Fuerteventura, Ilhas Canárias, Espanha

A (a) Ventura Atlântica de Fuerteventura


Vista do cimo de El Islote
A playa Cofete dividida em duas baías irresistíveis como visto do cimo de El Islote.
Escultura caprina de Sicasumbre
Homenagem às cabras majoreras do artista da ilha majorero Juan Miguel Cubas.
Passeio solitário
Morador percorre uma vastidão inóspita entre o farol de Jandía e Puerto de La Cruz.
Rumo a Cofete
Estrada sinuosa que conduz da costa sudeste ao Miradouro sobre a Praia Cofete e à costa Sudoeste de Fuerteventura.
Costa sudoeste & Praia Cofete
Um dos recantos mais intocados de Fuerteventura, a vertente do seu extremo sudoeste e a longa praia Cofete.
El Puertito
Vista da aldeola litoral de Puerto de La Cruz, mais conhecida por El Puertito.
Pasto rugoso
Cabras pastam na extensão pedregosa de um curral.
Velas aos ventos alísios
Windsurfers deslizam sobre o oceano Atlântico turquesa ao largo de Jandía.
Atlântico de Oeste
Ondas desfazem-se no areal vasto da Playa Cofete.
O tecelão
Filipe Marrero Frances, um artesão que demonstra a arte majorera de tecer na casa-museu Santa Maria.
A secura verde de Cofete
Um dos muitos cacto viçosos que despontam na encosta pedregosa de Cofete.
Os romanos conheciam as Canárias como as ilhas afortunadas. Fuerteventura, preserva vários dos atributos de então. As suas praias perfeitas para o windsurf e o kite-surf ou só para banhos justificam sucessivas “invasões” dos povos do norte ávidos de sol. No interior vulcânico e rugoso resiste o bastião das culturas indígenas e coloniais da ilha. Começamos a desvendá-la pelo seu longilíneo sul.

Não temos como escapar-lhes. Desde o primeiro momento em que deixamos Caleta de Fuste em direcção a sul, repetem-se as rotundas que, na paisagem árida e desafogada, cumprem a sua função de fazer fluir o trânsito insular.

Estamos em época baixa.

Fuerteventura é a segunda maior ilha das Canárias e a mais próxima de África. O cabo marroquino de Juby dista 100 km da sua costa oriental. À boa moda do Saara, logo ali a leste, o céu mantêm-se azul. Mesmo de manhã cedo, o grande astro amorna-nos a pele e activa-nos a alma de exploradores.

Passamos Tarajalejo e La Lajita. Damos entrada na espécie de bota que encerra Fuerteventura a sudoeste. O cimo do seu cano destoa do cenário que deixávamos para trás. Preenche-o um istmo sobrecarregado de dunas e grandes ergs que nos impedem de ver o litoral a barlavento.

Sem que o esperássemos, a estrada FV-2 em que seguíamos desemboca num trecho de autoestrada que progride pelo sopé daquele reino das areias.

A Vastidão Desértico-Marinha de Jandia

Aqui e ali, vislumbramos os panoramas marinhos das sucessivas Playas de Jandía. Um desses vislumbres revela-nos uma península demasiado  resplandecente para a podermos ignorar. Mesmo se a próxima saída tem o nome suspeito de Mal Nombre, tomamo-la.

Já na estrada costeira usada antes do advento da autoestrada, damos com o Mirador del Salmo. Dali, desvendamos uma península quase piramidal de areia que se desfaz num mar esmeralda e, a maior distância e profundidade, azul petróleo.

Windsurfers, Fuerteventura, ilhas Canárias, Espanha

Windsurfers deslizam sobre o oceano Atlântico turquesa ao largo de Jandía.

Ao largo, uma armada ziguezagueante de windsurfers e kitesurfers sulcam-no. Sopram-nos os ventos alísios furiosos que o Saara projecta Atlântico fora, com tal brutidão que, com frequência, os praticantes não os aguentam e se estatelam com espalhafato.

Apreciamos aquele panorama surreal e a movimentação náutica, que o grande oceano e as montanhas do norte da ilha em fundo faziam ainda mais ínfima. Vinte minutos depois, voltamos à estrada.

Da Playa de Butihondo para sul, a concentração de resorts à beira-mar e para o interior da estrada litoral aumenta.

Morro Jable – Uma Colónia Germânica no Limiar do Asfalto

As Canárias – e Fuerteventura em particular- abrigam bolsas que são quase colónias de férias de determinados países. A zona em que dávamos entrada era, sem lugar para dúvidas, teutónica. “Deutscher Arzt Zahnarzt”, anuncia uma placa acima de um passeio da marginal, uma de tantas outras porque nos fomos cruzando.

O domínio dos ergs ficara para trás. Estávamos no sopé sotavento das derradeiras montanhas meridionais da ilha. Os germânicos mas não só, tinham ali instalado uma quase conurbação de resorts, hotéis, aparthotéis e afins que só deixavam espaço ao farol del Matorral e aos areais vastos a norte e a sul.

A cada lomba na estrada, a cada subida e descida, confrontávamo-nos com novos complexos hoteleiros e habitacionais. Alguns, alvos. Outros, com cores tão ou mais garridas que as da complexa geologia vulcânica da ilha: amarelos-torrados, laranjas, ocres e tons quentes deste tipo.

De qualquer maneira, sempre considerámos Morro Jable uma mera referência, um ponto de passagem rumo ao reduto litoral que estimávamos no imaginário como o mais intocado e impressionante de Fuerteventura.

Estrada para Cofete, Fuerteventura, ilhas Canárias, Espanha

Estrada sinuosa que conduz da costa sudeste ao Miradouro sobre a Praia Cofete e à costa Sudoeste de Fuerteventura.

Para lá chegarmos, despedimo-nos de vez de Morro Jable e do asfalto. Seguimos por uma estrada de brita e pedra que não tardou a serpentear e a trepar montanha acima.

Aos poucos, ascendemos do nível do mar do sotavento até à crista da pequena cordilheira que divide o fundo da bota de Fuerteventura ao meio. Passamos por cabras entregues ao seu repasto e por novas colónias de cactos hirtos e verdejantes.

Retém-nos, por algum tempo, um camião cisterna do Ayuntamento de Pájara que rega a estrada para suavizar o piso abrasivo e diminuir a poeira libertada.

A Visão Surreal da Costa Sudoeste e da Praia Sem Fim de Cofete

Curva atrás de curva, com a pressa possível, lá atingimos o cimo inconfundível do miradouro de Cofete. Daquele alto, uma vez mais expostos aos alísios furibundos, deslumbramo-nos com a crueza do cenário protegido do Parque Natural de Jandia, na vertente oposta à que havíamos ascendido.

Praia Cofete, Fuerteventura, ilhas Canárias, Espanha

Um dos recantos mais intocados de Fuerteventura, a vertente do seu extremo sudoeste e a longa praia Cofete.

Dali por diante, a perder de vista, uma ladeira longilínea, ocre, estriada, descia com inesperada suavidade dos sucessivos cumes vulcânicos até se entregar ao areal que a apartava do oceano.

Lançado de norte, este Atlântico revelava-se bem mais bravio que o que banhava a ilha ao sul. Vislumbrávamos ainda o que pensávamos ser o limite sudoeste do istmo de areia que tínhamos cruzado autoestrada fora.

Cumprimos sem incidentes a secção mais apertada e vertiginosa do caminho. Em seguida, descemos até ao sopé arenoso da montanha.

Toda a enorme praia na base da encosta usava aquele nome de Cofete. Não só a praia.

Antecedia-a Casas de Cofete, uma mini-povoação meio amuralhada meio abarracada, com meros 25 habitantes – vários criadores de cabras – direito a cemitério e – bem mais útil aos visitantes vindos do lado urbanizado da ilha – um barzinho que servia cañas, queijo majorero e outras especialidades. Mas, estávamos ali pela Cofete praia.

Playa Cofete, Fuerteventura, ilhas Canárias, Espanha

Ondas desfazem-se no areal vasto da Playa Cofete.

Estacionamos. Desentorpecemos as pernas. Contemplamos a beleza crua daquela costa selvagem. Corremos para o mar, mandamos uns mergulhos e, na volta, relaxamos ao sol.

El Islote: Cofete Dividida em Duas Irresistíveis Metades

Pouco depois, inauguramos uma longa caminhada que nos conduziu quase à ponta oposta do areal. Só detemos em El Islote, um grande rochedo no limite da rebentação, acessível por uma língua de areia que marcava uma fronteira. Subimos ao tal Islote áspero.

Do cimo, apuramos que a língua de areia dividia parte da infindável Cofete em duas baías quase simétricas, arredondadas e sedutoras. Numa, balançavam águas tom de esmeralda.

Na outra, um mar mais para o turquesa. Deitado entre ambas, um nudista “evadido” e bronzeado usufruía daquela dádiva balnear. A longos espaços, pass(e)avam por ali casais que não resistiam a banhar-se. Foi o que voltámos a fazer.

Praia de El Cofete do cimo de El Islote, Fuerteventura, ilhas Canárias, Espanha

A playa Cofete dividida em duas baías irresistíveis como visto do cimo de El Islote.

Com a manhã a avançar, caminhamos os 4km de regresso ao carro e conduzimos de volta à vertente sul. Esticamos o trajecto até à biqueira da bota da ilha, marcada pelo Farol de Punta Jandía. Apreciamos e fotografamos o pueblo pitoresco de Puerto de la Cruz, formado pelo que poderiam ser grandes blocos de legos brancos.

Puerto de la Cruz. O Pitoresco Puertito Branco

Ao vê-lo, cândido, espartilhado entre o oceano azulão e os montes vulcânicos dantescos, percebemos porque os moradores destas paragens lhe têm tanto carinho e o tratam por Puertito.

Puerto de la Cruz, ilhas Canárias, Espanha

Vista da aldeola litoral de Puerto de La Cruz, mais conhecida por El Puertito.

Por aquela altura, já nos chegava dos fundos de Fuerteventura. Retrocedemos para Morro Jable. Reentramos no quase maciço principal da ilha. Internamo-nos no seu âmago árido e montanhoso, apontados a Pájara.

Como seria de esperar, não conseguimos lá chegar sem nos voltarmos a maravilhar e a deter.

Subíamos a estradinha FV-605 aos esses quando, num desses meandros, as formas dramáticas da montanha Cardón nos tomam de assalto. Estacionamos nas imediações. Um varandim contíguo revela-nos um deserto em tons pastel, esculpido com ves, bossas e depressões que precediam uma cordilheira mais distante.

A Janela de Fuerteventura para o Espaço

Do nada, um corvo aterra à nossa frente. Grasna-nos, como que a reclamar  posse dos seus domínios. Fossem de quem fossem, as autoridades de Fuerteventura tinham-se assegurado de os ligar a outras galáxias.

Corvo no sopé do observatório espacial de Sicasumbre, Fuerteventura, Canárias, Espanha

Corvo à beira da estrada, no sopé do observatório espacial de Sicasumbre.

Um trilho curto conduz-nos a um cimo. Nesse topo, encontramos o Mirador Astronómico de Sicasumbre, uma base terra-a-terra ali instalada devido a Fuerteventura integrar a Reserva Starlight, por ter das melhores noites do Planeta Azul para observar os astros.

Ainda faltavam umas boas horas para o ocaso. Conformamo-nos com admirarmos o cenário vespertino algo extraterrestre em redor e as esculturas de cabras do artista majorero Juan Miguel Cubas.

Obra de arte no observatório espacial Sicasumbre, Fuerteventura, ilhas Canárias, Espanha

Homenagem às cabras majoreras do artista da ilha majorero Juan Miguel Cubas.

Damos com a pequena cidade histórica de Pájara a meio da tarde e já com pouca vida. Dedicamos um quarto de hora à invulgar fachada tripartida da sua Iglésia de la Virgen de Regla e à praceta ajardinada que a envolvia. Tão cedo quanto pudemos, rumamos a Betancuria.

Quando os Cruzados Normandos Chegaram para Ficar

Os primeiros habitantes das Canárias e de Fuerteventura chegaram do norte de África. Após várias expedições portuguesas e espanholas às ilhas no século XIV, Fuerteventura acolheu dois reinos tribais guanches (indígenas com origem bérber) divididos por uma muralha com 6km. O  reino meridional de Jandía ia até La Pared. Maxorata, o rival, ocupava o resto da ilha.

Em, 1402, os normandos Jean de Béthencourt e Gadifer de la Salle, no comando de apenas 63 marinheiros resistentes de uma deserção, chegaram e alteraram a ordem há muito vigente. Fizeram de Lanzarote a sua base. A partir de Lanzarote, ocuparam outras ilhas. Fuerteventura, era a mais próxima.

Vencidas algumas agruras iniciais, obtiveram apoio de Castela e, em 1405, completaram a conquista. Fundaram, então, na costa oeste, Betancuria, a primeira povoação europeia da ilha.

Betancuria, Fuerteventura, Canárias, Espanha

Casario alvo e em boa parte secular de Betancuria, a primeira capital de Fuerteventura.

Após complexa validação papal, o domínio colonial europeu de Fuerteventura foi efectivado. A população aumentou mas as fortificações contra os inimigos berberes e os piratas provaram-se insuficientes.

Em 1593, uma invasão berber arrasou a cidade. Mesmo em parte reconstruída, em 1834, Betancuria perdeu o estatuto de capital para Puerto del Rosário. Entrou num marasmo e decadência de que só recentemente recuperou.

“Aquilo é quase tudo de um alemão!” afiança-nos mais tarde a recepcionista do Ecomuseu de la Alcogida. “Ele é que se interessou, comprou e recuperou boa parte dos edifícios e fez com que a cidade seja a atracção que hoje é”.

Betancuria: a Génese Colonial de Fuerteventura

De facto, os visitantes de Fuerteventura realmente interessados na sua história e cultura só têm um caminho: passar por Betancuria. Ao tempo a que lá damos entrada, a praceta da Igreja Catedral de Santa Maria e as ruelas em redor são batidas por um sol suave. Tendo em conta o fluxo  normal da hora de ponta, em época alta, mantêm-se bem transitáveis.

igreja Catedral de Santa Maria, em Betancuria, Fuerteventura, Canárias, Espanha

Casal percorre o adro da igreja Catedral de Santa Maria, em Betancuria.

Entramos na casa-museu Santa Maria. Apreciamos um vídeo que exibe a labuta de um criador de cabras no ambiente rude em que vive e as pastoreia. Logo ao lado, Felipe, um senhor já com a sua idade, trabalha num tear. Observamo-lo e perguntamos se o podemos fotografar.

De início mostra-se tímido mas, mal puxamos pela conversa, desatamos um à vontade mútuo e uma tagarelice quase tão intrincada como os fios e laços da manta de pastor majorera que nos dizia demorar vinte dias a completar. “Sabem que eu ensinei uma actriz do filme “Exodus” (Ridley Scott, 2014) que cá foi filmado a tecer?“

Tecelão da casa-museu Santa Maria, Betancuria, Fuerteventura, ilhas Canárias, Espanha

Filipe Marrero Frances, um artesão que demonstra a arte majorera de tecer na casa-museu Santa Maria.

“A sério? Isso foi a sua missão bíblica!”  respondemos-lhe, mesmo se espantados com o que nos contava, em tom meio gozão, e geramos uma gargalhada partilhada. “Vocês haviam de estar lá na minha terra (Tuinaje) era a 13 de Outubro.

Iam ver uma festa a valer! Nós organizamos lá a Fiesta Jurada, sabem?

Encenamos aquela época em que os piratas nos atacavam e nós resistíamos por todos os meios e mais alguns.” Não é só esse seu repto que nos incita a voltar.

Fuerteventura revelou-se um velho mundo insular em que deixámos quase tudo por descobrir.

 

A BINTER CANÁRIAS OPERA VOOS DIRECTOS DE LISBOA PARA TENERIFE e GRAN CANÁRIA ÀS QUINTAS e DOMINGOS. DESTAS ILHAS, PODERÁ VOAR COM A BINTER CANÁRIAS  PARA FUERTEVENTURA OU OUTRAS ILHAS DO ARQUIPÉLAGO DAS CANÁRIAS.

Fuerteventura, Canárias

Fuerteventura - Ilha Canária e Jangada do Tempo

Uma curta travessia de ferry e desembarcamos em Corralejo, no cimo nordeste de Fuerteventura. Com Marrocos e África a meros 100km, perdemo-nos no deslumbre de cenários desérticos, vulcânicos e pós-coloniais sem igual.
Vegueta, Gran Canária, Canárias

Às Voltas pelo Âmago das Canárias Reais

O velho e majestoso bairro Vegueta de Las Palmas destaca-se na longa e complexa hispanização das Canárias. Findo um longo período de expedições senhoriais, lá teve início a derradeira conquista da Gran Canária e das restantes ilhas do arquipélago, sob comando dos monarcas de Castela e Aragão.
Gran Canária, Canárias

Gran (diosas) Canária (s)

É apenas a terceira maior ilha do arquipélago. Impressionou tanto os navegadores e colonos europeus que estes se habituaram a tratá-la como a suprema.
Santa Cruz de La Palma, Canárias

A Viagem na História de Santa Cruz de La Palma

Começou como mera Villa del Apurón. Chegado o séc. XVI, a povoação não só tinha ultrapassado as suas dificuldades como era já a terceira cidade portuária da Europa. Herdeira dessa abençoada prosperidade, Santa Cruz de La Palma tornou-se uma das capitais mais elegantes das Canárias.
La Graciosa, Ilhas Canárias

A Mais Graciosa das Ilhas Canárias

Até 2018, a menor das Canárias habitadas não contava para o arquipélago. Desembarcados em La Graciosa, desvendamos o encanto insular da agora oitava ilha.
La Palma, Canárias

A Isla Bonita das Canárias

Em 1986, Madonna Louise Ciccone lançou um êxito que popularizou a atracção exercida por uma isla imaginária. Ambergris Caye, no Belize, colheu proveitos. Do lado de cá do Atlântico, há muito que os palmeros assim veem a sua real e deslumbrante Canária.
El Hierro, Canárias

A Orla Vulcânica das Canárias e do Velho Mundo

Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.
PN Timanfaya, Lanzarote, Canárias

PN Timanfaya e as Montanhas de Fogo de Lanzarote

Entre 1730 e 1736, do nada, dezenas de vulcões de Lanzarote entraram em sucessivas erupções. A quantidade massiva de lava que libertaram soterrou várias povoações e forçou quase metade dos habitantes a emigrar. O legado deste cataclismo é o cenário marciano actual do exuberante PN Timanfaya.
Tenerife, Canárias

Pelo Leste da Ilha da Montanha Branca

A quase triangular Tenerife tem o centro dominado pelo majestoso vulcão Teide. Na sua extremidade oriental, há um outro domínio rugoso, mesmo assim, lugar da capital da ilha e de outras povoações incontornáveis, de bosques misteriosos e de incríveis litorais abruptos.
Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
La Palma, CanáriasEspanha

O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer

A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.

Matarraña a Alcanar, Espanha

Uma Espanha Medieval

De viagem por terras de Aragão e Valência, damos com torres e ameias destacadas de casarios que preenchem as encostas. Km após km, estas visões vão-se provando tão anacrónicas como fascinantes.

Valência a Xàtiva, Espanha

Do outro Lado da Ibéria

Deixada de lado a modernidade de Valência, exploramos os cenários naturais e históricos que a "comunidad" partilha com o Mediterrâneo. Quanto mais viajamos mais nos seduz a sua vida garrida.

Tenerife, Canárias

O Vulcão que Assombra o Atlântico

Com 3718m, El Teide é o tecto das Canárias e de Espanha. Não só. Se medido a partir do fundo do oceano (7500 m), só duas montanhas são mais pronunciadas. Os nativos guanches consideravam-no a morada de Guayota, o seu diabo. Quem viaja a Tenerife, sabe que o velho Teide está em todo o lado.
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
O rio Zambeze, PN Mana Poools
Safari
Kanga Pan, Mana Pools NP, Zimbabwe

Um Manancial Perene de Vida Selvagem

Uma depressão situada a 15km para sudeste do rio Zambeze retém água e minerais durante toda a época seca do Zimbabué. A Kanga Pan, como é conhecida, nutre um dos ecossistemas mais prolíficos do imenso e deslumbrante Parque Nacional Mana Pools.
Thorong Pedi a High Camp, circuito Annapurna, Nepal, caminhante solitário
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
Pela sombra
Arquitectura & Design
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
lagoas e fumarolas, vulcoes, PN tongariro, nova zelandia
Aventura
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Parada e Pompa
Cerimónias e Festividades
São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
Lençóis da Bahia, Diamantes Eternos, Brasil
Cidades
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Mar-de-Parra
Cultura
Mendoza, Argentina

Viagem por Mendoza, a Grande Província Enóloga Argentina

Os missionários espanhóis perceberam, no século XVI, que a zona estava talhada para a produção do “sangue de Cristo”. Hoje, a província de Mendoza está no centro da maior região enóloga da América Latina.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Fuga de Seljalandsfoss
Em Viagem
Islândia

Ilha de Fogo, Gelo, Cascatas e Quedas de Água

A cascata suprema da Europa precipita-se na Islândia. Mas não é a única. Nesta ilha boreal, com chuva ou neve constantes e em plena batalha entre vulcões e glaciares, despenham-se torrentes sem fim.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Étnico
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
luz solar fotografia, sol, luzes
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 2)

Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
Cilaos, ilha da Reunião, Casario Piton des Neiges
História
Cilaos, Reunião

Refúgio sob o tecto do Índico

Cilaos surge numa das velhas caldeiras verdejantes da ilha de Reunião. Foi inicialmente habitada por escravos foragidos que acreditavam ficar a salvo naquele fim do mundo. Uma vez tornada acessível, nem a localização remota da cratera impediu o abrigo de uma vila hoje peculiar e adulada.
Zanzibar, ilhas africanas, especiarias, Tanzania, dhow
Ilhas
Zanzibar, Tanzânia

As Ilhas Africanas das Especiarias

Vasco da Gama abriu o Índico ao império luso. No século XVIII, o arquipélago de Zanzibar tornou-se o maior produtor de cravinho e as especiarias disponíveis diversificaram-se, tal como os povos que as disputaram.
lago ala juumajarvi, parque nacional oulanka, finlandia
Inverno Branco
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
silhueta e poema, cora coralina, goias velho, brasil
Literatura
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Dia escuro
Natureza

Lago Cocibolca, Nicarágua

Mar, Doce Mar

Os indígenas nicaraos tratavam o maior lago da América Central por Cocibolca. Na ilha vulcânica de Ometepe, percebemos porque o termo que os espanhóis converteram para Mar Dulce fazia todo o sentido.

Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Kogi, PN Tayrona, Guardiães do Mundo, Colômbia
Parques Naturais
PN Tayrona, Colômbia

Quem Protege os Guardiães do Mundo?

Os indígenas da Serra Nevada de Santa Marta acreditam que têm por missão salvar o Cosmos dos “Irmãos mais Novos”, que somos nós. Mas a verdadeira questão parece ser: "Quem os protege a eles?"
Via Conflituosa
Património Mundial UNESCO
Jerusalém, Israel

Pelas Ruas Beliciosas da Via Dolorosa

Em Jerusalém, enquanto percorrem a Via Dolorosa, os crentes mais sensíveis apercebem-se de como a paz do Senhor é difícil de alcançar nas ruelas mais disputadas à face da Terra.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Personagens
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Salvamento de banhista em Boucan Canot, ilha da Reunião
Praias
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Composição Flam Railway abaixo de uma queda d'água, Noruega
Sobre Carris
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Sociedade
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Cabo da Cruz, colónia focas, cape cross focas, Namíbia
Vida Selvagem
Cape Cross, Namíbia

A Mais Tumultuosa das Colónias Africanas

Diogo Cão desembarcou neste cabo de África em 1486, instalou um padrão e fez meia-volta. O litoral imediato a norte e a sul, foi alemão, sul-africano e, por fim, namibiano. Indiferente às sucessivas transferências de nacionalidade, uma das maiores colónias de focas do mundo manteve ali o seu domínio e anima-o com latidos marinhos ensurdecedores e intermináveis embirrações.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.