Grande Terre, Nova Caledónia

O Grande Calhau do Pacífico do Sul


Torres Kanak
O Centro Cultural Jean Marie Tjibaou, um monumento à cultura Kanak criado pelo arquitecto Renzo Piano.
Baie des Tortues
Uma das enseadas mais famosas e agitadas de Grande Terra, limitada pelos pinheiros-de-Cook característicos da Nova Caledónia.
Mergulho Temerário
Banhista desafia a ondulação forte da Baie des Tortues.
Estendal Tropical
Roupa seca num tribu (pequena povoação) da costa nordeste de Grande Terre.
Bendita descida
Ciclista passa em frente à catedral de Saint Joseph, na capital Nouméa.
Balsa do Ouaiéme
Balsa acaba de cruzar o rio Ouaieme, num cenário luxuriante e abafado do nordeste de Grande Terre.
Cores da Terra
Nativa num vestido tradicional Kanak.
Formação Defensiva
Vacas de criadores caldoches (franceses nascidos na Nova Caledónia) examinam a aproximação de estranhos na beira da estrada.
Surf sem Ondas
Casal percorre a Baie des Citrons em Prancha a Remo.
Arte Kanak
Pormenor de uma escultura tribal no Centro Cultural Jean Marie Tjibaou, nos arredores de Nouméa.
Torres Kanak II
Torres iluminadas do Centro Cultural Jean Marie Tjibaou destacadas contra o céu crepuscular sobre Magenta.
Destino Incerto
Morador caminha em direcção de um dos muitos povos (tribus) indicados na placa acima.
Nação Kanak
Uma bandeira Kanak presa a uma árvore, num tribu do norte de Grand Terre.
Celebração Indígena
Escultura tribal destaca-se do jardim em redor do Centro Cultural Jean Marie Tjibaou.
Arte em Mangal
As torres do Centro Jean Marie Tjibaou vistas do ar, numa península pantanosa de Magenta.
Rio em Cascata
Queda de água flui das montanhas em redor do rio Ouaiéme.
Igrejinha
Capela na beira da estrada provincial 10, a norte de Hienghene, no nordeste de Grande Terre.
Foz Assoreada
Barra repleta de areia na foz do rio Ouaiéme.
Arquitectura em Mangal
Edifícios arrojados do Centro Cultural Jean Tjibaou integrados no mangal abundante de Magenta.
Floresta Húmida
Névoa paira sobre a floresta aquecida do interior de Grande Terre.
James Cook baptizou assim a longínqua Nova Caledónia porque o fez lembrar a Escócia do seu pai, já os colonos franceses foram menos românticos. Prendados com uma das maiores reservas de níquel do mundo, chamaram Le Caillou à ilha-mãe do arquipélago. Nem a sua mineração obsta a que seja um dos mais deslumbrantes retalhos de Terra da Oceânia.

Chega mais um fim-de-semana e Nouméa muda para o seu modo de descompressão.

Bem cedo, na manhã de Sábado, a longa marginal da cidade enche-se de desportistas determinados em suar do corpo o castigo de segunda a sexta.

Durante a semana, só podem sentir a atmosfera veraneante do exterior através das janelas dos escritórios, sujeitos aos horários das sucursais francesas da ilha, ou dos negócios e vidas alternativas em que se aventuraram para enriquecer e escapar aos constrangimentos da longínqua metrópole.

Os audazes parecem alcançar o primeiro dos objectivos com relativa facilidade.

A Compensação do Tropical ao Castigo das 9h às 5h

Depois do jogging, dos patins em linha e da volta de bicicleta, segue-se uma passagem rápida por casa para o duche e, logo se unem à romagem aos areais arredondados da Baie des Citrons e de Anse Vata.

Paddle board, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Casal percorre a Baie des Citrons em Prancha a Remo

A distância dos apartamentos só em casos raros justifica uma deslocação motorizada mas o desgaste do esforço matinal aliado a alguma necessidade de ostentação complica o transito paralelo ao mar. Circulam veículos banais, pequenos Peugeots, Citroens e Renaults que a pátria-mãe exporta a preços inflacionados.

Mas, entre estes, procura estacionamento uma quantidade incomum de bólides recém-adquiridos, Audis Q7s, BMW’s exuberantes e os sumptuosos Porsches Cayenne que, graças à homenagem prestada pela marca germânica à capital exótica da Guiana Francesa, seduzem duplamente os milionários gauleses.

É um litoral urbano mas recompensador este partilhado pelos metros, zoreilles ou zozos (franceses que nasceram em França), caldoches caledonianos (franceses nascidos na Nova Caledónia descendentes de condenados penais ou emigrantes livres) e kanaks (os indígenas melanésios).

Não oferece a cor ou o glamour tropical de outros que o Pacífico do Sul esconde ao largo mas está a três ou quatro minutos do centro da cidade.

catedral de Saint Joseph, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Ciclista passa em frente à catedral de Saint Joseph, na capital Nouméa

Como na maior parte das realidades coloniais, os kanaks reduzem-se à sua sobrevivência imigrada na dispendiosa capital. Ao invés, um surpreendente número de metros, caldoches citadinos e habitantes de origem asiática recorrem aos veleiros e iates que entopem a marina da cidade para navegarem às ilhas de sonho da Nova Caledónia.

Ou dinamizam a economia emergente do território com os seus gastos nas lojas e esplanadas sofisticadas de Nouméa.

Centro Cultural Jean-Marie Tjibaou: um monumento à identidade kanak

A meio da tarde, a meteorologia atraiçoa o lazer balnear da população. Nuvens escuras como breu aproximam-se vindas dos lados de Vanuatu e soltam um dilúvio fulminante a que os raios e trovões ininterruptos dão ares de apocalipse nunca anunciado.

Centro Jean Marie Tjibaou, Grande Calhau, Pacifico do Sul

As torres do Centro Jean Marie Tjibaou vistas do ar, numa península pantanosa de Magenta.

Por essa altura, entramos no Centro Cultural Tjibaou. Segundos antes de nos refugiarmos sob a estrutura excêntrica do complexo kanak desenhado por Renzo Piano, de longe, a estrutura arquitectónica mais criativa da cidade, atingem-nos umas meras gotas pesadas.

Uma exposição de fotografia exibe imagens históricas da Melanésia (região do Pacífico do Sul que abarca as Ilhas Salomão, a Nova Caledónia, Vanuatu e Fiji) encontrada por antropólogos aventureiros do início do século XX.

Ao som da chuva, da trovoada e dos ensaios de músicos kanaks que vão actuar à noite, essas imagens permitem-nos recuar no tempo.

Centro Cultural Jean Marie Tjibaou, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul

O Centro Cultural Jean Marie Tjibaou, um monumento à cultura Kanak criado pelo arquitecto Renzo Piano.

Do Inevitável James Cook à Controversa Anexação Francesa

Como aconteceu com tantas outras paragens do Pacífico, foi o inevitável James Cook o primeiro navegador europeu a deparar-se com a ilha de Grande Terre, em 1774. Apesar de já então tropical, a seu ver, a costa acidentada e montanhosa assemelhava-se, à da Escócia, de onde era originário o seu pai.

Cook decidiu, por isso, baptizá-la com o nome latino daquele território.

No século XIX, baleeiros começaram a operar a partir do litoral da principal ilha do arquipélago, bem como comerciantes de sândalo. A matéria-prima esgotou-se entretanto mas, à medida que outras ilhas em redor eram colonizadas pelos britânicos, estes incrementaram o blackbirding.

Dedicaram-se a raptar nativos da Melanésia para os usar como escravos nas plantações de cana-de-açúcar de Fiji e da província australiana de Queensland. Com o tempo, as vítimas e todos os povos nativos da Oceânia seriam chamados de kanakas, segundo a palavra havaiana para “homem”.

Caçador, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Caçador vestido de camuflado, nos arredores de Hienghene.

Após a anexação francesa da Nova Caledónia, conseguida por Napoleão III em competição acérrima com os ingleses, o termo viria a ser encurtado para kanak e começou a ser usado de forma pejorativa pelos colonos. Em reacção ao preconceito, a população autóctone adaptou-o com orgulho, para se auto-definir e à sua nação.

O Afrancesamento de Grande Terre, por Oposição ao Vizinho Vanuatu

“Bonjour monsieur, madame” saúdam-nos as funcionárias melanésias na recepção do Centro Cultural Jean Tjibaou. O cumprimento é formalmente educado. Soa à delicada e tantas vezes forçada compostura gaulesa em vez de à timidez típica dos indígenas e diz muito do dilema em que vivem actualmente os kanaks.

Dois anos antes, tínhamos visitado  Vanuatu, um vasto reduto insular também colonizado pelos franceses, em condomínio com os britânicos, até 1980.

E, apenas algum tempo depois de aterrarmos em Nouméa, espanta-nos já a distância civilizacional que separa aquele arquipélago da Nova Caledónia, apesar da proximidade geográfica e étnica dos seus povos, ambos, alguns séculos antes, selvagens e canibais.

Por razões históricas e políticas, os franceses influenciaram a paisagem e a cultura da Nova Caledónia de uma forma bem mais forte.

Marcaram presença com uma comunidade crescente de caldoches e metros e, mais tarde, com empresas e instituições importadas da metrópole. Hoje, como no passado, muitos kanaks duvidam ou discordam dos benefícios da presença francesa e do estatuto de colectividade francesa especial atribuído à sua nação.

Reexaminam os ideais e a contestação do padre-mártir Jean-Marie Tjibaou que deixou os estudos de Sociologia na Universidade Católica de Lyon e regressou à Nova Caledónia para liderar um processo de revolução cultural que visava recuperar a dignidade do povo kanak e perseguir a independência.

Escultura tribal, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Escultura tribal destaca-se do jardim em redor do Centro Cultural Jean Marie Tjibaou.

Jean-Marie Tjibaou, um Líder Emblemático do Povo Kanak

Tjibaou abandonou a vocação religiosa por considerar que, à época, “era impossível a um padre tomar posição, por exemplo, a favor da restituição das terras ao povo kanak.

Entre outras formas posteriores de luta, liderou, em 1975, a Manifestação Melanésia 2000 que agrupou, no lugar do centro que o homenageia, todas as tribos da Nova Caledónia.

Tendo sido evitada, em última instância, uma eminente guerra civil entre os nativos e os colonos, assinou, em Paris, em 1988, os Acordos de Matignon que estabeleceram um período de desenvolvimento de dez anos com garantias económicas e institucionais para a comunidade kanak, antes que os neo-caledonianos se pronunciassem sobre a independência.

Passado esse período, um novo acordo foi aprovado pela população e assinado em Nouméa, sob a égide de Lionel Jospin. Previa a transferência de soberania, em 2018, e a independência em todos os domínios excepto a defesa, a segurança, a justiça e a moeda.

Jean-Marie Tjibaou já não esteve presente em nenhum dos acordos pós-Matignon. Foi assassinado, na ilha de Ouvéa por um independentista radical, que se opunha às cedências do líder.

À Descoberta da Grande Terre, o Grande Calhau do Pacífico do Sul

Antes de deixarmos Nouméa, passamos pelo aeroporto para tratar de burocracias relacionadas com o aluguer do carro. E o funcionário ao balcão, dono de um visual eternamente juvenil que lembra o de Jean-Paul Belmondo não disfarça a sua curiosidade: “E que fazem dois portugueses na Nova Caledónia, coisa tão rara?”

Exulta, depois, com a resposta: “Repórteres? Olha que maravilha! É óptimo que nos promovam lá na Europa. Sabem que os franceses não ligam muito a isto. Para terem uma ideia, quando a TV francesa emite imagens das passagens de ano do Pacífico, mostram sempre Sydney e ignoram-nos, quando a nossa festa até acontece antes da de Sydney.”

Tomamos a auto-estrada em direcção a norte. Desvendamos as primeiras planícies e colinas verdejantes da La Brousse, a vastidão rural da Grande Terre de que os caldoches se apoderaram e continuam a explorar.

A caminho de La Foa e de Sarraméa, a selva impenetrável que cobre ainda a maior parte do arquipélago Vanuatu vizinho, foi ali substituída por pastos sem fim percorridos por grandes manadas de vacas. Para as conduzirem, os cowboys caledonianos recorrem cada vez mais a carrinhas pick-up e a motos-quatro, em vez dos clássicos cavalos.

Vacas, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Vacas de criadores caldoches (franceses nascidos na Nova Caledónia) examinam a aproximação de estranhos na beira da estrada

A auto-estrada dá lugar a estradas convencionais, bem mantidas, que os locais, aborrecidos pelas distâncias, percorrem a enorme velocidade.

O nome não engana. A Grande Terre é realmente grande.

Feitas as contas surge no ranking geográfico como 52ª ilha do mundo, 22ª do Pacífico e tem o dobro do tamanho da Córsega.

O Coração de Voh que Nos Destroça os Nossos

Precavidos, continuamos para norte, na esperança de vislumbramos o coração de Voh – a capa do ilustre livro “A Terra Vista do Céu” de Yann Arthus-Bertrand – e explorar os cenários circundantes. Mas a realidade depressa desfaz qualquer romantismo.

Outro dos nomes dados pelos franceses à Grande Terre é Le Caillou, em português, O Calhau. Em Voh, tivemos oportunidade de perceber porquê.

O solo da ilha contem uma enorme riqueza de elementos e minerais industriais críticos, incluindo um quarto do níquel do mundo. A prospecção e mineração são visíveis um pouco por todo o lado mas a região de Voh concentra a actividade e a sua paisagem foi inevitavelmente revolvida e ferida.

O coração vegetal, esse, surge num pequeno mangal próximo das minas mas, como indicia o livro de Arthus-Bertrand, só é detectável do ar e em condições meteorológicas específicas.

Regressamos, assim, para sul, com Bourail em vista. Um vale verdejante conduz a uma praia ampla em que o litoral, por caprichos geológicos, surge ligeiramente abaixo do nível do mar.

Mergulho Temerário, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Banhista desafia a ondulação forte da Baie des Tortues

Repetem-se os aviso de perigo em caso de tsunami mas nenhum dos donos das vivendas ali instaladas se parece preocupar, ocupados com os jardins e os churrascos.

A Praia de Mar Rude e Pinheiros Elegantes da Baie des Tortues

Logo ao lado, o Pacífico castiga a Baie des Tortues com as primeiras ondas a sério que vimos na Grande Terre que, como toda a Nova Caledónia, é protegida pela maior lagoa fechada do Mundo.

Baie des Tortues, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Casal banha-se no mar perigoso da baie des Tortues, nas imediações de Bourail.

Percorridos alguns quilómetros adicionais no mato da La Brousse e chegamos a Pouembout, povoação em que tem início uma das possíveis travessias longitudinais da ilha. Internamo-nos e contornamos as montanhas para revalidar a visão de uma natureza com máculas evitáveis.

Ao longo do caminho, pequenos exércitos de kanaks trabalham na berma da estrada, a cortar a vegetação resiliente que o clima tropical renova. Em plena época de monção do Pacífico do Sul, a chuva instala-se e some-se consoante o declive no percurso e dá a mais preciosa das contribuições.

Uma hora mais tarde, chegamos a Touho, na costa este da Grande Terre.

Floresta HúmidaNaquele lado, a atmosfera cozinha a humidade e o calor como numa panela de pressão, fenómeno reforçado pela retenção da selva agora compacta e pela ausência de vento que faz do Pacífico interno ao largo (envolto por uma barreira de recife longínqua) uma espécie de mar morto.

Prosseguimos por uma via sombria e estreita em que surgem, a espaços, novos tribus – lugarejos ou aldeias kanaks – tranquilos, ou apenas as suas casas, identificadas por bancas de venda pouco preenchidas ou por estendais que exibem os padrões étnicos garridos das roupas indígenas.

Estendal Tropical, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Roupa seca num tribu (pequena povoação) da costa nordeste de Grande Terre.

Hienghéne, a Última Cidade a Sério do Nordeste

Hienghène é a primeira povoação digna desse nome que encontramos no nordeste da ilha. E, se a população se prova, ali, maioritariamente kanak, a intromissão da modernidade francesa faz-se, de novo, sentir. Várias mulheres que conversam agrupadas no mercado local formam um curioso conglomerado de vestidos folclóricos.

A discussão flui animada sob a sombra do edifício branco polido mas não se vislumbra ou sente um verdadeiro ambiente de comércio tribal, como o que em tempos animou a região.

Em vez, kanaks, caldoches e metros compram baguetes nas pequenas mercearias contíguas. Comprova-se, dessa maneira, a predominância funcional da francofonia por toda a Grande Terre.

Vestido da Terra, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Nativa num vestido tradicional Kanak.

O nordeste prolonga-se, no mapa, para cima de Hienghène, adornado por montanhas costeiras imponentes que só o Mont Panié bate em altitude.

E quebrado por rios escuros perdidos na selva, como Ouaiéme que, ao jeito modernizado do imaginário Camel, é regularmente cruzado por uma balsa a motor.

Balsa do rio Ouaiéme, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Balsa acaba de cruzar o rio Ouaieme, num cenário luxuriante e abafado do nordeste de Grande Terre

Ouaiéme marca o limite setentrional que havíamos traçado para a exploração da Grande Terre. Investigadas mais uma ou outra das suas vistas exóticas, invertemos marcha para regressar a Nouméa.

Algures nas imediações do Pacífico do Sul, aguardava-nos a Île des Pins, um dos recreios idílicos perfeitos da Nova Caledónia.

Lifou, Ilhas Lealdade

A Maior das Lealdades

Lifou é a ilha do meio das três que formam o arquipélago semi-francófono ao largo da Nova Caledónia. Dentro de algum tempo, os nativos kanak decidirão se querem o seu paraíso independente da longínqua metrópole.
Cilaos, Reunião

Refúgio sob o tecto do Índico

Cilaos surge numa das velhas caldeiras verdejantes da ilha de Reunião. Foi inicialmente habitada por escravos foragidos que acreditavam ficar a salvo naquele fim do mundo. Uma vez tornada acessível, nem a localização remota da cratera impediu o abrigo de uma vila hoje peculiar e adulada.
Taiti, Polinésia Francesa

Taiti Para lá do Clichê

As vizinhas Bora Bora e Maupiti têm cenários superiores mas o Taiti é há muito conotado com paraíso e há mais vida na maior e mais populosa ilha da Polinésia Francesa, o seu milenar coração cultural.
Pentecostes, Vanuatu

Naghol: O Bungee Jumping sem Modernices

Em Pentecostes, no fim da adolescência, os jovens lançam-se de uma torre apenas com lianas atadas aos tornozelos. Cordas elásticas e arneses são pieguices impróprias de uma iniciação à idade adulta.
Honiara e Gizo, Ilhas Salomão

O Templo Profanado das Ilhas Salomão

Um navegador espanhol baptizou-as, ansioso por riquezas como as do rei bíblico. Assoladas pela 2ª Guerra Mundial, por conflitos e catástrofes naturais, as Ilhas Salomão estão longe da prosperidade.
Guadalupe, Antilhas Francesas

Guadalupe: Um Caribe Delicioso, em Contra-Efeito Borboleta

Guadalupe tem a forma de uma mariposa. Basta uma volta por esta Antilha para perceber porque a população se rege pelo mote Pas Ni Problem e levanta o mínimo de ondas, apesar das muitas contrariedades.
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Espiritu Santo, Vanuatu

Divina Melanésia

Pedro Fernandes de Queirós pensava ter descoberto a Terra Australis. A colónia que propôs nunca se chegou a concretizar. Hoje, Espiritu Santo, a maior ilha de Vanuatu, é uma espécie de Éden.
Ouvéa, Nova Caledónia

Entre a Lealdade e a Liberdade

A Nova Caledónia sempre questionou a integração na longínqua França. Na ilha de Ouvéa, arquipélago das Lealdade, encontramos uma história de resistência mas também nativos que preferem a cidadania e os privilégios francófonos.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Safari
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Lençóis da Bahia, Diamantes Eternos, Brasil
Arquitectura & Design
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Aventura
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Bertie em calhambeque, Napier, Nova Zelândia
Cerimónias e Festividades
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Cavaleiros cruzam a Ponte do Carmo, Pirenópolis, Goiás, Brasil
Cidades
Pirenópolis, Brasil

Uma Pólis nos Pirinéus Sul-Americanos

Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte foi erguida por bandeirantes portugueses, no auge do Ciclo do Ouro. Por saudosismo, emigrantes provavelmente catalães chamaram à serra em redor de Pireneus. Em 1890, já numa era de independência e de incontáveis helenizações das suas urbes, os brasileiros baptizaram esta cidade colonial de Pirenópolis.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Verificação da correspondência
Cultura
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Namibe, Angola, Gruta, Parque Iona
Em Viagem
Namibe, Angola

Incursão ao Namibe Angolano

À descoberta do sul de Angola, deixamos Moçâmedes para o interior da província desértica. Ao longo de milhares de quilómetros sobre terra e areia, a rudeza dos cenários só reforça o assombro da sua vastidão.
Étnico
Viti Levu, Fiji

A Partilha Improvável da ilha Viti Levu

Em pleno Pacífico Sul, uma comunidade numerosa de descendentes de indianos recrutados pelos ex-colonos britânicos e a população indígena melanésia repartem há muito a ilha chefe de Fiji.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Glamour vs Fé
História
Goa, Índia

O Último Estertor da Portugalidade Goesa

A proeminente cidade de Goa já justificava o título de “Roma do Oriente” quando, a meio do século XVI, epidemias de malária e de cólera a votaram ao abandono. A Nova Goa (Pangim) por que foi trocada chegou a sede administrativa da Índia Portuguesa mas viu-se anexada pela União Indiana do pós-independência. Em ambas, o tempo e a negligência são maleitas que agora fazem definhar o legado colonial luso.
Fiéis cristãos à saida de uma igreja, Upolu, Samoa Ocidental
Ilhas
Upolu, Samoa  

No Coração Partido da Polinésia

O imaginário do Pacífico do Sul paradisíaco é inquestionável em Samoa mas a sua formosura tropical não paga as contas nem da nação nem dos habitantes. Quem visita este arquipélago encontra um povo dividido entre sujeitar-se à tradição e ao marasmo financeiro ou desenraizar-se em países com horizontes mais vastos.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Inverno Branco
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Recompensa Kukenam
Literatura
Monte Roraima, Venezuela

Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

Perduram no cimo do Monte Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.
Visitante arrisca a vida no cimo das colunas de basalto de Reynisfjara.
Natureza
Sul da Islândia

Sul da Islândia vs Atlântico do Norte: uma Batalha Monumental

Vertentes de vulcões e fluxos de lava, glaciares e rios imensos, todos pendem e fluem do interior elevado da Terra do Fogo e Gelo para o oceano frígido e quase sempre irado. Por todas essas e tantas outras razões da Natureza, a Sudurland é a região mais disputada da Islândia.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Parques Naturais
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Via Conflituosa
Património Mundial UNESCO
Jerusalém, Israel

Pelas Ruas Beliciosas da Via Dolorosa

Em Jerusalém, enquanto percorrem a Via Dolorosa, os crentes mais sensíveis apercebem-se de como a paz do Senhor é difícil de alcançar nas ruelas mais disputadas à face da Terra.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Personagens
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Montezuma e Malpaís, melhores praias da Costa Rica, Catarata
Praias
Montezuma, Costa Rica

De Volta aos Braços Tropicais de Montezuma

Passaram 18 anos desde que nos deslumbrámos com este que é um dos litorais abençoados da Costa Rica. Há apenas dois meses, reencontrámo-lo. Tão aconchegante como o  tínhamos conhecido.
Banhistas em pleno Fim do Mundo-Cenote de Cuzamá, Mérida, México
Religião
Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
A Toy Train story
Sobre Carris
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Máquinas Bebidas, Japão
Sociedade
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Tombolo e Punta Catedral, Parque Nacional Manuel António, Costa Rica
Vida Selvagem
PN Manuel António, Costa Rica

O Pequeno-Grande Parque Nacional da Costa Rica

São bem conhecidas as razões para o menor dos 28 parques nacionais costarriquenhos se ter tornado o mais popular. A fauna e flora do PN Manuel António proliferam num retalho ínfimo e excêntrico de selva. Como se não bastasse, limitam-no quatro das melhores praias ticas.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.