o tom a novos estilos e actos irreverentes. De visita à Big Easy, temos o privilégio de apreciar de tudo um pouco.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Devils Marbles, Alice Springs a Darwin, Stuart hwy, Caminho do Top End
Em Viagem
Alice Springs a Darwin, Austrália

Estrada Stuart, a Caminho do Top End da Austrália

Do Red Centre ao Top End tropical, a estrada Stuart Highway percorre mais de 1.500km solitários através da Austrália. Nesse trajecto, o Território do Norte muda radicalmente de visual mas mantém-se fiel à sua alma rude.
Passagem, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives
Étnico
Tanna, Vanuatu

Daqui se Fez Vanuatu ao Ocidente

O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Visitantes numa das câmaras da gruta Quadiriki
História
PN Arikok, Aruba

A Aruba Monumental que Acolheu Arie Kok

Em tempos coloniais, um fazendeiro holandês explorou uma propriedade no nordeste de Aruba. Com o evento do turismo a alastrar-se, as autoridades definiram uma vasta área protegida em redor da velha fazenda e baptizaram-na em sua honra. O parque nacional de Arikok congrega, hoje, alguns dos lugares naturais e históricos incontornáveis da ilha.
Castelo de Shuri em Naha, Okinawa o Império do Sol, Japão
Ilhas
Okinawa, Japão

O Pequeno Império do Sol

Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Inverno Branco
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Retorno na mesma moeda
Natureza
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Torres del Paine, Patagónia Dramática, Chile
Parques Naturais
PN Torres del Paine, Chile

A Mais Dramática das Patagónias

Em nenhuma outra parte os confins austrais da América do Sul se revelam tão arrebatadores como na cordilheira de Paine. Ali, um castro natural de colossos de granito envolto de lagos e glaciares projecta-se da pampa e submete-se aos caprichos da meteorologia e da luz.
Templo Kongobuji
Património Mundial UNESCO
Monte Koya, Japão

A Meio Caminho do Nirvana

Segundo algumas doutrinas do budismo, são necessárias várias vidas para atingir a iluminação. O ramo shingon defende que se consegue numa só. A partir do Monte Koya, pode ser ainda mais fácil.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Praias
Gizo, Ilhas Salomão

Gala dos Pequenos Cantores de Saeraghi

Em Gizo, ainda são bem visíveis os estragos provocados pelo tsunami que assolou as ilhas Salomão. No litoral de Saeraghi, a felicidade balnear das crianças contrasta com a sua herança de desolação.
Detalhe do templo de Kamakhya, em Guwahati, Assam, Índia
Religião
Guwahati, India

A Cidade que Venera Kamakhya e a Fertilidade

Guwahati é a maior cidade do estado de Assam e do Nordeste indiano. Também é uma das que mais se desenvolve do mundo. Para os hindus e crentes devotos do Tantra, não será coincidência lá ser venerada Kamakhya, a deusa-mãe da criação.
Composição Flam Railway abaixo de uma queda d'água, Noruega
Sobre Carris
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Sociedade
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Vida Quotidiana
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Vida Selvagem
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.