Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá


Vastidão da Zambézia
Vista do relevo da Zambézia, duma encosta dos Montes Namuli
Cinema Gurué
Trânsito em volta do velho cinema Gurué
Linha de Motoboys
Motoboys a postos, no centro de Gurué
Peregrinos
Grupo de peregrinos deixam a capela de Gurué
Apanha do chá
Apanhadores de chá trabalham numa plantação junto à UP4
Chazeira de Moçambique
Uma das unidades de produção de chá activas de Gurué
A Equipa do IPIS
A equipa feminina do IPIS, a momentos de partir para um desafio contra as Artes
Em plena apanha
Apanhadores de chá trabalham numa plantação junto à UP4
Caminho do chá
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
O Centro de Gurué
A rua principal de Gurué, vista do 1º Piso do cinema
O Chá Apanhado
Cestos de chá e os trabalhadores que os apanharam numa estação da UP4
Chá aos Cestos
Cestos de chá recém-apanhado.
Monte Murresse
Monte Murresse como visto de Gurué
Chá & Montes Namuli
Vista aérea das plantações de chá acima da UP4 de Gurué
Caminho do Chá II
Jovens mulheres percorrem um caminho que sulca uma plantação de chá
Socalcos na Encosta
Vista aérea das plantações de chá acima da UP4 de Gurué
Conversa na Loja
Moradoras de Gurué à conversa
Vastidão da Zambézia II
Vista do relevo da Zambézia, visto duma encosta dos Montes Namuli
Família do restaurante-bar Arina
Sr.Valente, Dª Lídia e filha, no bar-restaurante da família
Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.

O seu a seu dono.

Temos a obrigação de sublinhar que o estímulo inicial para buscarmos o lugar tema deste artigo, como do que se seguirá, foram umas poucas cenas de magia e mistério a preto-e-branco do filme de Miguel Gomes “Tabu”.

Sentados numa das salas do velho cinema “King”, deslumbramo-nos com cenários montanhosos que, pela trama, se situavam numa das ex-colónias portuguesas de África.

Identificamo-los. Nos anos seguintes, planeamos duas viagens a Moçambique. Na primeira, com excepção para uma incursão à Gorongosa, percorremos a costa, de Maputo à ilha Ibo  com passagem por Inhambane e pelo Tofo.

Na segunda, já sem termos como resistir, usamos o comboio para ir da Beira até Tete e ao lado de lá do país. De Tete, cruzamos o Malawi numas horas, até chegarmos à cidade fronteiriça de Milange. Em Milange, ficamos com Gurué ao alcance.

Se percorrido de seguida e sem percalços, o trajecto entre Milange e Gurué faz-se em seis horas. Estávamos, no entanto, à mercê dos chapas moçambicanos.

Entre as esperas até que os proprietários conseguissem lotação esgotada e os tempos arrastados dos percursos Milange – Mocuba e Mocuba – Gurué, acumularam-se onze horas de viagem, no derradeiro trecho, por uma estrada esburacada até mais não.

Onze Horas Depois, a Chegada Nocturna

Sobre as dez da noite, por fim, o sôr Voador – assim conhecido cremos que por voar sobre os buracos sem que os pneus lhe rebentassem – deixa-nos à porta da Pensão Gurué. Tínhamos feito uma reserva telefónica prévia. Quando entramos, percebemos que a Pensão Gurué estava quase ao abandono, tomada por insectos rastejantes.

Deixamos as malas. Saímos para o único lugar em que o segurança da pensão nos disse que ainda poderíamos jantar. Damos com o restaurante-bar “Arina” em modo festivo, com música alta e convivas a celebrar o fim da semana de trabalho.

Ao balcão, o sr. Valério saúda-nos e dá-nos esperança: ” a minha mulher já fechou a cozinha. Vou ver se ela vos faz qualquer coisa.” A Dª Lídia anui. Foi a primeira de todas as refeições a sério que tivemos, em Gurué.

O sr. Valério fala-nos de uma pousada logo ao lado. Quando a espreitamos, parece-nos uma solução mochileira bem mais condigna e confortável. Findo o jantar, mudamo-nos para lá. Por fim, temos a recompensa de um sono tranquilo e duradouro.

Despertamos para um sol tropical radiante. Subimos a escadaria da pousada, em modo de reconhecimento diurno. Caminhamos na direcção da rotunda que faz do cerne da povoação.

O velho cinema Gurué que encerra a praça a leste cheira a pipocas.

Trânsito em volta do velho cinema Gurué

Trânsito em volta do velho cinema Gurué

Subimos um piso.

A Deambulação Inaugural pela Cidade

Do quase cimo do edifício, admiramos a rotunda e a artéria principal de Gurué, também estrada nacional N103, que vemos percorrida por um trânsito sortido e barulhento.

À imagem do cinema e da pensão, quase todos os edifícios deixados pelos portugueses estão gastos.

Outros, supostos restaurantes e pousadas, revelam um desleixo condizente com a ausência generalizada de estrangeiros a turistar agravada pela recente pandemia. Nos dias que passámos em Gurué, éramos os únicos.

Negócios de vários tipos preenchem os lados da via. Uns poucos mini-mercados e lojas geridas por famílias paquistanesas e chinesas.

Mais afastada da rotunda, a via transforma-se num verdadeiro mercado africano, animado por lojinhas e por bancas de beira da estrada.

A rua principal de Gurué, vista do 1º Piso do cinema

A rua principal de Gurué, vista do 1º Piso do cinema

Regressamos ao âmago da povoação. Temos a missão de recarregar os dados de Internet. Fazêmo-lo numa agência Movitel tão quente e abafada que também nos serve de sauna.

Cruzamos o Jardim Municipal. No extremo oposto, chama-nos a atenção uma capela de arquitectura aventurosa.

Parece atrair uma nuvem que a evaporação intensa fazia expandir.

A Visão Inaugural de um Monte Namuli e o Dia-a-Dia de Gurué

De lá, sem o esperarmos, temos o primeiro vislumbre de um dos montes Namuli, o Murresse, com o seu cume arredondado destacado e coberto de um estranho verde musgoso.

Poderia ser aquele o Monte Tabu do “Tabu” de Miguel Gomes.­­

Monte Murresse como visto de Gurué

Monte Murresse, visto de Gurué

Do nada, uma congregação de peregrinos deixa a capela.

Uma crente, de sua graça Celestina, dá-nos as boas-vindas.

Pergunta-nos se somos católicos, se a eles nos queremos juntar. Escusamo-nos com o plano de deambularmos pela cidade.

Grupo de peregrinos deixam a capela de Gurué

Grupo de peregrinos deixam a capela de Gurué

Volta a passar por ali a N103.

Ao longo do Hospital Rural de Gurué, a via aloja uma extensão do mercado dedicada às frutas e vegetais.

Motoboys alinhados, mas concorrentes, controlam-na de olho nos potenciais clientes.

Motoboys a postos, no centro de Gurué

Motoboys a postos, no centro de Gurué

Nas imediações, convivemos com a equipa de futebol feminino do Instituto Politécnico (Ipis), recém-equipada de amarelo e que se prepara para um confronto com as Artes, a disputar ali em redor.

A equipa feminina do IPIS, a momentos de partir para um desafio contra as Artes

A equipa feminina do IPIS, a momentos de partir para um desafio contra as Artes

Malgrado alguma decadência visual dos seus edifícios e da arquitectura colonial, Gurué acolhe sérios trunfos evolutivos.

Além do IPIS, coexistem os polos da Universidade Católica de Moçambique e o Instituto Dom Bosco, incumbidos de formar as próximas gerações moçambicanas, de entre os quase 300.000 habitantes do distrito e os que se mudam de terras nem sempre próximas da Zambézia.

Vista do relevo da Zambézia, visto duma encosta dos Montes Namuli

Vista do relevo da Zambézia, visto duma encosta dos Montes Namuli

Num Moçambique ainda refém da ideologista marxista e da sua corrupção pós-marxista, as oportunidades escasseiam.

Da Fundação a um Domínio Produtivo do Chá

Serão mais que as que os portugueses lhes tinham previstas, num regime colonial em que o trabalho dos negros pouco ou nada era remunerado, em que a formação, a liderança e a prosperidade estavam reservadas aos brancos.

Cestos de chá e os trabalhadores que os apanharam numa estação da UP4

Cestos de chá e os trabalhadores que os apanharam numa estação da UP4

Foram os portugueses que fundaram a Gurué não tribal, durante o século XIX. Certas teorias defendem que a baptizaram com a adaptação do dialecto local lomué (macua ocidental) para javali ou, então, de ikurué, traduzível como poderoso.

Uma outra, bem díspar, é a evocada pela escritora moçambicana Paulina Chiziane. Inspirou, aliás, a sua obra “o Alegre Canto da Perdiz”.

Paulina Chiziane relembra que, na mitologia do povo lomué, os Montes Namuli – que são considerados o Éden Africano e o berço da humanidade – nasceram do ovo de uma perdiz.  Já Gurué, a cidade, terá recebido a inspiração mitológica para o seu nome do canto da perdiz, que canta “curué, curué, curué” ou “gurué, gurué, gurué”.

Ora o chá chegou à cidade, pouco depois da sua fundação colonial.

Na senda do que os rivais britânicos já faziam a oeste do maciço de Malange (actual Malawi) e que, desde 1914, a Empresa Agrícola de Lugela e a Sociedade de Chá Oriental transpunham para o distrito de Milange, as autoridades ofereceram terras no sopé dos Montes Namuli.

Estimularam portugueses endinheirados a lá gerarem as grandes plantações moçambicanas de chá.

Vista aérea das plantações de chá acima da UP4 de Gurué

Vista aérea das plantações de chá acima da UP4 de Gurué

A partir de 1930, a Companhia da Zambézia, a SDZ Chá, a Chá Moçambique, a Chá Gurué e as Plantações Manuel Saraiva Junqueiro, todas possuíam sedes em Gurué. Enriqueciam com a produção e comercialização de chás que conquistaram prestígio internacional.

Foram os casos do Licungo, do Gurúè, do Sto António e do Monte Branco Junqueiro, exportados para o Reino Unido, os Estados Unidos e o Canadá.

Na década de 40, os barões portugueses do chá serviam a presença, em Gurué, de mais de trezentos familiares, amigos, colegas e assalariados.

O chá dava trabalho a milhares de nativos de Gurué, de Lugela e de Ile.

Apanhadores de chá trabalham numa plantação junto à UP4

Apanhadores de chá trabalham numa plantação junto à UP4

Suscitava lucros que financiaram novos lares, infra-estruturas e outros investimentos agrícolas. Não tarda, até mesmo de uns poucos luxos, caso do cinema, erguido em 1950.

Por forma a resolver a interioridade da povoação, os Transportes Aéreos da Zambézia asseguraram voos para Nampula e Quelimane, a capital da província.

Em 1960, a Zambézia, com óbvia concentração em Gurué, detinha uma das mais amplas áreas de chá do Hemisfério Sul e produzia em redor de 20 mil toneladas anuais.

O chá, a par do caju e do algodão, tornou-se uma das principais exportações moçambicanas.

Cestos de chá recém-apanhado.

Cestos de chá recém-apanhado.

O Re-baptismo Colonial como Vila Junqueiro

Um dos impulsionadores deste crescimento foi Manuel Saraiva Junqueiro, proprietário da SDZ, Sociedade de Desenvolvimento da Zambézia e, assim ditou o destino no final da década de 50, vítima mortal de um acidente de aviação.

Em sua homenagem, em Outubro 1959, as autoridades rebaptizaram Gurué de Vila Junqueiro. Este nome só foi usado no papel. Entre as gentes, prevaleceu, como prevalece, Gurué.

Malgrado as guerras e a independência moçambicana, a história e a génese lusa estão longe de apagar. Prosseguimos EN103 abaixo. Passamos pelo Paço Episcopal da Diocese de Gurué.

Pouco depois, damos com duas estações de serviço.

A segunda é uma GALP.

Registada como de Manuel Ferreira & Filhos, uma das famílias portuguesas que se manteve em Gurué. Sem surpresa, frequentam a sua loja de conveniência uns poucos portugueses com funções na cidade e na Zambézia. Também lá nos abastecemos de víveres e improvisamos quase-refeições.

Fazemo-lo, por exemplo, antes da incursão inaugural às plantações de chá circundantes. A primeira de várias que contaremos no complemento deste artigo.

 

COMO IR

Voe de Lisboa para Maputo, com a TAPflytap.com por a partir de 800€ ida-e-volta. De Maputo, poderá voar com a LAM até Quelimane onde poderá alugar um jipe ou uma pick up e viajar até Gurué.

Reserve o seu programa mais amplo de Moçambique com a Quadrante Viagens: quadranteviagens.pt

Ilha Ibo, Moçambique

Ilha de um Moçambique Ido

Foi fortificada, em 1791, pelos portugueses que expulsaram os árabes das Quirimbas e se apoderaram das suas rotas comerciais. Tornou-se o 2º entreposto português da costa oriental de África e, mais tarde, a capital da província de Cabo Delgado, Moçambique. Com o fim do tráfico de escravos na viragem para o século XX e a passagem da capital para Porto Amélia, a ilha Ibo viu-se no fascinante remanso em que se encontra.
Bazaruto, Moçambique

A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
Ilha de Moçambique, Moçambique  

A Ilha de Ali Musa Bin Bique. Perdão, de Moçambique

Com a chegada de Vasco da Gama ao extremo sudeste de África, os portugueses tomaram uma ilha antes governada por um emir árabe a quem acabaram por adulterar o nome. O emir perdeu o território e o cargo. Moçambique - o nome moldado - perdura na ilha resplandecente em que tudo começou e também baptizou a nação que a colonização lusa acabou por formar.
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Ilha do Ibo a Ilha QuirimbaMoçambique

Ibo a Quirimba ao Sabor da Maré

Há séculos que os nativos viajam mangal adentro e afora entre a ilha do Ibo e a de Quirimba, no tempo que lhes concede a ida-e-volta avassaladora do oceano Índico. À descoberta da região, intrigados pela excentricidade do percurso, seguimos-lhe os passos anfíbios.
Pemba, Moçambique

De Porto Amélia ao Porto de Abrigo de Moçambique

Em Julho de 2017, visitámos Pemba. Dois meses depois, deu-se o primeiro ataque a Mocímboa da Praia. Nem então nos atrevemos a imaginar que a capital tropical e solarenga de Cabo Delgado se tornaria a salvação de milhares de moçambicanos em fuga de um jihadismo aterrorizador.
Ilha de Goa, Ilha de Moçambique, Moçambique

A Ilha que Ilumina a de Moçambique

A pequena ilha de Goa sustenta um farol já secular à entrada da Baía de Mossuril. A sua torre listada sinaliza a primeira escala de um périplo de dhow deslumbrante em redor da velha Ilha de Moçambique.

Machangulo, Moçambique

A Península Dourada de Machangulo

A determinada altura, um braço de mar divide a longa faixa arenosa e repleta de dunas hiperbólicas que delimita a Baía de Maputo. Machangulo, assim se denomina a secção inferior, abriga um dos litorais mais grandiosos de Moçambique.
Vilankulos, Moçambique

Índico vem, Índico Vai

A porta de entrada para o arquipélago de Bazaruto de todos os sonhos, Vilankulos tem os seus próprios encantos. A começar pela linha de costa elevada face ao leito do Canal de Moçambique que, a proveito da comunidade piscatória local, as marés ora inundam, ora descobrem.
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Tofo, Moçambique

Entre o Tofo e o Tofinho por um Litoral em Crescendo

Os 22km entre a cidade de Inhambane e a costa revelam-nos uma imensidão de manguezais e coqueirais, aqui e ali, salpicados de cubatas. A chegada ao Tofo, um cordão de dunas acima de um oceano Índico sedutor e uma povoação humilde em que o modo de vida local há muito se ajusta para acolher vagas de forasteiros deslumbrados.
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Inhambane, Moçambique

A Capital Vigente de uma Terra de Boa Gente

Ficou para a história que um acolhimento generoso assim fez Vasco da Gama elogiar a região. De 1731 em diante, os portugueses desenvolveram Inhambane, até 1975, ano em que a legaram aos moçambicanos. A cidade mantém-se o cerne urbano e histórico de uma das províncias mais reverenciadas de Moçambique.
Gurué, Moçambique, Parte 2

Em Gurué, entre Encostas de Chá

Após um reconhecimento inicial de Gurué, chega a hora do chá em redor. Em dias sucessivos, partimos do centro da cidade à descoberta das plantações nos sopés e vertentes dos montes Namuli. Menos vastas que até à independência de Moçambique e à debandada dos portugueses, adornam alguns dos cenários mais grandiosos da Zambézia.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Yak Kharka a Thorong Phedi, Circuito Annapurna, Nepal, iaques
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Lençóis da Bahia, Diamantes Eternos, Brasil
Arquitectura & Design
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Alturas Tibetanas, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Aventura

Mal de Altitude: não é mau. É péssimo!

Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.
Sombra de sucesso
Cerimónias e Festividades
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
Totem, Sitka, Viagem Alasca que já foi da Rússia
Cidades
Sitka, Alasca

Sitka: Viagem por um Alasca que Já foi Russo

Em 1867, o czar Alexandre II teve que vender o Alasca russo aos Estados Unidos. Na pequena cidade de Sitka, encontramos o legado russo mas também os nativos Tlingit que os combateram.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Conversa entre fotocópias, Inari, Parlamento Babel da Nação Sami Lapónia, Finlândia
Cultura
Inari, Finlândia

O Parlamento Babel da Nação Sami

A Nação sami integra quatro países, que ingerem nas vidas dos seus povos. No parlamento de Inari, em vários dialectos, os sami governam-se como podem.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Em Viagem
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Vista do John Ford Point, Monument Valley, Nacao Navajo, Estados Unidos
Étnico
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Porfólio Got2Globe

O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

Em plena costa do Ouro
História
Elmina, Gana

O Primeiro Jackpot dos Descobrimentos Portugueses

No séc. XVI, Mina gerava à Coroa mais de 310 kg de ouro anuais. Este proveito suscitou a cobiça da Holanda e da Inglaterra que se sucederam no lugar dos portugueses e fomentaram o tráfico de escravos para as Américas. A povoação em redor ainda é conhecida por Elmina mas, hoje, o peixe é a sua mais evidente riqueza.
Santa Maria, Ilha mãe dos Açores
Ilhas
Santa Maria, Açores

Santa Maria: Ilha Mãe dos Açores Há Só Uma

Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Lago Tinquilco no PN Huerquehue, Pucón, La Araucania, Chile
Natureza
Pucón, Chile

Entre as Araucárias de La Araucania

A determinada latitude do longilíneo Chile, entramos em La Araucanía. Este é um Chile rude, repleto de vulcões, lagos, rios, quedas d’água e das florestas de coníferas de que brotou o nome da região. E é o coração de pinhão da maior etnia indígena do país: a Mapuche.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
ilha de Praslin, cocos do mar, Seychelles, Enseada do Éden
Parques Naturais

Praslin, Seychelles

 

O Éden dos Enigmáticos Cocos-do-Mar

Durante séculos, os marinheiros árabes e europeus acreditaram que a maior semente do mundo, que encontravam nos litorais do Índico com forma de quadris voluptuosos de mulher, provinha de uma árvore mítica no fundo dos oceanos.  A ilha sensual que sempre os gerou deixou-nos extasiados.
Uxmal, Iucatão, capital Maia, a Pirâmide do Adivinho
Património Mundial UNESCO
Uxmal, Iucatão, México

A Capital Maia que Se Empilhou Até ao Colapso

O termo Uxmal significa construída três vezes. Na longa era pré-Hispânica de disputa do mundo Maia, a cidade teve o seu apogeu, correspondente ao cimo da Pirâmide do Adivinho no seu âmago. Terá sido abandonada antes da Conquista Espanhola do Iucatão. As suas ruínas são das mais intactas da Península do Iucatão.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Personagens
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Fila Vietnamita
Praias

Nha Trang-Doc Let, Vietname

O Sal da Terra Vietnamita

Em busca de litorais atraentes na velha Indochina, desiludimo-nos com a rudeza balnear de Nha Trang. E é no labor feminino e exótico das salinas de Hon Khoi que encontramos um Vietname mais a gosto.

Chiang Khong a Luang prabang, Laos, Pelo Mekong Abaixo
Religião
Chiang Khong - Luang Prabang, Laos

Barco Lento, Rio Mekong Abaixo

A beleza do Laos e o custo mais baixo são boa razões para navegar entre Chiang Khong e Luang Prabang. Mas esta longa descida do rio Mekong pode ser tão desgastante quanto pitoresca.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Sobre Carris
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Tombola, bingo de rua-Campeche, Mexico
Sociedade
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
Vida Selvagem
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.