Mactan, Cebu, Filipinas

O Atoleiro de Magalhães


O atoleiro de Magalhães
Homem e crianças procuram moluscos nas águas ao largo do santuário de Lapu Lapu.
Honra na morte
Inscrição do marco erguido em Mactan, em honra de Fernão de Magalhães.
Lapu Lapu resort
Visitantes percorrem um passadiço em frente a um outdoor que promove a cidade resort de Lapu Lapu
História de bronze
Parte do Monumento da Herança de Cebu dedicada à chegada dos conquistadores espanhóis à ilha.
Aos pés do Cristianismo
Fieis filipinas rezam junto a estátuas da Virgem Maria no interior da Basílica de Santo Niño, em Cebu.
Um Lapu Lapu dourado
A estátua de Lapu Lapu, em frente ao local da batalha em que os seus homens mataram Fernão de Magalhães.
Cruz da colonização filipina
Cruz de Magalhães abrigada sob um tecto pintado com cenas da chegada do descobridor português às Filipinas.
De menino Jesus a Santo Niño
Velas acesas junto a uma escultura que ilustra a estátua do Menino Jesus mais tarde idolatrada como Santo Niño.
Um ídolo ancestral
Jovens fazem-se fotografar em frente à estátua do herói nacional Lapu Lapu.
Tinham decorrido quase 19 meses de navegação pioneira e atribulada em redor do mundo quando o explorador português cometeu o erro da sua vida. Nas Filipinas, o carrasco Datu Lapu Lapu preserva honras de herói. Em Mactan, uma sua estátua bronzeada com visual de super-herói tribal sobrepõe-se ao mangal da tragédia.

É precisamente na pequena Mactan que aterra quem hoje visita estas partes das Filipinas, encaixadas entre 7500 ilhas, no coração do arquipélago das Visayas.

Ao contrário da ilha-mãe Cebu que acolhe a segunda maior cidade da nação, Mactan é tão plana quanto possível. Reclamou vastas áreas ao mar para receber uma zona industrial livre de impostos e algumas das maiores fábricas e projectos empresariais das Filipinas, cerca de metade, japoneses.

Cumprido o desembarque e as respectivas formalidades, encontramos muitos dos nativos a bordo de incontáveis triciclos, motorizados ou nem por isso, de jeepneys e também de transportes mais modernos. Outros tratam de pequenos negócios fixos de beira-estrada, cada vez mais orientados para o turismo galopante.

Só na base da sua geologia, a ilha se mantém a mesma de 1521 quando, proveniente do longínquo ocidente, Fernão de Magalhães e a sua frota pela primeira vez ali aportaram.

António Lombardo Pigafetta era um italiano que se diz ter pago para fazer parte da tripulação.

A Longa Epopeia de Circum-Navegação de Fernão Magalhães e Sebastião del Cano

Contou-se entre os 18 homens a regressar a Sevilha no Victoria, quase um ano e meio depois. E foi um dos 90 que sobreviveram à aventura e voltaram à Europa por outros meios.  Muito do que se sabe da longa jornada em redor do mundo, foi por ele reportado.

Sabe-se, por exemplo, que a fome já grassava a bordo quando, após uma travessia quase em branco do oceano Pacífico, Fernão de Magalhães se tentou abastecer de víveres nas Marianas e em Guam. Contra o desejado, foram os indígenas que se abasteceram da sua frota.

Segundo narrou Pigafetta “os nativos entraram no navio e roubaram tudo aquilo a que puderam deitar mão, incluindo o barco pequeno atado à popa do Vitoria. À conta disso, a tripulação baptizou aquelas ilhas de “Ilhas dos Ladrões”.

A 16 de Março, ainda com 150 homens da sua tripulação multinacional inicial de 270 homens (40 dos quais portugueses), a frota ancorou por fim na ilha de Homonhon, ao largo de Mactan e de Cebu.

Foi detectada por Siagu de Mazaua, um rajá local com quem Magalhães, com recurso à tradução de Enrique – um servo malaio que havia recrutado em Malaca – trocou presentes e que acabou por o conduzir a Cebu.

Ali, Humabon, um outro rajá, revelou-se amigável ao ponto de aceitar o baptismo com o nome de Carlos (em honra do rei espanhol), a oferta à sua esposa e rainha de uma figura do Menino Jesus e o Cristianismo como nova fé.

Essa figura veio a revelar-se crucial na conversão da maior parte da população filipina ao Cristianismo, um fenómeno ainda hoje único na Ásia.

Está exposta na Basílica del Santo Niño da cidade de Cebu e foi benzida pelo Papa João Paulo II em 1990.

De menino Jesus a Santo Niño

Velas acesas junto a uma escultura que ilustra a estátua do Menino Jesus mais tarde idolatrada como Santo Niño.

Os filipinos chegam de todas as partes para a louvarem.

É uma das principais atracções da ilha, a par da Cruz de Fernão de Magalhães que surge a uns poucos metros.

A Mactan dos Nossos Dias

Em Mactan, o apelo é outro. Dezenas de resorts e operações ou pasquins simbióticos instalaram-se na franja litoral da pequena ilha, suficientemente distantes do seu âmago industrial. Em pouco tempo, despertaram o desejo de evasão e de paz e descanso dos trabalhadores de nações asiáticas vizinhas.

Entre estes, os sul-coreanos conquistaram um óbvio predomínio. As ruas estão repletas de negócios com letreiros comerciais no seu alfabeto de proprietários tanto filipinos como coreanos.

E as praias repletas de famílias de banhistas de Seul, Busan, Incheon etc etc, pálidos como a areia de coral.

As Filipinas que Fernão Magalhães Pensou não Poder Oferecer aos Reis de Espanha

Já Fernão de Magalhães, chegou às Filipinas incumbido de uma missão inequívoca e sem tempo a perder. A sua reputação em Portugal terá ficado manchada quando se viu acusado de negociar com os Mouros no Norte de África.

Na sequência, o rei Manuel I recusou as suas insistentes propostas de liderar uma expedição com o fim de descobrir uma rota para as ilhas das especiarias navegando para oeste.

Frustrado, Magalhães mudou-se para Sevilha. Ali, propôs o mesmo projecto ao rei Carlos V, futuro Imperador do Sacro Império Romano-Germânico com o objectivo adicional de provar que as Molucas estariam fora da esfera portuguesa acordada no Tratado de Tordesilhas e que só os espanhóis delas poderiam obter proveitos.

Uma vez chegado às Filipinas, apercebeu-se que tanto as ilhas que descobria como as Molucas se encontravam, na realidade, na esfera portuguesa.

Cruz da colonização filipina

Cruz de Magalhães abrigada sob um tecto pintado com cenas da chegada do descobridor português às Filipinas.

A Recusa de Datu Lapu Lapu a Converter-se ao Cristianismo

Em Cebu, o rajá Humabon e Datu Zula, um seu aliado, terão persuadido Magalhães a matar o arquirrival Datu Lapu Lapu. Magalhães convenceu-se de que o converteria ao Cristianismo como fizera com os outros dois rajás.

Lapu Lapu rejeitou as suas intenções.

Provocou a ira de Magalhães que, por sua vez, desrespeitou as ordens de Carlos V de que não deveria desperdiçar tempo e energias em conflitos com nativos. Magalhães resolveu submeter Lapu Lapu ao Cristianismo pela força.

Cebu, Mactan, Filipinas, estátua Lapu Lapu

A estátua de Lapu Lapu, em frente ao local da batalha em que os seus homens mataram Fernão de Magalhães.

O lugar em que tudo se passou é um dos mais importantes das Filipinas. Apressamo-nos a visitá-lo, na companhia de um guia local resoluto que nos debita informações com um nível de pormenor surpreendente.

“Foi uma série infeliz de erros que Magalhães cometeu, não foi só um. Para começar, nunca pensou que fossem tantos os homens de Lapu Lapu.

A ideia inicial teria sido intimidar os nativos com tiros de canhão mas o explorador foi surpreendido pela distância a partir do ponto em que o recife de coral impedia maior aproximação da Vitoria.

Como se não bastasse, um mangal extenso separava-o de terra-firme, o mesmo mangal que veem à vossa frente.”

Para diante, uma floresta densa e verdejante de mangue impedia-nos de avistar o mar em que se havia detido a embarcação espanhola. A maré-cheia instalava-se. Alagava a base daquela vegetação anfíbia até ao limite do parque memorial de Punta Engaño.

Um canal ladeado por bangkas permitia-nos um vislumbre insuficiente para estabelecer uma ligação visual. Num outro, alguns nativos vasculhavam o leito em busca de moluscos e crustáceos.

O atoleiro de Magalhães

Homem e crianças procuram moluscos nas águas ao largo do santuário de Lapu Lapu.

Bastaram uns instantes até que um deles apanhasse um polvo que exibiu, com orgulho, a nós e aos proprietários de um dos restaurantes instalados à beira d’água.

Logo ao lado, visitantes filipinos percorriam passadiços elevados sob um grande outdoor garrido que promovia os atributos da cidade baptizada em honra chefe nativo: Lapu-Lapu: The Historic Resort City.

Lapu Lapu resort

Visitantes percorrem um passadiço em frente a um outdoor que promove a cidade resort de Lapu Lapu

Tanto Magalhães como Lapu Lapu se eternizaram mas, no seguimento da batalha de Mactan, seria Lapu-Lapu a ditar a história.

E a Morte de Magalhães em Confronto com Lapu Lapu

Tal como narrou Pigafetta, Magalhães zarpou de Cebu com 60 homens protegidos por capacetes e coletes. Acompanhavam-no o recém-baptizado rei Humabon, o príncipe e alguns dos seus homens, a bordo de vinte e tal embarcações tradicionais.

Chegaram a Mactan três horas antes da alvorada e anunciaram a Lapu Lapu que Magalhães não desejava lutar mas que deveria submeter-se ao rei de Espanha, reconhecer o rei Cristão como seu soberano e pagar tributo, caso contrário veriam como as lanças os feririam.

Os nativos responderam que também tinham lanças. Ter-se-ão dado ao luxo de alertar que haviam escavado vários buracos repletos de estacas afiadas para que os invasores neles caíssem.

Apesar do aviso, mesmo com a água até às coxas, quarenta e nove homens fiéis a Magalhães investiram. Tiveram que assim caminhar, como descreveu Pigafetta, “durante dois voos de seta de besta”. Quando chegaram a terra, mais de 1500 guerreiros de Lapu Lapu organizados em três divisões carregaram sobre eles com gritos estridentes.

Os mosqueteiros de Magalhães tinham-se atrasado. Os seus contínuos mas lentos disparos ficavam aquém dos nativos. Magalhães decidiu incendiar várias casas ribeirinhas dos inimigos o que só os enfureceu mais. Voltaram a atacar em grande número.

Magalhães foi atingido na perna direita por uma seta envenenada. Os nativos passaram a disparar as suas setas apenas para as pernas desprotegidas dos europeus. Não tardaram a perceber a vulnerabilidade em que aqueles se encontravam, também ao alcance de incontáveis lanças e pedras.

Vários deles cercaram Magalhães. O líder foi ferido num braço por uma lança. Um outro indígena feriu-lhe uma perna com uma kampilan, uma espécie de cimitarra então usada pelas tribos filipinas.

História de bronze

Parte do Monumento da Herança de Cebu dedicada à chegada dos conquistadores espanhóis à ilha.

Magalhães tombou por terra. Os guerreiros de Lapu Lapu continuaram a chacina-lo enquanto os soldados europeus e Pigafetta, desesperados, batiam de retirada para os pequenos barcos já a zarpar.

Os rajás aliados – que não tinham participado na batalha por sugestão de Magalhães – limitaram-se a apreciar os acontecimentos da carraca fundeada ao longe.

Datu Lapu Lapu, um Herói Improvável das Filipinas

Hoje, Lapu-Lapu mantém o estatuto retroactivo de primeiro herói nacional das Filipinas, considerado o primeiro filipino a resistir a ingerências estrangeiras, mesmo se, por essa altura, a nação filipina estava longe de existir.

Além da Cruz de Magalhães e da figura do Santo Niño, filipinos de todas as ilhas do país visitam o santuário de Lapu-Lapu.

Fazem-se fotografar aos pés da sua estátua exuberante de bronze em que, munido de um escudo e de uma grande bolo (faca filipina) parece supervisionar do alto e para todo o sempre o mangal da sua glória.

Um ídolo ancestral

Jovens fazem-se fotografar em frente à estátua do herói nacional Lapu Lapu.

O chefe indómito teve direito a uma outra estátua no parque Luneta, no centro de Manila, o mesmo parque onde José Rizal, um escritor e oftalmologista herói e mártir da resistência ao colonialismo hispânico foi executado pelos espanhóis e homenageado pelos filipinos com os seus próprios dois monumentos.

Todos os anos, a 27 de Abril, realiza-se mesmo em frente ao palco dos acontecimentos originais o Kadaugan sa Mactan, um festival que reencena a batalha de 1521.

A Memória Quase-Mitológica de Lapu Lapu

Entre os nativos desta época, popularizou-se uma lenda: em vez de ter mais tarde morrido, Lapu Lapu ter-se-á transformado em pedra e guarda os mares de Mactan.

Ainda hoje, os pescadores da ilha atiram moedas a uma rocha com o perfil de homem para obterem permissão para pescarem no território do chefe.

Há menos tempo, formou-se outro mito urbano acerca da sua estátua que antes segurava uma besta. Três mayors da cidade de Lapu Lapu morreram de seguida vítimas de ataque cardíaco.

Supersticioso, um dos seguintes preferiu não arriscar. Substituiu a besta pela espada actual.

Quanto a Magalhães, só a sua fama chegou aos dias de hoje.

Honra na morte

Inscrição do marco erguido em Mactan, em honra de Fernão de Magalhães.

O Marco Hispânico da Viagem de Circum-Navegação e da Colonização das Filipinas

Ainda segundo Pigafetta, o rajá Humabon tentou comprar a devolução do seu corpo mutilado. Lapu Lapu voltou a recusar. Crê-se que o manteve como troféu de guerra.

A missão de Magalhães nunca foi cumprida mas quando, em 6 de Setembro de 1622, Sebastião del Cano substituiu o navegador português e comandou a Vitoria de volta a Sevilha fechou a primeira viagem de circum-navegação do mundo.

Apesar de as Filipinas também estarem na esfera portuguesa do Tratado de Tordesilhas, os espanhóis não perderam tempo a regressar e a colonizá-las.

Se D. Manuel I não tivesse Fernão de Magalhães em má conta ou, pelo menos, se não tivesse recusado o seu projecto, as Filipinas seriam, muito provavelmente, herança colonial portuguesa.

Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Bacolod, Filipinas

Doces Filipinas

Bacolod é a capital de Negros, a ilha no centro da produção filipina de cana de açúcar. De viagem pelos confins do Extremo-Oriente e entre a história e a contemporaneidade, saboreamos o âmago fascinante da mais Latina das Ásias.
Camiguin, Filipinas

Uma Ilha de Fogo Rendida à Água

Com mais de vinte cones acima dos 100 metros, a abrupta e luxuriante, Camiguin tem a maior concentração de vulcões que qualquer outra das 7641 ilhas filipinas ou do planeta. Mas, nos últimos tempos, nem o facto de um destes vulcões estar activo tem perturbado a paz da sua vida rural, piscatória e, para gáudio dos forasteiros, fortemente balnear.
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Marinduque, Filipinas

A Paixão Filipina de Cristo

Nenhuma nação em redor é católica mas muitos filipinos não se deixam intimidar. Na Semana Santa, entregam-se à crença herdada dos colonos espanhóis.A auto-flagelação torna-se uma prova sangrenta de fé
Batad, Filipinas

Os Socalcos que Sustentam as Filipinas

Há mais de 2000 anos, inspirado pelo seu deus do arroz, o povo Ifugao esquartejou as encostas de Luzon. O cereal que os indígenas ali cultivam ainda nutre parte significativa do país.
Marinduque, Filipinas

Quando os Romanos Invadem as Filipinas

Nem o Império do Oriente chegou tão longe. Na Semana Santa, milhares de centuriões apoderam-se de Marinduque. Ali, se reencenam os últimos dias de Longinus, um legionário convertido ao Cristianismo.
Hungduan, Filipinas

Filipinas em Estilo Country

Os GI's partiram com o fim da 2ª Guerra Mundial mas a música do interior dos EUA que ouviam ainda anima a Cordillera de Luzon. É de tricycle e ao seu ritmo que visitamos os terraços de arroz de Hungduan.
Coron, Busuanga, Filipinas

A Armada Japonesa Secreta mas Pouco

Na 2ª Guerra Mundial, uma frota nipónica falhou em ocultar-se ao largo de Busuanga e foi afundada pelos aviões norte-americanos. Hoje, os seus destroços subaquáticos atraem milhares de mergulhadores.
Filipinas

Os Donos da Estrada Filipina

Com o fim da 2ª Guerra Mundial, os filipinos transformaram milhares de jipes norte-americanos abandonados e criaram o sistema de transporte nacional. Hoje, os exuberantes jeepneys estão para as curvas.
Bohol, Filipinas

Umas Filipinas do Outro Mundo

O arquipélago filipino estende-se por 300.000 km² de oceano Pacífico. Parte do sub-arquipélago Visayas, Bohol abriga pequenos primatas com aspecto alienígena e as colinas extraterrenas de Chocolate Hills.
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Boracay, Filipinas

A Praia Filipina de Todos os Sonhos

Foi revelada por mochileiros ocidentais e pela equipa de filmagem de “Assim Nascem os Heróis”. Seguiram-se centenas de resorts e milhares de veraneantes orientais mais alvos que o areal de giz.
El Nido, Filipinas

El Nido, Palawan: A Última Fronteira Filipina

Um dos cenários marítimos mais fascinantes do Mundo, a vastidão de ilhéus escarpados de Bacuit esconde recifes de coral garridos, pequenas praias e lagoas idílicas. Para a descobrir, basta uma bangka.
Vigan, Filipinas

Vigan, a Mais Hispânica das Ásias

Os colonos espanhóis partiram mas as suas mansões estão intactas e as kalesas circulam. Quando Oliver Stone buscava cenários mexicanos para "Nascido a 4 de Julho" encontrou-os nesta ciudad fernandina
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Safari
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Yak Kharka a Thorong Phedi, Circuito Annapurna, Nepal, iaques
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Arquitectura & Design
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Aventura
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
Celebração newar, Bhaktapur, Nepal
Cerimónias e Festividades
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Corrida de camelos, Festival do Deserto, Sam Sam Dunes, Rajastão, Índia
Cidades
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
Igreja Ortodoxa de Bolshoi Zayatski, ilhas Solovetsky, Rússia
Cultura
Bolshoi Zayatsky, Rússia

Misteriosas Babilónias Russas

Um conjunto de labirintos pré-históricos espirais feitos de pedras decoram a ilha Bolshoi Zayatsky, parte do arquipélago Solovetsky. Desprovidos de explicações sobre quando foram erguidos ou do seu significado, os habitantes destes confins setentrionais da Europa, tratam-nos por vavilons.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Passageira agasalhada-ferry M:S Viking Tor, Aurlandfjord, Noruega
Em Viagem
Flam a Balestrand, Noruega

Onde as Montanhas Cedem aos Fiordes

A estação final do Flam Railway, marca o término da descida ferroviária vertiginosa das terras altas de Hallingskarvet às planas de Flam. Nesta povoação demasiado pequena para a sua fama, deixamos o comboio e navegamos pelo fiorde de Aurland abaixo rumo à prodigiosa Balestrand.
Retorno na mesma moeda
Étnico
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Rabat, Malta, Mdina, Palazzo Xara
História
Rabat, Malta

Um ex-Subúrbio no Âmago de Malta

Se Mdina se fez a capital nobiliárquica da ilha, os Cavaleiros Hospitalários decidiram sacrificar a fortificação da actual Rabat. A cidade fora das muralhas expandiu-se. Subsiste como um contraponto popular e rural do agora museu-vivo de Mdina.
Centro Cultural Jean Marie Tjibaou, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul
Ilhas
Grande Terre, Nova Caledónia

O Grande Calhau do Pacífico do Sul

James Cook baptizou assim a longínqua Nova Caledónia porque o fez lembrar a Escócia do seu pai, já os colonos franceses foram menos românticos. Prendados com uma das maiores reservas de níquel do mundo, chamaram Le Caillou à ilha-mãe do arquipélago. Nem a sua mineração obsta a que seja um dos mais deslumbrantes retalhos de Terra da Oceânia.
lago ala juumajarvi, parque nacional oulanka, finlandia
Inverno Branco
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Mar Morto, Tona de água, Lugar Mais Baixo Terra, Israel, repouso
Natureza
Mar Morto, Israel

À Tona d’água, nas Profundezas da Terra

É o lugar mais baixo à superfície do planeta e palco de várias narrativas bíblicas. Mas o Mar Morto também é especial pela concentração de sal que inviabiliza a vida mas sustém quem nele se banha.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Parque Nacional Cahuita, Costa Rica, Caribe, Punta Cahuita vista aérea
Parques Naturais
Cahuita, Costa Rica

Uma Costa Rica de Rastas

Em viagem pela América Central, exploramos um litoral da Costa Rica tão afro quanto das Caraíbas. Em Cahuita, a Pura Vida inspira-se numa fé excêntrica em Jah e numa devoção alucinante pela cannabis.
A Toy Train story
Património Mundial UNESCO
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Vista aérea de Moorea
Praias
Moorea, Polinésia Francesa

A Irmã Polinésia que Qualquer Ilha Gostaria de Ter

A meros 17km de Taiti, Moorea não conta com uma única cidade e abriga um décimo dos habitantes. Há muito que os taitianos veem o sol pôr-se e transformar a ilha ao lado numa silhueta enevoada para, horas depois, lhe devolver as cores e formas exuberantes. Para quem visita estas paragens longínquas do Pacífico, conhecer também Moorea é um privilégio a dobrar.
Pemba, Moçambique, Capital de Cabo Delgado, de Porto Amélia a Porto de Abrigo, Paquitequete
Religião
Pemba, Moçambique

De Porto Amélia ao Porto de Abrigo de Moçambique

Em Julho de 2017, visitámos Pemba. Dois meses depois, deu-se o primeiro ataque a Mocímboa da Praia. Nem então nos atrevemos a imaginar que a capital tropical e solarenga de Cabo Delgado se tornaria a salvação de milhares de moçambicanos em fuga de um jihadismo aterrorizador.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
jovem vendedora, nacao, pao, uzbequistao
Sociedade
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Crocodilos, Queensland Tropical Australia Selvagem
Vida Selvagem
Cairns a Cape Tribulation, Austrália

Queensland Tropical: uma Austrália Demasiado Selvagem

Os ciclones e as inundações são só a expressão meteorológica da rudeza tropical de Queensland. Quando não é o tempo, é a fauna mortal da região que mantém os seus habitantes sob alerta.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.