Mactan, Cebu, Filipinas

O Atoleiro de Magalhães


O atoleiro de Magalhães
Homem e crianças procuram moluscos nas águas ao largo do santuário de Lapu Lapu.
Honra na morte
Inscrição do marco erguido em Mactan, em honra de Fernão de Magalhães.
Lapu Lapu resort
Visitantes percorrem um passadiço em frente a um outdoor que promove a cidade resort de Lapu Lapu
História de bronze
Parte do Monumento da Herança de Cebu dedicada à chegada dos conquistadores espanhóis à ilha.
Aos pés do Cristianismo
Fieis filipinas rezam junto a estátuas da Virgem Maria no interior da Basílica de Santo Niño, em Cebu.
Um Lapu Lapu dourado
A estátua de Lapu Lapu, em frente ao local da batalha em que os seus homens mataram Fernão de Magalhães.
Cruz da colonização filipina
Cruz de Magalhães abrigada sob um tecto pintado com cenas da chegada do descobridor português às Filipinas.
De menino Jesus a Santo Niño
Velas acesas junto a uma escultura que ilustra a estátua do Menino Jesus mais tarde idolatrada como Santo Niño.
Um ídolo ancestral
Jovens fazem-se fotografar em frente à estátua do herói nacional Lapu Lapu.
Tinham decorrido quase 19 meses de navegação pioneira e atribulada em redor do mundo quando o explorador português cometeu o erro da sua vida. Nas Filipinas, o carrasco Datu Lapu Lapu preserva honras de herói. Em Mactan, uma sua estátua bronzeada com visual de super-herói tribal sobrepõe-se ao mangal da tragédia.

É precisamente na pequena Mactan que aterra quem hoje visita estas partes das Filipinas, encaixadas entre 7500 ilhas, no coração do arquipélago das Visayas.

Ao contrário da ilha-mãe Cebu que acolhe a segunda maior cidade da nação, Mactan é tão plana quanto possível. Reclamou vastas áreas ao mar para receber uma zona industrial livre de impostos e algumas das maiores fábricas e projectos empresariais das Filipinas, cerca de metade, japoneses.

Cumprido o desembarque e as respectivas formalidades, encontramos muitos dos nativos a bordo de incontáveis triciclos, motorizados ou nem por isso, de jeepneys e também de transportes mais modernos. Outros tratam de pequenos negócios fixos de beira-estrada, cada vez mais orientados para o turismo galopante.

Só na base da sua geologia, a ilha se mantém a mesma de 1521 quando, proveniente do longínquo ocidente, Fernão de Magalhães e a sua frota pela primeira vez ali aportaram.

António Lombardo Pigafetta era um italiano que se diz ter pago para fazer parte da tripulação.

A Longa Epopeia de Circum-Navegação de Fernão Magalhães e Sebastião del Cano

Contou-se entre os 18 homens a regressar a Sevilha no Victoria, quase um ano e meio depois. E foi um dos 90 que sobreviveram à aventura e voltaram à Europa por outros meios.  Muito do que se sabe da longa jornada em redor do mundo, foi por ele reportado.

Sabe-se, por exemplo, que a fome já grassava a bordo quando, após uma travessia quase em branco do oceano Pacífico, Fernão de Magalhães se tentou abastecer de víveres nas Marianas e em Guam. Contra o desejado, foram os indígenas que se abasteceram da sua frota.

Segundo narrou Pigafetta “os nativos entraram no navio e roubaram tudo aquilo a que puderam deitar mão, incluindo o barco pequeno atado à popa do Vitoria. À conta disso, a tripulação baptizou aquelas ilhas de “Ilhas dos Ladrões”.

A 16 de Março, ainda com 150 homens da sua tripulação multinacional inicial de 270 homens (40 dos quais portugueses), a frota ancorou por fim na ilha de Homonhon, ao largo de Mactan e de Cebu.

Foi detectada por Siagu de Mazaua, um rajá local com quem Magalhães, com recurso à tradução de Enrique – um servo malaio que havia recrutado em Malaca – trocou presentes e que acabou por o conduzir a Cebu.

Ali, Humabon, um outro rajá, revelou-se amigável ao ponto de aceitar o baptismo com o nome de Carlos (em honra do rei espanhol), a oferta à sua esposa e rainha de uma figura do Menino Jesus e o Cristianismo como nova fé.

Essa figura veio a revelar-se crucial na conversão da maior parte da população filipina ao Cristianismo, um fenómeno ainda hoje único na Ásia.

Está exposta na Basílica del Santo Niño da cidade de Cebu e foi benzida pelo Papa João Paulo II em 1990.

De menino Jesus a Santo Niño

Velas acesas junto a uma escultura que ilustra a estátua do Menino Jesus mais tarde idolatrada como Santo Niño.

Os filipinos chegam de todas as partes para a louvarem.

É uma das principais atracções da ilha, a par da Cruz de Fernão de Magalhães que surge a uns poucos metros.

A Mactan dos Nossos Dias

Em Mactan, o apelo é outro. Dezenas de resorts e operações ou pasquins simbióticos instalaram-se na franja litoral da pequena ilha, suficientemente distantes do seu âmago industrial. Em pouco tempo, despertaram o desejo de evasão e de paz e descanso dos trabalhadores de nações asiáticas vizinhas.

Entre estes, os sul-coreanos conquistaram um óbvio predomínio. As ruas estão repletas de negócios com letreiros comerciais no seu alfabeto de proprietários tanto filipinos como coreanos.

E as praias repletas de famílias de banhistas de Seul, Busan, Incheon etc etc, pálidos como a areia de coral.

As Filipinas que Fernão Magalhães Pensou não Poder Oferecer aos Reis de Espanha

Já Fernão de Magalhães, chegou às Filipinas incumbido de uma missão inequívoca e sem tempo a perder. A sua reputação em Portugal terá ficado manchada quando se viu acusado de negociar com os Mouros no Norte de África.

Na sequência, o rei Manuel I recusou as suas insistentes propostas de liderar uma expedição com o fim de descobrir uma rota para as ilhas das especiarias navegando para oeste.

Frustrado, Magalhães mudou-se para Sevilha. Ali, propôs o mesmo projecto ao rei Carlos V, futuro Imperador do Sacro Império Romano-Germânico com o objectivo adicional de provar que as Molucas estariam fora da esfera portuguesa acordada no Tratado de Tordesilhas e que só os espanhóis delas poderiam obter proveitos.

Uma vez chegado às Filipinas, apercebeu-se que tanto as ilhas que descobria como as Molucas se encontravam, na realidade, na esfera portuguesa.

Cruz da colonização filipina

Cruz de Magalhães abrigada sob um tecto pintado com cenas da chegada do descobridor português às Filipinas.

A Recusa de Datu Lapu Lapu a Converter-se ao Cristianismo

Em Cebu, o rajá Humabon e Datu Zula, um seu aliado, terão persuadido Magalhães a matar o arquirrival Datu Lapu Lapu. Magalhães convenceu-se de que o converteria ao Cristianismo como fizera com os outros dois rajás.

Lapu Lapu rejeitou as suas intenções.

Provocou a ira de Magalhães que, por sua vez, desrespeitou as ordens de Carlos V de que não deveria desperdiçar tempo e energias em conflitos com nativos. Magalhães resolveu submeter Lapu Lapu ao Cristianismo pela força.

Cebu, Mactan, Filipinas, estátua Lapu Lapu

A estátua de Lapu Lapu, em frente ao local da batalha em que os seus homens mataram Fernão de Magalhães.

O lugar em que tudo se passou é um dos mais importantes das Filipinas. Apressamo-nos a visitá-lo, na companhia de um guia local resoluto que nos debita informações com um nível de pormenor surpreendente.

“Foi uma série infeliz de erros que Magalhães cometeu, não foi só um. Para começar, nunca pensou que fossem tantos os homens de Lapu Lapu.

A ideia inicial teria sido intimidar os nativos com tiros de canhão mas o explorador foi surpreendido pela distância a partir do ponto em que o recife de coral impedia maior aproximação da Vitoria.

Como se não bastasse, um mangal extenso separava-o de terra-firme, o mesmo mangal que veem à vossa frente.”

Para diante, uma floresta densa e verdejante de mangue impedia-nos de avistar o mar em que se havia detido a embarcação espanhola. A maré-cheia instalava-se. Alagava a base daquela vegetação anfíbia até ao limite do parque memorial de Punta Engaño.

Um canal ladeado por bangkas permitia-nos um vislumbre insuficiente para estabelecer uma ligação visual. Num outro, alguns nativos vasculhavam o leito em busca de moluscos e crustáceos.

O atoleiro de Magalhães

Homem e crianças procuram moluscos nas águas ao largo do santuário de Lapu Lapu.

Bastaram uns instantes até que um deles apanhasse um polvo que exibiu, com orgulho, a nós e aos proprietários de um dos restaurantes instalados à beira d’água.

Logo ao lado, visitantes filipinos percorriam passadiços elevados sob um grande outdoor garrido que promovia os atributos da cidade baptizada em honra chefe nativo: Lapu-Lapu: The Historic Resort City.

Lapu Lapu resort

Visitantes percorrem um passadiço em frente a um outdoor que promove a cidade resort de Lapu Lapu

Tanto Magalhães como Lapu Lapu se eternizaram mas, no seguimento da batalha de Mactan, seria Lapu-Lapu a ditar a história.

E a Morte de Magalhães em Confronto com Lapu Lapu

Tal como narrou Pigafetta, Magalhães zarpou de Cebu com 60 homens protegidos por capacetes e coletes. Acompanhavam-no o recém-baptizado rei Humabon, o príncipe e alguns dos seus homens, a bordo de vinte e tal embarcações tradicionais.

Chegaram a Mactan três horas antes da alvorada e anunciaram a Lapu Lapu que Magalhães não desejava lutar mas que deveria submeter-se ao rei de Espanha, reconhecer o rei Cristão como seu soberano e pagar tributo, caso contrário veriam como as lanças os feririam.

Os nativos responderam que também tinham lanças. Ter-se-ão dado ao luxo de alertar que haviam escavado vários buracos repletos de estacas afiadas para que os invasores neles caíssem.

Apesar do aviso, mesmo com a água até às coxas, quarenta e nove homens fiéis a Magalhães investiram. Tiveram que assim caminhar, como descreveu Pigafetta, “durante dois voos de seta de besta”. Quando chegaram a terra, mais de 1500 guerreiros de Lapu Lapu organizados em três divisões carregaram sobre eles com gritos estridentes.

Os mosqueteiros de Magalhães tinham-se atrasado. Os seus contínuos mas lentos disparos ficavam aquém dos nativos. Magalhães decidiu incendiar várias casas ribeirinhas dos inimigos o que só os enfureceu mais. Voltaram a atacar em grande número.

Magalhães foi atingido na perna direita por uma seta envenenada. Os nativos passaram a disparar as suas setas apenas para as pernas desprotegidas dos europeus. Não tardaram a perceber a vulnerabilidade em que aqueles se encontravam, também ao alcance de incontáveis lanças e pedras.

Vários deles cercaram Magalhães. O líder foi ferido num braço por uma lança. Um outro indígena feriu-lhe uma perna com uma kampilan, uma espécie de cimitarra então usada pelas tribos filipinas.

História de bronze

Parte do Monumento da Herança de Cebu dedicada à chegada dos conquistadores espanhóis à ilha.

Magalhães tombou por terra. Os guerreiros de Lapu Lapu continuaram a chacina-lo enquanto os soldados europeus e Pigafetta, desesperados, batiam de retirada para os pequenos barcos já a zarpar.

Os rajás aliados – que não tinham participado na batalha por sugestão de Magalhães – limitaram-se a apreciar os acontecimentos da carraca fundeada ao longe.

Datu Lapu Lapu, um Herói Improvável das Filipinas

Hoje, Lapu-Lapu mantém o estatuto retroactivo de primeiro herói nacional das Filipinas, considerado o primeiro filipino a resistir a ingerências estrangeiras, mesmo se, por essa altura, a nação filipina estava longe de existir.

Além da Cruz de Magalhães e da figura do Santo Niño, filipinos de todas as ilhas do país visitam o santuário de Lapu-Lapu.

Fazem-se fotografar aos pés da sua estátua exuberante de bronze em que, munido de um escudo e de uma grande bolo (faca filipina) parece supervisionar do alto e para todo o sempre o mangal da sua glória.

Um ídolo ancestral

Jovens fazem-se fotografar em frente à estátua do herói nacional Lapu Lapu.

O chefe indómito teve direito a uma outra estátua no parque Luneta, no centro de Manila, o mesmo parque onde José Rizal, um escritor e oftalmologista herói e mártir da resistência ao colonialismo hispânico foi executado pelos espanhóis e homenageado pelos filipinos com os seus próprios dois monumentos.

Todos os anos, a 27 de Abril, realiza-se mesmo em frente ao palco dos acontecimentos originais o Kadaugan sa Mactan, um festival que reencena a batalha de 1521.

A Memória Quase-Mitológica de Lapu Lapu

Entre os nativos desta época, popularizou-se uma lenda: em vez de ter mais tarde morrido, Lapu Lapu ter-se-á transformado em pedra e guarda os mares de Mactan.

Ainda hoje, os pescadores da ilha atiram moedas a uma rocha com o perfil de homem para obterem permissão para pescarem no território do chefe.

Há menos tempo, formou-se outro mito urbano acerca da sua estátua que antes segurava uma besta. Três mayors da cidade de Lapu Lapu morreram de seguida vítimas de ataque cardíaco.

Supersticioso, um dos seguintes preferiu não arriscar. Substituiu a besta pela espada actual.

Quanto a Magalhães, só a sua fama chegou aos dias de hoje.

Honra na morte

Inscrição do marco erguido em Mactan, em honra de Fernão de Magalhães.

O Marco Hispânico da Viagem de Circum-Navegação e da Colonização das Filipinas

Ainda segundo Pigafetta, o rajá Humabon tentou comprar a devolução do seu corpo mutilado. Lapu Lapu voltou a recusar. Crê-se que o manteve como troféu de guerra.

A missão de Magalhães nunca foi cumprida mas quando, em 6 de Setembro de 1622, Sebastião del Cano substituiu o navegador português e comandou a Vitoria de volta a Sevilha fechou a primeira viagem de circum-navegação do mundo.

Apesar de as Filipinas também estarem na esfera portuguesa do Tratado de Tordesilhas, os espanhóis não perderam tempo a regressar e a colonizá-las.

Se D. Manuel I não tivesse Fernão de Magalhães em má conta ou, pelo menos, se não tivesse recusado o seu projecto, as Filipinas seriam, muito provavelmente, herança colonial portuguesa.

Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Bacolod, Filipinas

Doces Filipinas

Bacolod é a capital de Negros, a ilha no centro da produção filipina de cana de açúcar. De viagem pelos confins do Extremo-Oriente e entre a história e a contemporaneidade, saboreamos o âmago fascinante da mais Latina das Ásias.
Camiguin, Filipinas

Uma Ilha de Fogo Rendida à Água

Com mais de vinte cones acima dos 100 metros, a abrupta e luxuriante, Camiguin tem a maior concentração de vulcões que qualquer outra das 7641 ilhas filipinas ou do planeta. Mas, nos últimos tempos, nem o facto de um destes vulcões estar activo tem perturbado a paz da sua vida rural, piscatória e, para gáudio dos forasteiros, fortemente balnear.
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Marinduque, Filipinas

A Paixão Filipina de Cristo

Nenhuma nação em redor é católica mas muitos filipinos não se deixam intimidar. Na Semana Santa, entregam-se à crença herdada dos colonos espanhóis.A auto-flagelação torna-se uma prova sangrenta de fé
Batad, Filipinas

Os Socalcos que Sustentam as Filipinas

Há mais de 2000 anos, inspirado pelo seu deus do arroz, o povo Ifugao esquartejou as encostas de Luzon. O cereal que os indígenas ali cultivam ainda nutre parte significativa do país.
Marinduque, Filipinas

Quando os Romanos Invadem as Filipinas

Nem o Império do Oriente chegou tão longe. Na Semana Santa, milhares de centuriões apoderam-se de Marinduque. Ali, se reencenam os últimos dias de Longinus, um legionário convertido ao Cristianismo.
Hungduan, Filipinas

Filipinas em Estilo Country

Os GI's partiram com o fim da 2ª Guerra Mundial mas a música do interior dos EUA que ouviam ainda anima a Cordillera de Luzon. É de tricycle e ao seu ritmo que visitamos os terraços de arroz de Hungduan.
Coron, Busuanga, Filipinas

A Armada Japonesa Secreta mas Pouco

Na 2ª Guerra Mundial, uma frota nipónica falhou em ocultar-se ao largo de Busuanga e foi afundada pelos aviões norte-americanos. Hoje, os seus destroços subaquáticos atraem milhares de mergulhadores.
Filipinas

Os Donos da Estrada Filipina

Com o fim da 2ª Guerra Mundial, os filipinos transformaram milhares de jipes norte-americanos abandonados e criaram o sistema de transporte nacional. Hoje, os exuberantes jeepneys estão para as curvas.
Bohol, Filipinas

Umas Filipinas do Outro Mundo

O arquipélago filipino estende-se por 300.000 km² de oceano Pacífico. Parte do sub-arquipélago Visayas, Bohol abriga pequenos primatas com aspecto alienígena e as colinas extraterrenas de Chocolate Hills.
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Boracay, Filipinas

A Praia Filipina de Todos os Sonhos

Foi revelada por mochileiros ocidentais e pela equipa de filmagem de “Assim Nascem os Heróis”. Seguiram-se centenas de resorts e milhares de veraneantes orientais mais alvos que o areal de giz.
El Nido, Filipinas

El Nido, Palawan: A Última Fronteira Filipina

Um dos cenários marítimos mais fascinantes do Mundo, a vastidão de ilhéus escarpados de Bacuit esconde recifes de coral garridos, pequenas praias e lagoas idílicas. Para a descobrir, basta uma bangka.
Vigan, Filipinas

Vigan, a Mais Hispânica das Ásias

Os colonos espanhóis partiram mas as suas mansões estão intactas e as kalesas circulam. Quando Oliver Stone buscava cenários mexicanos para "Nascido a 4 de Julho" encontrou-os nesta ciudad fernandina
Iloilo, Filipinas

A Cidade Muy Leal y Noble das Filipinas

Em 1566, os espanhóis fundaram Iloilo no sul da ilha de Panay e, até à iminência do século XIX, foi capital das imensas Índias Espanholas Orientais. Mesmo se há quase cento e trinta anos filipina, Iloilo conserva-se uma das cidades mais hispânicas da Ásia.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
Safari
PN Liwonde, Malawi

A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
Rebanho em Manang, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
hacienda mucuyche, Iucatão, México, canal
Arquitectura & Design
Iucatão, México

Entre Haciendas e Cenotes, pela História do Iucatão

Em redor da capital Mérida, para cada velha hacienda henequenera colonial há pelo menos um cenote. Com frequência, coexistem e, como aconteceu com a semi-recuperada Hacienda Mucuyché, em duo, resultam nalguns dos lugares mais sublimes do sudeste mexicano.

lagoas e fumarolas, vulcoes, PN tongariro, nova zelandia
Aventura
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Cerimónias e Festividades
Pentecostes, Vanuatu

Naghol: O Bungee Jumping sem Modernices

Em Pentecostes, no fim da adolescência, os jovens lançam-se de uma torre apenas com lianas atadas aos tornozelos. Cordas elásticas e arneses são pieguices impróprias de uma iniciação à idade adulta.
Miami, entrada da América Latina, Florida, Estados Unidos,
Cidades
Miami, Flórida, E.U.A.

A Porta de Entrada da América Latina

Não é só a localização privilegiada, entre um oceano exuberante e o verde dos Everglades, com a vastidão caribenha logo ali a sul. É o afago tropical, o do clima e o cultural e uma modernidade urbana exemplar. Cada vez mais em castelhano, num contexto latino-americano.
fogon de Lola, comida rica, Costa Rica, Guapiles
Comida
Fogón de Lola, Costa Rica

O Sabor a Costa Rica de El Fogón de Lola

Como o nome deixa perceber, o Fogón de Lola de Guapiles serve pratos confeccionados ao fogão e ao forno, segundo tradição familiar costarricense. Em particular, a família da Tia Lola.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Cultura
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Cruzeiro Princess Yasawa, Maldivas
Em Viagem
Maldivas

Cruzeiro pelas Maldivas, entre Ilhas e Atóis

Trazido de Fiji para navegar nas Maldivas, o Princess Yasawa adaptou-se bem aos novos mares. Por norma, bastam um ou dois dias de itinerário, para a genuinidade e o deleite da vida a bordo virem à tona.
Igreja colonial de São Francisco de Assis, Taos, Novo Mexico, E.U.A
Étnico
Taos, E.U.A.

A América do Norte Ancestral de Taos

De viagem pelo Novo México, deslumbramo-nos com as duas versões de Taos, a da aldeola indígena de adobe do Taos Pueblo, uma das povoações dos E.U.A. habitadas há mais tempo e em contínuo. E a da Taos cidade que os conquistadores espanhóis legaram ao México, o México cedeu aos Estados Unidos e que uma comunidade criativa de descendentes de nativos e artistas migrados aprimoram e continuam a louvar.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Guardiã, Museu Estaline, Gori, Georgia
História
Uplistsikhe e Gori, Geórgia

Do Berço da Geórgia à Infância de Estaline

À descoberta do Cáucaso, exploramos Uplistsikhe, uma cidade troglodita antecessora da Geórgia. E a apenas 10km, em Gori, damos com o lugar da infância conturbada de Joseb Jughashvili, que se tornaria o mais famoso e tirano dos líderes soviéticos.
Centro Cultural Jean Marie Tjibaou, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul
Ilhas
Grande Terre, Nova Caledónia

O Grande Calhau do Pacífico do Sul

James Cook baptizou assim a longínqua Nova Caledónia porque o fez lembrar a Escócia do seu pai, já os colonos franceses foram menos românticos. Prendados com uma das maiores reservas de níquel do mundo, chamaram Le Caillou à ilha-mãe do arquipélago. Nem a sua mineração obsta a que seja um dos mais deslumbrantes retalhos de Terra da Oceânia.
Quebra-Gelo Sampo, Kemi, Finlândia
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Sombra vs Luz
Literatura
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Monte Denali, McKinley, Tecto Sagrado Alasca, América do Norte, cume, Mal de Altitude, Mal de Montanha, Prevenir, Tratar
Natureza
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
República Dominicana, Praia Bahia de Las Águilas, Pedernales. Parque Nacional Jaragua, Praia
Parques Naturais
Laguna Oviedo a Bahia de las Águilas, República Dominicana

Em Busca da Praia Dominicana Imaculada

Contra todas as probabilidades, um dos litorais dominicanos mais intocados também é dos mais remotos. À descoberta da província de Pedernales, deslumbramo-nos com o semi-desértico Parque Nacional Jaragua e com a pureza caribenha da Bahia de las Águilas.
muralha da fortaleza de Novgorod e da Catedral Ortodoxa de Santa Sofia, Rússia
Património Mundial UNESCO
Novgorod, Rússia

A Avó Viking da Mãe Rússia

Durante quase todo o século que passou, as autoridades da U.R.S.S. omitiram parte das origens do povo russo. Mas a história não deixa lugar para dúvidas. Muito antes da ascensão e supremacia dos czares e dos sovietes, os primeiros colonos escandinavos fundaram, em Novgorod, a sua poderosa nação.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Personagens
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Aula de surf, Waikiki, Oahu, Havai
Praias
Waikiki, OahuHavai

A Invasão Nipónica do Havai

Décadas após o ataque a Pearl Harbor e da capitulação na 2ª Guerra Mundial, os japoneses voltaram ao Havai armados com milhões de dólares. Waikiki, o seu alvo predilecto, faz questão de se render.
Templo Kongobuji
Religião
Monte Koya, Japão

A Meio Caminho do Nirvana

Segundo algumas doutrinas do budismo, são necessárias várias vidas para atingir a iluminação. O ramo shingon defende que se consegue numa só. A partir do Monte Koya, pode ser ainda mais fácil.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Mini-snorkeling
Sociedade
Ilhas Phi Phi, Tailândia

De regresso à Praia de Danny Boyle

Passaram 15 anos desde a estreia do clássico mochileiro baseado no romance de Alex Garland. O filme popularizou os lugares em que foi rodado. Pouco depois, alguns desapareceram temporária mas literalmente do mapa mas, hoje, a sua fama controversa permanece intacta.
manada, febre aftosa, carne fraca, colonia pellegrini, argentina
Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
Parque Nacional Etosha Namíbia, chuva
Vida Selvagem
PN Etosha, Namíbia

A Vida Exuberante da Namíbia Branca

Um salar vasto rasga o norte namibiano. O Parque Nacional Etosha que o envolve revela-se um habitat árido, mas providencial, de incontáveis espécies selvagens africanas.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.