Ilha das Flores, Açores

Os Confins Atlânticos dos Açores e de Portugal


Verde-Alagoínha
Quedas d'água fluem paredes abaixo e renovam a água da Alagoinha.
Igreja da Lomba
Igreja de Nª Srª Rosário da Lomba.
Lagoa Comprida
A lagoa Comprida das Flores
Panorama à Vista
Sinal de trânsito antigo indica mais um dos inúmeros miradouros da ilha das Flores.
Trabalho é trabalho
Rui Filipe Custódio, jovem florense, morador da Fajãzinha regressa a um milheiras para voltar a encher o cesto de espigas.
O Riacho
Edifícios de antigos moinhos, à beira de um riacho pedregoso.
Ocaso
Sol põe-se abaixo de uma camada de nuvens carregadas que escurece a Fajãzinha.
Uma Costa pouco Florida
Perspectiva aérea do litoral sul da ilha das Flores, nas imediações da capital Santa Cruz das Flores.
Trio de Gado
Vacas sobre uma elevação atufada nas imediações do Morro Alto, o ponto mais elevado das Flores
Igreja da Nª Srª da Conceição
Fachada da maior igreja de Santa Cruz das Flores, a igreja da Nª Srª da Conceição.
A Pista
A pista do aeroporto das Flores, que separa a capital Santa Cruz do resto da ilha.
Quedas d’água Alagoínha
Quedas d'água fluem paredes abaixo e renovam a água da Alagoinha.
Fajãzinha-Centro
O centro do povoado da Fajãzinha, um dos mais antigos e notórios da costa oeste das Flores.
A Mais Escura das Lagoas
A Lagoa Escura (e profunda) das Flores, vizinha da Lagoa Comprida.
Gerações do Milho
António de Freitas, Maria de Fátima e Rui Filipe colhem espigas de milho.
Vale da Vida
Panorâmica do vale da costa ocidental das Flores em que se instalou a Fajãzinha
Ladeira abaixo
Vacas descem uma encosta de beira de estrada da ilha das Flores.
Igreja de Nª Srª da Conceição
Uma das várias igrejas de Santa Cruz das Flores, das mais imponentes dos Açores.
Onde, para oeste, até no mapa as Américas surgem remotas, a Ilha das Flores abriga o derradeiro domínio idílico-dramático açoriano e quase quatro mil florenses rendidos ao fim-do-mundo deslumbrante que os acolheu.

É íntima a relação do aeroporto da Ilha das Flores com Santa Cruz, a sua capital.

A cidade aproveitou-se de uma laje destacada da costa oriental­­. Arruma-se como pode, entre o mar e a pista de asfalto que a separa da encosta inaugural da ilha.

A algumas milhas para norte, a Vila do Corvo espreita-a em permanência. Vive uma vigia mútua e solidária que atenua a solidão e a pequenez imposta pelo Atlântico sem fim.

Ilha das Flores e o Corvo à Vista

O avião revela-as às duas, uma de cada correnteza de janelas. O casario de Santa Cruz, mais e mais definido à medida que a aterragem se aproxima. O do Corvo, aninhado na base da ilha-montanha, apenas e só um vislumbre.

Pousamos contra um vento castigador. Desembarcamos. Num ápice, saímos prontos a verificar a promessa do nativo ao balcão do rent-a-car: “pois, mas mesmo que esta seja a última, vai ser a ilha de que vão gostar mais.” afiança-nos convicto da beleza da sua terra.

Apressamo-nos a instalar-nos e a explorá-la decididos a deixar, para o fim, a cidade que nos recebera.

Contornamos o aeroporto e seguimos vertente acima, apontados à Ribeira dos Barqueiros.

Um desvio da estrada conduz-nos ao Miradouro do Monte das Cruzes e, este, à perspectiva elevada e contrária da pista do aeroporto e da capital, agora do lado de lá, sobranceira ao oceano.

Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

A pista do aeroporto das Flores, que separa a capital Santa Cruz do resto da ilha.

Mudamos da principal via costeira para a ER2-2 que atravessa a ilha a meio. Avançamos pelo reduto mais elevado da Ilha das Flores, um domínio de quase só verde multiplicado entre cumes e prados ondulantes e velhas crateras afundadas por lagoas.

As Caldeiras, as Lagoas de uma Ilha Verdejante e Exuberante

São de tal forma abundantes estas crateras e lagoas que o segundo miradouro em que nos detemos não só foi baptizado em sua honra como as revela aos pares: a Caldeira Negra (ou Funda) e a Caldeira Comprida, lado a lado, vizinhas, mas díspares também no tom da água.

Lagoa Escura, Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

A Lagoa Escura (e profunda) das Flores, vizinha da Lagoa Comprida.

A primeira é escura como breu. A outra, verde, como que tingida pela vegetação envolvente.

A norte destas, a Caldeira Branca e a Lagoa Seca fazem um par rival que enriquece a Reserva Florestal Natural do Morro Alto, no sopé da elevação homónima e, com os seus 914 metros de altitude, a suprema da ilha.

Aproveitamos a proximidade. Metemo-nos por uma estrada de terra e conquistamo-la aos solavancos, a pontos, ladeados por incríveis muros naturais amarelos e verdes de musgo e de líquenes ou por extensões surreais de bolas atufadas de vegetação.

Pequenas manadas de vacas e novilhos cor-de-avelã estranham a incursão e trepam ao cimo dos tufos arredondados de onde nos observam com suspeição.

Gado Morro Alto, Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

Vacas sobre uma elevação atufada nas imediações do Morro Alto, o ponto mais elevado das Flores

O cume do Morro Alto não tarda.

Desvenda-nos as várias lagoas porque tínhamos passado e um mar franzido de mato quase raso que se prolongava até ao oceânico em redor.

Descemos das alturas apontados à costa poente. Pouco depois de regressarmos ao alcatrão, atravessamos a Ribeira Grande.

Apercebemo-nos mais tarde, no mapa, que nasce nas terras altas, se divide, flui em direcções opostas e cruza a ilha de lado a lado.

Em qualquer ilha dos Açores, abundam os miradouros. Na Ilha das Flores, é igual.

É com grande proveito panorâmico que neles nos continuamos a deter.

Panorama, Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

Sinal de trânsito antigo indica mais um dos inúmeros miradouros da ilha das Flores.

Em seguida, o de Craveiro Lopes, cravado sobre as falésias viradas a ocidente. De lá,  vislumbramos o casario da Fajazinha a salpicar o vale profundo retalhado de minifúndios murados que acolheu a povoação.

Os Colonos chegados do Continente à Ilha das Flores. Pouco depois, os Flamengos.

A Fajazinha surge na costa oposta àquela em que, em 1480, se inaugurou o povoamento da ilha.

Foi seu responsável um flamengo. Willem van der Haegen negociou com Dª Maria Vilhena os direitos de capitão donatário originais de Diogo de Teive e que, entretanto, passaram dos Teives para Fernão Teles de Meneses.

Este – são coisas do destino – morreu em 1477, vítima de uma pedrada, durante uma briga numa rua de Alcácer do Sal.

O assentamento do flamengo durou dez anos. Vencido pelo isolamento, Der Haegen mudou-se para São Jorge. O povoamento só foi retomado em 1504, por iniciativa do rei Manuel I. Através do novo capitão-donatário João da Fonseca que promoveu a chegada de colonos da Terceira e da Madeira.

Seis anos depois, vários outros se instalaram, provindos de distintas regiões do norte de Portugal.

Fixaram-se em distintas zonas da costa da ilha, de acordo com o determinado pela sesmaria que lhes fora atribuída e assim incumbidos de cultivar trigo, cevada, milho, legumes, urzela e pastel.

Da Colonização à Intensa Emigração

Lajes das Flores e Santa Cruz das Flores receberam, dessa forma, as suas Cartas de Foral.

Mesmo dividida por bolsas semi-isoladas entre si, a povoação da ilha pegou finalmente de estaca, também devido ao estímulo do comércio com mercadores vindos do Faial, do Pico e da Terceira.

Descemos ao âmago da Fajazinha, uma das aldeias que prosperou até meio do século XIX. Por essa altura, quase chegou aos 900 habitantes mas, em 2011, já só tinha 76.

Fajãzinha, Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

Panorâmica do vale da costa ocidental das Flores em que se instalou a Fajãzinha

No entretanto, uma boa parte da população – sobretudo os homens mais jovens – embarcaram em navios baleeiros rumo às terras da América do Norte: Boston, New Bedford, Provincetown, Natucket.

Da Ilha das Flores, entre 1864 e 1920, partiram quase 10.000 pessoas. Apesar dos sermões dos padres que tentavam impingir mil e uma agruras da vida no destino final.

E das preocupação das autoridades em conter esta sangria populacional com patrulhas marítimas regulares de canhoneiras.

Fajãzinha-centro, Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

O centro do povoado da Fajãzinha, um dos mais antigos e notórios da costa oeste das Flores.

Foram tanto florenses como açorianos de outras paragens que se mudavam para a Ilha das Flores em busca da sua oportunidade.

O tilintar das águias americanas (“moedas de ouro de 20 dólares) exibidas pelos retornados e a possibilidade de evitarem o serviço militar nas colónias africanas que nada lhes diziam, provaram-se sempre argumentos mais convincentes.

Uma Família Entregue aos Afazeres Rurais da Fajãzinha

Procuramos onde estacionar quando vemos um cesto carregado de espigas de milho mover-se abaixo. Segura-o uma única mão.

Metemos conversa com o rapaz que o carrega.

Mesmo sabendo de que, a seu ver, a cena não passava de um de tantos esforços agrícolas, gabamos-lhe a elegância rural.

Rui Custódio, Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

Rui Filipe Custódio, jovem florense, morador da Fajãzinha regressa a um milheiras para voltar a encher o cesto de espigas.

O moço reage com bem mais sensibilidade e acolhimento do que esperávamos. “Acham? Então cheguem ali acima. Já vão ver diferente. Está lá a minha família a colher o resto.” Seguimos a sugestão.

Damos com um milheiral já desfolhado. E com António de Freitas, Maria de Fátima e Rui Filipe, três gerações de florenses sorridentes, pachorrentos e bem consigo próprios.

Partilham a mesma tarefa agrícola e interrompem-na com prazer para nos aturar.

Conversamos sobre a beleza da Fajazinha e as peculiaridades da sua agricultura. Até que nos começa a custar atrasar-lhes mais a vida e nos despedimos.

Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

António de Freitas, Maria de Fátima e Rui Filipe colhem espigas de milho.

O Fluir há muito Caprichoso da Ribeira Grande

Atravessa a Fajazinha a tal Ribeira Grande fenomenal que antes tínhamos cruzado. Pois reza a história que, alimentada pelas chuvas que tantas vezes encharcam a ilha, esta mesma ribeira passa com frequência de Grande a torrencial, de benesse a ameaça e faz sérios estragos.

José António Camões, um padre que pregou a Cristandade na freguesia, narrou um seu capricho de 1794 com realismo: “Houve tal inundação e enchente que não só derrubou a dita ponte , mâs nem sequer ao menos della ficou o menor vestígio, sem rasto, saindo de seo leito natural a dicta ribeira que no desembocar no mar deixou um areal largo em maior distância de 300 braças com uma perda inextimavel dos pobres lavradores que possuiam terras a ella contíguas, que todas ao mar foram derregadas.

Como descreveu também o padre Camões, a determinada altura, a Ribeira Grande mergulha numa das mais impressionantes quedas d’água da ilha, com cerca de 200 metros.

Alagoínha: um Paisagem de Marca da Ilha

Logo ao lago, o caudal anexo da Ribeira do Ferreiro espraia-se pelo prolongamento da mesma falésia. Gera aquela que se tornou a imagem de marca da Ilha das Flores: as quedas d’água do Poço Ribeira do Ferreiro, mais conhecido como Alagoínha.

É a nossa próxima paragem.

Demoramos a achar o caminho curvo feito de grandes calhaus encaixados à sombra de uma floresta viçosa.

Quando o terminamos de percorrer, depressa damos com o paredão quase vertical forrado do verde da vegetação que se estende desde o alto à superfície da lagoa.

Vários véus de noiva deslizam, lado a lado, por esse verde abaixo até se integrarem no caudal do seu destino. Quando o vento amaina, a Alagoínha faz de espelho.

Duplica a cena acima e a beleza tão peculiar daquele lugar. Custa-nos deixá-lo.

Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

Quedas d’água fluem paredes abaixo e renovam a água da Alagoinha.

Da Fajazinha, movemo-nos costa ocidental acima, rumo à Fajã Grande. Também ali se destaca uma enorme queda d’água. Continua a erodir o seu caminho pela majestosa Rocha da Fajã abaixo.

Até se estatelar noventa metros abaixo, no Poço do Bacalhau que, apesar do nome, se encontra repleto de enguias.

Também não é o nome que o faz mas a Fajã Grande tem bem mais habitantes que a Fajazinha, para cima de duzentos em 2011. O grosso da sua fama vem, no entanto, de outro atributo.

É a última das povoações ocidentais da Europa.

Ocaso, Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

Sol põe-se abaixo de uma camada de nuvens carregadas que escurece a Fajãzinha.

Ilhéu de Monchique: o Último Estertor do Velho Mundo

A oeste, sobra apenas o Ilhéu de Monchique, um rochedo vulcânico com trinta metros de altura. Ermo, inóspito e sombrio, é este o derradeiro solo europeu.

Durante séculos, foi usado pelas embarcações para acertarem as suas rotas e verificarem os instrumentos de navegação. Hoje, serve, acima de tudo, como referência do tal extremo geográfico.

Na noite que se seguiu choveu a sério. Chuva com que, por estranho que pareça, nenhuma outra ilha dos Açores nos havia ainda prendado.

Continuou, até, pela manhã adentro mas, assim que o sol se empinou, afugentou as nuvens choradeiras e abriu passagem à bonança.

Igreja da Lomba, Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

Igreja de Nª Srª Rosário da Lomba.

Aproveitamos e aventuramo-nos pela estrada que ziguezagueava para sul.

Com passagem por Caveira, por Lomba, Fazenda das Lajes e Lajes das Flores, o assento do Governo Municipal e local de um porto de mar recém-alterado que veio alterar a ordem comercial das coisas, na ilha.

Encanta-nos a fachada insinuante da Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Logo à frente, o miradouro do velho forte sobre o porto.

A fortaleza com que a povoação se tentou defender dos ataques de corsários ingleses que se sucederam ao que, em 1587, a deixou saqueada e parcialmente destruída.

Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

Edifícios de antigos moinhos, à beira de um riacho pedregoso.

No dia anterior, tínhamos passado da Fajãzinha para a Fajã Grande. Tocava-nos agora uma curta viagem entre as Lajes e o Lajedo. E uma extensão ao pitoresco Mosteiro, a paróquia mais pequena da ilha com apenas 43 habitantes registados, em 2011.

A caminho, passamos pela Rocha dos Bordões, um fenómeno geológico curioso em que toda uma fachada de um penhasco solidificou com enormes estrias verticais na base.

De Volta a Santa Cruz das Flores

Dali, invertemos caminho apontados a Santa Cruz. Na capital, entretemo-nos a apreciar as várias igrejas. Prestamos atenção redobrada à Matriz da Conceição, uma das mais imponentes do arquipélago.

Procuramos ainda os fortes que a cidade foi erguendo com os anos, vítima da urgência de repelir os frequentes ataques.

Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

Uma das várias igrejas de Santa Cruz das Flores, das mais imponentes dos Açores.

No tanto que caminhamos, nenhuma vista aproximada nos fascina tanto como a que tínhamos revelado no primeiro dia, a partir do monte das Cruzes. Lá nos apressámos a regressar.

Reapreciamos o cenário harmonioso dos confins dos agora apelidados de Havai portugueses e aguardámos que algum avião chegasse para aterrar.

O nosso partia dentro em pouco pelo que nos vimos obrigados a pôr cobro à descoberta da Ilha das Flores e a regressar à Terceira.

Corvo, Açores

O Abrigo Atlântico Inverosímil da Ilha do Corvo

17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
Horta, Açores

A Cidade que Dá o Norte ao Atlântico

A comunidade mundial de velejadores conhece bem o alívio e a felicidade de vislumbrar a montanha do Pico e, logo, o Faial e o acolhimento da baía da Horta e do Peter Café Sport. O regozijo não se fica por aí. Na cidade e em redor, há um casario alvo e uma efusão verdejante e vulcânica que deslumbra quem chegou tão longe.
Vulcão dos Capelinhos, Faial, Açores

Na Pista do Mistério dos Capelinhos

De uma costa da ilha à opostoa, pelas névoas, retalhos de pasto e florestas típicos dos Açores, desvendamos o Faial e o Mistério do seu mais imprevisível vulcão.
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã

Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Vale das Furnas, São Miguel

O Calor Açoriano do Vale das Furnas

Surpreendemo-nos, na maior ilha dos Açores, com uma caldeira retalhada por minifúndios agrícolas, massiva e profunda ao ponto de abrigar dois vulcões, uma enorme lagoa e quase dois mil micaelenses. Poucos lugares do arquipélago são, ao mesmo tempo, tão grandiosos e acolhedores como o verdejante e fumegante Vale das Furnas.
Ilha do Pico, Açores

A Ilha a Leste da Montanha do Pico

Por norma, quem chega ao Pico desembarca no seu lado ocidental, com o vulcão (2351m) a barrar a visão sobre o lado oposto. Para trás do Pico montanha, há todo um longo e deslumbrante “oriente” da ilha que leva o seu tempo a desvendar.
Angra do Heroísmo, Terceira, Açores

Heroína do Mar, de Nobre Povo, Cidade Valente e Imortal

Angra do Heroísmo é bem mais que a capital histórica dos Açores, da ilha Terceira e, em duas ocasiões, de Portugal. A 1500km do continente, conquistou um protagonismo na nacionalidade e independência portuguesa de que poucas outras cidades se podem vangloriar.
Ponta Delgada, São Miguel, Açores

A Cidade da Grande Ilha dos Açores

Durante os séculos XIX e XX, Ponta Delgada tornou-se a cidade mais populosa e a capital económico-administrativa dos Açores. Lá encontramos a história e o modernismo do arquipélago de mãos-dadas.
Sistelo, Peneda-Gerês, Portugal

Do "Pequeno Tibete Português" às Fortalezas do Milho

Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Ilha Terceira, Açores

Ilha Terceira: Viagem por um Arquipélago dos Açores Ímpar

Foi chamada Ilha de Jesus Cristo e irradia, há muito, o culto do Divino Espírito Santo. Abriga Angra do Heroísmo, a cidade mais antiga e esplendorosa do arquipélago. São apenas dois exemplos. Os atributos que fazem da ilha Terceira ímpar não têm conta.
São Miguel, Açores

Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Ilha do Pico, Açores

Ilha do Pico: o Vulcão dos Açores com o Atlântico aos Pés

Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.
Santa Maria, Açores

Santa Maria: Ilha Mãe dos Açores Há Só Uma

Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
Campos de Gerês -Terras de Bouro, Portugal

Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Porto Santo, Portugal

Louvada Seja a Ilha do Porto Santo

Descoberta durante uma volta do mar tempestuosa, Porto Santo mantem-se um abrigo providencial. Inúmeros aviões que a meteorologia desvia da vizinha Madeira garantem lá o seu pouso. Como o fazem, todos os anos, milhares de veraneantes rendidos à suavidade e imensidão da praia dourada e à exuberância dos cenários vulcânicos.
Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
Paul do Mar a Ponta do Pargo a Achadas da Cruz, Madeira, Portugal

À Descoberta da Finisterra Madeirense

Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Safari
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
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Arquitectura & Design
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Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
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Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
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Fia Fia – Folclore Polinésio de Alta Rotação

Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e daqui ao Havai, contam-se muitas variações de danças polinésias. As noites samoanas de Fia Fia, em particular, são animadas por um dos estilos mais acelerados.
Mdina, Malta, Cidade Silenciosa, arquitectura
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Mdina, Malta

A Cidade Silenciosa e Notável de Malta

Mdina foi capital de Malta até 1530. Mesmo depois de os Cavaleiros Hospitalários a terem despromovido, foi atacada e fortificou-se a condizer. Hoje, é a costeira e sobranceira Valletta que conduz os destinos da ilha. A Mdina coube a tranquilidade da sua monumentalidade.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
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São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
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Aldeia da Cuada, Ilha das Flores, Açores

O Éden Açoriano Traído pelo outro Lado do Mar

A Cuada foi fundada, estima-se que em 1676, junto ao limiar oeste das Flores. Já em pleno século XX, os seus moradores juntaram-se à grande debandada açoriana para as Américas. Deixaram para trás uma aldeia tão deslumbrante como a ilha e os Açores.
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Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
viagem austrália ocidental, Surfspotting
Em Viagem
Perth a Albany, Austrália

Pelos Confins do Faroeste Australiano

Poucos povos veneram a evasão como os aussies. Com o Verão meridional em pleno e o fim-de-semana à porta, os habitantes de Perth refugiam-se da rotina urbana no recanto sudoeste da nação. Pela nossa parte, sem compromissos, exploramos a infindável Austrália Ocidental até ao seu limite sul.
Retorno na mesma moeda
Étnico
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

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Durante 2500 anos, a antropofagia fez parte do quotidiano de Fiji. Nos séculos mais recentes, a prática foi adornada por um fascinante culto capilar. Por sorte, só subsistem vestígios da última moda.
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Unawatuna a Tongalle, Sri Lanka

Pelo Fundo Tropical do Velho Ceilão

Deixamos a fortaleza de Galle para trás. De Unawatuna a Tangale, o sul do Sri Lanka faz-se de praias com areia dourada e de coqueirais atraídos pela frescura do Índico. Em tempos, palco de conflito entre potências locais e coloniais, este litoral é há muito partilhado por mochileiros dos quatro cantos do Mundo.
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Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Natureza
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Parques Naturais
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Património Mundial UNESCO
Glaciares

Planeta Azul-Gelado

Formam-se nas grandes latitudes e/ou altitudes. No Alasca ou na Nova Zelândia, na Argentina ou no Chile, os rios de gelo são sempre visões impressionantes de uma Terra tão frígida quanto inóspita.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Personagens
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Barcos fundo de vidro, Kabira Bay, Ishigaki
Praias
Ishigaki, Japão

Inusitados Trópicos Nipónicos

Ishigaki é uma das últimas ilhas da alpondra que se estende entre Honshu e Taiwan. Ishigakijima abriga algumas das mais incríveis praias e paisagens litorais destas partes do oceano Pacífico. Os cada vez mais japoneses que as visitam desfrutam-nas de uma forma pouco ou nada balnear.
igreja, nossa senhora, virgem, guadalupe, mexico
Religião
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Ilha Sentosa, Singapura, Família em praia artificial de Sentosa
Sociedade
Sentosa, Singapura

A Evasão e a Diversão de Singapura

Foi uma fortaleza em que os japoneses assassinaram prisioneiros aliados e acolheu tropas que perseguiram sabotadores indonésios. Hoje, a ilha de Sentosa combate a monotonia que se apoderava do país.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Fazenda de São João, Pantanal, Miranda, Mato Grosso do Sul, ocaso
Vida Selvagem
Fazenda São João, Miranda, Brasil

Pantanal com o Paraguai à Vista

Quando a fazenda Passo do Lontra decidiu expandir o seu ecoturismo, recrutou a outra fazenda da família, a São João. Mais afastada do rio Miranda, esta outra propriedade revela um Pantanal remoto, na iminência do Paraguai. Do país e do rio homónimo.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.