Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional


A Catedral Luterana
A catedral luterana de Kemi, destacada acima do centro nevado da cidade.
Ancoragem Gelada
Barco cercado por gelo na marina de Kemi, Baía de Bótnia
Pórtico Animado
Pórtico animado do Castelo de Neve de Kemi, o maior do Mundo
Casal Kitacon
Casal mascarado para a convenção Kitacon.
Angry Icy Birds
Hóspede do hotel do Castelo de Neve de Kemi abraça um Angry Bird de neve
Parque Automóvel Anos 70
Carros vintage alinhados em frente ao hotel Merihovi, durante umas filmagens
Uma Geração a Reboque
Pais rebocam crianças instaladas em trenós, no centro de Kemi
Mitologia Suomi
Escultura mitológica no Castelo de Neve de Kemi
Uma Capela de Neve
Casal junto ao altar da capela do Castelo de Neve de Kemi
Máscaras Minimais
Adolescentes poucos mascarados durante a convenção Kitacon de Kemi
Ice Restaurant
O Ice Restaurant do Castelo de Gelo de Kemi
O Grupo Gótico
Participantes góticos da convenção Kitacon de Kemi.
Criançada pouco Gelada
Miúdos brincam numa das salas do Castelo de Neve
Amigas da Kitacon
Amigas participantes na convenção Kitacon de Kemi
Casa Afundada
Uma entrada nevada de Kemi
Suécia & Dinamarca
Participantes sueca e dinamarquesa da convenção Kitacon.
Magia Frígida
Escultura de gelo de raposa a tirar coelho de uma cartola, no Castelo de Neve de Kemi
Parentalidade sobre Rodas
Transeunte empurra um carrinho de bebé, numa rua nevada de Kemi
Tema Halloween
Duo mascarado sob um tema Halloween, a caminho da convenção Kitacon
Êxtase em Declive
Crianças divertem-se em pistas de tobogã do Castelo de Gelo de Kemi
As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.

Viajar de comboio, do interior lapão de Rovaniemi para o cimo do Golfo de Bótnia e, pouco depois, dar entrada no hotel do maior Castelo de Neve do Mundo reforça o grau de surrealismo quase-árctico em que andávamos.

São quase três da tarde.

Kemi e o seu Castelo de Neve Recordista

A temperatura cai a pique. A luz que subsiste desvanece-se a um ritmo comparável. Conduzem-nos ao quarto em que íamos ficar e passam-nos indicações ajustadas à frigidez do alojamento:

“O vosso quarto está a 5º negativos. É a forma que temos de garantir que não derrete!” atira a anfitriã com um sorriso sarcástico, ciente de que dificilmente os -5º a -20º exteriores e ambientes o permitiriam. “Os sacos-cama são para -25º. Se os usarem bem, conseguem um sono aconchegado.”

O saco-cama tinha forro polar e outras duas camadas. Fechava-se com, nem mais nem menos, três fechos de correr sincronizáveis.

Bem mais que os sacos-cama volumosos e complexos, impressionava-nos a cama sólida, translúcida e gélida que nos esperava.

Daí a duas horas, a noite tomaria conta de Kemi. Para o tal sono experimental, faltava mais. Decidimo-nos a usar o ainda dia minguante a cirandarmos. Primeiro pelo castelo. Logo, pela Kemi em redor.

À conquista da fortificação, desvendamos salas comunais ligadas por túneis e entradas arqueadas.

Escultura de gelo de raposa a tirar coelho de uma cartola, no Castelo de Neve de Kemi

Escultura de gelo de raposa a tirar coelho de uma cartola, no Castelo de Neve de Kemi

Sala após Sala, Distintos Motivos Finlandeses Esculpidos no Gelo

Uma das salas, tem toda uma floresta talhada nas paredes e tecto. Num recanto, uma raposa mágica aponta um coelho tirado de uma cartola. Passamos para uma sala ao lado.

Nessa, angry birds olham os visitantes de soslaio, munidos de uma fisga que anima tantas das suas estórias.

É uma homenagem àquela que se mantém a criação ficcional – desenho animado, jogo e afins – mais popular alguma vez criada na Finlândia.

Hóspede do hotel do Castelo de Neve de Kemi abraça um Angry Bird de neve

Hóspede do hotel do Castelo de Neve de Kemi abraça um Angry Bird de neve

Há uma capela com cinquenta a cem assentos que já uniu casais dos quatro cantos do Mundo. Há o restaurante de gelo em que, não tarda, iríamos jantar.

Outros espaços, revelam-nos distintas figuras do imaginário suomi, todas esculpidas no gelo alvo em que a fortaleza é erguida, receptora de tonalidades que uma iluminação artificial fazia alternar.

Uma comunidade irrequieta de catraios deambula, para cá e para lá, entregue a brincadeiras, diabruras e correrias que ajudam a suportar o frio.

Crianças divertem-se em pistas de tobogã do Castelo de Gelo de Kemi

Crianças divertem-se em pistas de tobogã do Castelo de Gelo de Kemi

Lá fora, três ou quatro adultos esforçam-se por controlar a excitação gerada por uns poucos escorregas sulcados, em declive, no gelo, em que a miudagem se faz deslizar sobre bóias, trenós, tobogãs e sabe-se lá em que mais.

Monstros com olhos de luz fulminante parecem engolir a criançada de cada vez que mudam de ala.

Pórtico animado do Castelo de Neve de Kemi, o maior do Mundo

Pórtico animado do Castelo de Neve de Kemi, o maior do Mundo

Desafogado como era, o Castelo de Neve de Kemi abrigava aquilo e muito mais.

A História ainda Curta do Castelo de Neve

Em 1996, a cidade de Kemi ergueu-o em parceria com a UNICEF, como uma dádiva às crianças do Mundo. De então para cá, com quase trinta Primaveras e Verões pelo meio, o castelo derreteu e foi reerguido, pelo menos, tantas vezes.

Com áreas que oscilaram entre os 13 mil e os 20 mil metros quadrados e as muralhas mais longas a medirem para cima de 1km.

De início, surgia junto à margem da Baía de Bótnia e à marina de Kemi. Em 2017, as autoridades mudaram-no para a morada algo impronunciável de Mansikkanokankatu 15.

É de lá que partimos com a missão de explorarmos a pequena urbe no topo do Golfo de Bótnia, a 120km km do Círculo Polar Árctico, menos de 30km da Suécia.

Como seria de esperar, no pino do Inverno, encontramo-la densamente nevada.

A espaços, sob camadas impressionantes de neve, como é o caso de em volta da sua igreja luterana, finalizada em 1902, agora, com um tom salmão que combina com os “pasteis” predominantes da cidade.

A catedral luterana de Kemi, destacada acima do centro nevado da cidade.

A catedral luterana de Kemi, destacada acima do centro nevado da cidade.

E a Génese Russa da já Secular Kemi

Alexandre II, czar russo, fundou Kemi, em 1869, numa altura em que a Finlândia se mantinha um Grã-Ducado autónomo, integrante do vasto império russo.

A ideia do imperador era dotar o cimo do Golfo de Bótnia de um porto de águas fundas que fomentasse o comércio dos produtos chegados àquelas partes.

Tanto os que desciam do norte da Lapónia Finlandesa pelo rio Kemi, como os transportados Golfo de Bótnia acima, em ambos os casos, hoje ligados às duas grandes indústrias da cidade: a madeireira e a da pasta de papel.

Como testemunhamos em três tempos, o funcionamento do porto foi e ainda é interrompido durante o congelamento invernal.

Umas poucas embarcações resistiam, beneficiadas por protecções especiais, na marina contígua.

Barco cercado por gelo na marina de Kemi, Baía de Bótnia

Barco cercado por gelo na marina de Kemi, Baía de Bótnia

Ao largo, os únicos navios que circulam durante o frio são quebra-gelos como o emblemático “Sampo em que temos o privilégio de percorrer o Golfo de Bótnia por canais recém-abertos.

Kemi na 2ª Guerra Mundial e o Pós-Guerra

Chegaram a complementar este porto duas outras estruturas preponderantes e, como o Castelo de Neve, recordistas. Em 1944, a Finlândia assinou um acordo de Armistício que terminou a Guerra da Continuação com a U.R.S.S.

Esse acordo ditou a Alemanha Nazi inimiga da Finlândia e o início da Guerra da Lapónia que se estendeu até Abril de 1945, quase até ao término da 2ª Guerra Mundial na Europa. Não sem que, antes da sua rendição, os Nazis destruíssem a ponte e o viaduto mais longos da Finlândia, ambos situados a norte de Kemi.

Passado um ano, começou a construção do hotel Merihovi para que haveríamos de nos mudar, terminada em 1949.

Malgrado a escassez de materiais provocada pela grande guerra, tornou-se um edifício clássico da cidade. Acolheu várias vezes o ex-presidente finlandês Urho Kekkonen, bem como o cosmonauta russo Yuri Gagarin.

Quando passamos pela sua frente, têm lugar as filmagens de um qualquer filme ou série finlandesa de época, com carros coloridos, dos anos 60 a 80, alinhados no parque de estacionamento e umas poucas cenas no interior a que nos recusam o acesso.

Carros vintage alinhados em frente ao hotel Merihovi, durante umas filmagens

Carros vintage alinhados em frente ao hotel Merihovi, durante umas filmagens

De Volta ao Enregelado Castelo

Voltamos ao Castelo de Neve esfriados por um vento que tinha despontado do nada. As autoridades alertam e louvam o famoso vento local:

“fica ventoso em Kemi. Bastante mesmo. Graças ao vento, tornámo-nos uma gente particularmente forte. Que sobreviveu a muitos desafios ao longo do tempo.

O vento de Kemi é fresco e limpo. Um bom tipo de vento. Dá energia!”.

Adolescentes poucos mascarados durante a convenção Kitacon de Kemi

Adolescentes poucos mascarados durante a convenção Kitacon de Kemi

A nós, em particular, estava-nos a fazer bater o dente.

De acordo, aceleramos rumo ao refúgio que nos esperava, mesmo de neve e gelo, aquele com que podíamos contar.

Reanimamos na única sala aquecida do castelo, a comunal, àquela hora, por razões óbvias, quase à pinha.

O Ice Restaurant do Castelo de Gelo de Kemi

O Ice Restaurant do Castelo de Gelo de Kemi

Um Jantar tão Experimental como Breve

Sobre as 19h, mudamo-nos para o Snow Restaurant. Sentamo-nos sobre cepos de madeira que peles de rena tornavam mais confortáveis e a uma mesa feita de grandes blocos de gelo.

Servem-nos salmão e alce, recém-cozinhados, embrulhados em folhas de alumínio.

Desembrulhamo-los, ainda a fumegar. Compomo-los nos pratos decididos a fotografarmos a tão peculiar refeição. Caprichamos. E demoramos mais que o devido. Já nos tinham prevenido que os jantares do Castelo de Neve não admitiam hesitações, muito menos socializações.

Quando, por fim, nos preparamos para saborear as especialidades nórdicas, já estava tudo frio. Menos que a sala de jantar de que migramos, apressados, de volta ao conforto da de estar.

Miúdos brincam numa das salas do Castelo de Neve

Miúdos brincam numa das salas do Castelo de Neve

Com tarefas por cumprirmos nos portáteis, arrastamo-nos por lá, até já sermos os únicos. São nove da noite quando, a esforço, cedemos ao repto de passarmos para o quarto.

Como esperado, a transição volta a castigar-nos. Vencida a tarefa exigente de nos enfiarmos nos sacos-cama, ajustarmos os fechos de correr e cobrirmos com a manta de pele de rena, o cansaço reclama-nos para um sono também ele estreante. Sobre cama de gelo.

O dia volta a raiar. Vêm-nos chamar à porta. Mesmo no quarto congelado, somos os últimos a despertar. Tomamos o pequeno-almoço. Mudamo-nos para o hotel Merihovi.

De lá, sobre as dez, saímos para uma volta de mota de neve em redor de Kemi, com sequência na tal navegação a bordo do quebra-gelo “Sampo”.

Quebra-Gelo Sampo, Kemi, Finlândia

Passageiros ínfimos contra o enorme quebra-gelo “Sampo”

Regressamos pouco depois do ocaso, uma vez mais, a precisarmos de reaquecer. Ainda duram as gravações às portas do hotel.

Depois do anoitecer, mantemo-nos de olho na distância e acima de Kemi.

As previsões indicavam boa probabilidade de se darem auroras boreais.

Ao invés, o céu nublou-se. Assim ficou noite fora.

A Inesperada Convenção Kitacon de Kemi

Damos entrada no fim-de-semana.

Participantes góticos da convenção Kitacon de Kemi.

Participantes góticos da convenção Kitacon de Kemi.

Ao deambularmos por Kemi, percebemos que a cidade havia sido tomada por humanos convertidos em Lolitas, góticos, mascarados indefinidos e personagens de BD que desconhecíamos.

Pais rebocam crianças instaladas em trenós, no centro de Kemi

Pais rebocam crianças instaladas em trenós, no centro de Kemi

Todos afluíam para um mesmo edifício. Seguiam-lhes os passos uns poucos pais jovens que puxavam crianças e até bebés instalados sobre trenós coloridos e deslizantes.

Entramos no tal edifício. Lá dentro, eram centenas os jovens mascarados de sabe-se lá o quê.

Explicam-nos que tudo aquilo fazia parte do Kitacon.

Trata-se de uma convenção de fãs de animé, jovens culturas e sub-culturas nipónicas e afins que reunia adolescentes, sobretudo de Kemi e da Finlândia, também de uns poucos países vizinhos.

Participantes sueca e dinamarquesa da convenção Kitacon.

Participantes sueca e dinamarquesa da convenção Kitacon.

Longe de contarmos com o evento, integramo-nos na comunidade meio geek, meio nerd, em qualquer caso, orgulhosa das suas encarnações e de nelas nos verem interessados.

Condicionada pela sua latitude extrema e pela meteorologia inclemente, Kemi aproveita todas as oportunidades para fugir da rotina e se transformar, de preferência, em convívio com forasteiros.

Casal mascarado para a convenção Kitacon.

Casal mascarado para a convenção Kitacon.

Voltamos a sublinhar a auto-definição das autoridades da cidade: “ [Kemi] pode não ser o lugar mais excitante do Mundo, mas é, provavelmente um lugar melhor que muitos para viver, dormir, comer, rir e passar um bom tempo. Uma coisa é certa:

Kemi é a melhor Kemi do Mundo e todos lá são bem-vindos”.

Escultura mitológica no Castelo de Neve de Kemi

Escultura mitológica no Castelo de Neve de Kemi

COMO IR

Voe de Lisboa para Helsínquia, com a TAPflytap.com por a partir de 450€ ida-e-volta. De Helsínquia poderá cumprir a viagem para Kemi com a Finnair.

Fortalezas

O Mundo à Defesa - Castelos e Fortalezas que Resistem

Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
Khiva, Uzbequistão

A Fortaleza da Rota da Seda que a União Soviética Aveludou

Nos anos 80, dirigentes soviéticos renovaram Khiva numa versão amaciada que, em 1990, a UNESCO declarou património Mundial. A URSS desintegrou-se no ano seguinte. Khiva preservou o seu novo lustro.
São João de Acre, Israel

A Fortaleza que Resistiu a Tudo

Foi alvo frequente das Cruzadas e tomada e retomada vezes sem conta. Hoje, israelita, Acre é partilhada por árabes e judeus. Vive tempos bem mais pacíficos e estáveis que aqueles por que passou.
Sigiriya, Sri Lanka

A Capital Fortaleza de um Rei Parricida

Kashyapa I chegou ao poder após emparedar o monarca seu pai. Receoso de um provável ataque do irmão herdeiro do trono, mudou a principal cidade do reino para o cimo de um pico de granito. Hoje, o seu excêntrico refúgio está mais acessível que nunca e permitiu-nos explorar o enredo maquiavélico deste drama cingalês.
Helsínquia, Finlândia

A Fortaleza em Tempos Sueca da Finlândia

Destacada num pequeno arquipélago à entrada de Helsínquia, Suomenlinna foi erguida por desígnios político-militares do reino sueco. Durante mais de um século, a Rússia deteve-a. Desde 1917, que o povo suómi a venera como o bastião histórico da sua espinhosa independência.
Tataouine, Tunísia

Festival dos Ksour: Castelos de Areia que Não Desmoronam

Os ksour foram construídos como fortificações pelos berberes do Norte de África. Resistiram às invasões árabes e a séculos de erosão. O Festival dos Ksour presta-lhes, todos os anos, uma devida homenagem.
Okinawa, Japão

O Pequeno Império do Sol

Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum "Barco do Amor". Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Ilha Hailuoto, Finlândia

À Pesca do Verdadeiro Peixe Fresco

Abrigados de pressões sociais indesejadas, os ilhéus de Hailuoto sabem sustentar-se. Sob o mar gelado de Bótnia capturam ingredientes preciosos para os restaurantes de Oulu, na Finlândia continental.
Inari, Finlândia

O Parlamento Babel da Nação Sami

A Nação sami integra quatro países, que ingerem nas vidas dos seus povos. No parlamento de Inari, em vários dialectos, os sami governam-se como podem.
Helsínquia, Finlândia

Uma Via Crucis Frígido-Erudita

Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Helsínquia, Finlândia

A Páscoa Pagã de Seurasaari

Em Helsínquia, o sábado santo também se celebra de uma forma gentia. Centenas de famílias reúnem-se numa ilha ao largo, em redor de fogueiras acesas para afugentar espíritos maléficos, bruxas e trolls
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
Safari
PN Liwonde, Malawi

A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
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Arquitectura & Design
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
Pleno Dog Mushing
Aventura
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
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Cowboys da Oceania

O Texas até fica do outro lado do mundo mas não faltam vaqueiros no país dos coalas e dos cangurus. Rodeos do Outback recriam a versão original e 8 segundos não duram menos no Faroeste australiano.
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O Portal Para o Reino Chinês de Pedra

A imensidão de colinas de calcário afiadas em redor é de tal forma majestosa que as autoridades de Pequim a imprimem no verso das notas de 20 yuans. Quem a explora, passa quase sempre por Guilin. E mesmo se esta cidade da província de Guangxi destoa da natureza exuberante em redor, também lhe achámos os seus encantos.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
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Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
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O Recreio Caribenho de Hemingway

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O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
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Deixamos a capital Torshavn rumo a norte. Cruzamos de Vestmanna para a costa leste de Streymoy. Até chegarmos ao extremo setentrional de Tjornuvík, deslumbramo-nos vezes sem conta com a excentricidade verdejante da maior ilha faroesa.
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Na 2ª Guerra Mundial, uma frota nipónica falhou em ocultar-se ao largo de Busuanga e foi afundada pelos aviões norte-americanos. Hoje, os seus destroços subaquáticos atraem milhares de mergulhadores.
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A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
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As Grandes Pirâmides das Antilhas

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Onde o Cristianismo Faroense deu à Costa

A um mero ano do primeiro milénio, um missionário viquingue de nome Sigmundur Brestisson levou a fé cristã às ilhas Faroé. Kirkjubour, tornou-se o porto de abrigo e sede episcopal da nova religião.
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Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
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Tóquio, Japão

O Imperador sem Império

Após a capitulação na 2ª Guerra Mundial, o Japão submeteu-se a uma constituição que encerrou um dos mais longos impérios da História. O imperador japonês é, hoje, o único monarca a reinar sem império.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Vida Selvagem
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.