Nea Kameni, Santorini, Grécia

O Cerne Vulcânico de Santorini


Luzes Celestiais
Cruzeiro "Celestyal Crystal" ancorado ao largo de Nea Kameni.
Caminhada solitária
Visitante ascende o trilho de gravilha de Nea Kameni.
Bom tempo no Canal
Cruzeiro ancorado entre Nea Kameni e Santorini e o sopé de Thira, a capital de Santorini.
Entrada em Curva
Ferry proveniente de outra ilha entra na caldeira inundada de Santorini.
Mergulho pouco ortodoxo
Banhista salta de um barco tradicional kaki para o mar da caldeira de Santorini.
Por um canal de lava
Barco tradicional kaki percorre o canal entre Palea Kameni e Nea Kameni.
Lava vs Casas
Casario de lava do limiar de Oia, contrasta com o negrume da lava de Nea Kameni.
Visitante fotografa bandeira grega-Nea Kameni-Santorini-Grécia
Visitante de Nea Kameni fotografa uma bandeira grega que ondula acima da lava.
Pequenez
Visitante de Nea Kameni fotografa o casario no cimo da caldeira de Santorini.
Visitantes correm trilho acima-Nea Kameni-Santorini-Grécia
Jovens amigos correm pelo trilho de gravilha de Nea Kameni acima.
Tinham decorrido cerca de três milénios desde a erupção minóica que desintegrou a maior ilha-vulcão do Egeu. Os habitantes do cimo das falésias observaram terra emergir no centro da caldeira inundada. Nascia Nea Kameni, o coração fumegante de Santorini.

Despertamos pouco depois da aurora. Saímos para a varanda do camarote em que seguíamos curiosos quanto a onde nos tinha levado o “Celestyal Crystal” nessa noite.

Por muito que nos custasse a compreender, acima do inevitável Egeu azul-helénico víamos apenas parte de uma vertente de lava áspera e vetusta, negra na base, castanha-amarelada em certos retalhos cimeiros.

Cruzeiro Celestyal Crystal, Santorini, Grécia

Cruzeiro “Celestyal Crystal” ancorado ao largo de Nea Kameni.

A vista destoava da doca ou porto cercado de casario alvo em que nos tínhamos habituado a amarar. Intrigados, atravessamos para o bordo oposto do barco.

Do convés superior, à distância, vislumbramos por fim esse casario alvo. Partilhava o cimo de uma falésia imponente, num equilíbrio comunal que, mais que precário, nos parecia tresloucado.

Mesmo algo ensonados, acabamos por apurar o que por certo seria já óbvio para os passageiros madrugadores: o “Celestyal Crystal” tinha ancorado em plena caldeira de Thira. Salvo movimentações de última hora, a exploração de Santorini que se seguia irradiaria do seu quase meio geométrico e inóspito para as orlas habitadas. E, no entanto, seria por aquele mesmo núcleo de lava que a iríamos começar.

Transbordo da Visão à Realidade de Nea Kameni

Meia-hora depois, com o pequeno-almoço despachado, estávamos a postos para a nova missão. A excentricidade geomorfológica de Thira – é este o nome grego de Santorini – não tardou a fazer-se sentir. Vimo-nos forçados a um curto transbordo do “Celestyal Crystal”  para Skala, o porto antigo de Thira, situado na base da capital da ilha.

Ali, embarcamos num kaiki – barco  tradicional de Santorini – designado para a expedição. Instantes depois, zarpamos com o rumo oposto ao que nos tinha ali levado, na direcção do fulcro da grande caldeira.

Contornarmos o “Celestyal Crystal”. Navegamos, durante um bom tempo, sem percebermos onde o acervo de lava por detrás nos permitiria desembarcar. Até que, a determinada altura, a proximidade nos revela um recorte na lava e um ancoradouro improvisado, dotado de uma escadaria que dava para um trilho ascendente, cercado por pequenas árvores recém-plantadas para retirar ao lugar alguma da sua lito-lugubridade.

Passamos do convés do kaiki para esse trilho e, de acordo, para o domínio vulcânico de Nea Kameni.

Lava e Casario, Santorini, Grécia

Casario de lava do limiar de Oia, contrasta com o negrume da lava de Nea Kameni.

Os guias da expedição desdobram-se em explicações e advertências, umas dedicadas à conservação da ilha, outras, à segurança dos visitantes.

Um Neo-Legado do Vulcanismo Milenar de Thira

Confrontamo-nos com a excentricidade única do cenário, tanto o do negrume circundante, formado pelos incontáveis fragmentos pretos, como o das falésias que restavam da gigantesca e milenar cratera do vulcão Thira, o colosso que se desfez sobre o Mar Egeu aquando da mais cataclísmica das suas erupções, a minóica, estimada entre 1642 e 1540 a.C..

Esta erupção devastou não só a povoação de Akrotiri situada no cimo da antiga cratera, como vários outros povoados minóicos, incluindo os de Creta (a 150km para sul) de onde se tinha desenvolvido e expandido a civilização homónima.

Sucessivos estudos arqueológicos e históricos comprovaram que, no que dizia respeito a surpresa e a vítimas, Akrotiri pouco teve que ver com a cidade de Pompeia, arrasada pelo Vesúvio.

A inexistência de corpos nas ruínas soterradas de Akrotiri comprovou que os seus habitantes tiveram tempo de observar o desenvolvimento da actividade vulcânica de Thira. E que se puderam refugiar numa das ilhas minóicas vizinhas, eventualmente na ilha-mãe Creta.

Ascensão ao Cume Sulfuroso de Nea Kameni

De regresso à actualidade de Thera, o guia que nos conduzia por Nea Kameni interrompe o seu discurso para perscrutar o horizonte a leste. Constata que vários outros kakis provindos de Skala navegavam na nossa direcção. Certo de que transportavam uma torrente de gente, fecha a dissertação e inaugura a caminhada Nea Kameni acima.

Caminhada, Nea Kameni, Santorini, Grécia

Visitante ascende o trilho de gravilha de Nea Kameni.

Percorremos o trilho principal da ilha, sobre uma superfície de brita resvaladiça e algo poeirenta. Num primeiro trecho, apenas e só entre o entulho vulcânico escuro. Após um ou dois meandros, já ladeados de um prado raso que brotava da lava num inesperado esplendor dourado.

Quanto mais subíamos, mais vivo e exuberante se revelava esse prado que, no entretanto, veio a ceder a um condomínio conveniente com uma colónia de margaridas silvestres, de um amarelo tão garrido que se destacava do dourado.

Não foram só as plantas a salvar-nos da ditadura do inóspito em que nos vimos à chegada. Passo após passo, a ladeira colocou-nos acima das cristas de lava, num plano em que nos devolveu o azulão do Egeu, as arribas sobejantes de Thera e as povoações que as coroavam: Oia, a norte. A capital Thira, mais próxima, para leste.  E, a sul, Akrotiri.

Aqui e ali, o prado cedia a novos enormes amontoados de lava que nos faziam insignificantes. Um rápido desvio revela-nos uma bandeira grega a esvoaçar no alto de uma dessas pilhas de rocha e, mais abaixo, a enseada-porto de Nea Kameni, agora já repleta de kakis atracados lado-a-lado.

Bandeira grega, Nea Kameni, Santorini, Grécia

Visitante de Nea Kameni fotografa uma bandeira grega que ondula acima da lava.

A Cratera Dourada e Fumegante da Ilha

Regressamos ao trilho-rampa vertebral. Umas dezenas de passos depois, damos com o ponto mais alto da ilha e, nas imediações, com o seu âmago vulcânico, uma cratera algo disforme, em boa parte forrada pelo prado dourado por que havíamos passado na ascensão, manchada por enxofre amarelado fumegante e pestilenta a condizer.

Num campo apenas visual, a Nea Kameni activa parecia restringir-se àquela furna multicolor aninhada junto ao zénite da ilha.

E, no entanto, para chegar à actual dimensão e à altitude de 127 metros, Neo Kameni sofreu um longevo e intenso vulcanismo.

A Emergência Assustadora de 1570

Os habitantes de Kasteli Skaros – outra povoação no alto das falésias mais resistentes de Thira – deram pela primeira vez conta da sua existência em 1570, durante uma de tantas erupções pós-minóicas do vulcão principal Thira.

Para seu espanto, uma massa de terra começou a emergir a nordeste da ilha de Palea Kameni e a pouca distância da então capital. Nesse preâmbulo, chamaram-lhe Mikri (pequena) Kameni. A recém-chegada só seria “mikri” por algum tempo. Decorreram mais 150 anos.

Em 1707, Thira teve uma nova erupção, bem mais avassaladora que a anterior. Segundo ficou registado, os habitantes viram duas ilhas distintas aparecerem, uma branca, outra negra. Nuns poucos meses, o processo vulcânico uniu as duas. Transformou Mikri Kameni numa já bem volumosa recém-chegada: Nea Kameni.

Entre 1866 e 1870, deram-se várias novas erupções, algumas ainda maiores que as anteriores, à imagem da Minóica, com as suas colunas de fumo e cinza visíveis em Creta e que causaram a submersão de meia centena de casas e de duas capelas, uma Ortodoxa, outra católica.

A novidade esteve em que a erupção original de 1866 gerou um sub-vulcão activo sobre Nea Kameni, em redor da tal cratera sulfurosa e pestilenta em que terminámos a ascensão ao cimo da ilha. As autoridades baptizaram-no de Georgios, em homenagem ao rei grego de então George I.

Nessa mesma erupção de 1866, surgiram os ilhéus de Afroesa e de Reka. Também eles se uniram, pouco depois, à cada vez mais aglutinadora Nea Kameni.

O vulcanismo de 1866 gerou réplicas ao longo de quatro anos, algumas delas poderosas. À medida que o leito da caldeira afundada de Thira libertava mais e mais magma, a área de Nea Kameni triplicou. Certas áreas em redor emergiram ou submergiram.

Uma Nova Abordagem ao Vulcanismo de Sempre de Thira

Por essa altura, na Grécia, a curiosidade pelos fenómenos vulcânicos tinha-se acentuado. O estado grego enviou um comité para observar as alterações de Santorini. Incluía um fotógrafo que fez as primeiras imagens fotográficas de uma erupção.

Este interesse e a divulgação que suscitou, despertou a atenção do vulcanólogo Ferdinand Foucault que, como vários outros cientistas ou meros curiosos endinheirados, não resistiu a visitar e estudar Santorini.

Entre os últimos, contava-se Júlio Verne. O autor francês ficou de tal maneira impressionado pela comoção vulcânica de Santorini que a incluiu na sua obra de ficção “As Vinte Mil Léguas Submarinas”, em que descreve como o Capitão Nemo e a sua tripulação fizeram o submarino Nautilus emergir na água quente em redor de Thira.

E ficaram boquiabertos a assistir à erupção do novo vulcão Georgios de Nea Kameni, hoje, consensualmente considerado o coração vulcânico de Santorini.

Auscultávamo-lo, fotografávamo-lo e cheirávamo-lo há quase quinze minutos. Chegara a hora de voltarmos às artérias pedestres da ilha.

De onde nos havíamos posicionado, víamos dezenas de outros visitantes cirandarem para cá e para lá, acima do tapete d’ouro sobranceiro, alguns, agrupados num miradouro conveniente que lhes permitia observar para oeste da caldeira.

O Desvendar da Irmã mais Velha Palea Kameni

Quando chegamos a esse ponto, percebemos o motivo da sua concentração. Por diante, abria-se perante os olhos de todos os forasteiros todo um novo mundo de Thira.

Kaki, Nea Kameni, Santorini, Grécia

Barco tradicional kaki percorre o canal entre Palea Kameni e Nea Kameni.

A irmã mais velha Palea Kameni insinuava-se a uns poucos metros da orla de Nea, separada por um canal estreito que apreciámos percorrido por um curioso surtido embarcações: pequenos veleiros, grandes catamarãs e os inevitáveis kakis.

Vindo do mar Egeu longínquo, que não veríamos caso a caldeira original de Santorini estivesse completa, aproximava-se um dos ferries que ligam as ilhas gregas. Navegava a tal velocidade que os seus motores deixavam uma marca longa, curva e branca no azul-marinho para sudoeste.

Ferry, Santorini, Grécia

Ferry proveniente de outra ilha entra na caldeira inundada de Santorini.

Pouco antes de essa embarcação atracar no porto novo de ferries, aos pés de Pyrgos, iniciamos o regresso ao ancoradouro e ao kaki em que tínhamos chegado a Nea.

Navegação da Praxe às Águas Quentes de Nea Kameni

O homem do leme fá-lo contornar a ilha contra os ponteiros do relógio. Antes de entrarmos no canal entre Nea e Palea, desvia para uma enseada rochosa similar ao ancoradouro do lado oposto.

A tripulação indica aos passageiros onde está a atracção por que tanto ansiavam. Um a um, estes saltam do convés para a água ali esverdeada e esbracejavam na direcção de um braço de mar formado pela lava.

Banhista em salto, Nea Kameni, Santorini, Grécia

Banhista salta de um barco tradicional kaki para o mar da caldeira de Santorini.

Seguimos-lhes as braçadas e o exemplo. Quando lá chegamos, as queixas não tardam. Por razões que só a geotermia local conhecia, a água quente ali tão famosa, pouco passava de morna. A temperatura mal tépida, desiludia a comitiva internacional que tanto ouvira falar daquelas termas excêntricas.

Por maior que fosse o logro, a popularidade de Santorini nunca concederia uma continuidade anfíbia das reclamações.

De um momento para o outro, dois outros kakis surgiram à entrada da enseada. Conhecedores da competição por cada recanto de Nea e dos procedimentos, a tripulação bracejou aos nadadores a exigir o seu resgate.

Voltamos a subir a bordo. Enquanto o kaki continuava a contornar a ilha na senda do porto Skala, secamo-nos sob o sol escaldante do estio Mediterrânico.

Em todo aquele fim de volta, Neo Kameni voltou a provar-se apenas e só o monte de lava escuro e rude que nos tinha assustado ao despertar.

Vários dos vulcanólogos que a estudam afiançam que estará para breve uma sua nova assolação. Resta saber de que intensidade e o quanto afectará a cada vez mais na moda, superpovoada e excessivamente visitada Santorini.

 

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O Chobe marca a divisão entre o Botswana e três dos países vizinhos, a Zâmbia, o Zimbabwé e a Namíbia. Mas o seu leito caprichoso tem uma função bem mais crucial que esta delimitação política.
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Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.