Lifou, Ilhas Lealdade

A Maior das Lealdades


Mme Moline popinée
Moline num vestido popinée, junto à gite em que serve as suas apreciadas bougnas.
Secagem ao ar livre
Moradora estende roupa sob a copa de coqueiros altivos, no litoral de Lifou.
Um mar translúcido
O mar sedutor do Pacífico do Sul ao largo do Cabo Escarpé, no extremo norte de Lifou.
Sabor a baunilha
Lues Rokuad na sua plantação de baunilha biológica do sul da ilha.
Tons de Lealdade
O litoral recortado e verde-azul de Lifou.
A Chefferie
Nativo carrega um caixote para fora da chefferie de Mucaweng.
Bougna
O famoso cozido tradicional da Nova Caledónia, como confeccionado por Madame Moline.
lifou-ilhas-lealdade-nova-caledonia-petiscos
Família partilha um snack nocturno à luz de lanternas.
Artesanato Kanak
Bolsa vegetal florida, exemplo do artesanato simples mas exuberante das Ilhas Lealdade.
Recorte de Costa
Água cristalina do Pacífico do Sul em volta de uma costa erodida.
Gabriele na Cheferie
Guia Gabriele posa em frente à Cheferie.
Coqueiros enredados
Sebe de coqueiros à beira-mar de Lifou.
Notre Dame de Lourdes
A parte de trás da igreja mais carismática de Lifou.
Corrida
Morador de Lifou corre sobre um rochedo abrasivo.
Dª Louise
Dª Louise da fazenda de baunilha La Vanille Jouese.
Praia
Litoral tropical de Lifou.
Lifou é a ilha do meio das três que formam o arquipélago semi-francófono ao largo da Nova Caledónia. Dentro de algum tempo, os nativos kanak decidirão se querem o seu paraíso independente da longínqua metrópole.

Pouco passa das dez da manhã quando deixamos o pequeno aeroporto de Ouanaham.

Uma funcionária passa-nos um carro francês para as mãos e apresenta-nos Gabriela, a guia bilingue que nos acompanharia.

Já tínhamos estranhado o pré-aviso de que teríamos que ser nós a conduzir. Pouco depois de nos instalarmos na viatura, a nativa reforça a ideia: “não tenho carta nem quero vir a ter. É demasiado stressante para mim!”

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, cheferie

Guia Gabriele posa em frente à Cheferie.

Seriamente volumosa, a senhora ajusta-se ao espaço do banco traseiro e transmite algumas indicações condizentes com a rede rodoviária elementar da ilha.

Em três tempos, atingimos o seu limite norte.

Gabriela indica-nos que chegámos à primeira das escalas, diz-nos para onde temos que nos dirigir e, como veio a fazer várias outras vezes, vítima da sua inércia e reduzida mobilidade, fica na viatura a aguardar pelo nosso regresso.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Cabo Escarpé

O mar sedutor do Pacífico do Sul ao largo do Cabo Escarpé, no extremo norte de Lifou.

Espreitamos as falésias de Jokine e o cabo Escarpé para diante.

Entre os grandes pinheiros-de-Cook que delas se elevam, também prolíficos na vizinha Île-des-Pins admiramos ainda a lagoa marinha verde, azul e forrada de um misto de rocha e coral naquele recanto exuberante do oceano Pacífico.

Abençoa-a e aos marinheiros melanésios e visitantes de todas as paragens uma Notre Dame de Lourdes destacada sobre o quase frontão da pequena igreja no limiar da grande falésia de Easo.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Notre Dame de Lourdes

A parte de trás da igreja mais carismática de Lifou.

A Virgem e toda a fé da ilha em si pouco pode contra a meteorologia. Descemos o trilho que havíamos percorrido em sua honra quando, num ápice, se forma um ajuntamento de nuvens tenebrosas sobre as nossas cabeças.

O céu abre comportas e lança uma carga de água diluviana que nos submete ao refúgio do pequeno Clio. “Bom, isto não está com ar de vir a parar tão cedo, prevê Gabriela. Parece-me melhor irmos directos ao restaurante. Não é longe daqui.”

Pelo caminho, Gabriela elucida-nos sobre a sua perspectiva de quão especial iria ser a refeição. “Vamos ao Fene Paza. Guillaume Waminya, o dono, abriu este restaurante debaixo (fene em dialecto local drehu) de uma árvore de hibisco (paza).

Em Lifou, a flor de hibisco (bourao) só pode ser comida ou vendida para consumo no território da tribu de Mucaweng que continuávamos a explorar.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, estendal

Moradora estende roupa sob a copa de coqueiros altivos, no litoral de Lifou.

Cá na ilha, acreditamos que se a comermos de outras “tribus” podemos ficar surdos. Enquanto o nosso chefe não autorizar em contrário, eu só como neste restaurante.”

As flores de hibisco são consideradas das mais terapêuticas do universo tropical, altamente antioxidantes, excelentes para fazer baixar o mau colesterol e a pressão arterial.

Ainda assim, na travessa que, entretanto, nos trouxeram chamaram-nos bem mais a atenção as enormes lagostas escarlates recheadas que ocupavam o centro de um complexo acompanhamento tradicional.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia,

Bolsa vegetal florida, exemplo do artesanato simples mas exuberante das Ilhas Lealdade.

Mais que uma refeição luxuosa, estavam a servir-nos um prato o mais tradicional e representativo possível. Apreciamo-lo com prazer e a admiração gastronómica e étnica que nos merecia.

A chuva não dá sinais de misericórdia. Também para nos pouparmos da sua excessiva liquidez, mantemo-nos à mesa e à conversa com a cada vez menos reservada Gabriela.

A cicerone de etnia kanak tinha vivido dois anos e aprendido inglês nas imediações australianas de Brisbane, onde não se sentiu propriamente confortável: “na escola que frequentei ninguém fazia sequer a ideia de onde ficava a Nova Caledónia.

Toda a gente achava que eu era fijiana… Nunca me dei lá muito bem com os australianos. Tive foi amigos japoneses e de outras partes da Ásia.”

Gabriela fazia parte de uma associação feminina. Essa afiliação permitia-lhe viajar com frequência, ir a congressos internacionais e reuniões de outros grupos, ao Taiti e a Bora Bora, também a Vanuatu, entre outros lugares mágicos da Oceânia, da Melanésia e da Polinésia: “Sabem que os mahu (o chamado terceiro sexo da Polinésia; homens efeminados) têm uma forte participação na minha associação e noutras.

Querem ser reconhecidos e apoiados mas, após um longo debate, o papel deles ainda continua por definir. Eu acho que eles nos dão mau nome. Mas é só a minha opinião…”

Aproveitamos a sua embalagem e o facto de a chuva persistir para a sondar quanto ao estatuto político excêntrico da Nova Caledónia, uma Collectivité bem distinta de outras COM (Collectivités d’outre-Mer) como o são a Polinésia Francesa ou Saint Martin-Sint Maarten, ilha das Caraíbas, muito graças à resistência histórica do povo kanak em se submeter por completo ao jugo de Paris.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Chefferie

Nativo carrega um caixote para fora da chefferie de Mucaweng.

Repetiram-se referendos a esse mesmo estatuto, com escolha entre Estado associado da França, grande autonomia no seio da República Francesa ou a independência.

A indefinição do futuro do seu amado arquipélago deixava a receosa Gabriela e muitos outros nativos inquietos: “Eu acho que a independência pode vir a acontecer mas tenho muito receio do que a Nova Caledónia se possa vir a tornar sem a França por detrás.

As pessoas de cá já se habituaram a que tudo seja resolvido pela França. Tenho medo de virmos a perder num ápice o nível de vida e as facilidades que agora temos. Já viram se voltamos a ser uma espécie de Vanuatu?” questiona-nos, indignada, alheia a que se referia a uma das nações que mais admirávamos e estimávamos.

A chuva tropical, densa e morna, não só persistia como se intensificava.

Encharcava aquela terra exígua perdida na vastidão do Pacífico e carregava o verde das árvores de hibisco e dos coqueiros em redor, sob nuvens baixas que, entretanto, haviam mudado de azulão para um estranho lilás.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, coqueiros

Sebe de coqueiros à beira-mar de Lifou.

Nessa tarde, pouco mais fizemos que comer, falar à mesa e apreciar a exuberância da tormenta a assentar arraiais.

Por volta das 17h 20, com a inesperada penumbra celeste a querer acolher a noite, recolhemos ao hotel à beira-mar plantado em que tínhamos antes dado entrada, junto à quase imperceptível capital de We, ainda assim, a maior povoação das três ilhas Lealdade.

Por essa altura, o cansaço acumulado durante a exploração prévia da ilha-mãe Grande Terre e da irmã de Lifou, Ouvéa, quase sempre debaixo de um sol inclemente, cobrou o seu preço.

Só voltámos a reencontrar-nos com Lifou e com Gabriela na manhã seguinte.

Passamos por praias imaculadas: Luengoni, Oulane e Baie de Mou. Mergulhamos e chapinhamos nos seus mares turquesa e completamos, assim, a recuperação das energias antes esgotadas.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Tons de Lealdade

O litoral recortado e verde-azul de Lifou.

Depois, apontamos para La Vanille Jouese, uma fazenda produtora da exportação mais emblemática do lugar, a baunilha, para lá levada de Madagáscar por um ministro britânico e, hoje, com cerca de cento e vinte produtores à moda orgânica.

Em Mu, no extremo sudeste da ilha, somos recebidos por dois deles.

Lues Rokuad e Louise explicam-nos tintim por tintim os procedimentos e prodígios da sua plantação repleta de pés de tal forma enrodilhados nas estacas e entre si que formavam uma verdadeira selva cheirosa.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Lues Rokuad

Lues Rokuad na sua plantação de baunilha biológica do sul da ilha.

Mas, ali, naquele recanto verdejante e improvável do outro lado do mundo, o que nos espanta é que não tardamos a detectar o nosso idioma materno. Donziela, a senhora que o empregava tinha emigrado para França nos anos 70.

De França, já casada com um gaulês, mudou-se para Nouméa, a capital cada vez mais francófona da Nova Caledónia, onde tantos franceses procuram o sonho de vidas tropicais abastadas, leves e solarengas.

Ela fazia-o já há dezasseis anos.

Como nos chamara a atenção, a senhora continuava a falar um bom português, mesmo se quase só o praticava com os pais quando estava na metrópole e, desde que tinha tido filhos, de quando em quando com eles, para que não se perdessem as suas origens lusas.

De Mu, viajamos até Tanukul.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, exercício

Morador de Lifou corre sobre um rochedo abrasivo.

Aproximava-se nova hora de almoço. Como nos tinha anunciado solenemente Gabriela, não podíamos deixar Lifou sem provarmos a versão local da grande especialidade gastronómica da Nova Caledónia: a bougna.

Uma das melhores e mais conceituadas era a de Madame Moline, uma jovem senhora kanak que se tinha mudado de Nouméa para Lifou para viver de vez na terra dos pais e da irmã. O seu plano foi simples.

Se tantos kanaks e forasteiros ansiavam pela bougna e ela tão bem as confecionava e ainda por cima as podia servir num cenário doméstico tradicional plantado à beira-mar e de uma piscina natural de tartarugas, porque não fazer disso o seu negócio e a vida da sua família?

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, cabo rochoso

Água cristalina do Pacífico do Sul em volta de uma costa erodida.

Moline recebe-nos com um grande sorriso na sua face acriançada, mostra-nos a sua pequena propriedade disposta sobre um relvado em redor de algumas gites (habitações) tradicionais e instala-nos à sombra de um grande chapéu de sol de palha, numa mesa com uma toalha plástica repleta de ilustrações de frutas.

A preparação da bougna já ia com algum tempo, razão porque pouco tivemos que esperar. Passados uns quinze minutos, Moline surge com um grande invólucro feito de folhas de palmeira entrançadas e enfeitado com cravos cor-de-laranja e amarelos.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Bougna

O famoso cozido tradicional da Nova Caledónia, como confeccionado por Madame Moline.

Abre esta bolsa que nos parecia quase cerimonial e, logo, as folhas de bananeira que faziam de embrulho interior. Revela-nos, por fim, o pitéu porque esperávamos: um exuberante cozido de mandioca, batata doce, bananas maduras, inhame e frango, temperado com ervas e especiarias.

Apresenta-o e explica-o com óbvia paixão pelo ofício mas não tarda a deixar-nos entregues à nobre refeição.

Na sequência, passeamos com Moline junto às pequenas ondas que afagavam Lifou. Tivemos a ideia de a fotografar e, ao contrário de Gabriele e de tantos nativos, a senhora abonecada prontificou-se de imediato, com óbvio orgulho: “Deixem-me só pôr o meu vestido kanak.

Eu, no dia-a-dia, costumo andar só com estes calções e t-shirt. O vestido não dá jeito para me sentar no chão ou para trabalhar a terra. Mas acho que fico muito melhor com o robe popinée tradicional.”

Regressou em três tempos, com um raminho formado pelos cravos que antes decoravam o invólucro da bougna na mão.

Já composta, subiu a uma rocha da extremidade da piscina natural de tartarugas e posou com a maior naturalidade e dignidade do mundo, com o céu azul, o oceano Pacífico, pinheiros-de-Cook e coqueiros em fundo a aconchegar a sua contagiante beleza.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Mme Moline popinée

Moline num vestido popinée, junto à gite em que serve as suas apreciadas bougnas.

Mandámos mais alguns mergulhos revigorantes. O sol não tardou a deixar aquelas paragens remotas mas paradisíacas.

Nessa tarde, regressámos a Nouméa onde fizemos nova escala nocturna antes de viajarmos para Maré, a derradeira Lealdade.

Cilaos, Reunião

Refúgio sob o tecto do Índico

Cilaos surge numa das velhas caldeiras verdejantes da ilha de Reunião. Foi inicialmente habitada por escravos foragidos que acreditavam ficar a salvo naquele fim do mundo. Uma vez tornada acessível, nem a localização remota da cratera impediu o abrigo de uma vila hoje peculiar e adulada.
Taiti, Polinésia Francesa

Taiti Para lá do Clichê

As vizinhas Bora Bora e Maupiti têm cenários superiores mas o Taiti é há muito conotado com paraíso e há mais vida na maior e mais populosa ilha da Polinésia Francesa, o seu milenar coração cultural.
Grande Terre, Nova Caledónia

O Grande Calhau do Pacífico do Sul

James Cook baptizou assim a longínqua Nova Caledónia porque o fez lembrar a Escócia do seu pai, já os colonos franceses foram menos românticos. Prendados com uma das maiores reservas de níquel do mundo, chamaram Le Caillou à ilha-mãe do arquipélago. Nem a sua mineração obsta a que seja um dos mais deslumbrantes retalhos de Terra da Oceânia.
Maupiti, Polinésia Francesa

Uma Sociedade à Margem

À sombra da fama quase planetária da vizinha Bora Bora, Maupiti é remota, pouco habitada e ainda menos desenvolvida. Os seus habitantes sentem-se abandonados mas quem a visita agradece o abandono.
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Espiritu Santo, Vanuatu

Divina Melanésia

Pedro Fernandes de Queirós pensava ter descoberto a Terra Australis. A colónia que propôs nunca se chegou a concretizar. Hoje, Espiritu Santo, a maior ilha de Vanuatu, é uma espécie de Éden.
Papeete, Polinésia Francesa

O Terceiro Sexo do Taiti

Herdeiros da cultura ancestral da Polinésia, os mahu preservam um papel incomum na sociedade. Perdidos algures entre os dois géneros, estes homens-mulher continuam a lutar pelo sentido das suas vidas.
Ouvéa, Nova Caledónia

Entre a Lealdade e a Liberdade

A Nova Caledónia sempre questionou a integração na longínqua França. Na ilha de Ouvéa, arquipélago das Lealdade, encontramos uma história de resistência mas também nativos que preferem a cidadania e os privilégios francófonos.
Moorea, Polinésia Francesa

A Irmã Polinésia que Qualquer Ilha Gostaria de Ter

A meros 17km de Taiti, Moorea não conta com uma única cidade e abriga um décimo dos habitantes. Há muito que os taitianos veem o sol pôr-se e transformar a ilha ao lado numa silhueta enevoada para, horas depois, lhe devolver as cores e formas exuberantes. Para quem visita estas paragens longínquas do Pacífico, conhecer também Moorea é um privilégio a dobrar.
Bora-Bora, Raiatea, Huahine, Polinésia Francesa

Um Trio Intrigante de Sociedades

No coração idílico do vasto oceano Pacífico, o Arquipélago da Sociedade, parte da Polinésia Francesa, embeleza o planeta como uma criação quase perfeita da Natureza. Exploramo-lo durante um bom tempo a partir do Taiti. Os últimos dias, dedicamo-los a Bora Bora, Huahine e Raiatea.
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Cidade
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