Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens


Ninho da Manta
Caminhante admira o cenário por diante a partir da varanda do miradouro do Ninho da Manta.
Glorioso novo dia
Admiradores da aurora contra o alaranjado de mais um nascer do dia.
O Orgulho-da-Madeira
Massarocos ou orgulhos-da-madeira destacam-se da restante vegetação das alturas da Madeira.
Luz ao Fundo
Caminhante prestes a deixar um dos vários túneis que possibilitam o trilho entre o Pico do Arieiro e o Pico Ruivo.
Radar Escondido
Radar da força aérea semi-abrigado atrás de rochedos do Pico do Arieiro.
Nas nuvens
Pausa para recuperar o fôlego acima do mar de nuvens que banha o norte da Madeira.
Caminho Vegetal
Duo sobe um trilho envolto de um sortido de vegetação madeirense.
O trilho roubado aos penhascos
Caminhante percorre um trecho escavado na rocha do trilho entre o Pico do Arieiro e o Pico Ruivo
Pequeno Túnel
Um dos vários túneis que perfuram a montanha entre o Pico do Arieiro e o Pico Ruivo.
Tentáculos vegetais
Árvore ressequida estende-se em direcção à humidade que paira contra a costa norte.
Glorioso novo dia II
Caminhantes acompanham o nascer do dia sobre o Pico do Areeiro.
Trilho Emoldurado
Um túnel amplo arredonda o cenário abaixo do miradouro do Ninho da Manta.
Cor e sombra
Cristas das montanhas entre o Pico do Arieiro e o Pico Ruivo.
O cimo do Pico Ruivo
Trilho serpenteia pelo tecto avermelhado do Pico Ruivo, o tecto da ilha da Madeira.
Direcções
Placas indicam as direcções opostas do Pico do Arieiro e do Pico Ruivo.
Passagem pelo escuro
Silhueta de caminhante num dos túneis com o Pico das Torres em fundo.
A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.

São seis da manhã. Hugo Rodrigues faz o jipe galgar uma longa sucessão de ladeiras vertiginosas que ligam a via rápida do Funchal VR1.

Primeiro a Poiso, o lugarejo e abrigo aninhado a 1400 metros, na floresta da vertente sul da ilha, povoação com passagem obrigatória a quem queira chegar ao Pico do Arieiro por estrada.

Já acima da floresta, com o alvor a insinuar-se ao breu, serpenteamos pelas terras altas do Maciço Central. Surpreendemos vacas deliciadas com o pasto húmido, algumas, num misterioso entendimento com a gravidade.

A claridade aumenta a olhos vistos. O Pico do Arieiro não tarda. Atingimo-lo a tempo de estacionar, de contornar um seu recorte e de conseguirmos, enfim, uma visão desobstruída para oriente. E que visão! Devemos exclamá-la com o máximo de admiração possível.

Uma Exuberante Aurora Celestial

Para leste, um atapetado celestial de nuvens estendia-se até se fundir com a infinitude desnublada que assentava no horizonte.

Como ansiado por uma multidão dispersa de adoradores dos eventos solenes do sistema solar, o grande astro emerge, por fim, do mar de nuvens.

Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Admiradores da aurora contra o alaranjado de mais um nascer do dia.

Primeiro, num espreitar subreptício, a coberto de uma faixa de tons quentes, uma espécie de friso atmosférico. Logo, numa saudação tímida. Por fim, todo o seu rosto arredondado e incandescente, a afirmar-se como se o dia não tivesse outra escolha que não acolhê-lo.

O sol ascende. Continua a tingir o manto nebuloso que o ocultava. Quando a sua bola resplandecente se destaca no azulão, doura a nebulosidade por completo. Suscita exultações e celebrações da vida entre os terráqueos conscientes da benesse astronómica incrível associada a toda e qualquer alvorada.

Passa-nos pela mente o desejo de avançar, de passar para cima das nuvens e de o tentar alcançar. Apressado numa rápida e aparente intersecção da Terra, o astro eleva-se e distancia-se do horizonte rumo ao seu zénite.

Viramo-nos para Ocidente. O raiar dourava os recortes caprichosos das montanhas que fazem de tecto da Madeira.

Espectadores do alvor em retirada, andavam na direcção do grande radar da Força Aérea, essa, uma esfera alva e sem vida, útil desde 2013 mas na sombra do estrelato e protagonismo solar desde que se viu inaugurada.

Radar da Força Aérea, Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Radar da força aérea semi-abrigado atrás de rochedos do Pico do Arieiro.

Sol a Subir, Hora de Deixar o Pico do Arieiro

Observamo-la por instantes, semi-oculta, como estava, detrás de uma pequena cordilheira com cimo dentado. Até que os tons quentes do Maciço Central para norte da Madeira nos reclamam a atenção e a travessia dos seus domínios.

Já na companhia de Gonçalo Vieira, um guia funchalense, fazemo-nos ao trilho-escadaria que descia por uma aresta delgada da vertente, tão estreita que contava com a segurança reforçada de vedações laterais, providenciais em dias de tempestade ou tão só ventania, em que sem o seu apoio, os caminhantes ficariam à mercê da meteorologia.

Prosseguimos. Por pouco tempo. Detém-nos o vislumbre de um casario disperso em vales longínquos da serrania, tudo parecia indicar inacessível. Conscientes da realidade improvável duma povoação chamada Curral das Freiras e da sua proliferação nas profundezas remotas da Madeira, perguntamos a Gonçalo se não seria, por acaso, algumas das suas casas.

Gonçalo confirma-o, com uma ressalva: “…mas não fazem parte do núcleo central. Devem estar na extensão norte da povoação.” Esclarecidos, seguimos-lhe os passos firmes, conhecedores daqueles degraus de montanha-russa que nos exigiam uma inesperada concentração.

Um Desvio Recompensador ao Miradouro do Ninho da Manta

Desviamos do caminho principal, de maneira a passarmos pelo varandim incontornável do Ninho da Manta, baptizado em homenagem a uma águia-de-asa-redonda (manta) que, em tempos, lá nidificava.

Ali, um miradouro imposto ao relevo revelava cenários mais exuberantes que nunca. A oeste, as vertentes mais elevadas e próximas exibiam-se no tom ocre da sua rocha, demasiado polida ou árida para conceder florescimentos.

Ninho da Manta, Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Caminhante admira o cenário por diante a partir da varanda do miradouro do Ninho da Manta.

Na direcção do Pico das Torres (1853 m), o segundo mais alto da ilha da Madeira, os cimos serrados das falésias admitiam um verde-raso que se agarrava às secções menos hirtas e polidas, num aperto resistente às rajadas de vento furiosas.

Do varandim para baixo, contra o sol ainda nascente, desdobrava-se uma imensidão de picos verdejantes, subsumidos na frente avançada do mar de nuvens.

Em dias limpos, avista-se dali, com facilidade, a ilha e até ilhéus vizinhos do Porto Santo. Não sendo o caso, satisfazia-nos deslumbrarmo-nos com o Vale da Fajã da Nogueira, com o seu fundo fluvial da Ribeira da Metade como linha condutora do sopé de sucessivas falésias luxuriantes.

São de tal maneira abruptas e de difícil acesso que lá faz ninho o bobo-pequeno, uma ave marinha, tratada na Madeira por patagarro, e estima-se que uma outra, ainda mais rara e protegida, a freira-da-madeira.

Na base do varandim do miradouro, uma colónia de massarocos exibe-nos o seu arranjo apontado aos céus de espigas roxas, endémicas e resplandecentes, como que a justificar o seu cognome de orgulho-da-Madeira e a querer rivalizar com o portento geológico em redor.

Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Massarocos ou orgulhos-da-madeira destacam-se da restante vegetação das alturas da Madeira.

Os Recortes Geológicos Exuberantes da Ilha da Madeira

Se tudo – ou quase tudo – nos 740 km2 da ilha da Madeira se reveste de um dramatismo que chega a intimidar, que dizer do zénite que nos dedicávamos a percorrer.

Estima-se que a Madeira se formou a partir de há mais de cinco milhões até há setecentos mil anos atrás, num longo processo tectónico e vulcânico em que acabou por coroar um vulcão em escudo massivo submerso que se eleva 6km a partir do leito do oceano Atlântico.

Seguiu-se uma erosão intensa, responsável pela orografia da ilha, quase sempre intrincada e deslumbrante como a que nos cercava. Retomamos-lhe o percurso.

Cristas de cor, Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Cristas das montanhas entre o Pico do Arieiro e o Pico Ruivo.

Do Ninho da Manta, voltamos ao trilho principal. Ascendemos para uma crista exposta que nos permitiu admirar o miradouro, de novo, com as nuvens em fundo mas num inesperado conforto.

Ali, os alísios furibundos característicos do Verão, esforçavam-se tanto quanto podiam para nos varrerem daquele seu feudo.

Descida Abrupta para o Âmago do Maciço Central da Madeira

Resistimos. Logo, descemos por nova escadaria para um sector mais profundo do Maciço Central, que nos revelou um novo vale virado a ocidente, ao contrário do anterior em que vislumbrámos o casario do Curral das Freiras, sem sinal de presença humana.

Na descida, cruzamo-nos com uma família de perdizes não tão esquivas como seria de esperar ou – talvez fosse antes isso – encurraladas entre nós e o precipício por detrás do trilho. Continuamos a descer.

Pequeno túnel, Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Um dos vários túneis que perfuram a montanha entre o Pico do Arieiro e o Pico Ruivo.

Cruzamos os primeiros túneis que viabilizam o percurso: um amplo, a emoldurar o próprio trilho por diante, uma secção do vale a que se faz e uma frente arrojada de nuvens, bem mais internadas na montanha que as que havíamos contemplado do Ninho da Manta. Logo, o túnel do Pico do Gato, apertado e sombrio a condizer.

A luz no seu fundo desvenda-nos um trecho distinto de tudo até então, um corte curvo numa encosta abaixo de cumes aguçados, numa falda forrada de verde de urze, de amarelo vivo de margaridas ou afins.

E de dourado de feno silvestre, com certos núcleos isolados de massarocos a emprestarem azul e roxo àquela incrível composição floral.

Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Caminhantes sobem um trilho envolto de um sortido de vegetação madeirense.

À Volta do Imponente Pico das Torres

Da sombra e da cor, por um novo túnel, Gonçalo conduz-nos a de volta à sombra, contra a vista resplandecente dos contornos do Pico das Torres, a segunda elevação da Madeira, com 1853 m.

Perseguimo-lo por uma espécie de levada humana, escavada na base de grandes paredões avermelhados, em certos pontos, côncavos, de início, sobranceiros a um castro de farpas rochosas, afiadas e destacadas de uma outra meia-encosta em jeito de instalação geológica natural.

Trilho sombrio, Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Caminhante percorre um trecho escavado na rocha do trilho entre o Pico do Arieiro e o Pico Ruivo

Num ponto em que a passagem surge dotada de uma escapatória, Gonçalo determina uma paragem para recuperarmos energias. Enquanto devoramos um lanchinho improvisado, confirma-nos o seu desejo e plano de viajar ao Nepal e de lá percorrer o longo Circuito dos Annapurnas.

Foi um desafio que cumprimos em Março de 2018. De acordo, bombardeamo-lo com tantas dicas, peripécias e curiosidades que o guia mal as consegue processar.

Fechado o repasto, retomamos a caminhada e percebemos num ápice a conveniência de ali termos reposto energias.

Com o Pico das Torres pela frente, o trilho prossegue por uma longa escadaria com degraus espaçados que nos forçaram a um esforço redobrado.

Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Caminhante prestes a deixar um dos vários túneis que possibilitam o trilho entre o Pico do Arieiro e o Pico Ruivo.

Vencemo-lo com as pernas em fogo. No cimo, recuperamos a visão longínqua do mar de nuvens.

Serpenteamos entre uma floresta fantasmagórica de árvores que parecem ter perecido a suplicar pela humidade marinha do norte.

Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Árvore ressequida estende-se em direcção à humidade que paira contra a costa norte.

Derradeiro Ataque ao Pico Ruivo, Tecto da Ilha

Entre fetos e urze da Madeira, num mar de verde que rivalizava com o das nuvens, o trilho sobe de forma gradual. Até que fica às portas da Casa de Abrigo de Pico Ruivo.

Aproveitamos a sombra da área de churrascos local para descansarmos e voltarmos a repor energias.

Por essa altura, já tínhamos os músculos castigados e preparados para os massacres que se seguissem. Em boa hora. Desde a partida dos 1818 metros, acima e abaixo, tínhamos já andado pelos 1542 metros do ponto mais baixo do percurso.

Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Placas indicam as direcções opostas do Pico do Arieiro e do Pico Ruivo.

Seguia-se a derradeira ascensão aos 1861 metros do tecto da Madeira, quase 500 metros abaixo do Pico da ilha açoriana do Pico, mais suave do que estávamos a contar.

No cimo, a 360º em redor do marco geodésico que assinala o fulcro do tecto da Madeira, contemplamos a ilha em toda a sua diversidade e esplendor: a frente de nuvens do norte, mais tangível que nunca.

Vista Descomunal sobre a Descomunal Madeira

Os Picos das Torres e do Arieiro, tão próximos que nos custava a acreditar que, por eles, caminhávamos há cinco horas, duas mais que o normal, algo justificado tendo em conta as inúmeras paragens, retrocessos e ensaios fotográficos com que fomos ilustrando o percurso.

Em vez de um pico convencional, íngreme e agudo, o cimo do Pico Ruivo foi espalmado numas dezenas panorâmicas de metros. Em redor do marco geodésico, ao longo da sua crista, uma calçada oportuna quebra o tom ocre, ruivo como o baptismo do monte, predominante no topo.

Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Trilho percorre o tecto avermelhado do Pico Ruivo, o tecto da ilha da Madeira.

Alguns outros caminhantes chegavam-se ao limiar seguro e vedado do cimo, entregavam-se a poses gloriosas de “Joões e o Pé de Feijão”, ali sim, visivelmente sustidos pelo mar de nuvens.

Nós e Gonçalo encenámos as nossas próprias poses, refrescados pela aragem marinha com que o Atlântico a norte nos prendava.

Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Caminhante acima do mar de nuvens que banha o norte da Madeira.

Meia-hora depois, descemos rumo à Achada da Teixeira onde encerramos a jornada. Tínhamos passado metade do dia no auge.

Seguiram-se quinze dias de puro deslumbre madeirense.

Porto Santo, Portugal

Louvada Seja a Ilha do Porto Santo

Descoberta durante uma volta do mar tempestuosa, Porto Santo mantem-se um abrigo providencial. Inúmeros aviões que a meteorologia desvia da vizinha Madeira garantem lá o seu pouso. Como o fazem, todos os anos, milhares de veraneantes rendidos à suavidade e imensidão da praia dourada e à exuberância dos cenários vulcânicos.
Ilha do Pico, Açores

Ilha do Pico: o Vulcão dos Açores com o Atlântico aos Pés

Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.
São Miguel, Açores

Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Santa Maria, Açores

Santa Maria: Ilha Mãe dos Açores Há Só Uma

Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
Ilha Terceira, Açores

Ilha Terceira: Viagem por um Arquipélago dos Açores Ímpar

Foi chamada Ilha de Jesus Cristo e irradia, há muito, o culto do Divino Espírito Santo. Abriga Angra do Heroísmo, a cidade mais antiga e esplendorosa do arquipélago. São apenas dois exemplos. Os atributos que fazem da ilha Terceira ímpar não têm conta.
Ilha das Flores, Açores

Os Confins Atlânticos dos Açores e de Portugal

Onde, para oeste, até no mapa as Américas surgem remotas, a Ilha das Flores abriga o derradeiro domínio idílico-dramático açoriano e quase quatro mil florenses rendidos ao fim-do-mundo deslumbrante que os acolheu.
Horta, Açores

A Cidade que Dá o Norte ao Atlântico

A comunidade mundial de velejadores conhece bem o alívio e a felicidade de vislumbrar a montanha do Pico e, logo, o Faial e o acolhimento da baía da Horta e do Peter Café Sport. O regozijo não se fica por aí. Na cidade e em redor, há um casario alvo e uma efusão verdejante e vulcânica que deslumbra quem chegou tão longe.
Vulcão dos Capelinhos, Faial, Açores

Na Pista do Mistério dos Capelinhos

De uma costa da ilha à opostoa, pelas névoas, retalhos de pasto e florestas típicos dos Açores, desvendamos o Faial e o Mistério do seu mais imprevisível vulcão.
Fuerteventura, Ilhas Canárias, Espanha

A (a) Ventura Atlântica de Fuerteventura

Os romanos conheciam as Canárias como as ilhas afortunadas. Fuerteventura, preserva vários dos atributos de então. As suas praias perfeitas para o windsurf e o kite-surf ou só para banhos justificam sucessivas “invasões” dos povos do norte ávidos de sol. No interior vulcânico e rugoso resiste o bastião das culturas indígenas e coloniais da ilha. Começamos a desvendá-la pelo seu longilíneo sul.
La Palma, CanáriasEspanha

O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer

A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.
Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Sistelo, Peneda-Gerês, Portugal

Do "Pequeno Tibete Português" às Fortalezas do Milho

Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
Campos de Gerês -Terras de Bouro, Portugal

Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Paul do Mar a Ponta do Pargo a Achadas da Cruz, Madeira, Portugal

À Descoberta da Finisterra Madeirense

Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
Vereda Terra Chã e Pico Branco, Porto Santo

Pico Branco, Terra Chã e Outros Caprichos da Ilha Dourada

No seu recanto nordeste, Porto Santo é outra coisa. De costas voltadas para o sul e para a sua grande praia, desvendamos um litoral montanhoso, escarpado e até arborizado, pejado de ilhéus que salpicam um Atlântico ainda mais azul.
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
Corvo, Açores

O Abrigo Atlântico Inverosímil da Ilha do Corvo

17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã

Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
hipopotamos, parque nacional chobe, botswana
Safari
PN Chobe, Botswana

Chobe: um rio na Fronteira da Vida com a Morte

O Chobe marca a divisão entre o Botswana e três dos países vizinhos, a Zâmbia, o Zimbabwé e a Namíbia. Mas o seu leito caprichoso tem uma função bem mais crucial que esta delimitação política.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
hacienda mucuyche, Iucatão, México, canal
Arquitectura & Design
Iucatão, México

Entre Haciendas e Cenotes, pela História do Iucatão

Em redor da capital Mérida, para cada velha hacienda henequenera colonial há pelo menos um cenote. Com frequência, coexistem e, como aconteceu com a semi-recuperada Hacienda Mucuyché, em duo, resultam nalguns dos lugares mais sublimes do sudeste mexicano.

Alturas Tibetanas, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Aventura

Mal de Altitude: não é mau. É péssimo!

Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.
Cerimónias e Festividades
Militares

Defensores das Suas Pátrias

Mesmo em tempos de paz, detectamos militares por todo o lado. A postos, nas cidades, cumprem missões rotineiras que requerem rigor e paciência.
Sirocco, Arabia, Helsinquia
Cidades
Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Desfile de nativos-mericanos, Pow Pow, Albuquerque, Novo México, Estados Unidos
Cultura
Albuquerque, E.U.A.

Soam os Tambores, Resistem os Índios

Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Iguana em Tulum, Quintana Roo, México
Em Viagem
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Espectáculo Impressions Lijiang, Yangshuo, China, Entusiasmo Vermelho
Étnico
Lijiang e Yangshuo, China

Uma China Impressionante

Um dos mais conceituados realizadores asiáticos, Zhang Yimou dedicou-se às grandes produções ao ar livre e foi o co-autor das cerimónias mediáticas dos J.O. de Pequim. Mas Yimou também é responsável por “Impressions”, uma série de encenações não menos polémicas com palco em lugares emblemáticos.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Aloés excelsa junto ao muro do Grande Cercado, Great Zimbabwe
História
Grande Zimbabwe

Grande Zimbabué, Mistério sem Fim

Entre os séculos XI e XIV, povos Bantu ergueram aquela que se tornou a maior cidade medieval da África sub-saariana. De 1500 em diante, à passagem dos primeiros exploradores portugueses chegados de Moçambique, a cidade estava já em declínio. As suas ruínas que inspiraram o nome da actual nação zimbabweana encerram inúmeras questões por responder.  
Moai, Rano Raraku, Ilha Pascoa, Rapa Nui, Chile
Ilhas
Rapa Nui - Ilha da Páscoa, Chile

Sob o Olhar dos Moais

Rapa Nui foi descoberta pelos europeus no dia de Páscoa de 1722. Mas, se o nome cristão ilha da Páscoa faz todo o sentido, a civilização que a colonizou de moais observadores permanece envolta em mistério.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Literatura
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Monte Lamjung Kailas Himal, Nepal, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Natureza
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Garranos galopam pelo planalto acima de Castro Laboreiro, PN Peneda-Gerês, Portugal
Parques Naturais
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda – Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Crocodilos, Queensland Tropical Australia Selvagem
Património Mundial UNESCO
Cairns a Cape Tribulation, Austrália

Queensland Tropical: uma Austrália Demasiado Selvagem

Os ciclones e as inundações são só a expressão meteorológica da rudeza tropical de Queensland. Quando não é o tempo, é a fauna mortal da região que mantém os seus habitantes sob alerta.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Personagens
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Lançamento de rede, ilha de Ouvéa-Ilhas Lealdade, Nova Caledónia
Praias
Ouvéa, Nova Caledónia

Entre a Lealdade e a Liberdade

A Nova Caledónia sempre questionou a integração na longínqua França. Na ilha de Ouvéa, arquipélago das Lealdade, encontramos uma história de resistência mas também nativos que preferem a cidadania e os privilégios francófonos.
Mosteiro de Tawang, Arunachal Pradesh, Índia
Religião
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Mini-snorkeling
Sociedade
Ilhas Phi Phi, Tailândia

De regresso à Praia de Danny Boyle

Passaram 15 anos desde a estreia do clássico mochileiro baseado no romance de Alex Garland. O filme popularizou os lugares em que foi rodado. Pouco depois, alguns desapareceram temporária mas literalmente do mapa mas, hoje, a sua fama controversa permanece intacta.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Salvamento de banhista em Boucan Canot, ilha da Reunião
Vida Selvagem
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.