Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30


Guia Anos 30 e Clientes
Guia da cidade vestido ao estilo dos anos 30 conta curiosidades históricas de Napier a visitantes.
Charme Anos 30 II
John “Bertie” Cocking exibe charme a uma amiga de Napier.
O Bando dos Anos 30
Figurantes alinham-se junto aos calhambeques em que chegaram ao porto de Napier.
Silhuetas Art Deco
Fachada de edifício temática em Napier
The Twin City Stompers
Banda de jazz Twin City Stompers toca e confraterniza com os passageiros de um cruzeiro no porto de Napier.
ZQ1688
Matrícula de um de vários carros clássicos que reforçam a atmosfera Art Deco de Napier
Aventuras mecânicas
Figurante abre o capot de um dos calhambeques estacionados no porto de Napier, para que os passageiros de cruzeiros possam admirar o motor.
Pausa para Contemplação
Ciclista detém-se na ciclopista que percorre a longa marginal de Napier.
Confraternização
Passageiros e tripulação de um cruzeiro apreciam os figurantes de Napier ali presentes para deles se despedirem.
Pouso Calhambeque
Uma das figurantes dos Anos 30 - Art Deco de Napier, junto a um calhambeque.
Charme Anos 30
John "Birdie" Cocking, o embaixador de Napier, posa numa loja temática da cidade.
Moda Coquette II
Manequim e bicicleta à porta de uma loja de moda vintage de Napier.
The Daily Telegraph
Fachada em Art Deco do velho edifício do "The Daily Telegraph”.
Moda Coquette
Funcionária do Napier Art Deco Trust em traje a condizer com o mood da cidade.
Bertie aos Comandos
Birdie a bordo de um dos calhambeques de Napier.
A Art Deco de Napier
Edifícios Art Deco de Napier.
Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.

Bertie não tem mãos a medir. Devora uma fatia de bolo de chocolate e solta um “Let’s Go!” entusiasta que nos faz levantar de imediato para onde quer que nos levasse.

Caminhamos até ao seu carro e constatamos como, do nada, volta a atrair a atenção dos transeuntes com o chapéu panamá, o fato preto e amarelo listado, os sapatos bicolores Spectator e as poses e expressões charleston e swing  que aprimora com recurso a uma bengala ornamental.

Terminada nova sessão fotográfica, senta-se ao volante do coupé vintage verde-amarelo, arranca, e saúda quem ficou trás com buzinadelas exuberantes.

Bertie em calhambeque, Napier, Nova Zelândia

Birdie a bordo de um dos calhambeques de Napier.

Cada vez nos custava mais a acreditar que estávamos perante um ex-contabilista, uma impressão semelhante à que John Cocking, o homem por detrás da personagem, conserva de si.

Agora com 66 anos, este brit inconformado começou a trabalhar aos 16. Aos 22, tinha conquistado o diploma de CPA (Certified Public Accountant) e preparava-se para fazer fortuna quando percebeu que não tinha interesse naquele projecto. A sua vida deu voltas e mais voltas e acabou por o levar à longínqua Nova Zelândia e a Napier, uma cidade também ela peculiar.

O Colapso Sísmico de Napier

A 3 de Fevereiro de 1931, um tremor de terra com magnitude de 7.8 arrasou Napier. A catástrofe obrigou as autoridades a reverem o código urbanístico da cidade, desadequados ao risco sísmico da zona. As ruas foram alargadas e os novos edifícios erguidos, por norma, apenas com dois andares.

Até à época, o Art Deco fora o estilo de construção popular mas a recuperação coincidiu com a Grande Depressão quando, depois do fenómeno Empire State Building, pouco ou nenhum  desenvolvimento citadino significativo era realizado.

Os arquitectos responsáveis aproveitaram o vazio e projectaram Napier com influências simplificadas das linhas de Frank Lloyd Wright e dos edifícios das missões espanholas. O resultado revelou-se único.

Art Deco, Napier, Nova Zelândia

Edifícios Art Deco de Napier.

Da Ruína a um Irreverente Esplendor Art Deco

Durante as décadas de 60 a 80, alguns dos edifícios Art Deco foram substituídos por outros contemporâneos mas a maior parte permaneceu intacto o tempo suficiente para se destacar. A partir de 1990, o centro foi restaurado e protegido e, em 2007, a UNESCO nomeou-o Património Mundial, o primeiro lugar cultural da Nova Zelândia a conquistar o estatuto.

Como valor acrescentado, desde então, só uma outra cidade à face da Terra, Miami Beach – que foi erguida num estilo Art Deco Streamline Moderne – rivaliza com Napier.

A meio da década de 80, alguns residentes fundaram o Art Deco Trust de Napier. Um mero folheto por eles criado conseguiu que mil e tal pessoas participassem num passeio guiado pelas ruas do centro e as autoridades regionais fizeram questão de se juntar ao esforço.

Aos poucos, muitos mais milhares de fãs obcecados da arquitectura começaram a querer descobrir a cidade.

Edifício art deco, Napier, Nova Zelândia

Fachada em Art Deco do velho edifício do “The Daily Telegraph”.

Graças às iniciativas do trust, Napier lucra, hoje, 1.14 milhões de euros com os seus edifícios mas continua a tentar aumentar o espectro de admiradores. John “Bertie” Cocking tornou-se no seu principal trunfo.

O Protagonismo Promocional e Anfitrião de John Cooking, ou Bertie

Já a habitar na Nova Zelândia, Cocking estava mais farto que nunca da contabilidade e desabava com David Dale – um amigo – que devia haver alguma coisa em que fosse perfeito e que o pudesse salvar. Ao que Dale respondeu “bom, eu acho que darias um óptimo Manoel” (empregado barcelonense da série britânica Fawlty Towers).

John Cocking seguiu o conselho. Estudou o papel e começou a representá-lo em restaurantes neozelandeses. Pouco depois, a proprietária de um restaurante de Auckland contratou-o a tempo inteiro e Cocking deixou de vez os balanços. Entretanto, criou e adaptou novos papéis.

Foi com um deles, Bertie, que, em 1995, propôs a Napier os seus serviços de actor, sugerindo que se tornasse numa espécie de delegação de turismo andante.

A ideia agradou de imediato ao city councilor que sentiu que a personagem incorporava a alma histórica da cidade.

Sem mais hesitações, o edil nomeou Bertie embaixador de Napier e atribuiu a Cocking um salário condigno.

Bertie, Napier, Nova Zelândia

John “Bertie” Cocking exibe charme a uma amiga de Napier.

A relação do Art Deco Trust local com Bertie evoluiu para uma forte dependência e, apesar de hoje Cocking já não ser pago (provavelmente porque beneficia de outras formas de rendimento mais proveitosas) é o seu alter-ego quem introduz, mobiliza, anima e promove as excentricidades Art Deco de Napier.

A Conversão Total de Napier ao Glamour dos Anos Trinta

Ao longo do ano, anfitriões trajados segundo a moda daquela época conduzem passeios guiados pelos pontos chave da arquitectura e passado da cidade. Figurantes, músicos, cantores e outros actores reencenam-no nos seus bares, praças e jardins.

Pequenos empresários aproveitaram a embalagem e abriram lojas especializadas em vestuário, mobiliário, música, pintura e fotografia da altura.

Fachada Art Deco, Napier, Nova Zelândia

Fachada de edifício temática em Napier

Também eles vestem roupa a condizer e dão a sua contribuição. Enquanto exploramos as ruas e edifícios mais emblemáticos da cidade,  cruzamo-nos ainda com condutores ao volante de carros vintage que recebem subsídios para circularem por Napier.

O apogeu deste espectáculo já orgânico é o Geon Art Deco Weekend. Realizado num fim de semana de Fevereiro, o festival concentra mais de 200 eventos, centenas de calhambeques dos anos Vinte e Trinta, acrobacias aéreas, concertos de jazz, bailes,  piqueniques etc.

Coquette, Napier, Nova Zelândia

Funcionária do Napier Art Deco Trust em traje a condizer com o mood da cidade.

Gera uma verdadeira febre Great Gatsby porque se deixam contagiar convivas dos quatro cantos do mundo.

São milhares de femmes fatales sob chapéus cloche, peles felpudas e vestidos charmosos que fumam por grandes boquilhas, e outras tantas encarnações festivas de Jay, a personagem ofuscante do romance de F. Scott Fitzgerald.

Uma Caravana dos Anos Trinta, ao Serviço da Promoção de Napier

Muitos deles exibem visuais e comportamentos fidedignos mas John Cocking não faz mais nada na vida. Bertie e o seu ocasional par feminino depressa reclamam as luzes da ribalta.

Seguimo-lo à boleia num Austin Seven grená conduzido por uma senhora enfiada num vison chique e, de quando em quando, voltamos a ouvir as buzinadelas inconfundíveis do embaixador.

Atrás de nós, sete outros carros históricos completam o cortejo, todos guiados por figuras imaculadas dos anos Trinta.

Figurante e calhambeque, Napier, Nova Zelândia

Uma das figurantes dos Anos Trinta – Art Deco de Napier, junto a um calhambeque.

No fim de um percurso sinuoso, a comitiva estaciona alinhada de frente para um grande cruzeiro atracado no porto de Napier. Seguem-se momentos de espera e diálogo. Tripulantes de distintas nacionalidades e etnias desembarcam e começam a inspecionar os carros e a interpelar os proprietários.

O Apelo Irresistível dos Calhambeques de Napier

Aos poucos, centenas de passageiros chegam de autocarro do centro de Napier, enriquecem o convívio e tiram fotos incontáveis de si próprios junto aos calhambeques e aos seus proprietários.

Os leigos em mecânica fazem perguntas e comentários triviais sobre os anos de fabrico e a estética.

Mas outros são entendidos na matéria. Questionam o posicionamento das válvulas, cilindros e pistons e os donos abrem-lhes as capotas sem cerimónias, incentivando inspecções minuciosas.

Seguimos e fotografamos aquela curiosa Feira Automóvel com interesse redobrado e, a espaços, conversamos com alguns dos participantes.

Barry Price é um dos mais recatados mas assume as suas posições sem rodeios:

“Eu moro a 60 km de distância e o dinheiro que me pagam mal chega para o combustível que este menino desbarata … mas já não tenho idade para me chatear com essas coisas. Venho porque gosto e nos divertimos”.

Figurantes recebem cruzeiro, Napier, Nova Zelândia

Figurantes alinham-se junto aos calhambeques em que chegaram ao porto de Napier.

A Banda Sonora Anos Trinta dos Twin City Stompers

Entretanto, os Twin City Stompers instalam-se contra um contentor e dão mais sentido às suas palavras.

Munidos de um trombone, um contrabaixo, um bandolim e de um megafone que amplifica e encaixota a voz do vocalista, os músicos tocam “When you’e Smilin”, “All of Me” e outros temas famosos da época da reconstrução de Napier enquanto os passageiros regressam ao cruzeiro e preenchem as suas varandas.

Twin City Stompers, Napier, Nova Zelândia

Banda de jazz Twin City Stompers toca e confraterniza com os passageiros de um cruzeiro no porto de Napier.

São trocados acenos prolongados.

E, à medida que o grande barco se afasta da doca em direcção à Austrália de hoje, deixa Napier entregue ao passado glamoroso que os seus anfitriões continuam a renovar.

Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Península de Banks, Nova Zelândia

O Estilhaço de Terra Divinal da Península de Banks

Vista do ar, a mais óbvia protuberância da costa leste da Ilha do Sul parece ter implodido vezes sem conta. Vulcânica mas verdejante e bucólica, a Península de Banks confina na sua geomorfologia de quase roda-dentada a essência da sempre invejável vida neozelandesa.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Nelson a Wharariki, PN Abel Tasman, Nova Zelândia

O Litoral Maori em que os Europeus Deram à Costa

Abel Janszoon Tasman explorava mais da recém-mapeada e mítica "Terra Australis" quando um equívoco azedou o contacto com nativos de uma ilha desconhecida. O episódio inaugurou a história colonial da Nova Zelândia. Hoje, tanto a costa divinal em que o episódio se sucedeu como os mares em redor evocam o navegador holandês.
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.
Mount Cook, Nova Zelândia

O Monte Fura Nuvens

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Wanaka, Nova Zelândia

Que Bem que Se Está no Campo dos Antípodas

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Bay of Islands, Nova Zelândia

O Âmago Civilizacional da Nova Zelândia

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Ilha do Norte, Nova Zelândia

Viagem pelo Caminho da Maoridade

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Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

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Napier, Nova Zelândia

De volta aos Anos 30 - Calhambeque Tour

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Tongariro, Nova Zelândia

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Nova Zelândia  

Quando Contar Ovelhas Tira o Sono

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Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

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Cidade
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Em busca de litorais atraentes na velha Indochina, desiludimo-nos com a rudeza balnear de Nha Trang. E é no labor feminino e exótico das salinas de Hon Khoi que encontramos um Vietname mais a gosto.

Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
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Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
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Fogueira ilumina e aquece a noite, junto ao Reilly's Rock Hilltop Lodge,
Vida Selvagem
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O Fogo que Reavivou a Vida Selvagem de eSwatini

A meio do século passado, a caça excessiva extinguia boa parte da fauna do reino da Suazilândia. Ted Reilly, filho do colono pioneiro proprietário de Mlilwane entrou em acção. Em 1961, lá criou a primeira área protegida dos Big Game Parks que mais tarde fundou. Também conservou o termo suazi para os pequenos fogos que os relâmpagos há muito geram.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.