Grande Terre, Nova Caledónia

O Grande Calhau do Pacífico do Sul


Torres Kanak
O Centro Cultural Jean Marie Tjibaou, um monumento à cultura Kanak criado pelo arquitecto Renzo Piano.
Baie des Tortues
Uma das enseadas mais famosas e agitadas de Grande Terra, limitada pelos pinheiros-de-Cook característicos da Nova Caledónia.
Mergulho Temerário
Banhista desafia a ondulação forte da Baie des Tortues.
Estendal Tropical
Roupa seca num tribu (pequena povoação) da costa nordeste de Grande Terre.
Bendita descida
Ciclista passa em frente à catedral de Saint Joseph, na capital Nouméa.
Balsa do Ouaiéme
Balsa acaba de cruzar o rio Ouaieme, num cenário luxuriante e abafado do nordeste de Grande Terre.
Cores da Terra
Nativa num vestido tradicional Kanak.
Formação Defensiva
Vacas de criadores caldoches (franceses nascidos na Nova Caledónia) examinam a aproximação de estranhos na beira da estrada.
Surf sem Ondas
Casal percorre a Baie des Citrons em Prancha a Remo.
Arte Kanak
Pormenor de uma escultura tribal no Centro Cultural Jean Marie Tjibaou, nos arredores de Nouméa.
Torres Kanak II
Torres iluminadas do Centro Cultural Jean Marie Tjibaou destacadas contra o céu crepuscular sobre Magenta.
Destino Incerto
Morador caminha em direcção de um dos muitos povos (tribus) indicados na placa acima.
Nação Kanak
Uma bandeira Kanak presa a uma árvore, num tribu do norte de Grand Terre.
Celebração Indígena
Escultura tribal destaca-se do jardim em redor do Centro Cultural Jean Marie Tjibaou.
Arte em Mangal
As torres do Centro Jean Marie Tjibaou vistas do ar, numa península pantanosa de Magenta.
Rio em Cascata
Queda de água flui das montanhas em redor do rio Ouaiéme.
Igrejinha
Capela na beira da estrada provincial 10, a norte de Hienghene, no nordeste de Grande Terre.
Foz Assoreada
Barra repleta de areia na foz do rio Ouaiéme.
Arquitectura em Mangal
Edifícios arrojados do Centro Cultural Jean Tjibaou integrados no mangal abundante de Magenta.
Floresta Húmida
Névoa paira sobre a floresta aquecida do interior de Grande Terre.
James Cook baptizou assim a longínqua Nova Caledónia porque o fez lembrar a Escócia do seu pai, já os colonos franceses foram menos românticos. Prendados com uma das maiores reservas de níquel do mundo, chamaram Le Caillou à ilha-mãe do arquipélago. Nem a sua mineração obsta a que seja um dos mais deslumbrantes retalhos de Terra da Oceânia.

Chega mais um fim-de-semana e Nouméa muda para o seu modo de descompressão.

Bem cedo, na manhã de Sábado, a longa marginal da cidade enche-se de desportistas determinados em suar do corpo o castigo de segunda a sexta.

Durante a semana, só podem sentir a atmosfera veraneante do exterior através das janelas dos escritórios, sujeitos aos horários das sucursais francesas da ilha, ou dos negócios e vidas alternativas em que se aventuraram para enriquecer e escapar aos constrangimentos da longínqua metrópole.

Os audazes parecem alcançar o primeiro dos objectivos com relativa facilidade.

A Compensação do Tropical ao Castigo das 9h às 5h

Depois do jogging, dos patins em linha e da volta de bicicleta, segue-se uma passagem rápida por casa para o duche e, logo se unem à romagem aos areais arredondados da Baie des Citrons e de Anse Vata.

Paddle board, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Casal percorre a Baie des Citrons em Prancha a Remo

A distância dos apartamentos só em casos raros justifica uma deslocação motorizada mas o desgaste do esforço matinal aliado a alguma necessidade de ostentação complica o transito paralelo ao mar. Circulam veículos banais, pequenos Peugeots, Citroens e Renaults que a pátria-mãe exporta a preços inflacionados.

Mas, entre estes, procura estacionamento uma quantidade incomum de bólides recém-adquiridos, Audis Q7s, BMW’s exuberantes e os sumptuosos Porsches Cayenne que, graças à homenagem prestada pela marca germânica à capital exótica da Guiana Francesa, seduzem duplamente os milionários gauleses.

É um litoral urbano mas recompensador este partilhado pelos metros, zoreilles ou zozos (franceses que nasceram em França), caldoches caledonianos (franceses nascidos na Nova Caledónia descendentes de condenados penais ou emigrantes livres) e kanaks (os indígenas melanésios).

Não oferece a cor ou o glamour tropical de outros que o Pacífico do Sul esconde ao largo mas está a três ou quatro minutos do centro da cidade.

catedral de Saint Joseph, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Ciclista passa em frente à catedral de Saint Joseph, na capital Nouméa

Como na maior parte das realidades coloniais, os kanaks reduzem-se à sua sobrevivência imigrada na dispendiosa capital. Ao invés, um surpreendente número de metros, caldoches citadinos e habitantes de origem asiática recorrem aos veleiros e iates que entopem a marina da cidade para navegarem às ilhas de sonho da Nova Caledónia.

Ou dinamizam a economia emergente do território com os seus gastos nas lojas e esplanadas sofisticadas de Nouméa.

Centro Cultural Jean-Marie Tjibaou: um monumento à identidade kanak

A meio da tarde, a meteorologia atraiçoa o lazer balnear da população. Nuvens escuras como breu aproximam-se vindas dos lados de Vanuatu e soltam um dilúvio fulminante a que os raios e trovões ininterruptos dão ares de apocalipse nunca anunciado.

Centro Jean Marie Tjibaou, Grande Calhau, Pacifico do Sul

As torres do Centro Jean Marie Tjibaou vistas do ar, numa península pantanosa de Magenta.

Por essa altura, entramos no Centro Cultural Tjibaou. Segundos antes de nos refugiarmos sob a estrutura excêntrica do complexo kanak desenhado por Renzo Piano, de longe, a estrutura arquitectónica mais criativa da cidade, atingem-nos umas meras gotas pesadas.

Uma exposição de fotografia exibe imagens históricas da Melanésia (região do Pacífico do Sul que abarca as Ilhas Salomão, a Nova Caledónia, Vanuatu e Fiji) encontrada por antropólogos aventureiros do início do século XX.

Ao som da chuva, da trovoada e dos ensaios de músicos kanaks que vão actuar à noite, essas imagens permitem-nos recuar no tempo.

Centro Cultural Jean Marie Tjibaou, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul

O Centro Cultural Jean Marie Tjibaou, um monumento à cultura Kanak criado pelo arquitecto Renzo Piano.

Do Inevitável James Cook à Controversa Anexação Francesa

Como aconteceu com tantas outras paragens do Pacífico, foi o inevitável James Cook o primeiro navegador europeu a deparar-se com a ilha de Grande Terre, em 1774. Apesar de já então tropical, a seu ver, a costa acidentada e montanhosa assemelhava-se, à da Escócia, de onde era originário o seu pai.

Cook decidiu, por isso, baptizá-la com o nome latino daquele território.

No século XIX, baleeiros começaram a operar a partir do litoral da principal ilha do arquipélago, bem como comerciantes de sândalo. A matéria-prima esgotou-se entretanto mas, à medida que outras ilhas em redor eram colonizadas pelos britânicos, estes incrementaram o blackbirding.

Dedicaram-se a raptar nativos da Melanésia para os usar como escravos nas plantações de cana-de-açúcar de Fiji e da província australiana de Queensland. Com o tempo, as vítimas e todos os povos nativos da Oceânia seriam chamados de kanakas, segundo a palavra havaiana para “homem”.

Caçador, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Caçador vestido de camuflado, nos arredores de Hienghene.

Após a anexação francesa da Nova Caledónia, conseguida por Napoleão III em competição acérrima com os ingleses, o termo viria a ser encurtado para kanak e começou a ser usado de forma pejorativa pelos colonos. Em reacção ao preconceito, a população autóctone adaptou-o com orgulho, para se auto-definir e à sua nação.

O Afrancesamento de Grande Terre, por Oposição ao Vizinho Vanuatu

“Bonjour monsieur, madame” saúdam-nos as funcionárias melanésias na recepção do Centro Cultural Jean Tjibaou. O cumprimento é formalmente educado. Soa à delicada e tantas vezes forçada compostura gaulesa em vez de à timidez típica dos indígenas e diz muito do dilema em que vivem actualmente os kanaks.

Dois anos antes, tínhamos visitado  Vanuatu, um vasto reduto insular também colonizado pelos franceses, em condomínio com os britânicos, até 1980.

E, apenas algum tempo depois de aterrarmos em Nouméa, espanta-nos já a distância civilizacional que separa aquele arquipélago da Nova Caledónia, apesar da proximidade geográfica e étnica dos seus povos, ambos, alguns séculos antes, selvagens e canibais.

Por razões históricas e políticas, os franceses influenciaram a paisagem e a cultura da Nova Caledónia de uma forma bem mais forte.

Marcaram presença com uma comunidade crescente de caldoches e metros e, mais tarde, com empresas e instituições importadas da metrópole. Hoje, como no passado, muitos kanaks duvidam ou discordam dos benefícios da presença francesa e do estatuto de colectividade francesa especial atribuído à sua nação.

Reexaminam os ideais e a contestação do padre-mártir Jean-Marie Tjibaou que deixou os estudos de Sociologia na Universidade Católica de Lyon e regressou à Nova Caledónia para liderar um processo de revolução cultural que visava recuperar a dignidade do povo kanak e perseguir a independência.

Escultura tribal, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Escultura tribal destaca-se do jardim em redor do Centro Cultural Jean Marie Tjibaou.

Jean-Marie Tjibaou, um Líder Emblemático do Povo Kanak

Tjibaou abandonou a vocação religiosa por considerar que, à época, “era impossível a um padre tomar posição, por exemplo, a favor da restituição das terras ao povo kanak.

Entre outras formas posteriores de luta, liderou, em 1975, a Manifestação Melanésia 2000 que agrupou, no lugar do centro que o homenageia, todas as tribos da Nova Caledónia.

Tendo sido evitada, em última instância, uma eminente guerra civil entre os nativos e os colonos, assinou, em Paris, em 1988, os Acordos de Matignon que estabeleceram um período de desenvolvimento de dez anos com garantias económicas e institucionais para a comunidade kanak, antes que os neo-caledonianos se pronunciassem sobre a independência.

Passado esse período, um novo acordo foi aprovado pela população e assinado em Nouméa, sob a égide de Lionel Jospin. Previa a transferência de soberania, em 2018, e a independência em todos os domínios excepto a defesa, a segurança, a justiça e a moeda.

Jean-Marie Tjibaou já não esteve presente em nenhum dos acordos pós-Matignon. Foi assassinado, na ilha de Ouvéa por um independentista radical, que se opunha às cedências do líder.

À Descoberta da Grande Terre, o Grande Calhau do Pacífico do Sul

Antes de deixarmos Nouméa, passamos pelo aeroporto para tratar de burocracias relacionadas com o aluguer do carro. E o funcionário ao balcão, dono de um visual eternamente juvenil que lembra o de Jean-Paul Belmondo não disfarça a sua curiosidade: “E que fazem dois portugueses na Nova Caledónia, coisa tão rara?”

Exulta, depois, com a resposta: “Repórteres? Olha que maravilha! É óptimo que nos promovam lá na Europa. Sabem que os franceses não ligam muito a isto. Para terem uma ideia, quando a TV francesa emite imagens das passagens de ano do Pacífico, mostram sempre Sydney e ignoram-nos, quando a nossa festa até acontece antes da de Sydney.”

Tomamos a auto-estrada em direcção a norte. Desvendamos as primeiras planícies e colinas verdejantes da La Brousse, a vastidão rural da Grande Terre de que os caldoches se apoderaram e continuam a explorar.

A caminho de La Foa e de Sarraméa, a selva impenetrável que cobre ainda a maior parte do arquipélago Vanuatu vizinho, foi ali substituída por pastos sem fim percorridos por grandes manadas de vacas. Para as conduzirem, os cowboys caledonianos recorrem cada vez mais a carrinhas pick-up e a motos-quatro, em vez dos clássicos cavalos.

Vacas, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Vacas de criadores caldoches (franceses nascidos na Nova Caledónia) examinam a aproximação de estranhos na beira da estrada

A auto-estrada dá lugar a estradas convencionais, bem mantidas, que os locais, aborrecidos pelas distâncias, percorrem a enorme velocidade.

O nome não engana. A Grande Terre é realmente grande.

Feitas as contas surge no ranking geográfico como 52ª ilha do mundo, 22ª do Pacífico e tem o dobro do tamanho da Córsega.

O Coração de Voh que Nos Destroça os Nossos

Precavidos, continuamos para norte, na esperança de vislumbramos o coração de Voh – a capa do ilustre livro “A Terra Vista do Céu” de Yann Arthus-Bertrand – e explorar os cenários circundantes. Mas a realidade depressa desfaz qualquer romantismo.

Outro dos nomes dados pelos franceses à Grande Terre é Le Caillou, em português, O Calhau. Em Voh, tivemos oportunidade de perceber porquê.

O solo da ilha contem uma enorme riqueza de elementos e minerais industriais críticos, incluindo um quarto do níquel do mundo. A prospecção e mineração são visíveis um pouco por todo o lado mas a região de Voh concentra a actividade e a sua paisagem foi inevitavelmente revolvida e ferida.

O coração vegetal, esse, surge num pequeno mangal próximo das minas mas, como indicia o livro de Arthus-Bertrand, só é detectável do ar e em condições meteorológicas específicas.

Regressamos, assim, para sul, com Bourail em vista. Um vale verdejante conduz a uma praia ampla em que o litoral, por caprichos geológicos, surge ligeiramente abaixo do nível do mar.

Mergulho Temerário, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Banhista desafia a ondulação forte da Baie des Tortues

Repetem-se os aviso de perigo em caso de tsunami mas nenhum dos donos das vivendas ali instaladas se parece preocupar, ocupados com os jardins e os churrascos.

A Praia de Mar Rude e Pinheiros Elegantes da Baie des Tortues

Logo ao lado, o Pacífico castiga a Baie des Tortues com as primeiras ondas a sério que vimos na Grande Terre que, como toda a Nova Caledónia, é protegida pela maior lagoa fechada do Mundo.

Baie des Tortues, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Casal banha-se no mar perigoso da baie des Tortues, nas imediações de Bourail.

Percorridos alguns quilómetros adicionais no mato da La Brousse e chegamos a Pouembout, povoação em que tem início uma das possíveis travessias longitudinais da ilha. Internamo-nos e contornamos as montanhas para revalidar a visão de uma natureza com máculas evitáveis.

Ao longo do caminho, pequenos exércitos de kanaks trabalham na berma da estrada, a cortar a vegetação resiliente que o clima tropical renova. Em plena época de monção do Pacífico do Sul, a chuva instala-se e some-se consoante o declive no percurso e dá a mais preciosa das contribuições.

Uma hora mais tarde, chegamos a Touho, na costa este da Grande Terre.

Floresta HúmidaNaquele lado, a atmosfera cozinha a humidade e o calor como numa panela de pressão, fenómeno reforçado pela retenção da selva agora compacta e pela ausência de vento que faz do Pacífico interno ao largo (envolto por uma barreira de recife longínqua) uma espécie de mar morto.

Prosseguimos por uma via sombria e estreita em que surgem, a espaços, novos tribus – lugarejos ou aldeias kanaks – tranquilos, ou apenas as suas casas, identificadas por bancas de venda pouco preenchidas ou por estendais que exibem os padrões étnicos garridos das roupas indígenas.

Estendal Tropical, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Roupa seca num tribu (pequena povoação) da costa nordeste de Grande Terre.

Hienghéne, a Última Cidade a Sério do Nordeste

Hienghène é a primeira povoação digna desse nome que encontramos no nordeste da ilha. E, se a população se prova, ali, maioritariamente kanak, a intromissão da modernidade francesa faz-se, de novo, sentir. Várias mulheres que conversam agrupadas no mercado local formam um curioso conglomerado de vestidos folclóricos.

A discussão flui animada sob a sombra do edifício branco polido mas não se vislumbra ou sente um verdadeiro ambiente de comércio tribal, como o que em tempos animou a região.

Em vez, kanaks, caldoches e metros compram baguetes nas pequenas mercearias contíguas. Comprova-se, dessa maneira, a predominância funcional da francofonia por toda a Grande Terre.

Vestido da Terra, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Nativa num vestido tradicional Kanak.

O nordeste prolonga-se, no mapa, para cima de Hienghène, adornado por montanhas costeiras imponentes que só o Mont Panié bate em altitude.

E quebrado por rios escuros perdidos na selva, como Ouaiéme que, ao jeito modernizado do imaginário Camel, é regularmente cruzado por uma balsa a motor.

Balsa do rio Ouaiéme, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul

Balsa acaba de cruzar o rio Ouaieme, num cenário luxuriante e abafado do nordeste de Grande Terre

Ouaiéme marca o limite setentrional que havíamos traçado para a exploração da Grande Terre. Investigadas mais uma ou outra das suas vistas exóticas, invertemos marcha para regressar a Nouméa.

Algures nas imediações do Pacífico do Sul, aguardava-nos a Île des Pins, um dos recreios idílicos perfeitos da Nova Caledónia.

Lifou, Ilhas Lealdade

A Maior das Lealdades

Lifou é a ilha do meio das três que formam o arquipélago semi-francófono ao largo da Nova Caledónia. Dentro de algum tempo, os nativos kanak decidirão se querem o seu paraíso independente da longínqua metrópole.
Cilaos, Reunião

Refúgio sob o tecto do Índico

Cilaos surge numa das velhas caldeiras verdejantes da ilha de Reunião. Foi inicialmente habitada por escravos foragidos que acreditavam ficar a salvo naquele fim do mundo. Uma vez tornada acessível, nem a localização remota da cratera impediu o abrigo de uma vila hoje peculiar e adulada.
Taiti, Polinésia Francesa

Taiti Para lá do Clichê

As vizinhas Bora Bora e Maupiti têm cenários superiores mas o Taiti é há muito conotado com paraíso e há mais vida na maior e mais populosa ilha da Polinésia Francesa, o seu milenar coração cultural.
Pentecostes, Vanuatu

Naghol: O Bungee Jumping sem Modernices

Em Pentecostes, no fim da adolescência, os jovens lançam-se de uma torre apenas com lianas atadas aos tornozelos. Cordas elásticas e arneses são pieguices impróprias de uma iniciação à idade adulta.
Honiara e Gizo, Ilhas Salomão

O Templo Profanado das Ilhas Salomão

Um navegador espanhol baptizou-as, ansioso por riquezas como as do rei bíblico. Assoladas pela 2ª Guerra Mundial, por conflitos e catástrofes naturais, as Ilhas Salomão estão longe da prosperidade.
Guadalupe, Antilhas Francesas

Guadalupe: Um Caribe Delicioso, em Contra-Efeito Borboleta

Guadalupe tem a forma de uma mariposa. Basta uma volta por esta Antilha para perceber porque a população se rege pelo mote Pas Ni Problem e levanta o mínimo de ondas, apesar das muitas contrariedades.
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Espiritu Santo, Vanuatu

Divina Melanésia

Pedro Fernandes de Queirós pensava ter descoberto a Terra Australis. A colónia que propôs nunca se chegou a concretizar. Hoje, Espiritu Santo, a maior ilha de Vanuatu, é uma espécie de Éden.
Ouvéa, Nova Caledónia

Entre a Lealdade e a Liberdade

A Nova Caledónia sempre questionou a integração na longínqua França. Na ilha de Ouvéa, arquipélago das Lealdade, encontramos uma história de resistência mas também nativos que preferem a cidadania e os privilégios francófonos.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Fogueira ilumina e aquece a noite, junto ao Reilly's Rock Hilltop Lodge,
Safari
Santuário de Vida Selvagem Mlilwane, eSwatini

O Fogo que Reavivou a Vida Selvagem de eSwatini

A meio do século passado, a caça excessiva extinguia boa parte da fauna do reino da Suazilândia. Ted Reilly, filho do colono pioneiro proprietário de Mlilwane entrou em acção. Em 1961, lá criou a primeira área protegida dos Big Game Parks que mais tarde fundou. Também conservou o termo suazi para os pequenos fogos que os relâmpagos há muito geram.
Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Arquitectura & Design
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Aventura
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Salto para a frente, Naghol de Pentecostes, Bungee Jumping, Vanuatu
Cerimónias e Festividades
Pentecostes, Vanuatu

Naghol de Pentecostes: Bungee Jumping para Homens a Sério

Em 1995, o povo de Pentecostes ameaçou processar as empresas de desportos radicais por lhes terem roubado o ritual Naghol. Em termos de audácia, a imitação elástica fica muito aquém do original.
Cândia, Dente de Buda, Ceilão, lago
Cidades
Cândia, Sri Lanka

Incursão à Raíz Dental do Budismo Cingalês

Situada no âmago montanhoso do Sri Lanka, no final do século XV, Cândia assumiu-se a capital do reino do velho Ceilão que resistiu às sucessivas tentativas coloniais de conquista. Tornou-se ainda o seu âmago budista, para o que continua a contribuir o facto de a cidade preservar e exibir um dente sagrado de Buda.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
Parada e Pompa
Cultura
São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
arbitro de combate, luta de galos, filipinas
Desporto
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Teleférico que liga Puerto Plata ao cimo do PN Isabel de Torres
Em Viagem
Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Étnico
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Salto Negao, chapada diamantina, bahia gema, brasil
História
Chapada Diamantina, Brasil

Bahia de Gema

Até ao final do séc. XIX, a Chapada Diamantina foi uma terra de prospecção e ambições desmedidas.Agora que os diamantes rareiam os forasteiros anseiam descobrir as suas mesetas e galerias subterrâneas
Salvamento de banhista em Boucan Canot, ilha da Reunião
Ilhas
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Inverno Branco
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Literatura
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Ponte de Ross, Tasmânia, Austrália
Natureza
À Descoberta de Tassie, Parte 3, Tasmânia, Austrália

Tasmânia de Alto a Baixo

Há muito a vítima predilecta das anedotas australianas, a Tasmânia nunca perdeu o orgulho no jeito aussie mais rude ser. Tassie mantém-se envolta em mistério e misticismo numa espécie de traseiras dos antípodas. Neste artigo, narramos o percurso peculiar de Hobart, a capital instalada no sul improvável da ilha até à costa norte, a virada ao continente australiano.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Parques Naturais
Nelson a Wharariki, PN Abel Tasman, Nova Zelândia

O Litoral Maori em que os Europeus Deram à Costa

Abel Janszoon Tasman explorava mais da recém-mapeada e mítica "Terra Australis" quando um equívoco azedou o contacto com nativos de uma ilha desconhecida. O episódio inaugurou a história colonial da Nova Zelândia. Hoje, tanto a costa divinal em que o episódio se sucedeu como os mares em redor evocam o navegador holandês.
Vulcão Teide, Tenerife, Canárias, Espanha
Património Mundial UNESCO
Tenerife, Canárias

O Vulcão que Assombra o Atlântico

Com 3718m, El Teide é o tecto das Canárias e de Espanha. Não só. Se medido a partir do fundo do oceano (7500 m), só duas montanhas são mais pronunciadas. Os nativos guanches consideravam-no a morada de Guayota, o seu diabo. Quem viaja a Tenerife, sabe que o velho Teide está em todo o lado.
Monumento do Heroes Acre, Zimbabwe
Personagens
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
Banhista, The Baths, Devil's Bay (The Baths) National Park, Virgin Gorda, Ilhas Virgens Britânicas
Praias
Virgin Gorda, Ilhas Virgens Britânicas

Os “Caribanhos” Divinais de Virgin Gorda

À descoberta das Ilhas Virgens, desembarcamos numa beira-mar tropical e sedutora salpicada de enormes rochedos graníticos. Os The Baths parecem saídos das Seicheles mas são um dos cenários marinhos mais exuberantes das Caraíbas.
Madu River: dono de um Fish SPA, com os pés dentro do viveiro de peixes-doutores
Religião
Rio e Lagoa Madu, Sri Lanka

No Curso do Budismo Cingalês

Por ter escondido e protegido um dente de Buda, uma ilha diminuta da lagoa da lagoa Madu recebeu um templo evocativo e é considerada sagrada. O Maduganga imenso em redor, por sua vez, tornou-se uma das zonas alagadas mais louvadas do Sri Lanka.
A Toy Train story
Sobre Carris
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Substituição de lâmpadas, Hidroelétrica de Itaipu watt, Brasil, Paraguai
Sociedade
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
manada, febre aftosa, carne fraca, colonia pellegrini, argentina
Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Vida Selvagem
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.