Nea Kameni, Santorini, Grécia

O Cerne Vulcânico de Santorini


Luzes Celestiais
Cruzeiro "Celestyal Crystal" ancorado ao largo de Nea Kameni.
Caminhada solitária
Visitante ascende o trilho de gravilha de Nea Kameni.
Bom tempo no Canal
Cruzeiro ancorado entre Nea Kameni e Santorini e o sopé de Thira, a capital de Santorini.
Entrada em Curva
Ferry proveniente de outra ilha entra na caldeira inundada de Santorini.
Mergulho pouco ortodoxo
Banhista salta de um barco tradicional kaki para o mar da caldeira de Santorini.
Por um canal de lava
Barco tradicional kaki percorre o canal entre Palea Kameni e Nea Kameni.
Lava vs Casas
Casario de lava do limiar de Oia, contrasta com o negrume da lava de Nea Kameni.
Visitante fotografa bandeira grega-Nea Kameni-Santorini-Grécia
Visitante de Nea Kameni fotografa uma bandeira grega que ondula acima da lava.
Pequenez
Visitante de Nea Kameni fotografa o casario no cimo da caldeira de Santorini.
Visitantes correm trilho acima-Nea Kameni-Santorini-Grécia
Jovens amigos correm pelo trilho de gravilha de Nea Kameni acima.
Tinham decorrido cerca de três milénios desde a erupção minóica que desintegrou a maior ilha-vulcão do Egeu. Os habitantes do cimo das falésias observaram terra emergir no centro da caldeira inundada. Nascia Nea Kameni, o coração fumegante de Santorini.

Despertamos pouco depois da aurora. Saímos para a varanda do camarote em que seguíamos curiosos quanto a onde nos tinha levado o “Celestyal Crystal” nessa noite.

Por muito que nos custasse a compreender, acima do inevitável Egeu azul-helénico víamos apenas parte de uma vertente de lava áspera e vetusta, negra na base, castanha-amarelada em certos retalhos cimeiros.

Cruzeiro Celestyal Crystal, Santorini, Grécia

Cruzeiro “Celestyal Crystal” ancorado ao largo de Nea Kameni.

A vista destoava da doca ou porto cercado de casario alvo em que nos tínhamos habituado a amarar. Intrigados, atravessamos para o bordo oposto do barco.

Do convés superior, à distância, vislumbramos por fim esse casario alvo. Partilhava o cimo de uma falésia imponente, num equilíbrio comunal que, mais que precário, nos parecia tresloucado.

Mesmo algo ensonados, acabamos por apurar o que por certo seria já óbvio para os passageiros madrugadores: o “Celestyal Crystal” tinha ancorado em plena caldeira de Thira. Salvo movimentações de última hora, a exploração de Santorini que se seguia irradiaria do seu quase meio geométrico e inóspito para as orlas habitadas. E, no entanto, seria por aquele mesmo núcleo de lava que a iríamos começar.

Transbordo da Visão à Realidade de Nea Kameni

Meia-hora depois, com o pequeno-almoço despachado, estávamos a postos para a nova missão. A excentricidade geomorfológica de Thira – é este o nome grego de Santorini – não tardou a fazer-se sentir. Vimo-nos forçados a um curto transbordo do “Celestyal Crystal”  para Skala, o porto antigo de Thira, situado na base da capital da ilha.

Ali, embarcamos num kaiki – barco  tradicional de Santorini – designado para a expedição. Instantes depois, zarpamos com o rumo oposto ao que nos tinha ali levado, na direcção do fulcro da grande caldeira.

Contornarmos o “Celestyal Crystal”. Navegamos, durante um bom tempo, sem percebermos onde o acervo de lava por detrás nos permitiria desembarcar. Até que, a determinada altura, a proximidade nos revela um recorte na lava e um ancoradouro improvisado, dotado de uma escadaria que dava para um trilho ascendente, cercado por pequenas árvores recém-plantadas para retirar ao lugar alguma da sua lito-lugubridade.

Passamos do convés do kaiki para esse trilho e, de acordo, para o domínio vulcânico de Nea Kameni.

Lava e Casario, Santorini, Grécia

Casario de lava do limiar de Oia, contrasta com o negrume da lava de Nea Kameni.

Os guias da expedição desdobram-se em explicações e advertências, umas dedicadas à conservação da ilha, outras, à segurança dos visitantes.

Um Neo-Legado do Vulcanismo Milenar de Thira

Confrontamo-nos com a excentricidade única do cenário, tanto o do negrume circundante, formado pelos incontáveis fragmentos pretos, como o das falésias que restavam da gigantesca e milenar cratera do vulcão Thira, o colosso que se desfez sobre o Mar Egeu aquando da mais cataclísmica das suas erupções, a minóica, estimada entre 1642 e 1540 a.C..

Esta erupção devastou não só a povoação de Akrotiri situada no cimo da antiga cratera, como vários outros povoados minóicos, incluindo os de Creta (a 150km para sul) de onde se tinha desenvolvido e expandido a civilização homónima.

Sucessivos estudos arqueológicos e históricos comprovaram que, no que dizia respeito a surpresa e a vítimas, Akrotiri pouco teve que ver com a cidade de Pompeia, arrasada pelo Vesúvio.

A inexistência de corpos nas ruínas soterradas de Akrotiri comprovou que os seus habitantes tiveram tempo de observar o desenvolvimento da actividade vulcânica de Thira. E que se puderam refugiar numa das ilhas minóicas vizinhas, eventualmente na ilha-mãe Creta.

Ascensão ao Cume Sulfuroso de Nea Kameni

De regresso à actualidade de Thera, o guia que nos conduzia por Nea Kameni interrompe o seu discurso para perscrutar o horizonte a leste. Constata que vários outros kakis provindos de Skala navegavam na nossa direcção. Certo de que transportavam uma torrente de gente, fecha a dissertação e inaugura a caminhada Nea Kameni acima.

Caminhada, Nea Kameni, Santorini, Grécia

Visitante ascende o trilho de gravilha de Nea Kameni.

Percorremos o trilho principal da ilha, sobre uma superfície de brita resvaladiça e algo poeirenta. Num primeiro trecho, apenas e só entre o entulho vulcânico escuro. Após um ou dois meandros, já ladeados de um prado raso que brotava da lava num inesperado esplendor dourado.

Quanto mais subíamos, mais vivo e exuberante se revelava esse prado que, no entretanto, veio a ceder a um condomínio conveniente com uma colónia de margaridas silvestres, de um amarelo tão garrido que se destacava do dourado.

Não foram só as plantas a salvar-nos da ditadura do inóspito em que nos vimos à chegada. Passo após passo, a ladeira colocou-nos acima das cristas de lava, num plano em que nos devolveu o azulão do Egeu, as arribas sobejantes de Thera e as povoações que as coroavam: Oia, a norte. A capital Thira, mais próxima, para leste.  E, a sul, Akrotiri.

Aqui e ali, o prado cedia a novos enormes amontoados de lava que nos faziam insignificantes. Um rápido desvio revela-nos uma bandeira grega a esvoaçar no alto de uma dessas pilhas de rocha e, mais abaixo, a enseada-porto de Nea Kameni, agora já repleta de kakis atracados lado-a-lado.

Bandeira grega, Nea Kameni, Santorini, Grécia

Visitante de Nea Kameni fotografa uma bandeira grega que ondula acima da lava.

A Cratera Dourada e Fumegante da Ilha

Regressamos ao trilho-rampa vertebral. Umas dezenas de passos depois, damos com o ponto mais alto da ilha e, nas imediações, com o seu âmago vulcânico, uma cratera algo disforme, em boa parte forrada pelo prado dourado por que havíamos passado na ascensão, manchada por enxofre amarelado fumegante e pestilenta a condizer.

Num campo apenas visual, a Nea Kameni activa parecia restringir-se àquela furna multicolor aninhada junto ao zénite da ilha.

E, no entanto, para chegar à actual dimensão e à altitude de 127 metros, Neo Kameni sofreu um longevo e intenso vulcanismo.

A Emergência Assustadora de 1570

Os habitantes de Kasteli Skaros – outra povoação no alto das falésias mais resistentes de Thira – deram pela primeira vez conta da sua existência em 1570, durante uma de tantas erupções pós-minóicas do vulcão principal Thira.

Para seu espanto, uma massa de terra começou a emergir a nordeste da ilha de Palea Kameni e a pouca distância da então capital. Nesse preâmbulo, chamaram-lhe Mikri (pequena) Kameni. A recém-chegada só seria “mikri” por algum tempo. Decorreram mais 150 anos.

Em 1707, Thira teve uma nova erupção, bem mais avassaladora que a anterior. Segundo ficou registado, os habitantes viram duas ilhas distintas aparecerem, uma branca, outra negra. Nuns poucos meses, o processo vulcânico uniu as duas. Transformou Mikri Kameni numa já bem volumosa recém-chegada: Nea Kameni.

Entre 1866 e 1870, deram-se várias novas erupções, algumas ainda maiores que as anteriores, à imagem da Minóica, com as suas colunas de fumo e cinza visíveis em Creta e que causaram a submersão de meia centena de casas e de duas capelas, uma Ortodoxa, outra católica.

A novidade esteve em que a erupção original de 1866 gerou um sub-vulcão activo sobre Nea Kameni, em redor da tal cratera sulfurosa e pestilenta em que terminámos a ascensão ao cimo da ilha. As autoridades baptizaram-no de Georgios, em homenagem ao rei grego de então George I.

Nessa mesma erupção de 1866, surgiram os ilhéus de Afroesa e de Reka. Também eles se uniram, pouco depois, à cada vez mais aglutinadora Nea Kameni.

O vulcanismo de 1866 gerou réplicas ao longo de quatro anos, algumas delas poderosas. À medida que o leito da caldeira afundada de Thira libertava mais e mais magma, a área de Nea Kameni triplicou. Certas áreas em redor emergiram ou submergiram.

Uma Nova Abordagem ao Vulcanismo de Sempre de Thira

Por essa altura, na Grécia, a curiosidade pelos fenómenos vulcânicos tinha-se acentuado. O estado grego enviou um comité para observar as alterações de Santorini. Incluía um fotógrafo que fez as primeiras imagens fotográficas de uma erupção.

Este interesse e a divulgação que suscitou, despertou a atenção do vulcanólogo Ferdinand Foucault que, como vários outros cientistas ou meros curiosos endinheirados, não resistiu a visitar e estudar Santorini.

Entre os últimos, contava-se Júlio Verne. O autor francês ficou de tal maneira impressionado pela comoção vulcânica de Santorini que a incluiu na sua obra de ficção “As Vinte Mil Léguas Submarinas”, em que descreve como o Capitão Nemo e a sua tripulação fizeram o submarino Nautilus emergir na água quente em redor de Thira.

E ficaram boquiabertos a assistir à erupção do novo vulcão Georgios de Nea Kameni, hoje, consensualmente considerado o coração vulcânico de Santorini.

Auscultávamo-lo, fotografávamo-lo e cheirávamo-lo há quase quinze minutos. Chegara a hora de voltarmos às artérias pedestres da ilha.

De onde nos havíamos posicionado, víamos dezenas de outros visitantes cirandarem para cá e para lá, acima do tapete d’ouro sobranceiro, alguns, agrupados num miradouro conveniente que lhes permitia observar para oeste da caldeira.

O Desvendar da Irmã mais Velha Palea Kameni

Quando chegamos a esse ponto, percebemos o motivo da sua concentração. Por diante, abria-se perante os olhos de todos os forasteiros todo um novo mundo de Thira.

Kaki, Nea Kameni, Santorini, Grécia

Barco tradicional kaki percorre o canal entre Palea Kameni e Nea Kameni.

A irmã mais velha Palea Kameni insinuava-se a uns poucos metros da orla de Nea, separada por um canal estreito que apreciámos percorrido por um curioso surtido embarcações: pequenos veleiros, grandes catamarãs e os inevitáveis kakis.

Vindo do mar Egeu longínquo, que não veríamos caso a caldeira original de Santorini estivesse completa, aproximava-se um dos ferries que ligam as ilhas gregas. Navegava a tal velocidade que os seus motores deixavam uma marca longa, curva e branca no azul-marinho para sudoeste.

Ferry, Santorini, Grécia

Ferry proveniente de outra ilha entra na caldeira inundada de Santorini.

Pouco antes de essa embarcação atracar no porto novo de ferries, aos pés de Pyrgos, iniciamos o regresso ao ancoradouro e ao kaki em que tínhamos chegado a Nea.

Navegação da Praxe às Águas Quentes de Nea Kameni

O homem do leme fá-lo contornar a ilha contra os ponteiros do relógio. Antes de entrarmos no canal entre Nea e Palea, desvia para uma enseada rochosa similar ao ancoradouro do lado oposto.

A tripulação indica aos passageiros onde está a atracção por que tanto ansiavam. Um a um, estes saltam do convés para a água ali esverdeada e esbracejavam na direcção de um braço de mar formado pela lava.

Banhista em salto, Nea Kameni, Santorini, Grécia

Banhista salta de um barco tradicional kaki para o mar da caldeira de Santorini.

Seguimos-lhes as braçadas e o exemplo. Quando lá chegamos, as queixas não tardam. Por razões que só a geotermia local conhecia, a água quente ali tão famosa, pouco passava de morna. A temperatura mal tépida, desiludia a comitiva internacional que tanto ouvira falar daquelas termas excêntricas.

Por maior que fosse o logro, a popularidade de Santorini nunca concederia uma continuidade anfíbia das reclamações.

De um momento para o outro, dois outros kakis surgiram à entrada da enseada. Conhecedores da competição por cada recanto de Nea e dos procedimentos, a tripulação bracejou aos nadadores a exigir o seu resgate.

Voltamos a subir a bordo. Enquanto o kaki continuava a contornar a ilha na senda do porto Skala, secamo-nos sob o sol escaldante do estio Mediterrânico.

Em todo aquele fim de volta, Neo Kameni voltou a provar-se apenas e só o monte de lava escuro e rude que nos tinha assustado ao despertar.

Vários dos vulcanólogos que a estudam afiançam que estará para breve uma sua nova assolação. Resta saber de que intensidade e o quanto afectará a cada vez mais na moda, superpovoada e excessivamente visitada Santorini.

 

OS CELESTYAL CRUISES OPERAM CRUZEIROS NO MAR EGEU E MAR MEDITERRÂNEO DE MARÇO A NOVEMBRO, POR A PARTIR DE 539€.  RESERVAS EM www.celestyalcruises.com e pelo telefone.: +30 2164009600.

Iraklio, CretaGrécia

De Minos a Menos

Chegamos a Iraklio e, no que diz respeito a grandes cidades, a Grécia fica-se por ali. Já quanto à história e à mitologia, a capital de Creta ramifica sem fim. Minos, filho de Europa, lá teve tanto o seu palácio como o labirinto em que encerrou o minotauro. Passaram por Iraklio os árabes, os bizantinos, os venezianos e os otomanos. Os gregos que a habitam falham em lhe dar o devido valor.
Míconos, Grécia

A Ilha Grega em Que o Mundo Celebra o Verão

Durante o século XX, Míconos chegou a ser apenas uma ilha pobre mas, por volta de 1960, ventos cicládicos de mudança transformaram-na. Primeiro, no principal abrigo gay do Mediterrâneo. Logo, na feira de vaidades apinhada, cosmopolita e boémia que encontramos quando a visitamos.
Fira, Santorini, Grécia

Fira: Entre as Alturas e as Profundezas da Atlântida

Por volta de 1500 a.C. uma erupção devastadora fez afundar no Mar Egeu boa parte do vulcão-ilha Fira e levou ao colapso a civilização minóica, apontada vezes sem conta como a Atlântida. Seja qual for o passado, 3500 anos volvidos, Thira, a cidade homónima, tem tanto de real como de mítico.
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
PN Bromo Tengger Semeru, Indonésia

O Mar Vulcânico de Java

A gigantesca caldeira de Tengger eleva-se a 2000m no âmago de uma vastidão arenosa do leste de Java. Dela se projectam o monte supremo desta ilha indonésia, o Semeru, e vários outros vulcões. Da fertilidade e clemência deste cenário tão sublime quanto dantesco prospera uma das poucas comunidades hindus que resistiram ao predomínio muçulmano em redor.
Lombok, Indonésia

Lombok. O Mar de Bali Merece uma Sonda Assim

Há muito encobertos pela fama da ilha vizinha, os cenários exóticos de Lombok continuam por revelar, sob a protecção sagrada do guardião Gunung Rinjani, o segundo maior vulcão da Indonésia.
Camiguin, Filipinas

Uma Ilha de Fogo Rendida à Água

Com mais de vinte cones acima dos 100 metros, a abrupta e luxuriante, Camiguin tem a maior concentração de vulcões que qualquer outra das 7641 ilhas filipinas ou do planeta. Mas, nos últimos tempos, nem o facto de um destes vulcões estar activo tem perturbado a paz da sua vida rural, piscatória e, para gáudio dos forasteiros, fortemente balnear.
Ilha do Pico, Açores

Ilha do Pico: o Vulcão dos Açores com o Atlântico aos Pés

Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.

Lago Cocibolca, Nicarágua

Mar, Doce Mar

Os indígenas nicaraos tratavam o maior lago da América Central por Cocibolca. Na ilha vulcânica de Ometepe, percebemos porque o termo que os espanhóis converteram para Mar Dulce fazia todo o sentido.

La Palma, CanáriasEspanha

O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer

A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.
Big Island, Havai

Grande Ilha do Havai: À Procura de Rios de Lava

São cinco os vulcões que fazem da ilha grande Havai aumentar de dia para dia. O Kilauea, o mais activo à face da Terra, liberta lava em permanência. Apesar disso, vivemos uma espécie de epopeia para a vislumbrar.
Tanna, Vanuatu

Daqui se Fez Vanuatu ao Ocidente

O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.
Chania a Elafonisi, Creta, Grécia

Ida à Praia à Moda de Creta

À descoberta do ocidente cretense, deixamos Chania, percorremos a garganta de Topolia e desfiladeiros menos marcados. Alguns quilómetros depois, chegamos a um recanto mediterrânico de aguarela e de sonho, o da ilha de Elafonisi e sua lagoa.
Chania, Creta, Grécia

Chania: pelo Poente da História de Creta

Chania foi minóica, romana, bizantina, árabe, veneziana e otomana. Chegou à actual nação helénica como a cidade mais sedutora de Creta.
Balos a Seitan Limani, Creta, Grécia

O Olimpo Balnear de Chania

Não é só Chania, a pólis secular, repleta de história mediterrânica, no extremo nordeste de Creta que deslumbra. Refrescam-na e aos seus moradores e visitantes, Balos, Stavros e Seitan, três dos mais exuberantes litorais da Grécia.

Atenas, Grécia

A Cidade que Perpetua a Metrópolis

Decorridos três milénios e meio, Atenas resiste e prospera. De cidade-estado belicista, tornou-se a capital da vasta nação helénica. Modernizada e sofisticada, preserva, num âmago rochoso, o legado da sua gloriosa Era Clássica.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Duo de girafas cruzadas acima da savana, com os montes Libombo em fundo
Safari
Reserva de KaMsholo, eSwatini

Entre as Girafas de KaMsholo e Cia

Situada a leste da cordilheira de Libombo, a fronteira natural entre eSwatini, Moçambique e a África do Sul, KaMsholo conta com 700 hectares de savana pejada de acácias e um lago, habitats de uma fauna prolífica. Entre outras explorações e incursões, lá interagimos com a mais alta das espécies.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Gravuras, Templo Karnak, Luxor, Egipto
Arquitectura & Design
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Bom conselho Budista
Cerimónias e Festividades
Chiang Mai, Tailândia

300 Wats de Energia Espiritual e Cultural

Os tailandeses chamam a cada templo budista wat e a sua capital do norte tem-nos em óbvia abundância. Entregue a sucessivos eventos realizados entre santuários, Chiang Mai nunca se chega a desligar.
Vegetais, Little India, Singapura de Sari, Singapura
Cidades
Little India, Singapura

Little Índia. A Singapura de Sari

São uns milhares de habitantes em vez dos 1.3 mil milhões da pátria-mãe mas não falta alma à Little India, um bairro da ínfima Singapura. Nem alma, nem cheiro a caril e música de Bollywood.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Cabine lotada
Cultura
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Jipe cruza Damaraland, Namíbia
Em Viagem
Damaraland, Namíbia

Namíbia On the Rocks

Centenas de quilómetros para norte de Swakopmund, muitos mais das dunas emblemáticas de Sossuvlei, Damaraland acolhe desertos entrecortados por colinas de rochas avermelhadas, a maior montanha e a arte rupestre decana da jovem nação. Os colonos sul-africanos baptizaram esta região em função dos Damara, uma das etnias da Namíbia. Só estes e outros habitantes comprovam que fica na Terra.
Parque Nacional Cahuita, Costa Rica, Caribe, Punta Cahuita vista aérea
Étnico
Cahuita, Costa Rica

Uma Costa Rica de Rastas

Em viagem pela América Central, exploramos um litoral da Costa Rica tão afro quanto das Caraíbas. Em Cahuita, a Pura Vida inspira-se numa fé excêntrica em Jah e numa devoção alucinante pela cannabis.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Peregrinos no cimo, Monte Sinai, Egipto
História
Monte Sinai, Egipto

Força nas Pernas e Fé em Deus

Moisés recebeu os Dez Mandamentos no cume do Monte Sinai e revelou-os ao povo de Israel. Hoje, centenas de peregrinos vencem, todas as noites, os 4000 degraus daquela dolorosa mas mística ascensão.
Ilhas
Ilha Hailuoto, Finlândia

À Pesca do Verdadeiro Peixe Fresco

Abrigados de pressões sociais indesejadas, os ilhéus de Hailuoto sabem sustentar-se. Sob o mar gelado de Bótnia capturam ingredientes preciosos para os restaurantes de Oulu, na Finlândia continental.
Quebra-Gelo Sampo, Kemi, Finlândia
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Natureza
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Piton de la Fournaise, Reunião, o caminho do vulcão
Parques Naturais
Piton de la Fournaise, Reunião

O Vulcão Turbulento da Reunião

Com 2632m, o Piton de la Fournaise, o único vulcão eruptivo da Reunião, ocupa quase metade desta ilha que exploramos, montanhas acima, montanhas abaixo. É um dos vulcões mais activos e imprevisíveis do oceano Índico e à face da Terra.
Ilha de Miyajima, Xintoismo e Budismo, Japão, Portal para uma ilha sagrada
Património Mundial UNESCO
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Verificação da correspondência
Personagens
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Sesimbra, Vila, Portugal, Vista do alto
Praias
Sesimbra, Portugal

Uma Vila Tocada por Midas

Não são só a Praia da Califórnia e a do Ouro que a encerram a sul. Abrigada das fúrias do ocidente atlântico, prendada com outras enseadas imaculadas e dotada de fortificações seculares, Sesimbra é, hoje, um porto de abrigo piscatório e balnear precioso.
A Crucificação em Helsínquia
Religião
Helsínquia, Finlândia

Uma Via Crucis Frígido-Erudita

Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sociedade
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Fazenda de São João, Pantanal, Miranda, Mato Grosso do Sul, ocaso
Vida Selvagem
Fazenda São João, Miranda, Brasil

Pantanal com o Paraguai à Vista

Quando a fazenda Passo do Lontra decidiu expandir o seu ecoturismo, recrutou a outra fazenda da família, a São João. Mais afastada do rio Miranda, esta outra propriedade revela um Pantanal remoto, na iminência do Paraguai. Do país e do rio homónimo.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.