Great Ocean Road, Austrália

Oceano Fora, pelo Grande Sul Australiano


Twelve Apostles
O cenário mais famoso da Great Ocean Road, formado por penhascos em sucessão que se projectam do mar.<
À beira-mar
Casal descontrai junto à rebentação ali produzida por um misto de oceano Índico com Antárctico.
The Arch
Outra obra da forte erosão costeira, na proximidade da the London Bridge que caiu há alguns anos.
A caminho da chuva
Estrada secundária atravessa um pântano e dirige-se para uma grande massa de ar húmido.
Sono fácil
Um dos muitos coalas que podem ser avistados em eucaliptais à beira da Great Ocean Road.
Lanche em Campervan
Casal saboreia uma refeição prática numa campervan alugada para explorar o sul da Austrália.
Verde & Amarelo
Lagoa num prado vasto assume o mesmo tom profundo do céu tempestuoso, nas imediações dos Twelve Apostles.
Regresso à base
Bodyboarders voltam às suas campervans depois de algum tempo na água gélida do oceano Antárctico.
Passeio de maré-baixa
Visitantes da Great Ocean Road caminham numa beira-mar gerada pelo recuar das águas no sopé dos penhascos.
Sob o Arco
Amigos passam por baixo do The Arch para regressarem ao nível da Great Ocean Road.
Costa Grandiosa
Paisagem do extremo sul do estado de Victoria, próximo dos Twelve Apostles.
Panorama Escondido
Turista fotografa o cenário marítimo para sul da Great Ocean Road.
Great Ocean Sunset
Sol cai sobre o horizonte, e dá mais cor a uma enseada a oeste de Pointe Esse.
Varanda improvisada
Casal fotografa amigos dentro de água, numa praia nas imediações de Warrnambool.
Crepúsculo Meridional
Pôr-do-sol intenso tinge de tons quentes o cenário dramático e frígido da Great Ocean Road.
Pós-Ocaso
Ilhéus rochosos salpicam o mar ao largo de Warrnambool, sobre o crepúsculo.
Uma das evasões preferidas dos habitantes do estado australiano de Victoria, a via B100 desvenda um litoral sublime que o oceano moldou. Bastaram-nos uns quilómetros para percebermos porque foi baptizada de The Great Ocean Road.

Há uns dias que usufruíamos da hospitalidade de Tim Reynolds, na sua vivenda de Caulfield, um subúrbio a 12km a sudeste de Melbourne.

Não éramos os únicos. O cinquentão reformado acolhia também Max Weise e Yinka Kehinde, um jovem casal alemão, como nós, à descoberta da Austrália.

A determinada altura, Tim excedeu-se na sua bondade, de coração aberto, sem hesitações ou constrangimentos, como viríamos a perceber ser o seu novo modo de vida: “Querem ir dar uma volta à Great Ocean Road?” pergunta-nos durante um jantar num restaurante tailandês para que tinha convidado a sua namorada de origem tailandesa. “Gostava que ficassem a conhecer aquilo lá em baixo.

Empresto-vos o meu carro mas vejam lá… tragam-no inteiro!” Por alguns segundos, ficamos a olhar uns para os outros, atónitos, sem saber como respondermos de forma digna.

Por fim, aceitamos a oferta meio sem jeito e ficamos a ouvir as informações e explicações que Tim fez questão de acrescentar ao repto, tanto sobre o seu Ford Fiesta vermelho como acerca da famosa Great Ocean Road, um dos percursos rodoviários realmente imperdíveis à face da Terra.

Varanda do Port Campbell National Park, Great Ocean Road, Victoria, Austrália

Turista fotografa o cenário marítimo para sul da Great Ocean Road.

Great Ocean Road. Uma Estrada Grandiosa nos Fundos da Austrália

Oficialmente designada por B100, a Great Ocean Road tem início em Torquay. Ao longo de 243km sinuosos, estende-se para oeste e revela a Shipwreck Coast, o Estreito de Bass e o mar da Grande Baía Australiana, no cimo do ponto de contacto algo difuso entre o oceano Índico e o Antárctico.

Como se não bastasse o facto de Melbourne ser considerada ano após ano uma das três cidades do Mundo com melhor qualidade de vida, a estrada dista apenas uma hora e meia de carro da metrópole.

Habituados ao bem-estar urbano mas, à boa maneira ozzy, sempre ansiosos pelo contacto com a natureza, os habitantes de Melbourne e do estado de Victoria em redor deixam as suas casas sempre que podem rumo a estes fundos grandiosos do continente australiano. Não tardámos a seguir-lhes os passos, com o metódico Max ao volante.

De Aireys Inlet aos Coalas do Kenneth River

Em Aireys Inlet, damos com as primeiras praias merecedoras de uma paragem e de um mergulho. Por aqueles lados, a atmosfera sofisticada da vila contrasta com os penhascos vulcânicos que escondem lagoas de maré ao longo do litoral rude. E ainda com os cenários do bush australiano da cordilheira de Otway, parte de um Parque Estatal denominado Angahook-Lorne e do bem maior Great Otway National Park.

De Lorne para oeste, serpenteamos entre o mar e as encostas da serra cobertas de eucaliptais densos. Em Kenneth River, estes eucaliptais repletos de river red gums revelam-se lares de comunidades letárgicas de coalas. Detemo-nos numa beira da estrada já preparada para receber os viajantes curiosos.

Perscrutamos os ramos e a folhagem com olhos de ver. Não tardamos a detectar alguns espécimes menos camuflados, entregues ao pasto sonolento da folhagem, indiferentes às frequentes invasões humana do seu território arbóreo.

Coala, Great Ocean Road, Victoria, Austrália

Um dos muitos coalas que podem ser avistados em eucaliptais à beira da Great Ocean Road.

Percorridos mais alguns quilómetros, damos entrada em Apollo Bay, outra vila piscatória, idolatrada pelos veraneantes da cidade que se renderam às suas colinas suaves e aos areais brancos desafogados.

E também uma base perfeita para explorar o Parque Nacional Otway, a Blanket Bay e o Cabo Otway.

O Limiar Meridional do Cabo Otway

O Cabo Otway marca o ponto mais meridional do percurso. Austrália, para sul, só a da ilha da Tasmânia.

Do Cabo Otway para ocidente, as praias surgem no fundo de enormes penhascos rudes, batidas por ondas e correntes de que não sabíamos bem o que esperar. Além de que, na iminência do Inverno australiano, a água mantinha-se gélida e – há muito que o sabíamos – provavelmente patrulhada por tubarões-brancos. O perigo que representam, força as autoridades a fecharem aos banhistas, com frequência, várias das praias da Great Ocean Road.

Conscientes do enorme risco que correríamos ao entrarmos naquele oceano revolto e suspeito, continuamos a adiar o apetecido banho. Majestosa, tão grandiosa como o seu nome indiciava e histórica a condizer, a estrada merecia-nos melhor homenagem que entrarmos para lista crescente das vítimas dos tubarões-brancos nos mares ao largo.

De acordo, continuamos a viajar, sempre que podíamos, também pelo passado quase secular do seu asfalto.

Desvio da Great Ocean Road, Victoria, Austrália

Estrada secundária atravessa um pântano e dirige-se para uma grande massa de ar húmido.

Great Ocean Road. Uma Estrada Memorial Australiana

A obra que deu origem à Great Ocean Road teve início em Setembro de 1919. As autoridades aussies de Victoria planearam-na como um monumento “útil” que pudesse homenagear os Aliados perecidos na 1ª Guerra Mundial. Ao mesmo tempo, deveria ligar diversas povoações ainda isoladas nos fundos da Austrália e favorecer os desígnios da indústria madeireira e do turismo.

Com esses vários fins em vista, foi designado um conjunto de técnicos de prospecção de terreno. Determinada e qualificada, a equipa chegou a desbravar o território agreste a uma velocidade média de 3km por mês.  Seguiam-na três mil operários, incumbidos de, à mão e com recurso a explosivos, a pás e picaretas, carrinhos de mão e a maquinaria menor, implementarem a via no terreno.

Com o passar dos meses, dezenas de trabalhadores morreram  sobretudo devido a desabamentos das secções montanhosas do litoral. Por forma a desanuviar o mau estar causado por essas e outras tragédias e dificuldades a gerência da obra manteve disponíveis um piano, um gramofone, jogos, jornais e revistas, luxos inauditos em construções do género.

O Naufrágio do “Casino”. A Sorte Inesperada dos Trabalhadores da Great Ocean Road

Ainda assim, a festa das festas deu à costa quando, em 1924, um barco a vapor de sua graça “Casino” embateu num recife, encalhou próximo do cabo Patton e largou no mar quinhentos barris de cerveja e cento e vinte caixas de bebidas espirituosas.

Tão generosa quanto inesperada, a oferta obrigou os responsáveis a decretarem uma pausa de duas semanas, diz-se que terá sido esse o tempo aproximado que os operários demoraram a consumir a carga.

Em termos relativos, a interrupção pouco ou nada atrasou os trabalhos. A obra arrastava-se já há um lustro. Só terminaria em 1932. Nesse ano, o troço Lorne-Apollo Bay ficou completo. O já muito ansiado remate do projecto justificou uma inauguração solene – tendo em conta a habitual repulsa australiana da pompa excessiva – do maior memorial de guerra até então construído.

Cem anos volvidos (em 2019), o percurso da Great Ocean Road continua a surpreender e a encantar curva atrás de curva, sobretudo a partir de Anglesea, quando o seu trajecto semi-urbanizado fica para trás.

Nesse reduto, o litoral da Shipwreck Coast revela-se mais caprichoso e impressionante que nunca.

Penhascos do Port Campbell National Park, Great Ocean Road, Victoria, Austrália

Visitantes da Great Ocean Road caminham numa beira-mar gerada pelo recuar das águas no sopé dos penhascos.

Great Ocean Road e o Cemitério Náutico da Shipreck Coast

Ao longo dos tempos, o fim de mar inclemente que nos deixava de pé atrás reclamou várias embarcações. Umas, foram vítimas das correntes poderosas, outras, do nevoeiro e dos recifes afiados. Todas elas afundaram para a história. Quase todas representam desafios estimulantes para os historiadores e mergulhadores caça-tesouros.

Em 1878, o “Loch Ard” soçobrou ao largo da ilha Mutton Bird, na noite final de uma longa viagem com origem em Inglaterra. Cinquenta e três dos seus 55 passageiros perderam a vida. A “Falls of Halladale” – uma barca de Glasgow – perdeu-se no trecho final da sua rota de Nova Iorque para Melbourne.  Também a barca britânica “Newfield” e a neozelandesa “La Bella”, entre outras, foram ao fundo.

Ainda em plena Shipwreck Coast, entramos no domínio do Parque Nacional Port Campbell. Por ali se estende o trecho mais admirado da Great Ocean Road.

O Port Campbell National Park surge salpicado de penhascos, alguns com setenta metros de altura, escavados há muitos milénios pela força do oceano. Adornam-no ainda curiosas esculturas rochosas deixadas para trás pela grande ilha.

The Arch, Great Ocean Road, Victoria, Austrália

Amigos passam por baixo do The Arch para regressarem ao nível da Great Ocean Road.

Os Twelve Apostles que já não Passam de Oito

Estes sucessivos rochedos e farelhões que provocam o rebentamento precoce das ondas servem de pouso às otárias e à restante fauna marinha da região. As otárias, em particular, justificam a presença dos tubarões-brancos, os temidos reis dos oceanos que nos mantinham em terra.

A mais notória destas formações, os Doze Apóstolos, é hoje, objecto de um verdadeiro culto fotográfico internacional.

Os cerca de dois milhões de visitantes anuais a que nós os quatro nos juntámos, por sua vez, levaram as autoridades de Victoria a dotarem as imediações de infraestruturas e condições de visita especiais: voos panorâmicos regulares e os passadiços de madeira que percorremos acima e abaixo das falésias, para mencionar só alguns deles.

Twelve Apostles, Great Ocean Road, Victoria, Austrália

O cenário mais famoso da Great Ocean Road, formado por penhascos em sucessão que se projectam do mar.

Até 1922, a formação foi conhecida pelo nome pecuário-profano The Saw and the Piglets (A porca e os Porquinhos). Nesse ano, preocupações turísticas e beatas superiores da Entidade de Turismo Victoriana ditaram o seu rebaptismo enquanto Twelve Apostles. Isto, apesar de serem já apenas nove os rochedos que se projectavam do mar.

Tal como acontecia há muitos milénios, os rochedos continuaram à mercê das ondas, com as suas bases a perderem cerca de 2 cm por ano.

Em Julho de 2005, novo desabamento de um deles, diminuiu o conjunto para oito. E, no entanto, no tempo que dedicámos aos miradouros que os revelam da costa, só conseguimos identificar sete.

Um dos sobreviventes permanecia e permanece fora de alcance, a não que se aproveite o culminar da praia-mar para descer à base dos penhascos e explorar o areal e as rochas. Não tínhamos tempo para tal desvio.

The Arch, Great Ocean Road, Victoria, Austrália

Outra obra da forte erosão costeira, na proximidade da the London Bridge que caiu há alguns anos.

Das Outras Esculturas Marinhas do PN Port Campbell à Iminência de Warrnambool

Encontramos as próximas esculturas do oceano a ocidente de Port Campbell. O rochedo arqueado The Arch, em frente de Point Esse. E, na proximidade, a London Bridge, uma outra vítima recente da erosão.

Nos 12km derradeiros da Great Ocean Road as falésias diminuem sobremaneira de altura mas o mar mantém-se gélido e pouco convidativo, apto apenas para os surfistas e bodyboarders intrépidos.

Bodyboarders, Great Ocean Road, Victoria, Austrália

Bodyboarders voltam às suas campervans depois de algum tempo na água gélida do oceano Antárctico

À beira de uma das praias mais suaves destas partes, descansamos à galhofa com um jovem casal kiwi que piquenicava instalado sobre na caixa da sua campervan, uma carrinha espartana, grafitada com arte e boa-disposição.

Lanche em Campervan, Great Ocean Road, Victoria, Austrália

Casal saboreia uma refeição prática numa campervan alugada para explorar o sul da Austrália.

Não tarda, atingimos as imediações de Warrnambool.

A Great Ocean Road entregou-se ali à Princess Highway. Nós, invertemos caminho. Chegamos a Caulfied bem mais tarde do que havíamos planeado e salvamos Tim da sua inquietude. Só tinha decorrido um dia.

Pôr-do-sol, Great Ocean Road, Victoria, Austrália

Pôr-do-sol intenso tinge de tons quentes o cenário dramático e frígido da Great Ocean Road.

Um dia aussie passado em grande como o exigia a Great Ocean Road.

Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Península de Banks, Nova Zelândia

O Estilhaço de Terra Divinal da Península de Banks

Vista do ar, a mais óbvia protuberância da costa leste da Ilha do Sul parece ter implodido vezes sem conta. Vulcânica mas verdejante e bucólica, a Península de Banks confina na sua geomorfologia de quase roda-dentada a essência da sempre invejável vida neozelandesa.
Perth a Albany, Austrália

Pelos Confins do Faroeste Australiano

Poucos povos veneram a evasão como os aussies. Com o Verão meridional em pleno e o fim-de-semana à porta, os habitantes de Perth refugiam-se da rotina urbana no recanto sudoeste da nação. Pela nossa parte, sem compromissos, exploramos a infindável Austrália Ocidental até ao seu limite sul.
Melbourne, Austrália

Uma Austrália "Asienada"

Capital cultural aussie, Melbourne também é frequentemente eleita a cidade com melhor qualidade de vida do Mundo. Quase um milhão de emigrantes orientais aproveitaram este acolhimento imaculado.
Sydney, Austrália

De Desterro de Criminosos a Cidade Exemplar

A primeira das colónias australianas foi erguida por reclusos desterrados. Hoje, os aussies de Sydney gabam-se de antigos condenados da sua árvore genealógica e orgulham-se da prosperidade cosmopolita da megalópole que habitam.
Estradas Imperdíveis

Grandes Percursos, Grandes Viagens

Com nomes pomposos ou meros códigos rodoviários, certas estradas percorrem cenários realmente sublimes. Da Road 66 à Great Ocean Road, são, todas elas, aventuras imperdíveis ao volante.
À Descoberta de Tassie, Parte 3, Tasmânia, Austrália

Tasmânia de Alto a Baixo

Há muito a vítima predilecta das anedotas australianas, a Tasmânia nunca perdeu o orgulho no jeito aussie mais rude ser. Tassie mantém-se envolta em mistério e misticismo numa espécie de traseiras dos antípodas. Neste artigo, narramos o percurso peculiar de Hobart, a capital instalada no sul improvável da ilha até à costa norte, a virada ao continente australiano.
À Descoberta de Tassie, Parte 1 - Hobart, Austrália

A Porta dos Fundos da Austrália

Hobart, a capital da Tasmânia e a mais meridional da Austrália foi colonizada por milhares de degredados de Inglaterra. Sem surpresa, a sua população preserva uma forte admiração pelos modos de vida marginais.
Alice Springs a Darwin, Austrália

Estrada Stuart, a Caminho do Top End da Austrália

Do Red Centre ao Top End tropical, a estrada Stuart Highway percorre mais de 1.500km solitários através da Austrália. Nesse trajecto, o Território do Norte muda radicalmente de visual mas mantém-se fiel à sua alma rude.
Perth, Austrália

Cowboys da Oceania

O Texas até fica do outro lado do mundo mas não faltam vaqueiros no país dos coalas e dos cangurus. Rodeos do Outback recriam a versão original e 8 segundos não duram menos no Faroeste australiano.
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Atherton Tableland, Austrália

A Milhas do Natal (parte II)

A 25 Dezembro, exploramos o interior elevado, bucólico mas tropical do norte de Queensland. Ignoramos o paradeiro da maioria dos habitantes e estranhamos a absoluta ausência da quadra natalícia.
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Perth, Austrália

A Cidade Solitária

A mais 2000km de uma congénere digna desse nome, Perth é considerada a urbe mais remota à face da Terra. Apesar de isolados entre o Índico e o vasto Outback, são poucos os habitantes que se queixam.
Cairns a Cape Tribulation, Austrália

Queensland Tropical: uma Austrália Demasiado Selvagem

Os ciclones e as inundações são só a expressão meteorológica da rudeza tropical de Queensland. Quando não é o tempo, é a fauna mortal da região que mantém os seus habitantes sob alerta.
Perth, Austrália

Dia da Austrália: em Honra da Fundação, de Luto Pela Invasão

26/1 é uma data controversa na Austrália. Enquanto os colonos britânicos o celebram com churrascos e muita cerveja, os aborígenes celebram o facto de não terem sido completamente dizimados.
Red Centre, Austrália

No Coração Partido da Austrália

O Red Centre abriga alguns dos monumentos naturais incontornáveis da Austrália. Impressiona-nos pela grandiosidade dos cenários mas também a incompatibilidade renovada das suas duas civilizações.
Wycliffe Wells, Austrália

Os Ficheiros Pouco Secretos de Wycliffe Wells

Há décadas que os moradores, peritos de ovnilogia e visitantes testemunham avistamentos em redor de Wycliffe Wells. Aqui, Roswell nunca serviu de exemplo e cada novo fenómeno é comunicado ao mundo.
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Sirocco, Arabia, Helsinquia
Arquitectura & Design
Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
Pleno Dog Mushing
Aventura
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
Cerimónias e Festividades
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Escadaria Palácio Itamaraty, Brasilia, Utopia, Brasil
Cidades
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Tombola, bingo de rua-Campeche, Mexico
Cultura
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Serra da Leba, a estrada aos esses projectada pelo Eng. Edgar Cardoso
Em Viagem
Serra da Leba, Angola

Aos Esses. Pela História de Angola.

Uma estrada ousada e providencial inaugurada nas vésperas da Revolução dos Cravos liga a planura do Namibe às alturas verdejantes da Serra da Leba. As suas sete curvas em gancho surgem no enfiamento de um passado colonial atribulado. Dão acesso a alguns dos cenários mais grandiosos de África.
Sombra de sucesso
Étnico
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
luz solar fotografia, sol, luzes
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 2)

Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
Ruínas, Port Arthur, Tasmania, Australia
História
À Descoberta de Tassie,  Parte 2 - Hobart a Port Arthur, Austrália

Uma Ilha Condenada ao Crime

O complexo prisional de Port Arthur sempre atemorizou os desterrados britânicos. 90 anos após o seu fecho, um crime hediondo ali cometido forçou a Tasmânia a regressar aos seus tempos mais lúgubres.
Mahé Ilhas das Seychelles, amigos da praia
Ilhas
Mahé, Seychelles

A Ilha Grande das Pequenas Seychelles

Mahé é maior das ilhas do país mais diminuto de África. Alberga a capital da nação e quase todos os seichelenses. Mas não só. Na sua relativa pequenez, oculta um mundo tropical deslumbrante, feito de selva montanhosa que se funde com o Índico em enseadas de todos os tons de mar.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Inverno Branco
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Cavalgada em tons de Dourado
Natureza
El Calafate, Argentina

Os Novos Gaúchos da Patagónia

Em redor de El Calafate, em vez dos habituais pastores a cavalo, cruzamo-nos com gaúchos criadores equestres e com outros que exibem para gáudio dos visitantes, a vida tradicional das pampas douradas.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Penhascos acima do Valley of Desolation, junto a Graaf Reinet, África do Sul
Parques Naturais
Graaf-Reinet, África do Sul

Uma Lança Bóer na África do Sul

Nos primeiros tempos coloniais, os exploradores e colonos holandeses tinham pavor do Karoo, uma região de grande calor, grande frio, grandes inundações e grandes secas. Até que a Companhia Holandesa das Índias Orientais lá fundou Graaf-Reinet. De então para cá, a quarta cidade mais antiga da nação arco-íris prosperou numa encruzilhada fascinante da sua história.
Fortaleza de Massada, Israel
Património Mundial UNESCO
Massada, Israel

Massada: a Derradeira Fortaleza Judaica

Em 73 d.C, após meses de cerco, uma legião romana constatou que os resistentes no topo de Massada se tinham suicidado. De novo judaica, esta fortaleza é agora o símbolo supremo da determinação sionista
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Praias
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Cabine Saphire, Purikura, Tóquio, Japão
Sociedade
Tóquio, Japão

Fotografia Tipo-Passe à Japonesa

No fim da década de 80, duas multinacionais nipónicas já viam as fotocabines convencionais como peças de museu. Transformaram-nas em máquinas revolucionárias e o Japão rendeu-se ao fenómeno Purikura.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Gandoca Manzanillo Refúgio, Baía
Vida Selvagem
Gandoca-Manzanillo (Refúgio de Vida Selvagem), Costa Rica

O Refúgio Caribenho de Gandoca-Manzanillo

No fundo do seu litoral sudeste, na iminência do Panamá, a nação “tica” protege um retalho de selva, de pântano e de Mar das Caraíbas. Além de um refúgio de vida selvagem providencial, Gandoca-Manzanillo revela-se um deslumbrante éden tropical.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.