Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo


Casa Santa Klaus
Casa Santa Klaus, Kakslauttanen.
Aurora sobre Aurora boreal serpenteia acima do casario de Kakslauttanen.
Aurora boreal serpenteia acima do casario de Kakslauttanen.
Tempo de aurora
Aurora boreal em pleno, em Kakslauttanen.
Arquitectura boreal
Os iglos de vidro do hotel Kakslauttanen, criados de propósito para facilitar a observação de auroras boreais.
Alto das Faias
Faias cobertas de neve numa encosta de Ounasvara, nos arredores de Rovaniemi.
Gelo afiado
Longas estalactites comprovam a descida da temperatura na Lapónia Finlandesa.
Árctico em fogo
Sol pôe-se e tinge o céu de laranja, em redor de Ounasvara.
Inverno a sós
Habitação típica do campo na Lapónia Finlandesa, vermelha e perdia numa floresta nevada.
Calor árctico
Visitantes da Lapónia Finlandesa convivem e comem salsichas em redor de uma fogueira, conformados pela impossibilidade de, nessa noite, verem auroras boreais.
O Iglo
Vista do interior de um dos iglôs do hotel Kakslauttanen.
Aurora boreal em Menesjarvi
Aurora boreal sobre a pequena povoação na margem do lago Menesjarvi.
Poça no Menesjarvi.
Visitantes examinam uma poça no lago gelado de Menesjarvi.
Casa Santa Klaus
Casa Santa Klaus, Kakslauttanen.
Aurora sobre Aurora boreal serpenteia acima do casario de Kakslauttanen.
Aurora boreal serpenteia acima do casario de Kakslauttanen.
Tempo de aurora
Aurora boreal em pleno, em Kakslauttanen.
Arquitectura boreal
Os iglos de vidro do hotel Kakslauttanen, criados de propósito para facilitar a observação de auroras boreais.
São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.

O dia manteve-se gélido como todos os outros, de Novembro a Abril, naquelas latitudes europeias extremas.

Tínhamo-lo passado a explorar a região em redor de Saariselka, com o tempo dividido em distintas caminhadas. Uma delas que terminou com sauna combinada com avantouinti: a prática tão idolatrada na Finlândia de mergulhar e praticar natações de curtíssima duração num pequeno buraco aberto num rio gelado e soterrado de neve.

Pouco depois do ocaso, regressámos a Kakslauttanen. Como era de esperar, mal terminámos de jantar, o cansaço tomou-nos conta dos corpos e das mentes.

Estávamos no hotel mais popular da povoação, famoso sobretudo por proporcionar aos hóspedes estadias pensadas para facilitar a observação de auroras boreais, em grandes cápsulas criadas em vidro reforçado.

Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo, Arquitectura boreal

Os iglos de vidro do hotel Kakslauttanen, criados de propósito para facilitar a observação de auroras boreais.

O restaurante do hotel fecha. Sem mais que fazer, entusiasmados com a missão que se seguia mas já algo anestesiados pela fadiga, instalamo-nos no abrigo especial que nos havia calhado.

Descarregamos as imagens do dia, revemos o equipamento fotográfico, retomamos a leitura de alguns artigos e guias sobre o destino frígido que nos tínhamos proposto a descobrir.

Isto, claro está, com pausas sistemáticas para perscrutarmos o firmamento acima em busca de luzes suspeitas. Aguentámos-nos os dois por algum tempo com estas distracções e muita conversa arrastada, cada vez mais forçada.

Até que nos vimos obrigados a instaurar um regime de turnos, já só meio doloroso.

A Espera Desesperante. E o Aparecimento Celebrado das Auroras Boreais

Por volta da meia-noite, esse regime tinha sido deposto pelas forças imbatíveis do sono. Dormíamos os dois sem qualquer consciência da derrota quando um laivo de ansiedade nos despertou e orientou os olhos para cima.

Uma estranha cintilação clareava o céu a um ritmo irregular mas, dali, não nos desvendava qualquer tonalidade incomum. “Isto deve ser alguma luz de discoteca furtiva de Kakskautannem…”  convencemo-nos sem fazermos grande fé na nossa sorte.

Mas a luz não apresentava qualquer padrão de pulsação ou repetição. Analisámo-la por alguns momentos adicionais e rejeitámos essa hipótese. “Não pode ser. Só podem ser elas! Estão a começar, concluímos num êxtase quase histérico.

Vestimos as camadas de roupa que nos faltavam para sobrevivermos ao frio atroz que se fazia sentir no exterior, agarrámos no tripé e no restante equipamento e deixamos o iglô envidraçado.

Lá fora, conseguíamos observar melhor o céu estrelado. Apercebemo-nos num ápice que as auroras boreais se sucediam acima e, num tom de verde-amarelado, se esticavam, encolhiam e contorciam em grande parte da amplitude da abóbada celeste.

Aurora em Kakslauttanen, Laponia Finlandesa, Finlândia

Aurora boreal serpenteia acima do casario de Kakslauttanen.

De Saída para os -28º Atrozes da Lapónia Finlandesa

Procurámos um lugar que cobrisse a iluminação ténue da povoação e ficámos a admirá-las e a registá-las fascinados pela dança extraterrestre do evento, sempre curiosos sobre quanto mais se expandiriam e se mudariam de tonalidades.

Só horas depois regressámos ao iglô, com os pés dormentes pela contínua imobilidade e as mãos ainda piores devido à frequência com que as expúnhamos ao ar, ao metal do tripé e de parte das câmaras, todos a quase trinta graus negativos.

Foi a primeira vez que avistámos auroras boreais.

Não seria a última.

Naquela zona do mundo, as luzes do norte – como são também chamadas – podem ser vistas em cerca de 100 noites por ano concentradas entre Setembro e Abril.

Hoje, a maior parte dos nativos não se dá ao trabalho de sair de casa para verificar o céu ou acontece já nem repararem que o fenómeno ocorre mesmo sobre as suas cabeças.

Poça no lago Menesjarvi, Laponia Finlandesa, Finlândia

Visitantes examinam uma poça no lago gelado de Menesjarvi.

As Interpretações dos Nativos Sami das Auroras Boreais

Em termos históricos, os vários grupos Sami chegaram a distintas explicações, cada uma mais original que as restantes. Alguns acreditavam que eram seres com alma e capacidade de ouvir e compreender os humanos.

Os Sami Skolt achavam que eram almas de pessoas mortas na guerra.

Outros, pensavam que eram gás que subia do mar e dos lagos. Mas a crença mais popular na Lapónia explicava o fenómeno com uma raposa de fogo que corria pelos campos a agitar a sua longa cauda.

Nos velhos tempos, as mulheres não se atreviam a sair sem um chapéu ou um pano na cabeça, receosas de ficar com o cabelo queimado.

Durante os movimentos mais pronunciados das auroras boreais, ninguém devia fazer barulho ou falar. Os Sami também evitavam apontar para o céu com receio de as insultar e de ser por elas castigados.

A maior parte dos seus utilizadores não tem disso consciência mas, foi esta mesma raposa incandescente que o motor de busca Firefox popularizou com o seu logotipo com o canídeo a envolver o planeta azul.

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Aurora boreal em pleno, em Kakslauttanen.

Viagem para Inari, Extremo Norte da Lapónia Finlandesa

O itinerário que havíamos estabelecido evoluía para norte até Inari, nas imediações do limiar boreal da nação suómi. Continuámos, por aí, a nossa busca.

Em Inari, dedicamos o máximo tempo possível à Kings Cup, a grande final das corridas de renas que reúne criadores e jockeys Sami vindos de todo o país para conviverem e competirem sobre o lago Inari completamente gelado.

Num desses dias, ficámos alojados à beira do lago Menesjärvi, numa velha escola abandonada que uma família transformara em pousada.

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Habitação típica do campo na Lapónia Finlandesa, vermelha e perdia numa floresta nevada.

Ali, demos connosco longe de qualquer povoação e sem muito mais para fazer.

Ao mesmo tempo, o lusco-fusco instalou-se sob um céu quase limpo.

Nova Busca de Auroras Boreais. Sobre a Superfície Gelada do Lago Menesjärvi

Voltámos a sair para cima do lago gelado e a aguardar. Estávamos bem mais desprotegidos que nas cápsulas de Kakslautannem. Para compensar, a espera inicial provou-se muito menor.

A noite ainda não tinha escurecido por completo quando percebemos a primeira dança no céu, de um verde menos vivo que o dos avistamentos de há uns dias.

Aurora boreal, Menesjarvi, Laponia Finlandesa, Finlândia

Aurora boreal sobre a pequena povoação na margem do lago Menesjarvi.

O breu instalou-se. As auroras intensificaram-se por uns bons 40 minutos, por cima do lago e da floresta boreal que o envolvia. De início, corremos a alertar os restantes hóspedes de que tinham começado.

Quando se interromperam, ficámos mais uma vez horas a aguardar que regressassem.

Até que a temperatura desceu de forma insuportável e nos levou a sugerir na sala de jantar, montarmos um esquema de vigia em curtas alternâncias.

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Longas estalactites comprovam a descida da temperatura na Lapónia Finlandesa.

Percebemos, no entanto, que o grupo internacional se tinha contentado com o que vira após o nosso aviso.

Sozinhos naquela demanda, enregelados e exaustos, retirámo-nos entregues à esperança que a raposa não aparecesse enquanto dormíamos.

Um Ano Depois. Nova Sequela da Saga Auroras Boreais Finlandesas

No ano seguinte regressamos à Lapónia Finlandesa. Voltamos determinados a explorar melhor a sua capital Rovaniemi e a região em redor. Também aproveitámos para nos estrear na prática do Esqui de Fundo, modalidade sagrada por aquelas paragens.

Fizemo-lo em Ounasvaara, na base de um resort de desportos de Inverno que se prolongava por uma encosta daquelas comedidas, como são todas na Finlândia.

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Faias cobertas de neve numa encosta de Ounasvara, nos arredores de Rovaniemi.

Já nos ocorrera que o crepúsculo deveria ser fabuloso do topo da colina. Subimos a bordo dos saca-rabos que nos passavam pela frente. Mesmo atafulhados e atrapalhados pelas mochilas de fotografia e outras posses mal-guardadas, conquistámo-la sem esforço.

Quando aterramos no cume, o sol dissolve-se numa vasta secção oeste do horizonte. Livre da protecção da encosta, o vento sopra álgido e furibundo.

De tal maneira que parece espalhar aquela mancha alaranjada do ocaso, não só a neve que nos entra pelos olhos e gela as faces enrubescidas.

Um Ocaso Exuberante, como Preâmbulo Celeste do Espectáculo Nocturno

Temos mais sorte do que esperávamos. O hotel Sky Ounasvaara dista apenas alguns passos. Achamos a base semi-soterrada das escadas de acesso e subimos ao terraço panorâmico.

De lá, desvendamos a vastidão branca do centro da Lapónia, já tingida de um rosado avassalador.

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Sol pôe-se e tinge o céu de laranja, em redor de Ounasvaara.

Faias sobrecarregadas de neve preenchem o declive a perder de vista ou pelo menos até à sua visão difusa se fundir com a do casario de Rovaniemi e arredores, disperso pelo vale contíguo.

Um anoitecer azulado acaba por se impor à sucessão de tons que até então tinha decorado a atmosfera. Recolhemos para junto da lareira do hotel e recuperamos do quase congelamento a que nos havíamos mais uma vez submetido.

Reavido o calor e o ânimo, a cada dez minutos, um de nós volta ao terraço e perscruta o céu em busca das luzes mágicas. Desistimos passadas duas horas quando uma nebulosidade inconveniente cobre o firmamento sem apelo.

Por volta das nove chegamos a um outro hotel, o Arctic. Aguardamos que nos atendam na recepção. Dezenas de japoneses abonam euros avultados pelo privilégio de observar o fenómeno com condições e conforto especiais incluindo poderem recuperar do frio dentro de um tipi, em redor de uma fogueira, com direito a salsichas para assar, café e chá bem quentes.

Um gerente resgata-nos da espera entre os nipónicos. Leva-nos a conhecer o Palácio de Gelo local.

Bebemos vodka no bar, percorremos as várias divisões e renovamos o espanto com a excelência daquelas gigantescas esculturas sazonais.

Terminado o périplo, caminhamos até à beira do lago na proximidade do hotel.

Contemplação de Auroras Boreais no Seio de Admiradores Nipónicos

Desta feita, não temos sequer que esperar.

Ainda faltam alguns metros para a margem quando começamos a ouvir “aaaahs”, “ooohhhs” e “sugois” (cool, em nipónico). Chegamos ao leito gelado. Encontramos um batalhão de japoneses e de outros asiáticos em absoluto êxtase com o espectáculo no firmamento.

Por cima do lago e da floresta contígua, uma aurora boreal ora verde ora amarelada contorce-se e volta a contorcer-se numa fascinante dança magnética.

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Aurora boreal em pleno, em Kakslauttanen.

Os japoneses, em particular, ganham, ali e então, o dia e as mini-férias. Com maior abundância de neve, durante o Inverno, em diversas zonas do seu país montanhoso  caso da região hiper-nevosa de Shirakawa Go – são acima de tudo as auroras boreais que os atraem nesta altura do ano à plana Finlândia.

Para lá de apreciarem a sua beleza excêntrica, muitos, viajam do outro lado do mundo imbuídos da crença de que aquelas luzes espaciais lhes concederão uma melhor vida sexual e fertilidade.

Derradeiros Dias sem Sinal da Raposa de Fogo

Para nós, era já o terceiro avistamento. Continuámos a tentar mas os dias seguintes mantiveram-se nublados. Tínhamo-nos inscrito numa pequena excursão que propunha a procura das auroras boreais em redor de um lago e de uma pequena quinta habitada por uma comunidade que vivia, à moda antiga da Lapónia.

Depressa percebemos – como toda a gente no grupo – que com um céu ali quase todo coberto, a probabilidade de as avistarmos roçava o zero.

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Visitantes da Lapónia Finlandesa convivem e comem salsichas, conformados com a impossibilidade de, nessa noite, verem auroras boreais.

Conformados, concentrámo-nos no que de melhor podíamos achar ao nível do solo. Convivemos e devoramos salsichas acabadas de grelhar em redor de uma enorme fogueira que todos íamos alimentando.

A raposa nunca se dignou a aparecer.

Contentámo-nos só com o fogo.

Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Helsínquia, Finlândia

A Filha Suomi do Báltico

Várias cidades cresceram, emanciparam-se e prosperaram à beira deste mar interior do Norte. Helsínquia lá se destacou como a capital monumental da jovem nação finlandesa.
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum "Barco do Amor". Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Ilha Hailuoto, Finlândia

À Pesca do Verdadeiro Peixe Fresco

Abrigados de pressões sociais indesejadas, os ilhéus de Hailuoto sabem sustentar-se. Sob o mar gelado de Bótnia capturam ingredientes preciosos para os restaurantes de Oulu, na Finlândia continental.
Helsínquia, Finlândia

A Fortaleza em Tempos Sueca da Finlândia

Destacada num pequeno arquipélago à entrada de Helsínquia, Suomenlinna foi erguida por desígnios político-militares do reino sueco. Durante mais de um século, a Rússia deteve-a. Desde 1917, que o povo suómi a venera como o bastião histórico da sua espinhosa independência.
Inari, Finlândia

O Parlamento Babel da Nação Sami

A Nação sami integra quatro países, que ingerem nas vidas dos seus povos. No parlamento de Inari, em vários dialectos, os sami governam-se como podem.
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

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Sob o Encanto Gélido do Árctico

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Inari, Finlândia

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O Delicioso Calor do Árctico

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Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

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Helsínquia, Finlândia

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Inari, Finlândia

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Envolto de vulcões supremos, o campo geotermal de El Tatio, no Deserto de Atacama surge como uma miragem dantesca de enxofre e vapor a uns gélidos 4200 m de altitude. Os seus géiseres e fumarolas atraem hordas de viajantes.
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Património Mundial UNESCO
Samarcanda, Uzbequistão

Um Legado Monumental da Rota da Seda

Em Samarcanda, o algodão é agora o bem mais transaccionado e os Ladas e Chevrolets substituíram os camelos. Hoje, em vez de caravanas, Marco Polo iria encontrar os piores condutores do Uzbequistão.
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
Personagens
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Surfistas caminham pela praia do Tofo, Moçambique
Praias
Tofo, Moçambique

Entre o Tofo e o Tofinho por um Litoral em Crescendo

Os 22km entre a cidade de Inhambane e a costa revelam-nos uma imensidão de manguezais e coqueirais, aqui e ali, salpicados de cubatas. A chegada ao Tofo, um cordão de dunas acima de um oceano Índico sedutor e uma povoação humilde em que o modo de vida local há muito se ajusta para acolher vagas de forasteiros deslumbrados.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Religião
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Creel, Chihuahua, Carlos Venzor, coleccionador, museu
Sociedade
Chihuahua a Creel, Chihuahua, México

A Caminho de Creel

Com Chihuahua para trás, apontamos a sudoeste e a terras ainda mais elevadas do norte mexicano. Junto a Ciudad Cuauhtémoc, visitamos um ancião menonita. Em redor de Creel, convivemos, pela primeira vez, com a comunidade indígena Rarámuri da Serra de Tarahumara.
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Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
Reserva Masai Mara, Viagem Terra Masai, Quénia, Convívio masai
Vida Selvagem
Masai Mara, Quénia

Reserva Masai Mara: De Viagem pela Terra Masai

A savana de Mara tornou-se famosa pelo confronto entre os milhões de herbívoros e os seus predadores. Mas, numa comunhão temerária com a vida selvagem, são os humanos Masai que ali mais se destacam.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.