Ilhéu de Cima, Porto Santo, Portugal

A Primeira Luz de Quem Navega de Cima


Cargueiro à Vista
De volta ao Sopé
Grupo do tour desce a escadaria de volta à base do Ilhéu de Cima.
Transparência
Dragoeiro “Juvenil”
Dragoeiro recém-plantado pelas autoridades com o fim de recuperar a vegetação que em tempos proliferava no Ilhéu do Farol.
O Farol
A fachada frontal do farol do Ilhéu de Cima, entre duas alas habitacionais.
Lancha a caminho
Lancha aproxima-se do ponto de ancoragem no sopé do Ilhéu do Farol.
Um Santo Porto e Abrigo
Veleiros ancorados na marina de Porto Santo, a oeste da Ponta do Passo.
Os Murais da Marina
Atleta corre ao longo do muro que isola a marina do Porto Santo.
De Frente para a Ponta do Passo
A vista da ponta noroeste do Ilhéu do Farol para a Ponta do Passo de Porto Santo.
À Vela
Navegador em pleno momento de diversão, ao largo do Ilhéu do Farol.
Breve Snorkeling
Tempo de banhos e snorkeling ao largo do Ilhéu do Farol.
Integra o grupo dos seis ilhéus em redor da Ilha de Porto Santo mas está longe de ser apenas mais um. Mesmo sendo o ponto limiar oriental do arquipélago da Madeira, é o ilhéu mais próximo dos portosantenses. À noite, também faz do fanal que confirma às embarcações vindas da Europa o bom rumo.

Chegamos a Domingo. Porto Santo prenda-nos com um dos poucos amanheceres solarengos.

Sobre as 9h30, como combinado, estamos à porta do hotel prontos para seguirmos. Os miúdos da família que dali nos acompanhariam, aparecem sonolentos e de chinelos de praia.

O guia da Mar Dourado avisa-os de que, calçados daquela maneira, a caminhada os ia fazer sofrer. Nem assim consegue vencer, primeiro a indecisão, depois, a inércia juvenil de grupo.

Victor encolhe os ombros. Valida a partida. Atravessamos toda a Vila Baleira ao ritmo domingueiro a que a povoação se entregava. Não tarda, a estrada ladeada de casas e negócios dá lugar a uma outra, desafogada, baptizada de Estudante Jorge de Freitas e paralela ao areal dourado do sul da ilha dourada.

Chegados ao sopé da Portela, entramos na marina. Encontramo-la disputada por atletas estimulados pela pista de asfalto entre os rochedos do molhe e o muro repleto de pinturas murais náuticas acima.

Ilhéu do Farol, Ilhéu de Cima, Marina de Porto Santo

Atleta corre ao longo do muro que isola a marina do Porto Santo.

Victor reúne os passageiros.

Passa-lhes a informação relativa à navegação e ao destino. Instantes depois, zarparmos para o Atlântico manso a sul do cais.

Ilhéu do Farol, Ilhéu de Cima, Marina de Porto Santo

Veleiros ancorados na marina de Porto Santo, a oeste da Ponta do Passo.

A Navegação Suave Rumo ao Ilhéu do Farol

O semi-rígido progride na direcção da Ponta do Passo. Da iminência desta península, com vista para a praia aconchegada na sua base, apontamos à extremidade norte do Ilhéu de Cima, uma espécie de cenário invertido a que a geologia e a erosão soltaram amarras.

Não obstante a separação, o Ilhéu de Cima continua por ali. É o mais íntimo da constelação de quase-ilhas vulcânicas e áridas que cercam o Porto Santo. Dista meros 380 metros do limiar sudeste da ilha principal.

Ilhéu do Farol, Ilhéu de Cima, À Vela

Navegador em pleno momento de diversão, ao largo do Ilhéu do Farol.

O semi-rigído progride tão próximo das suas escarpas ocidentais que, malgrado a sombra, conseguimos apreciar vários tubos de lava que parecem ter sido injectados a posteriori na rocha.

Conseguimos também identificar a formação vulcânica excêntrica que Victor nos aponta, baptizada como Pedra do Sol, por razões que a sua configuração torna bem óbvias.

Estima-se que há cerca de 18 milhões de anos, fluxos de lava velozes e de temperaturas elevadas entraram em contacto com o mar bem mais frio. A lava solidificou em pouco tempo. Assumiu uma estrutura raiada, radial, que evoca o visual do grande astro e que forma um dos principais geossítios do Ilhéu de Cima.

Decorridos mais uns minutos, amaramos no pequeno ancoradouro imposto à costa e a salvo do mar do Norte.

A Longa Rampa e Escadaria para o topo do Ilhéu de Cima

Victor alerta os participantes que, em termos de esforço, tinha chegado o momento da verdade. Como quem não quer a coisa, olha de soslaio para a miudagem e para os seus pés achinelados. “Vamos lá então. São 713 degraus até lá acima. Paramos de quantos em quantos que as vistas cá para baixo são boas.”

Boas… era como quem dizia. Detemo-nos num dos “descansos dos burros”. A escadaria contava com alguns mais, determinados pelos pontos em que os jumentos que antes carregavam os víveres, mercadorias, fosse o que fosse, até ao cimo do farol, eram amarrados de maneira a evitar acidentes.

Desse patamar murado, o mar exibia um incrível esplendor cromático: no imediato, uma faixa esmeralda translúcida que deixava perceber as rochas submersas ao pormenor. Dessa faixa em diante, uma vastidão de água-turquesa a que só o sul de Porto Santo impunha fim.

Ilhéu do Farol, Porto Santo, Ilhéu de Cima, Porto Santo, Lancha a caminho

Lancha aproxima-se do ponto de ancoragem no sopé do Ilhéu do Farol.

Faltavam umas centenas de degraus para o cimo do ilhéu. Dali para cima, a transparência e a aparência do mar só se aperfeiçoaram.

O cenário suscita-nos anseios súbitos de mergulhos, banhos e natações. Com a ascensão, se calhar, nem a meio, arrumamo-los no subconsciente e retomamos a conquista do farol.

A escadaria chega a um recanto. Dobra para trás. Mais umas boas dezenas de degraus e lança-nos sobre a terra estável do topo do ilhéu.

Pré-informado de que participávamos com uma missão à parte, Victor dá-nos a soltura necessária para nos adiantarmos e chegarmos à ponta noroeste do ilhéu com tempo de fotografarmos o seu confronto grandioso com a do Passo.

Incursão à Ponta Noroeste

Quase corremos. Evitamos um ataque de gaivotas furiosas pelo trespasse do seu território onde, por certo, teriam ninho.

Assim mesmo, atrapalhados pelo vento cimeiro e pela ameaça asada, progredimos sobre a crista apertada, ao mesmo tempo que admirávamos o panorama sombrio e vertiginoso à direita.

Por fim, a crista abre para um trecho um pouco mais amplo e espalmado. Tiramos as mochilas das costas, estabilizamos a respiração ofegante.

Logo, desatamos a fotografar. Sobretudo o Pico Branco, a sua Terra Chã e outros picos que se erguiam acima da Ponta do Passo, destacados do maciço dourado do Porto Santo, apenas separados da ponta que nos sustinha por um estreito de mar raso, esverdeado.

Ilhéu do Farol, Porto Santo, Ilhéu de Cima, Porto Santo, de Frente para a Ponta do Passo.

A vista da ponta noroeste do Ilhéu do Farol para a Ponta do Passo de Porto Santo.

Já estávamos atrasados. Retrocedemos com o mesmo cuidado. Vemos a fila liderada por Victor ao longe. Victor, detecta-nos e reclama-nos.

Quando nos reunimos, o grupo faz-se a uma ladeira que cruza a secção mais larga do ilhéu e sobe para o topo das arribas que encerram o seu leste, abrigo das cenouras-da-rocha endémicas da Macaronésia.

O trilho surge demarcado pela ausência da vegetação baixa e ressequida predominante em redor, salpicada apenas por umas poucas árvores de folhas afiadas que, tudo indicava, seriam juvenis. Intrigados, perguntamos a Victor de que se tratavam.

Os Dragoeiros que, em tempos, Abundavam em Porto Santo

O guia esclarece-nos. “São dragoeiros. Agora, pode-vos parecer impossível mas este Ilhéu de Cima e Porto Santo em geral já estiveram repletos de grandes dragoeiros.

No Ilhéu de Cima, em particular, foram tantos que chegou a ser chamado de Ilhéu dos Dragoeiros.

Ilhéu do Farol, Ilhéu de Cima, Porto Santo, dragoeiro

Dragoeiro recém-plantado pelas autoridades com o fim de recuperar a vegetação que em tempos proliferava no Ilhéu do Farol.

As árvores e o sentido do nome desapareceram porque, com a colonização, veio a procura de madeira e a extracção do sangue-de-drago, alastradas a quase toda a Macaronésia.

O cronista açoriano Gaspar Frutuoso (1522, Ponta Delgada; 1591, Ribeira Grande, Madeira) narrou, nas suas crónicas que, com os troncos dos dragoeiros milenares, os colonos do Porto Santo construíram barcos capazes de levar seis ou sete homens à pesca.

Com os séculos, o Porto Santo e os seus ilhéus perderam-nos a todos mas os dragos mantêm lugar definitivo nas armas do município da cidade que, na prática, abrange toda a ilha.

As autoridades ambicionam recuperá-los. Tratando-se de árvores de crescimento lento, têm muito que plantar. E ainda mais que esperar.

O Farol por que Também é Conhecido o Ilhéu

O farol, esse, não tardou.

Uns passos adicionais, já a 120 metros de altitude, esbarramos com a sua frente, virada a oeste, Compõem-na duas alas habitacionais gémeas, com uma torre de quinze metros no meio, por sua vez, coroada por uma campânula vermelha.

Ilhéu do Farol, Ilhéu de Cima, Porto Santo, o Farol

A fachada frontal do farol do Ilhéu de Cima, entre duas alas habitacionais.

Victor e os colegas instalam-se junto às mesas de descanso e refeições que equipam a estrutura. Lá se dedicam a preparar os comes e bebes que a comitiva fizera por merecer.

Aproveitamos para investigar o entorno do farol. Não vamos longe.

Quando lhe damos a volta, confirmamos que havia sido inaugurado, em Maio de 1901, quase sobre os penhascos leste do ilhéu, num ponto elevado que facilitava o avistamento da sua luz rotativa pelas embarcações nas rotas de entrada e saída da Europa.

O Farol do Ilhéu de Cima continua a ser, há que sublinhá-lo, o primeiro a guiar os barcos provenientes do norte, fosse dos litorais atlânticos europeus, fosse do Mar Mediterrânico.

Até 1956, a sua luz foi alimentada a petróleo. Desse ano em diante, o farol funcionou com uma lâmpada de 3000 watts, remodelada, em 1982, quando passou a ter um alcance de quase 40km e tornou desnecessária a intervenção de faroleiros.

Por improvável que possa parecer, decorrida uma década, o farol foi desligado sem aviso.

O Desembarque Atribulado de Migrantes Marroquinos que Desligaram o Farol

Estamos já sentados numa das mesas da petiscada quando  Victor nos conta o sucedido: “olhem, desactivaram-no quatro marroquinos que aqui chegaram em desespero.

Tinham embarcado num navio panamiano, em Casablanca, de forma clandestina.

Entretanto, a tripulação descobriu-os e o comandante tomou a medida mais radical. Largou-os no mar aqui próximo. A muito esforço, conseguiram chegar cá acima mas não havia aqui ninguém, nem sequer água.

Por isso, decidiram desligar o farol de maneira a que os viessem socorrer.

A Dentista Beirã Lurdes e o Mergulho no Atlântico Delicioso ao Largo

Victor entrega-se a deveres de anfitrião noutras mesas. Na continuação da conversa, conhecemos melhor uma parceira da nossa.

Chamava-se Lurdes. Era de Viseu, onde trabalhava como dentista. Fazia cinco anos que migrara da Beira Alta para o Porto Santo, com a filha que, nessa altura, já ia com onze anos e tinha trocado o sotaque beirão pelo profeta.

Lurdes delicia-nos com particularidades das suas consultas, em que os pacientes lhe ofereciam de tudo um pouco, como sempre foi hábito dos beirões e da gente do interior de Portugal.

Finda-se o repasto. Invertemos o caminho para onde o semi-rígido nos aguardava, a essa altura, já com os adolescentes dos chinelos a rogarem pragas à sua teimosia comunal.

Ilhéu do Farol, Ilhéu de Cima, Porto Santo

Grupo do tour desce a escadaria de volta à base do Ilhéu de Cima.

Informado de que teria tempo para se refrescar, o grupo atinge o fundo da escadaria num ápice. Já sobre a laje vulcânica que fazia de doca, mergulhamos no Atlântico amornado ao largo.

Rejubilamos com o banho inaugural em Porto Santo. Ditou a azáfama exploradora e fotográfica que tivesse sido o único.

Ilhéu do Farol, Ilhéu de Cima, Snorkeling

Tempo de banhos e snorkeling ao largo do Ilhéu do Farol.

Reserve o Tour ao Ilhéu de Cima com a Mar Dourado:

+351 96 397 07 89

[email protected]

Vereda Terra Chã e Pico Branco, Porto Santo

Pico Branco, Terra Chã e Outros Caprichos da Ilha Dourada

No seu recanto nordeste, Porto Santo é outra coisa. De costas voltadas para o sul e para a sua grande praia, desvendamos um litoral montanhoso, escarpado e até arborizado, pejado de ilhéus que salpicam um Atlântico ainda mais azul.
Porto Santo, Portugal

Louvada Seja a Ilha do Porto Santo

Descoberta durante uma volta do mar tempestuosa, Porto Santo mantem-se um abrigo providencial. Inúmeros aviões que a meteorologia desvia da vizinha Madeira garantem lá o seu pouso. Como o fazem, todos os anos, milhares de veraneantes rendidos à suavidade e imensidão da praia dourada e à exuberância dos cenários vulcânicos.
Paul do Mar a Ponta do Pargo a Achadas da Cruz, Madeira, Portugal

À Descoberta da Finisterra Madeirense

Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

A Ponta Leste, algo Extraterrestre da Madeira

Inóspita, de tons ocres e de terra crua, a Ponta de São Lourenço surge, com frequência, como a primeira vista da Madeira. Quando a percorremos, deslumbramo-nos, sobretudo, com o que a mais tropical das ilhas portuguesas não é.
Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
Ilha do Pico, Açores

Ilha do Pico: o Vulcão dos Açores com o Atlântico aos Pés

Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.
São Miguel, Açores

Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Santa Maria, Açores

Santa Maria: Ilha Mãe dos Açores Há Só Uma

Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
Ilha Terceira, Açores

Ilha Terceira: Viagem por um Arquipélago dos Açores Ímpar

Foi chamada Ilha de Jesus Cristo e irradia, há muito, o culto do Divino Espírito Santo. Abriga Angra do Heroísmo, a cidade mais antiga e esplendorosa do arquipélago. São apenas dois exemplos. Os atributos que fazem da ilha Terceira ímpar não têm conta.
Ilha das Flores, Açores

Os Confins Atlânticos dos Açores e de Portugal

Onde, para oeste, até no mapa as Américas surgem remotas, a Ilha das Flores abriga o derradeiro domínio idílico-dramático açoriano e quase quatro mil florenses rendidos ao fim-do-mundo deslumbrante que os acolheu.
Horta, Açores

A Cidade que Dá o Norte ao Atlântico

A comunidade mundial de velejadores conhece bem o alívio e a felicidade de vislumbrar a montanha do Pico e, logo, o Faial e o acolhimento da baía da Horta e do Peter Café Sport. O regozijo não se fica por aí. Na cidade e em redor, há um casario alvo e uma efusão verdejante e vulcânica que deslumbra quem chegou tão longe.
Vulcão dos Capelinhos, Faial, Açores

Na Pista do Mistério dos Capelinhos

De uma costa da ilha à opostoa, pelas névoas, retalhos de pasto e florestas típicos dos Açores, desvendamos o Faial e o Mistério do seu mais imprevisível vulcão.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Sistelo, Peneda-Gerês, Portugal

Do "Pequeno Tibete Português" às Fortalezas do Milho

Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
Campos de Gerês -Terras de Bouro, Portugal

Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
Corvo, Açores

O Abrigo Atlântico Inverosímil da Ilha do Corvo

17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã

Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Funchal, Madeira

Portal para um Portugal Quase Tropical

A Madeira está situada a menos de 1000km a norte do Trópico de Câncer. E a exuberância luxuriante que lhe granjeou o cognome de ilha jardim do Atlântico desponta em cada recanto da sua íngreme capital.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
Safari
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
Monte Lamjung Kailas Himal, Nepal, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Bertie em calhambeque, Napier, Nova Zelândia
Arquitectura & Design
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Cerimónias e Festividades
Pentecostes, Vanuatu

Naghol: O Bungee Jumping sem Modernices

Em Pentecostes, no fim da adolescência, os jovens lançam-se de uma torre apenas com lianas atadas aos tornozelos. Cordas elásticas e arneses são pieguices impróprias de uma iniciação à idade adulta.
O Capitólio de Baton Rouge reflectido num espelho d'água da State Library
Cidades
Baton Rouge, Luisiana, Estados Unidos

Da Fronteira Indígena à Capital do Luisiana

Aquando da sua incursão Mississipi acima, os franceses detectaram um bastão vermelho que separava os territórios de duas nações nativas. Dessa expedição de 1723 para cá, sucederam-se as nações europeias dominadoras destas paragens. Com o fluir da História, Baton Rouge tornou-se o cerne político do 18º estado dos E.U.A.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Cultura
Espectáculos

O Mundo em Cena

Um pouco por todo o Mundo, cada nação, região ou povoação e até bairro tem a sua cultura. Em viagem, nada é mais recompensador do que admirar, ao vivo e in loco, o que as torna únicas.
arbitro de combate, luta de galos, filipinas
Desporto
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Motociclista no desfiladeiro de Sela, Arunachal Pradesh, Índia
Em Viagem
Guwahati a Sela Pass, Índia

Viagem Mundana ao Desfiladeiro Sagrado de Sela

Durante 25 horas, percorremos a NH13, uma das mais elevadas e perigosas estradas indianas. Viajamos da bacia do rio Bramaputra aos Himalaias disputados da província de Arunachal Pradesh. Neste artigo, descrevemos-lhe o trecho até aos 4170 m de altitude do Sela Pass que nos apontou à cidade budista-tibetana de Tawang.
Tabatô, Guiné Bissau, Balafons
Étnico
Tabatô, Guiné Bissau

Tabatô: ao Ritmo do Balafom

Durante a nossa visita à tabanca, num ápice, os djidius (músicos poetas)  mandingas organizam-se. Dois dos balafonistas prodigiosos da aldeia assumem a frente, ladeados de crianças que os imitam. Cantoras de megafone em riste, cantam, dançam e tocam ferrinhos. Há um tocador de corá e vários de djambés e tambores. A sua exibição gera-nos sucessivos arrepios.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Monumento do Heroes Acre, Zimbabwe
História
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
Efate, Vanuatu, transbordo para o "Congoola/Lady of the Seas"
Ilhas
Efate, Vanuatu

A Ilha que Sobreviveu a “Survivor”

Grande parte de Vanuatu vive num abençoado estado pós-selvagem. Talvez por isso, reality shows em que competem aspirantes a Robinson Crusoes instalaram-se uns atrás dos outros na sua ilha mais acessível e notória. Já algo atordoada pelo fenómeno do turismo convencional, Efate também teve que lhes resistir.
Quebra-Gelo Sampo, Kemi, Finlândia
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor
Natureza
El Tatio, Chile

Géiseres El Tatio – Entre o Gelo e o Calor do Atacama

Envolto de vulcões supremos, o campo geotermal de El Tatio, no Deserto de Atacama surge como uma miragem dantesca de enxofre e vapor a uns gélidos 4200 m de altitude. Os seus géiseres e fumarolas atraem hordas de viajantes.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
ilha de Praslin, cocos do mar, Seychelles, Enseada do Éden
Parques Naturais

Praslin, Seychelles

 

O Éden dos Enigmáticos Cocos-do-Mar

Durante séculos, os marinheiros árabes e europeus acreditaram que a maior semente do mundo, que encontravam nos litorais do Índico com forma de quadris voluptuosos de mulher, provinha de uma árvore mítica no fundo dos oceanos.  A ilha sensual que sempre os gerou deixou-nos extasiados.
Visitantes nos Jameos del Água
Património Mundial UNESCO
Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Personagens
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Tobago, Pigeon Point, Scarborough, pontão
Praias
Scarborough a Pigeon Point, Tobago

À Descoberta da Tobago Capital

Das alturas amuralhadas do Forte King George, ao limiar de Pigeon Point, o sudoeste de Tobago em redor da capital Scarborough, revela-nos uns trópicos controversos sem igual.
Religião
Lhasa, Tibete

Quando o Budismo se Cansa da Meditação

Nem só com silêncio e retiro espiritual se procura o Nirvana. No Mosteiro de Sera, os jovens monges aperfeiçoam o seu saber budista com acesos confrontos dialécticos e bateres de palmas crepitantes.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Cabine Saphire, Purikura, Tóquio, Japão
Sociedade
Tóquio, Japão

Fotografia Tipo-Passe à Japonesa

No fim da década de 80, duas multinacionais nipónicas já viam as fotocabines convencionais como peças de museu. Transformaram-nas em máquinas revolucionárias e o Japão rendeu-se ao fenómeno Purikura.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Barco e timoneiro, Cayo Los Pájaros, Los Haitises, República Dominicana
Vida Selvagem
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.