Martinica, Antilhas Francesas

Caraíbas de Baguete debaixo do Braço


Cap 110
Visitante examina o memorial Cap 110 à escravatura, erguido por altura dos 150 anos da sua abolição.
Baía dos barcos
Incontáveis pequenas embarcações aproveitam a calmaria assegurada por uma enseada do sul de Martinica.
Olhar desconfiado
Um dos idosos briosos da Grande Anse d'Arlets avessos a que lhe tirem fotografias com receio da fama indesejada e não paga dos postais turísticos.
H. Clément
Edifício da Habitation Clément uma famosa produtora histórica de rum.
Em busca de frescura
Coqueiros inclinam-se sobre o Mar das Caraíbas numa das inúmeras praias da Martinica.
Rum e mais rum
Grandes cubas da destilaria de rum da Habitatión Clément.
Trabalhos náuticos
Morador de Anse d'Arlet entregue a um trabalho à beira-mar.
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Moradores partilham o longo pontão de Anse d'Arlet.
Caminho da Floresta
Casal percorre um passadiço elevado entre árvores.
Marisco Martiniquenho
Cozinheiro finaliza uma panela de marisco à moda criola da Martinica.
Caminhada Solitária
Nativo percorre uma rua ladeada por velhas casas de madeira.
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Cenário verdejante do leste de Martinica.
Anse Vulcanica
Praia de areia negra de uma das anses vulcânicas.
Quase em Anse Caffard
Carro percorre uma estrada íngreme e florestada rumo a Anse Caffard.
Igreja Lamentin
Moradores em frente a uma igreja pitoresca e pontiaguda.
Le Diamant
Veleiro navega em frente ao rochedo Diamant.
Faina
Pescadores ao largo de Anse d'Arlet.
Maison du Bagnard
Visitante espreita a Maison du Bagnard, nas imediações do monumento Cap110.
Praia Hello Kitty
Banhista numa praia do norte da ilha de Martinica.
Praia da Ilha
Famílias repousam numa praia de mar tranquilo da Martinica.
Circulamos pela Martinica tão livremente como o Euro e as bandeiras tricolores esvoaçam supremas. Mas este pedaço de França é vulcânico e luxuriante. Surge no coração insular das Américas e tem um delicioso sabor a África.

Decorre uma pescaria tradicional na Grande Anse d’Anses-d’Arlets, uma de tantas enseadas recortadas da Martinica.

Junta-se uma pequena assistência intrigada pelos métodos pouco ortodoxos da faina. Pescadores sobre um pequeno barco soltam uma rede na água que moldam até formar um círculo.

Aprisionam, assim, inúmeros peixes que um outro, munido de equipamento de snorkeling mergulha para ajeitar e capturar.

A enseada de que apreciamos a cena também é um pequeno porto de abrigo. Famílias inteiras de metros (franceses da metrópole) ocupam a extremidade do pontão mais longo ou acompanham a acção a partir do convés dos seus veleiros.

Algumas são de Nantes, outras de Marselha e outras ainda da Córsega.

Partilham o privilégio de viajar ao sabor dos ventos.

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Incontáveis pequenas embarcações aproveitam a calmaria assegurada por uma enseada do sul de Martinica

Fazem longas escalas nos Départements e régions d’outre-mer.

A Colonização sem Retorno dos Békés

Ao longo da história colonial das Antilhas, muitas destas famílias aventureiras aportaram na Martinica e na vizinha Guadalupe onde se depararam com um clima aconchegante e com oportunidades de negócio e condições de vida excepcionais.

Já não regressaram. Instalaram-se, ocuparam terras, compraram escravos e enriqueceram com a exportação de açúcar e de rum.

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Grandes cubas da destilaria de rum da Habitatión Clément.

Ficaram conhecidos como Békés, termo com uma génese polémica. Tanto pode ter origem na expressão “eh bé qué?” que os primeiros colonos adaptaram de “eh bien quois?”, como no título “blancs des quais” (brancos dos cais, por os colonos controlarem todas as mercadorias) ou ainda na sigla BK, criada para abreviar “Blanc Kréyol”.

Seja qual for a versão real, os Békés constituem, hoje, uma ínfima parte da população da Martinica (3000 de quase 400.000 habitantes). Mesmo se só alguns preservam o estatuto de grandes patrões, a sua “classe” detém várias das empresas mais lucrativas.

São os békés e os governos regionais e da metrópole os suspeitos do costume sempre que o custo de vida da ilha se torna insuportável, algo que a população se habituou a verificar nos preços praticados nos muitos supermercados, hipermercados e lojas de grandes dimensões martiniquenses e “exportadas” da metrópole, casos do Carrefour, do 8 à Huit, Leader Price, entre outros.

Hoje, os habitantes contestam as inevitáveis injustiças sociais de uma colónia com passado mais que colonial, esclavagista. Assumem com orgulho as tradições e valores africanos mas, não raras vezes, a sua famosa fineza no diálogo e no trato assimilada dos colonos.

Bem como outras expressões marcantes da francofonia, como é o caso da paixão pelo ciclismo, pela petanca e outros.

E o Sucesso Martiniquenho na Esfera Francófona

Basta atentar na quantidade de personagens importantes com origem ou sangue martiniquense a representar a França – Nicolas Anelka, Abidal, Wiltord, Raphael Varane só no mundo do futebol – para perceber a seriedade do fenómeno.

No sentido inverso, os franceses que se mudam para a Martinica para de vez, de início apenas em negócios ou de férias, acabam por desfrutar de inúmeras recompensas naturais.

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Praia de areia negra de uma das anses vulcânicas.

A costa irregular da ilha esconde enseadas e baías profundas e idílicas e povoações com pequenas igrejas coloniais coloridas que dão para longos passadiços e areais brancos ou negros como os das Anses d’Arlets, na costa virada às Caraíbas ou as da Presqu’ile de La Caravelle, batida pelo oceano Atlântico.

São estas as praias e zonas de bares e os restaurantes de areal em que os metros ocupam, ali à falta de bananeiras, sob as copas dos coqueiros, sempre guarnecidos com as suas geladeiras, chapéus de sol e equipamento de snorkeling.

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Famílias repousam numa praia de mar tranquilo da Martinica.

Fazem-no principalmente nos períodos de férias da Europa e de Dezembro a Abril, intervalo em que a chuva só cai de quando em quando.

À Descoberta da Costa Oriental da Martinica

Algures na costa leste, entre Le François e Le Robert, passamos por um reservatório de água lamacento cercado de erva. Sem o esperarmos, damos por uma manada de vacas a contornarem-no em fila e sem pressas, sem o pastor que seguira na dianteira a tentar pôr ordem num sub-grupo tresmalhado.

Adiante, encontrarmos nova praia. Repete-se a cena das famílias a piquenicarem, praticarem desporto ou a dormitarem à sombra da vegetação tropical da beira-mar.

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Banhista numa praia do norte da ilha de Martinica.

Ainda nos rimos e divertimos com a canoagem improvisada de uma dupla sui generis – um dos tripulantes, branco muito pequeno, o outro negro volumosíssimo – que munida de pagaias, dá o seu máximo para compensar a falta de velas e de motor da casquinha de noz em que seguiam.

A Longa Visita de Paul Gauguin

De uma forma seguramente menos balnear, Paul Gauguin provou-se um dos primeiros metros seduzido pela Martinica. Gauguin conquistou notoriedade muito graças às pinturas de mulheres taitianas.

E, no entanto, foram os seus laços ancestrais peruanos e de afinidade com a América do Sul e com as Caraíbas que lhe despertaram o desejo de evasão para uma terra selvagem.

Na primeira tentativa, abandonou a Paris nativa e, em 1887, escreveu à sua esposa a comunicar que partira para o Panamá. Pouco depois, viu-se forçado a trabalhar no Canal que os franceses haviam recentemente projectado e construíam.

Só algum tempo volvido conseguiu instalar-se numa cabana da Martinica, predisposto a pintar o que mais o inspirasse. Foi na Martinica que passou para a tela as suas primeiras paisagens exóticas e se emancipou do Impressionismo do reconhecido mentor Pizarro.

Gauguin deixou-se encantar pela beleza vulcânica de enseadas como Anse Turin, com vista para a fascinante montanha Pelée que, volta e meia, fumegava e, 15 anos mais tarde, viria a carbonizar Saint Pierre e as gentes desta povoação que Gauguin tanto admirava.

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Panorâmica de Saint-Pierre ao lusco-fusco.

Ainda em 1887, adoeceu.

Foi repatriado para a metrópole gaulesa onde ficou em convalescença antes de voltar a investir no fascínio dos longínquos trópicos, dessa feita, na Polinésia Francesa.

Mesmo assim, quem sabe se no tempo que passou na Martinica não despoletou a versão local de um dos traumas recorrentes do universo francófono: a fotofobia.

Encanto Caribenho das Sucessivas Anses

Antes de deixarmos a Grande Anse d’Anses-d’Arlets detectamos dois velhotes pitorescos numa conversa tranquila entre um quintal e a beira-mar. Perguntamos se os podemos fotografar. Nessa ocasião, recebemos uma resposta frontal: “Não, desculpem mas não.

A minha irmã disse uma vez que sim a um turista qualquer. Agora está nos postais todos da ilha. E o que é que nós ganhamos com isso? Nada!”

Um vizinho deste ancião, prova-se mais aberto à ideia.

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Um dos idosos briosos da Grande Anse d’Arlet.

Eras bem mais vetustas que aquela dupla de indignados representaram outras injustiças, essas realmente difíceis de suportar e de resistir, tal  qual, alguns quilómetros para sul, a arte e memória nos obrigam a reconstituir.

Chegamos à Anse Caffard, vizinha da vila de Diamant. Encontramos, ali, o memorial Cap 110 à escravatura, erguido, em 1998, por altura do aniversário dos 150 anos da sua abolição.

A escultura inspirou-se no afundamento trágico de um barco negreiro no litoral traiçoeiro ao largo e a que sobreviveram oitenta passageiros forçados, recolhidos pelo encarregado de uma estalagem próxima.

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Visitante examina o memorial Cap 110 à escravatura, erguido por altura dos 150 anos da sua abolição

Alinha as suas figuras anónimas de pedra, de frente para o mar e para o rochedo emblemático do Diamante. Lembra, assim, o último dos naufrágios de navios negreiros verificado na Martinica.

De uma forma que se reveste de ironia à medida que pequenos veleiros contornam o rochedo com a paz e a elegância da sua classe de recreio e a prepararem-se para momentos de paz e lazer.

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Veleiro navega em frente ao rochedo Diamant.

A Rivalidade Histórica com os Vizinhos do Outro lado do Canal da Mancha

Há muito que os britânicos exploravam outras ilhas das Caraíbas e mostravam interesse nos territórios gauleses ultramarinos. Acabaram por invadir a Martinica, em 1794. Permaneceram até 1815.

Foi um período em que os fazendeiros locais – entre os quais a família de Josefina de Beauharnais, futura esposa de Napoleão Bonaparte, nascida na ilha –  aproveitaram para contornar a vaga de abolicionismo que a Revolução Francesa gerara e em que venderam o seu açúcar no mercado britânico em vez de no francês.

Com o fim das Guerras Napoleónicas, os britânicos viram-se obrigados a devolver a Martinica aos colonos originais. O Império Francês recuperou a sua estabilidade. Desde então, não só não voltou a perder a adorada colónia das Antilhas, como a integrou no território esparso e polifacetado da República a que a Revolução Francesa deu origem.

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Cenário verdejante do leste de Martinica.

Para o interior, a Martinica também tem inúmeros encantos esquivos para lá das Flores que estiveram na confusa génese do seu nome. Nos inícios de que há registo, a ilha terá sido chamada Jouanacaera-Matinino pelos indígenas Tainos de Hispaniola e apenas de Jouanacaera pelos Caribs, o que significava ilha das Iguanas.

Quando Cristovão Colombo a ela regressou após a ter avistado pela primeira vez em 1493, desencadeou um processo de adaptação dos nomes Madinina, Madiana e Matinite que levou ao nome actual de Martinique.

Montanhas Verdejantes, Floresta tropical e Plantações de Cana-de-Açúcar

A cordilheira de Pitons du Carbet eleva-se aos 1100 metros. Surge coberta por uma vegetação luxuriante que, dependendo da altitude, conta com fetos, trepadeiras e até com florestas de bambu, mogno e pau-rosa.

Estas áreas são demasiado sombrias para o efeito mas outras zonas vastas da ilha estão cobertas de plantações de ananases.

E, sobretudo, de cana-de-açúcar, a sua produção histórica por excelência e a razão de ser de inúmeras habitations (leia-se fazendas agrícolas) que, a partir do século XVIII processaram o açúcar e destilaram o rum em quantidades industriais e assim garantiram as fortunas dos donos.

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Edifício da Habitation Clément uma famosa produtora histórica de rum.

Hoje, o património imobiliário e cultural destas propriedades faz parte da herança inalienável da ilha. Apreciamo-lo numa das mais emblemáticas, a Clément Domaine de L’Acajou.

Provamo-lo igualmente em bancas de rua ou de beira de praia apelativas e repletas de garrafas de todas as cores. Mais que uma identidade da Martinique, o planteur anima corações e aproxima diferenças.

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Moradores partilham o longo pontão de Anse d’Arlet.

O Rum Delicioso à Moda Planteur

Jeán-Toti tem disso plena consciência como tem dos seus dentes de mentiroso.

À medida que provamos o seu rum de frutas à procura dos aromas e sabores mais estimulantes, faz questão de nos servir incontáveis mini-shots e de alimentar uma animada cavaqueira.

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Banca repleta de garrafas de rum planteur.

Quando acabamos a rodada, assalta-nos a horrível sensação de que já nos agradam todos por igual. “Bom, vou ser eu a escolher-vos umas garrafinhas, certo?

Não precisam de me dizer mais, estou habituado a apoiar os clientes nestes seus dramas, principalmente os recém-chegados da Europa que aterram sem qualquer resistência à nossa pomada. Aliás, até tenho outra sugestão preciosa para você.

Não vão já! Sentem-se aqui ao lado. Comam qualquer coisa, mandem uns mergulhos. Aproveitem a vida sem inibições, vão ser poucos os lugares até mesmo das Caraíbas onde encontram um dois-em- um do melhor da nossa e da vossa.”

Saint-Pierre, Martinica

A Cidade que Renasceu das Cinzas

Em 1900, a capital económica das Antilhas era invejada pela sua sofisticação parisiense, até que o vulcão Pelée a carbonizou e soterrou. Passado mais de um século, Saint-Pierre ainda se regenera.
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Virgin Gorda, Ilhas Virgens Britânicas

Os "Caribanhos" Divinais de Virgin Gorda

À descoberta das Ilhas Virgens, desembarcamos numa beira-mar tropical e sedutora salpicada de enormes rochedos graníticos. Os The Baths parecem saídos das Seicheles mas são um dos cenários marinhos mais exuberantes das Caraíbas.
Fort-de-France, Martinica

Liberdade, Bipolaridade e Tropicalidade

Na capital da Martinica confirma-se uma fascinante extensão caribenha do território francês. Ali, as relações entre os colonos e os nativos descendentes de escravos ainda suscitam pequenas revoluções.
Guadalupe, Antilhas Francesas

Guadalupe: Um Caribe Delicioso, em Contra-Efeito Borboleta

Guadalupe tem a forma de uma mariposa. Basta uma volta por esta Antilha para perceber porque a população se rege pelo mote Pas Ni Problem e levanta o mínimo de ondas, apesar das muitas contrariedades.
Soufrière, Saint Lucia

As Grandes Pirâmides das Antilhas

Destacados acima de um litoral exuberante, os picos irmãos Pitons são a imagem de marca de Saint Lucia. Tornaram-se de tal maneira emblemáticos que têm lugar reservado nas notas mais altas de East Caribbean Dollars. Logo ao lado, os moradores da ex-capital Soufrière sabem o quão preciosa é a sua vista.
Laguna de Oviedo, República Dominicana

O Mar (nada) Morto da República Dominicana

A hipersalinidade da Laguna de Oviedo oscila consoante a evaporação e da água abastecida pela chuva e pelos caudais vindos da serra vizinha de Bahoruco. Os nativos da região estimam que, por norma, tem três vezes o nível de sal do mar. Lá desvendamos colónias prolíficas de flamingos e de iguanas entre tantas outras espécies que integram este que é um dos ecossistemas mais exuberantes da ilha de Hispaniola.
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Fogueira ilumina e aquece a noite, junto ao Reilly's Rock Hilltop Lodge,
Safari
Santuário de Vida Selvagem Mlilwane, eSwatini

O Fogo que Reavivou a Vida Selvagem de eSwatini

A meio do século passado, a caça excessiva extinguia boa parte da fauna do reino da Suazilândia. Ted Reilly, filho do colono pioneiro proprietário de Mlilwane entrou em acção. Em 1961, lá criou a primeira área protegida dos Big Game Parks que mais tarde fundou. Também conservou o termo suazi para os pequenos fogos que os relâmpagos há muito geram.
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Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Luderitz, Namibia
Arquitectura & Design
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
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Aventura
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Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
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Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
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Porvoo, Finlândia

Uma Finlândia Medieval e Invernal

Uma das povoações anciãs da nação suómi, no início do século XIV, Porvoo era um entreposto ribeirinho atarefado e a sua terceira cidade. Com o tempo, Porvoo perdeu a importância comercial. Em troca, tornou-se um dos redutos históricos venerados da Finlândia.  
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O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
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Misteriosas Babilónias Russas

Um conjunto de labirintos pré-históricos espirais feitos de pedras decoram a ilha Bolshoi Zayatsky, parte do arquipélago Solovetsky. Desprovidos de explicações sobre quando foram erguidos ou do seu significado, os habitantes destes confins setentrionais da Europa, tratam-nos por vavilons.
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O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
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Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
vale profundo, socalcos arroz, batad, filipinas
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Os Socalcos que Sustentam as Filipinas

Há mais de 2000 anos, inspirado pelo seu deus do arroz, o povo Ifugao esquartejou as encostas de Luzon. O cereal que os indígenas ali cultivam ainda nutre parte significativa do país.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
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Moai, Rano Raraku, Ilha Pascoa, Rapa Nui, Chile
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Sob o Olhar dos Moais

Rapa Nui foi descoberta pelos europeus no dia de Páscoa de 1722. Mas, se o nome cristão ilha da Páscoa faz todo o sentido, a civilização que a colonizou de moais observadores permanece envolta em mistério.
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À Volta do Fogo

Ditaram o tempo e as leis da geomorfologia que a ilha-vulcão do Fogo se arredondasse como nenhuma outra em Cabo Verde. À descoberta deste arquipélago exuberante da Macaronésia, circundamo-la contra os ponteiros do relógio. Deslumbramo-nos no mesmo sentido.
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No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
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Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
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Balestrand: uma Vida Entre Fiordes

São comuns as povoações nas encostas dos desfiladeiros da Noruega. Balestrand está à entrada de três. Os seus cenários destacam-se de tal forma dos demais que atraíram pintores famosos e continuam a seduzir viajantes intrigados.
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À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
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Parques Naturais
PN Torres del Paine, Chile

A Mais Dramática das Patagónias

Em nenhuma outra parte os confins austrais da América do Sul se revelam tão arrebatadores como na cordilheira de Paine. Ali, um castro natural de colossos de granito envolto de lagos e glaciares projecta-se da pampa e submete-se aos caprichos da meteorologia e da luz.
Playa Nogales, La Palma, Canárias
Património Mundial UNESCO
La Palma, Canárias

A Isla Bonita das Canárias

Em 1986, Madonna Louise Ciccone lançou um êxito que popularizou a atracção exercida por uma isla imaginária. Ambergris Caye, no Belize, colheu proveitos. Do lado de cá do Atlântico, há muito que os palmeros assim veem a sua real e deslumbrante Canária.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
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O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Apanhador de cocos, em Unawatuna, Sri Lanka
Praias
Unawatuna a Tongalle, Sri Lanka

Pelo Fundo Tropical do Velho Ceilão

Deixamos a fortaleza de Galle para trás. De Unawatuna a Tangale, o sul do Sri Lanka faz-se de praias com areia dourada e de coqueirais atraídos pela frescura do Índico. Em tempos, palco de conflito entre potências locais e coloniais, este litoral é há muito partilhado por mochileiros dos quatro cantos do Mundo.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Sociedade
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Vida Selvagem
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.