Monte Kyaiktiyo, Myanmar

A Rocha Dourada e em Equilíbrio de Buda


Bici vs Bus
Ciclista passa entre autocarros numa estação de camionagem entre Rangum e Kin Pun.
Petiscos
Vendedoras de petiscos no exterior da zona de transbordo para a rocha dourada de Kyaikhtiyo.
Meia-carga
Monges na dianteira da caixa do camião que assegura as ligações entre Kin Pun e a meia encosta do monte Kyaikhtiyo.
Rocha em Equilíbrio
Perspectiva que revela o equilíbrio em que há muito se mantém a Rocha Dourada de Kyaikhtiyo.
Mulher não entra
Portinhola que efectiva a proibição de entrada de mulheres no recinto da rocha dourada de Kyaikhtiyo.
Orar a partir de fora
Mulheres acendem velas e oram do lado de fora do recinto da rocha dourada.
Conferência de Monges
Monges budistas agrupados sobre o solo polido do recinto da rocha dourada.
Dourado sobre dourado
Fieis colam películas de folha de ouro que renovam o revestimento da rocha dourada.
Ocaso Dourado
Sol desaparece atrás das nuvens, numa altura em que os fieis budistas adoram a rocha dourada, cada vez mais resplandecente.
Andamos à descoberta de Rangum quando nos inteiramos do fenómeno da Rocha Dourada. Deslumbrados pelo seu equilíbrio dourado e sagrado, juntamo-nos à peregrinação já secular dos birmaneses ao Monte Kyaiktyo.

À chegada madrugadora ao terminal de autocarro de Rangum, engasgamo-nos com a inesperada tabela dos bilhetes.

Já andávamos pelo Myanmar há vários dias. Nunca a diferença do que pagavam os birmaneses para o preço de “Foreigner” nos irritara como ali. Barafustamos o possível. Mais que o aconselhável.

Até que um jovem de ar frágil, incomodado com a nossa indignação, se presta a esclarecer: “não vale a pena desesperarem dessa maneira. Todos os mochileiros vêm com o dinheiro contado para as suas longas viagens.

E todos se frustram com essa exploração. Mas vocês têm que compreender que são ordens do governo. Todas as empresas as devem seguir. Caso contrário, se forem descobertos, fecham-nas para sempre.”

A intervenção do rapaz nunca iria resolver o dano que aquela discrepância e que os 15.000 kyats adicionais nos causariam. Ainda assim, teve o dom de nos tranquilizar e fazer resignar. Pegamos nas mochilas. Instalamo-nos nos assentos apertados do autocarro, entre jovens monges budistas e camponeses de olho nas cabras e galinhas que seguiam no tejadilho.

Por volta, das 10 da manhã, por fim, partimos.

Viagem Calorenta entre Rangum e o vilarejo de Kin Pun

Tranquilizados pelo vento quente que nos massajava as cabeças, deixamo-nos levar pelo embalo, pelos solavancos e pelas vendas relâmpago tentadas por sucessivos vendedores itinerantes, de cada vez que o autocarro se detinha o suficiente para os deixar entrar.

Durante as primeiras dezenas de quilómetros, a estrada segue os meandros do rio Rangum. Logo, entramos na chamada auto-estrada Rangum-Mandalay, a estrada número um do Myanmar. Seguimos apontados a Bago e lá fazemos uma curta escala. Uma meia-hora adicional para norte, atingimos Hpa Yar Gyi e entramos na estrada 8 que corta para o extremo sudeste da Birmânia.

Rocha Dourada de Kyaikhtiyo, Budismo, Myanmar, Birmania

À partida, poderíamos ter cumprido um itinerário bem mais curto e recto rumo a oriente. Todo aquele arco a que nos vimos obrigados devia-se ao espraiar de outro rio primordial do Myanmar: o Sittang.

À laia do desaguar bangladeshi do Ganges, o último estertor do Sittang gerava um delta imenso de pântano e prado ensopado que o oceano Índico invadia na forma do Golfo de Martaban.

De acordo, as cheias avassaladoras geradas pela monção das chuvas destas paragens, forçavam a via a cruzar o rio junto a Taung Tha Pyay Kan, já bem acima do delta.

Aquela travessia era de tal forma providencial que tinha direito a uma portagem. Mais que uma mera ponte, estávamos a cruzar a fronteira fluvial entre a região de Bago e o místico Mon State, o estado em que se situava o destino final da viagem.

Kin Pun: o Transbordo Sobrelotado para a Rocha Dourada de Kyaiktiyo

Por volta das três da tarde, quase cinco horas de sauna rodoviária depois, damos entrada em Kin Pun. Ali, juntamo-nos a uma pequena multidão apertada que aguardava o transporte para uma encosta intermédia que os forasteiros tratavam, em inglês, por Upper Level.

Um camião de caixa aberta aparece do nada. Aos poucos, o condutor e um auxiliar fazem sentar os passageiros, mais que apertados, comprimidos uns contra os outros sobre tábuas a fazer de bancos. Nem tudo era mau.

Rocha Dourada de Kyaikhtiyo, Budismo, Myanmar, BirmaniaSeguimos ao ar livre. Durante meia-hora, subimos por uma estrada de montanha cercada de vegetação tropical sulcada por quedas d´água mais longas que volumosas.

Um ou outro ponto teria dado fotografias enriquecedoras. Isto, caso conseguíssemos mexer os braços o suficiente para destacarmos as câmaras acima dos passageiros que nos apertavam.

Uma sucessão de bancas de recordações e relicário religioso, de restaurantes, casas de chá e outras repletas de essências, substâncias e produtos aconselhados pela medicina tradicional birmanesa confirmam-nos Upper Level.

Malgrado o nome do lugar, a epopeia não se ficaria por ali.

Rocha Dourada de Kyaikhtiyo, Budismo, Myanmar, Birmania

Os Serviços Pesados mas Providenciais dos Carregadores do monte Kyaiktiyo

O Golden Rock hotel esperava-nos mais acima. Esse acima era de tal maneira íngreme que dava trabalho a uma tropa de carregadores. A maior parte dos passageiros confia-lhes a bagagem. Estes sherpas do Mon State colocam-na em cestos amplos e às costas.

Recompostos de um inevitável descair, suam as estopinhas e fazem ranger ossos para cumprir as entregas à porta dos hotéis dos visitantes.

Os carregadores transportam mais que apenas bagagem. Quando chegam à base da montanha devotos idosos, incapacitados, demasiado obesos ou fracos para se poderem fazer à rampa, cabe aos carregadores levá-los até ao topo em macas feitas de bambu.

Cumprimos o registo no hotel. Demoramo-nos o suficiente para largarmos as mochilas grandes de que não iríamos já precisar. Àquelas latitudes, o ocaso não tardaria. Agarramos nas do equipamento. Saímos disparados rampa acima.

Passamos entre as estátuas espelhadas de dois grandes leões dourados. Logo após, na entrada da Golden Rock, um novo desvio de fundos em modo “Foreigner” multiplicado, mancha a espiritualidade que pensávamos imaculada do lugar. Deparamo-nos não só com uma Foreigner Entrance Fee, mas também com uma Foreigner Camera Fee.

Sem tempo para nos frustrarmos, tiramos e arrumamos o calçado. Assim mesmo, de pé descalço budista, sobre a pedra dura e quente, entre monges que supomos devotos, investigamos o complexo.

Rocha Dourada de Kyaikhtiyo, Budismo, Myanmar, Birmania

A Hora Mágica em que a Rocha Dourada mais Brilha

De um varandim privilegiado, assistimos ao lapso em que o sol alaranjou a orla de uma frente de nuvens, acima das montanhas. Essas nuvens altas, anularam a exuberância cromática que se esperava do pôr-do-sol. De acordo, concentramo-nos na subtileza crepuscular que se seguia.

Com o esvair da luz, o azul do firmamento intensifica-se. E rutila o ouro que envolvia a grande rocha, já da sua posição, inusitada.

Mesmo quase redonda, a uns 1.100 metros de altitude ventosos, a Golden Rock teima em resistir sobre a ponta de uma laje polida que se destaca de uma tal de crista Paung-Laung das montanhas de Eastern Yoma.

Rocha Dourada de Kyaikhtiyo, Budismo, Myanmar, BirmaniaEstamos na iminência da fronteira com a Tailândia de Mae Sot. Do lado de lá, o budismo em pouco difere do birmanês.

Coroa a Golden Rock o pequeno pagode de Kyaiktiyo (7.3 metros), também ele dourado. Em Bagan, mais a norte no Myanmar,  os crentes endinheirados mandam erguer grandes templos e estupas.

Já os que visitam Kyaiktiyo em peregrinação ajudam a manter o revestimento do conjunto ao desenrolarem e colarem na face daquele calhau espiritual pequenas folhas de ouro que compram na ladeira que precede a entrada.

Parte dessas folhas, cai sobre a laje. Fica a oscilar para cá e para lá, ao vento.

Algumas, permanecem coladas aos pés nus dos crentes, enquanto estes expressam a sua fé a sentirem e a abraçarem a superfície lustrosa da pedra, enquanto outros deixam oferendas de alimentos, de fruta e de incenso.

Rocha Dourada de Kyaikhtiyo, Budismo, Myanmar, BirmaniaDe onde admiramos os seus movimentos e o cair da noite, temos a sensação de que, pressionada pelos fiéis, a pedra poderia cair a qualquer momento. De acordo com a lenda, o que impede a gravidade de cumprir o seu papel é uma fina meda do cabelo de Buda.

A Lenda Budista que Há Muito Sustenta a Rocha Dourada

Como a Golden Rock ali foi parar tem explicação numa lenda intrincada. Narra que, em pleno século XI, o ascetismo puro de Taik Tha, um sacerdote eremita budista terá maravilhado Buda. Em jeito de recompensa, Buda ofereceu-lhe a tal meda de cabelo.

Ora, o eremita, por sua vez, ofereceu-a ao seu rei de então, Tissa, na condição que o consagrasse num pagode dedicado que deveria incluir uma pedra com a forma da cabeça de Taik Tha. O rei Tissa tentou por todos os meios.

Falhou na missão de encontrar uma pedra com o perfil adequado. Desesperado, implorou a ajuda de Thagyamin, o rei do céu da cosmologia budista.

Thagyamin tinha poderes sobrenaturais herdados do seu pai Zawgyi, um alquimista prodigioso, e da mãe, uma princesa Naga, que é como quem diz, um ser semi-divino, meio-humano, meio serpente que habita o submundo.

Thagyamin recorreu à sua força descomunal. Arrancou a pedra que Tissa buscava do fundo do oceano e empurrou-a sobre um barco, mar fora. Já em terra, colocou a pedra no lugar em que subsiste e a admirávamos.

De maneira a finalizar o seu trabalho sagrado, construiu o pequeno pagode no cimo da rocha em jeito de santuário do cabelo de Buda e para todo o sempre.

O termo mon kyaiktiyo por que é conhecido o santuário traduz-se, aliás, como pagode na cabeça de um eremita.

Com o tempo, esta cabeça de rocha tornou-se o terceiro lugar de peregrinação mais importante do Myanmar. Antecedem-no apenas o pagode de Shwedagon, em Rangum, e o de Mahamuni, situado a sudoeste de Mandalay, a segunda cidade do país.

Rocha Dourada de Kyaikhtiyo, Budismo, Myanmar, Birmania

Mulheres Não Entram: uma Inusitada Determinação Budista

Por determinação secular do budismo, é proibida a entrada de mulheres no complexo. Esta interdição advém de outra. Segundo os preceitos de Buda, as mulheres não podem tocar nos monges, já que vivem sob voto de castidade.

Tendo em conta que a própria pedra emula a cabeça de um monge-eremita, estão de igual maneira proibidas de se aproximarem ou de tocarem na Golden Rock.

Ainda assim, as mulheres mais devotas cumprem a sua própria peregrinação ao lugar. Em vez de lhe tocarem, louvam a Golden Rock de alguma distância.

Vemo-las sentadas no exterior do derradeiro muro-vedação que isola a rocha. Rezam e acendem velas atrás de velas.

Rocha Dourada de Kyaikhtiyo, Budismo, Myanmar, BirmaniaA determinada altura, constatamos que o dourado dos seus muitos pequenos fogos rivaliza com o do calhau santuário ainda que, com a metamorfose do crepúsculo para a noite, os focos que nele incidem o dourem a dobrar.

Naquela noite, os crentes que adoravam a Golden Rock pouco mais eram que umas dezenas.

Todos os anos, durante o dia de Lua Cheia de Tabaung que calha em Março, são acesas em redor de 90.000 velas. Iluminada pelas 90.000 chamas correspondentes, a rocha brilha mais que nunca.

Nesse dia, acorrem ao Monte Kyaiktiyo várias centenas, até uns poucos milhares de fiéis budistas. O seu acesso à base da Golden Rock obedece a um controlo rigoroso. Mesmo assim, o ansiado contacto com o calhau de Buda é disputado até ao derradeiro centímetro.

Reza a lenda que os crentes budistas que completem os 13km da peregrinação a partir de Kinpun pelo menos três vezes num ano se veem prendados com prosperidade e reconhecimento da comunidade.

As possibilidades de agradarem a Buda não se ficam por aí. A mesma lenda que até então nos tinha ilustrado e justificado a razão de ser budista e equilibrista da Golden Rock, explica que, à chegada ao Monte Kyaiktiyo, o barco usado pelo rei celestial Thagyami se tornou pedra.

Os crentes budistas aproveitam para louvarem também essa pedra, situada a meros 300 metros da Golden Rock e baptizada de estupa de Kyaukthanban.

Por volta das seis da tarde, a Golden Rock começar a ceder ao breu nocturno. Só uns poucos fiéis mais resilientes prolongavam a adoração da pedra dourada.

Rocha Dourada de Kyaikhtiyo, Budismo, Myanmar, BirmaniaA longa peregrinação desde Rangum começava a impor-nos o devido cansaço. Nestes assuntos das energias mundanas, Buda pouco nos ajudaria. Recolhemos ao hotel. Tratamos de nos reavivar.

Yangon, Myanmar

A Grande Capital da Birmânia (Delírios da Junta Militar à Parte)

Em 2005, o governo ditatorial do Myanmar inaugurou uma nova capital bizarra e quase deserta. A vida exótica e cosmopolita mantém-se intacta, em Yangon, a maior e mais fascinante cidade birmanesa.
Lago Inlé, Myanmar

Uma Agradável Paragem Forçada

No segundo dos furos que temos durante um passeio em redor do lago Inlé, esperamos que nos tragam a bicicleta com o pneu remendado. Na loja de estrada que nos acolhe e ajuda, o dia-a-dia não pára.
Bagan, Myanmar

A Planície dos Pagodes, Templos e Redenções Celestiais

A religiosidade birmanesa sempre assentou num compromisso de redenção. Em Bagan, os crentes endinheirados e receosos continuam a erguer pagodes na esperança de conquistarem a benevolência dos deuses.
Ponte u-BeinMyanmar

O Crepúsculo da Ponte da Vida

Com 1.2 km, a ponte de madeira mais antiga e mais longa do mundo permite aos birmaneses de Amarapura viver o lago Taungthaman. Mas 160 anos após a sua construção, U Bein está no seu crepúsculo.
Chiang Mai, Tailândia

300 Wats de Energia Espiritual e Cultural

Os tailandeses chamam a cada templo budista wat e a sua capital do norte tem-nos em óbvia abundância. Entregue a sucessivos eventos realizados entre santuários, Chiang Mai nunca se chega a desligar.
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Lhasa, Tibete

Quando o Budismo se Cansa da Meditação

Nem só com silêncio e retiro espiritual se procura o Nirvana. No Mosteiro de Sera, os jovens monges aperfeiçoam o seu saber budista com acesos confrontos dialécticos e bateres de palmas crepitantes.
Nara, Japão

Budismo vs Modernismo: a Face Dupla de Nara

No século VIII d.C. Nara foi a capital nipónica. Durante 74 anos desse período, os imperadores ergueram templos e santuários em honra do Budismo, a religião recém-chegada do outro lado do Mar do Japão. Hoje, só esses mesmos monumentos, a espiritualidade secular e os parques repletos de veados protegem a cidade do inexorável cerco da urbanidade.
Monte Koya, Japão

A Meio Caminho do Nirvana

Segundo algumas doutrinas do budismo, são necessárias várias vidas para atingir a iluminação. O ramo shingon defende que se consegue numa só. A partir do Monte Koya, pode ser ainda mais fácil.
Lhasa, Tibete

Sera, o Mosteiro do Sagrado Debate

Em poucos lugares do mundo se usa um dialecto com tanta veemência como no mosteiro de Sera. Ali, centenas de monges travam, em tibetano, debates intensos e estridentes sobre os ensinamentos de Buda.
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Bago, Myanmar

Viagem a Bago. E ao Reino Português de Pegu

Determinados e oportunistas, dois aventureiros portugueses tornaram-se reis do reino de Pegu. A sua dinastia só durou de 1600 a 1613. Ficou para a história.
Lago Inle, Myanmar

A Deslumbrante Birmânia Lacustre

Com uma área de 116km2, o Lago Inle é o segundo maior lago do Myanmar. É muito mais que isso. A diversidade étnica da sua população, a profusão de templos budistas e o exotismo da vida local, tornam-no um reduto incontornável do Sudeste Asiático.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Muktinath a Kagbeni, Circuito Annapurna, Nepal, Kagbeni
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Arquitectura & Design
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Aventura
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Hinduismo Balinês, Lombok, Indonésia, templo Batu Bolong, vulcão Agung em fundo
Cerimónias e Festividades
Lombok, Indonésia

Lombok: Hinduísmo Balinês Numa Ilha do Islão

A fundação da Indonésia assentou na crença num Deus único. Este princípio ambíguo sempre gerou polémica entre nacionalistas e islamistas mas, em Lombok, os balineses levam a liberdade de culto a peito
Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão
Cidades
Hiroxima, Japão

Hiroxima: uma Cidade Rendida à Paz

Em 6 de Agosto de 1945, Hiroxima sucumbiu à explosão da primeira bomba atómica usada em guerra. Volvidos 70 anos, a cidade luta pela memória da tragédia e para que as armas nucleares sejam erradicadas até 2020.
Comida
Comida do Mundo

Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

Cada povo, suas receitas e iguarias. Em certos casos, as mesmas que deliciam nações inteiras repugnam muitas outras. Para quem viaja pelo mundo, o ingrediente mais importante é uma mente bem aberta.
Big Freedia e bouncer, Fried Chicken Festival, New Orleans
Cultura
New Orleans, Luisiana, Estados Unidos

Big Freedia: em Modo Bounce

New Orleans é o berço do jazz e o jazz soa e ressoa nas suas ruas. Como seria de esperar, numa cidade tão criativa, lá emergem novos estilos e actos irreverentes. De visita à Big Easy, aventuramo-nos à descoberta do Bounce hip hop.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Natal na Austrália, Platipus = ornitorrincos
Em Viagem
Atherton Tableland, Austrália

A Milhas do Natal (parte II)

A 25 Dezembro, exploramos o interior elevado, bucólico mas tropical do norte de Queensland. Ignoramos o paradeiro da maioria dos habitantes e estranhamos a absoluta ausência da quadra natalícia.
Espectáculo Impressions Lijiang, Yangshuo, China, Entusiasmo Vermelho
Étnico
Lijiang e Yangshuo, China

Uma China Impressionante

Um dos mais conceituados realizadores asiáticos, Zhang Yimou dedicou-se às grandes produções ao ar livre e foi o co-autor das cerimónias mediáticas dos J.O. de Pequim. Mas Yimou também é responsável por “Impressions”, uma série de encenações não menos polémicas com palco em lugares emblemáticos.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

muralha da fortaleza de Novgorod e da Catedral Ortodoxa de Santa Sofia, Rússia
História
Novgorod, Rússia

A Avó Viking da Mãe Rússia

Durante quase todo o século que passou, as autoridades da U.R.S.S. omitiram parte das origens do povo russo. Mas a história não deixa lugar para dúvidas. Muito antes da ascensão e supremacia dos czares e dos sovietes, os primeiros colonos escandinavos fundaram, em Novgorod, a sua poderosa nação.
São Tomé Ilha, São Tomé e Principe, Norte, Roça Água Funda
Ilhas
São Tomé, São Tomé e Príncipe

Pelo Cocuruto Tropical de São Tomé

Com a capital homónima para trás, rumamos à descoberta da realidade da roça Agostinho Neto. Daí, tomamos a estrada marginal da ilha. Quando o asfalto se rende, por fim, à selva, São Tomé tinha-se confirmado no top das mais deslumbrantes ilhas africanas.
Casal mascarado para a convenção Kitacon.
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Manhã cedo no Lago
Natureza

Nantou, Taiwan

No Âmago da Outra China

Nantou é a única província de Taiwan isolada do oceano Pacífico. Quem hoje descobre o coração montanhoso desta região tende a concordar com os navegadores portugueses que baptizaram Taiwan de Formosa.

Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Avestruz, Cabo Boa Esperança, África do Sul
Parques Naturais
Cabo da Boa Esperança - Cape of Good Hope NP, África do Sul

À Beira do Velho Fim do Mundo

Chegamos onde a grande África cedia aos domínios do “Mostrengo” Adamastor e os navegadores portugueses tremiam como varas. Ali, onde a Terra estava, afinal, longe de acabar, a esperança dos marinheiros em dobrar o tenebroso Cabo era desafiada pelas mesmas tormentas que lá continuam a grassar.
Via Conflituosa
Património Mundial UNESCO
Jerusalém, Israel

Pelas Ruas Beliciosas da Via Dolorosa

Em Jerusalém, enquanto percorrem a Via Dolorosa, os crentes mais sensíveis apercebem-se de como a paz do Senhor é difícil de alcançar nas ruelas mais disputadas à face da Terra.
Mascarado de Zorro em exibição num jantar da Pousada Hacienda del Hidalgo, El Fuerte, Sinaloa, México
Personagens
El Fuerte, Sinaloa, México

O Berço de Zorro

El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.
Pescador manobra barco junto à Praia de Bonete, Ilhabela, Brasil
Praias
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
auto flagelacao, paixao de cristo, filipinas
Religião
Marinduque, Filipinas

A Paixão Filipina de Cristo

Nenhuma nação em redor é católica mas muitos filipinos não se deixam intimidar. Na Semana Santa, entregam-se à crença herdada dos colonos espanhóis.A auto-flagelação torna-se uma prova sangrenta de fé
A Toy Train story
Sobre Carris
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Substituição de lâmpadas, Hidroelétrica de Itaipu watt, Brasil, Paraguai
Sociedade
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Barco e timoneiro, Cayo Los Pájaros, Los Haitises, República Dominicana
Vida Selvagem
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.