Nova Sintra, Brava, Cabo Verde

Uma Sintra Crioula, em Vez de Saloia


Ensaios para o Carnaval
Tocadores de tambor e outros participam num ensaios de Carnaval.
Igreja do Nazareno
Uma das várias igrejas de Nova Sintra.
Gerações
Mãe e filho de Nova Brava.
Máscaras Tropicais
Participantes do ensaio de Carnaval de Nova Brava, com máscaras feitas de cocos.
Entre Papaeiras
Morador caminha por uma estrada verdejante da cidade.
Eugénio Tavares
Estátua dourada da personalidade mais famosa de Nova Sintra.
Jovem Bravense
Bravense faz de modelo com uma moldura de porta a condizer.
Pelas Ruas de Nova Sintra
Mota passa por uma casa colonial que até poderia ser de Sintra.
Nova Sintra, Fogo ao Fundo
O casario branco de Nova Sintra.
Calçadão de Nova Sintra
Moradores percorrem uma calçada dos arredores de Nova Sintra.
Rua de Nova Sintra
Uma passadeira sobre o empedrado de Nova Sintra.
A Praça Eugénio Tavares
O coração urbano de Nova Sintra.
Quando os colonos portugueses descobriram a ilha de Brava, repararam no seu clima, muito mais húmido que a maior parte de Cabo Verde. Determinados em manterem ligações com a distante metrópole, chamaram a principal povoação de Nova Sintra.

Sintra. A Nova.

A da ilha mais húmida e verdejante de Cabo Verde que, por estes mesmos atributos, viu o nome original de São João ser mudado para Brava. A ilha da vila, sua maior povoação que, em 2010, se viu promovida a cidade.

Como a Brava em geral, Nova Sintra provou-se, aos seus colonos portugueses, uma espécie de polo magnético da névoa, de tempos a tempos, também da bruma seca que lhe chega do leste, dos domínios ressequidos e fumarentos do Fogo.

A névoa sempre fez parte de ambas. A tal ponto que um escrito de 1988, denominado “Brava, tradicionais festas de Nho Sandjon e do Município.” afirmar que “a origem do povoamento da ilha se perde na névoa do passado. Por isso, cada qual o imagina um tanto ao jeito das suas simpatias”.

Em vez de o imaginarmos, pouco depois de desembarcarmos do ferry provindo de São Filipe, Djar Fogo, dedicamo-nos a cirandar entre os mil oitocentos e poucos moradores da cidade, o mais intrometidos possível nas suas vidas contemporâneas.

O Verde-Húmido que Granjeou à Principal Povoação o Título de Nova Sintra

A meio do século XIX, a Brava  – ainda chamada de ilha de São João – era já, de longe, a ilha mais cultivada de Cabo Verde – contraste absoluto das áridas São Vicente e Sal  repleta de milho, feijão, batata-doce, banana, abóbora, mandioca e até de vinha que dava para “150 pipas de mau vinho.”

Trabalhavam a terra povoadores vindos da metrópole e, a determinada altura, escravos levados para a Brava, eventualmente da Ribeira Grande de Santiago, incumbidos de os servir.

O seu cenário de minifúndios semi-tropicais, das papaeiras e dragoeiros que despontavam das plantações e povoações, feitas de casas caiadas com molduras de cor, tudo irrigado pela névoa alísia residente que até no pino do Verão mantém a temperatura máxima abaixo dos 25º, granjeou-lhe o epíteto de “Cintra de Cabo Verde”.

Contado mais algum tempo, este título oficioso deu azo ao nome oficial da, não tarda, vila solitária da ilha: Nova Sintra.

A vila saloia portuguesa, insinuar-se-ia, sob as duas grafias, onde quer que fôssemos, até em forma de mistério engarrafado.

Buscávamos uma mercearia que nos abastecesse de uns poucos mantimentos de reserva.

Mulata a Brava e a Cerveja que Pensávamos Extinta

Ao passarmos os olhos pelas prateleiras, damos com os rótulos familiares de uma das bebidas que, enquanto durou, mais apreciámos: a Cintra “Mulata”, uma cerveja bronzeada e cremosa, de sabor bem balanceado entre o doce e o amargo, lançada, em 2002, pela empresa do ex-Presidente do Sporting Clube de Portugal José de Souza Cintra e que terá durado, em Portugal, apenas até à falência de 2006.

Não víamos nem provávamos a adorada “Mulata” desde que sumiu do mercado. Pensávamos, aliás, que se tinha extinguido. E, no entanto, ali estava ela, diante de nós, uma Fénix de maltes cuidadosamente seleccionados renascida das cinzas.

Perguntamos ao dono como se explicava que ainda tinha à venda todas aquelas garrafas. “Opá… eu não estou a par do que aconteceu por lá, mas estas nem sequer são muito antigas. Vieram cá fornecê-las faz um mês, ou coisa assim.”

À falta de melhor esclarecimento, concluímos que algum acordo pós-falência teria viabilizado a produção e exportação das cervejas Cintra para Cabo Verde, estimávamos que também para o Brasil, eventualmente outras paragens.

Por via das dúvidas, compramos algumas garrafas, decididos a matar saudades.

Nos bares e esplanadas da Praça Eugénio Tavares, a praça central de Nova Sintra, as “Strella” – mais a branca que a preta ou crioula – continuavam a dominar as preferências, desafiadas pela inevitável concorrente Super Bock.

Constatámo-lo quando procurávamos uma cachupa que nos restabelecesse energias.

Em Busca de Cachupa na Praça Eugénio Tavares

Numa demanda esfomeada pelos quatro ou cinco restaurantes e bares em volta do coreto bicudo, o âmago da povoação, sobre a calçada portuguesa que o reveste num padrão ondulante, não fossem os bravenses esquecerem-se do Atlântico que os encerra e embala.

Por fim, damos com um estabelecimento pronto a servir-nos o pitéu cabo-verdiano, mesmo que na sua versão pobre, não a rica, repleta de vegetais que preferíamos.

Saboreamo-la e a Strellas Crioulas, substitutas condignas da enigmática Cintra Mulata, com os olhos postos na TV e no canal Afromusic, em que, ao som da nova música cabo-verdiana e de outras partes de África, sucessivas mulatas, morenas e mais escuras voluptuosas exibiam e abanavam os rabos, entregues aos kuduros e twerks que estimulam as gerações mais jovens do continente.

Regressamos à praça que homenageia a figura histórica proeminente da cidade, Nho Eugénio, o seu grande político, jornalista, poeta, dramaturgo, músico, compositor de mornas e da alma cabo-verdiana, entre outros ofícios.

Eugénio Tavares o Filho Mulato e Pródigo da Brava

Também Eugénio Tavares era mulato, filho de um pai escalabitano e de uma mãe foguense.

Além do baptismo da praça, Nova Sintra louva-o com uma estátua de bronze em que, Eugénio, sentado, de cabelo que nos parece brilhantinado e longo bigode undante, segura uma das obras que o tornou conceituado.

Suamos a bom suar sobre a Praça Eugénio Tavares. Não devido aos movimentos lascivos na TV. Mais por causa do picante em excesso com que condimentámos a cachupa.

Junto ao coreto, uma inesperada nora quebrava o ímpeto das ondas calçadas. Devolvia-nos e quem por ali passasse à abundância de água doce da ilha e à sua badalada fertilidade.

O Dia 14 de Fevereiro Inusitado, da Brava

Em pleno Dia dos Namorados, Don Juans adolescentes e oportunistas aproveitavam a dos canteiros do jardim.

Disputavam as flores frescas que restavam, com que planeavam encantar as suas donzelas.

Na escadaria do Bar Morabeza, um deles, desembaraçado a dobrar, via-se já prendado com beijos de batom cor-de-rosa.

Se os namoricos são universais, sabíamos bem que o abano do kuduro provinha de Angola e o do twerk, tinha ganho embalo nos Estados Unidos, sobretudo nos canais de maior alcance mundial como a MTV e, claro está, o fulminante Trace.

As inúmeras adulações e tentativas de emulação dos videoclipes norte-americanos que constatávamos no Afromusic, tinham, todavia, uma razão adicional.

Desde os finais do século XVIII, quando uma seca devastadora afligiu a Brava, que o principal destino da enorme diáspora de Cabo Verde (vivem mais cabo-verdianos no estrangeiro que no seu país) têm sido os Estados Unidos.

Ora, se os cabo-verdianos há muito sustentam Cabo Verde com suas frequentes e generosas remessas, também remetem para o arquipélago as influências e modas culturais contagiosas dos E.U.A.

Os Ensaios para o Carnaval Iminente

Caminhamos Rua da Cultura acima. Sem que os esperássemos, ribombam tambores.

De qualquer Dia dos Namorados, vislumbra-se quase sempre o eminente Carnaval, ansiado em Nova Sintra como a festa da brava que é suposto ser.

De acordo, tinham lugar ensaios de uma parada animada por músicos e figurantes com meias cascas de coco ilustradas a fazer de máscara.

Decidimos acompanhar o esboço de desfile.

Quando o fazemos, perguntamos a dois tocadores de tambor em descanso se os podíamos fotografar.

A um deles, mais vaidoso, enchem-se os olhos de brilho. Ajustam-se os dois a uma porta azulada que concordamos que serviria de fundo.

Compõem poses das estrelas que os fotógrafos forasteiros tinham escolhido. Sobre a porta, acima das suas cabeças inchadas de orgulho, reparamos numa matrícula ianque que algum emigrante ali mantinha afixada.

Era de New Hampshire, do ano de 1998. Fechava-a, em jeito de rodapé rodoviário, o mote “Live Free or Die”.

A Fé nas Igrejas dos Bravenses

Em Nova Sintra, a livre profusão de igrejas e fés tem o seu quê de milagrosa.

A Brava é a menor das ilhas habitadas de Cabo Verde. Conta com meros 67km2  a que quase poderíamos chamar “redondos” de tão perfeita que é a circunferência em que a moldou o vulcanismo destas partes do Atlântico.

A capital ocupa apenas uns poucos e abriga menos de dois mil habitantes. Mesmo assim, disputam a sua crença a igreja de São Baptista, católica, a anciã, erguida em 1880.

A Igreja do Nazareno, Protestante. Uma Nova Apostólica. Uma outra Adventista. Uma Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

E, por fim, um Salão do Reino das Testemunhas de Jeová.

Este refúgio na fé dos bravenses já vem de há muito.

De tempos a tempos, a ilha do Fogo vizinha e o seu vulcão monstro homónimo assustam e apoquentam a Brava e, em especial a mais próxima Nova Sintra.

Brava: uma Ilha há muito à Mercê dos Vulcões

Quando não é o Fogo é a própria actividade vulcânica da Brava que faz das suas.

Ficou para a história o susto de 1840, quando o Monte da Cruz do Frade entrou em erupção, com estrondos que ensurdeciam os ilhéus, saídos de uma fornalha que, mesmo amostra da gigantesca no cume do Fogo, todos receavam que pudesse explodir sem aviso.

Seja lenda ou realidade, só a ascensão destemida, ao cimo, de um padre de cruz em riste assegurou o exorcismo do demónio que se havia apoderado do vulcão e a tranquilização da população aflita.

Pelo menos, por algum tempo.

Nem a Brava nem, muito menos, Nova Sintra alguma vez estarão realmente a salvo.

Os cientistas chegaram à conclusão de a ilha Brava é um enorme vulcão.

E que o Fundo Grande em que se instalou a capital, uma espécie de caldeira com cerca de 600 metros de diâmetro, é a sua cratera semi-soterrada.

Daí, gerou-se e popularizou-se a teoria apocalíptica de que a Brava tem a forma de um cálice com uma haste delgada que se poderá quebrar em qualquer altura e causar o afundamento súbito da ilha no Atlântico.

Na Brava e em Nova Sintra, qualquer indício mais brusco de actividade vulcânica faz os bravenses recuar à inquietude sofrida pelos seus antepassados e rogarem, em sussurro, pela clemência de Deus, numa qualquer das suas casas.

Todos sabem que quando o Pai olha pelos bravenses, os mantém aconchegados sob a névoa divinal da ilha.

Brava, Cabo Verde

A Ilha Brava de Cabo Verde

Aquando da colonização, os portugueses deparam-se com uma ilha húmida e viçosa, coisa rara, em Cabo Verde. Brava, a menor das ilhas habitadas e uma das menos visitadas do arquipélago preserva uma genuinidade própria da sua natureza atlântica e vulcânica algo esquiva.
São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Ilha do Sal, Cabo Verde

O Sal da Ilha do Sal

Na iminência do século XIX, Sal mantinha-se carente de água potável e praticamente inabitada. Até que a extracção e exportação do sal lá abundante incentivou uma progressiva povoação. Hoje, o sal e as salinas dão outro sabor à ilha mais visitada de Cabo Verde.
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
Santo Antão, Cabo Verde

Pela Estrada da Corda Toda

Santo Antão é a mais ocidental das ilhas de Cabo Verde. Lá se situa um limiar Atlântico e rugoso de África, um domínio insular majestoso que começamos por desvendar de uma ponta à outra da sua deslumbrante Estrada da Corda.
Ilha do Fogo, Cabo Verde

À Volta do Fogo

Ditaram o tempo e as leis da geomorfologia que a ilha-vulcão do Fogo se arredondasse como nenhuma outra em Cabo Verde. À descoberta deste arquipélago exuberante da Macaronésia, circundamo-la contra os ponteiros do relógio. Deslumbramo-nos no mesmo sentido.
São Nicolau, Cabo Verde

São Nicolau: Romaria à Terra di Sodade

Partidas forçadas como as que inspiraram a famosa morna “Sodade” deixaram bem vincada a dor de ter que deixar as ilhas de Cabo Verde. À descoberta de Saninclau, entre o encanto e o deslumbre, perseguimos a génese da canção e da melancolia.
Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Chã das Caldeiras a Mosteiros: descida pelos Confins do Fogo

Com o cimo de Cabo Verde conquistado, dormimos e recuperamos em Chã das Caldeiras, em comunhão com algumas das vidas à mercê do vulcão. Na manhã seguinte, iniciamos o regresso à capital São Filipe, 11 km de caminho para Mosteiros abaixo.
Santiago, Cabo Verde

Santiago de Baixo a Cima

Aterrados na capital cabo-verdiana de Praia, exploramos a sua pioneira antecessora. Da Cidade Velha, percorremos a crista montanhosa e deslumbrante de Santiago, até ao topo desafogado de Tarrafal.
Santo Antão, Cabo Verde

Porto Novo a Ribeira Grande pelo Caminho do Mar

Desembarcados e instalados em Porto Novo de Santo Antão, depressa constatamos duas rotas para chegar à segunda maior povoação da ilha. Já rendidos ao sobe-e-desce monumental da Estrada da Corda, deslumbramo-nos com o dramatismo vulcânico e atlântico da alternativa costeira.
Ponta do Sol a Fontainhas, Santo Antão, Cabo Verde

Uma Viagem Vertiginosa a Partir da Ponta do Sol

Atingimos o limiar norte de Santo Antão e de Cabo Verde. Em nova tarde de luz radiosa, acompanhamos a azáfama atlântica dos pescadores e o dia-a-dia menos litoral da vila. Com o ocaso iminente, inauguramos uma demanda sombria e intimidante do povoado das Fontainhas.
Mindelo, São Vicente, Cabo Verde

O Milagre de São Vicente

São Vicente sempre foi árida e inóspita a condizer. A colonização desafiante da ilha submeteu os colonos a sucessivas agruras. Até que, por fim, a sua providencial baía de águas profundas viabilizou o Mindelo, a urbe mais cosmopolita e a capital cultural de Cabo Verde.
Tarrafal, Santiago, Cabo Verde

O Tarrafal da Liberdade e da Vida Lenta

A vila de Tarrafal delimita um recanto privilegiado da ilha de Santiago, com as suas poucas praias de areia branca. Quem por lá se encanta tem ainda mais dificuldade em entender a atrocidade colonial do vizinho campo prisional.
Ribeira Grande, Santo AntãoCabo Verde

Santo Antão, Ribeira Grande Acima

Na origem, uma Povoação diminuta, a Ribeira Grande seguiu o curso da sua história. Passou a vila, mais tarde, a cidade. Tornou-se um entroncamento excêntrico e incontornável da  ilha de Santo Antão.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Safari
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
Jardin Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, Cobra dos Pecados
Arquitectura & Design
Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Aventura
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Cerimónias e Festividades
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Entrada para a Cidade das Areias de Dunhuang, China
Cidades
Dunhuang, China

Um Oásis na China das Areias

A milhares de quilómetros para oeste de Pequim, a Grande Muralha tem o seu extremo ocidental e a China é outra. Um inesperado salpicado de verde vegetal quebra a vastidão árida em redor. Anuncia Dunhuang, antigo entreposto crucial da Rota da Seda, hoje, uma cidade intrigante na base das maiores dunas da Ásia.
fogon de Lola, comida rica, Costa Rica, Guapiles
Comida
Fogón de Lola, Costa Rica

O Sabor a Costa Rica de El Fogón de Lola

Como o nome deixa perceber, o Fogón de Lola de Guapiles serve pratos confeccionados ao fogão e ao forno, segundo tradição familiar costarricense. Em particular, a família da Tia Lola.
Cultura
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Cenário marciano do Deserto Branco, Egipto
Em Viagem
Deserto Branco, Egipto

O Atalho Egípcio para Marte

Numa altura em que a conquista do vizinho do sistema solar se tornou uma obsessão, uma secção do leste do Deserto do Sahara abriga um vasto cenário afim. Em vez dos 150 a 300 dias que se calculam necessários para atingir Marte, descolamos do Cairo e, em pouco mais de três horas, damos os primeiros passos no Oásis de Bahariya. Em redor, quase tudo nos faz sentir sobre o ansiado Planeta Vermelho.
Do lado de cá do Atlântico
Étnico

Ilha de Goreia, Senegal

Uma Ilha Escrava da Escravatura

Foram vários milhões ou apenas milhares os escravos a passar por Goreia a caminho das Américas? Seja qual for a verdade, esta pequena ilha senegalesa nunca se libertará do jugo do seu simbolismo.​

Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Angra do Heroísmo, Terceira, Açores, de capital histórica a Património Mundial, arte urbana
História
Angra do Heroísmo, Terceira, Açores

Heroína do Mar, de Nobre Povo, Cidade Valente e Imortal

Angra do Heroísmo é bem mais que a capital histórica dos Açores, da ilha Terceira e, em duas ocasiões, de Portugal. A 1500km do continente, conquistou um protagonismo na nacionalidade e independência portuguesa de que poucas outras cidades se podem vangloriar.
Horta, Faial, Cidade que dá o Norte ao Atlântico
Ilhas
Horta, Açores

A Cidade que Dá o Norte ao Atlântico

A comunidade mundial de velejadores conhece bem o alívio e a felicidade de vislumbrar a montanha do Pico e, logo, o Faial e o acolhimento da baía da Horta e do Peter Café Sport. O regozijo não se fica por aí. Na cidade e em redor, há um casario alvo e uma efusão verdejante e vulcânica que deslumbra quem chegou tão longe.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Visitante arrisca a vida no cimo das colunas de basalto de Reynisfjara.
Natureza
Sul da Islândia

Sul da Islândia vs Atlântico do Norte: uma Batalha Monumental

Vertentes de vulcões e fluxos de lava, glaciares e rios imensos, todos pendem e fluem do interior elevado da Terra do Fogo e Gelo para o oceano frígido e quase sempre irado. Por todas essas e tantas outras razões da Natureza, a Sudurland é a região mais disputada da Islândia.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
lago ala juumajarvi, parque nacional oulanka, finlandia
Parques Naturais
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Banco improvisado
Património Mundial UNESCO
Ilha Ibo, Moçambique

Ilha de um Moçambique Ido

Foi fortificada, em 1791, pelos portugueses que expulsaram os árabes das Quirimbas e se apoderaram das suas rotas comerciais. Tornou-se o 2º entreposto português da costa oriental de África e, mais tarde, a capital da província de Cabo Delgado, Moçambique. Com o fim do tráfico de escravos na viragem para o século XX e a passagem da capital para Porto Amélia, a ilha Ibo viu-se no fascinante remanso em que se encontra.
Verificação da correspondência
Personagens
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Sesimbra, Vila, Portugal, Vista do alto
Praias
Sesimbra, Portugal

Uma Vila Tocada por Midas

Não são só a Praia da Califórnia e a do Ouro que a encerram a sul. Abrigada das fúrias do ocidente atlântico, prendada com outras enseadas imaculadas e dotada de fortificações seculares, Sesimbra é, hoje, um porto de abrigo piscatório e balnear precioso.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
A Toy Train story
Sobre Carris
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Mahu, Terceiro Sexo da Polinesia, Papeete, Taiti
Sociedade
Papeete, Polinésia Francesa

O Terceiro Sexo do Taiti

Herdeiros da cultura ancestral da Polinésia, os mahu preservam um papel incomum na sociedade. Perdidos algures entre os dois géneros, estes homens-mulher continuam a lutar pelo sentido das suas vidas.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Vida Quotidiana
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Hipopótamo exibe as presas, entre outros
Vida Selvagem
PN Mana Pools, Zimbabwé

O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.