PN Bromo Tengger Semeru, Indonésia

O Mar Vulcânico de Java


Anéis de Fogo
Os vulcões Semeru (ao longe) e Bromo em plena actividade.
Degraus para os infernos
Escadaria de madeira conduz à cratera do vulcão Bromo.
Nativos de Tengger
Dono de um dos cavalos que transporta visitantes no Mar de Areia de Tengger.
Em erupção
Cinza e gases fluem da cratera do vulcão Semeru para os céus de Java.
Monte enxofrado
A cratera fumarenta e tóxica do vulcão Bromo, um dos mais baixos mas mais activos do Mar de Areia de Tengger.
Um perfil de Java
Visitante javanês sobre o cume do monte Penanjakan (2770 m), que oferece uma vista privilegiada sobre os restante vulcões.
Noite pouco escura
Lua cheia espreita sobre a orla da caldeira de Tennger.
Para mais tarde recordar
Viajante europeia fotografa o conjunto de vulcões da caldeira de Tengger
Fé na clemência
O templo hindu Luhur Poten, erguido pelo povo Tengger em reverência aos seus deuses e aos vulcões.
A gigantesca caldeira de Tengger eleva-se a 2000m no âmago de uma vastidão arenosa do leste de Java. Dela se projectam o monte supremo desta ilha indonésia, o Semeru, e vários outros vulcões. Da fertilidade e clemência deste cenário tão sublime quanto dantesco prospera uma das poucas comunidades hindus que resistiram ao predomínio muçulmano em redor.

Sempre fiel para com os seus postos em Surabaya e zelosa com aquela missão em particular, a dupla de oficiais do Ministério do Turismo indonésio Widarto e Bambang afiança-nos que o despertar tem que ser às três da madrugada.

Franzimos os sobrolhos mas, somos meros forasteiros naquelas terras distantes de Bromo Tengger Semeru.

Mesmo renitentes, acatamos a indicação e regressamos ao quarto conformados com a certeza de que, uma vez mais, pouco ou nada iríamos dormir.

À hora em ponto, batem-nos à porta. Já enfiado no seu semi-uniforme verde-azeitona, Mr. Bambang certifica-se do nosso despertar com um sorriso estampado que nos sabe a sadismo. “Estão prontos? Esperamos por vocês dentro do jipe.” Saíamos preparados para tudo menos para a temperatura exterior.

Há meses que viajávamos. Por certo a roçar os 4 ou 5 graus, aquele era o único frio digno desse nome com que o Sudeste Asiático nos brindava. Metemo-nos no jipe.

Esgotadas algumas palavras de cerimónia, o condutor local acende as luzes e, devagar devagarinho, fá-lo sulcar o breu de quase lua-cheia sobre o solo arenoso da caldeira de 50km2 que nos admitira.

Noite sobre a orla da caldeira de Tennger em Java, Indonésia

Lua cheia espreita sobre a orla da caldeira de Tennger.

A Subida Nocturna ao Monte Penanjakan

Mais jipes surgem do nada. Alguns ultrapassam-nos.

Outros, mantêm-se na rectaguarda. Esta dança motorizada termina numa caravana de seis ou sete veículos que logo se fazem ao caminho íngreme e pior que de cabras que nos levaria ao cimo de um tal de monte Penanjakan.

Quando atingimos os 2770 metros do seu cume, mesmo sem grande vento, a frigidez intensifica-se, estimamos que a roçar os 0 graus. Um batalhão de vendedores residentes lucra do sofrimento dos visitantes mais incautos.

Minuto após minuto, alugam casacões, vendem luvas, gorros e cachecóis e servem chás, cafés e chocolates quentes a preços inflacionados de acordo com a hora precoce e a necessidade imperiosa dos seus serviços.

As luzes que iluminam a operação tornam mais difícil reconhecer a configuração da paisagem que nos cerca. Em simultâneo, sarapintam o negrume focos de distintos espectros gerados pelas lanternas e frontais de caminhantes nos seus percursos através do Mar de Areia nas profundezas.

Podíamos estar às escuras quanto à paisagem mas uma coisa sabíamos: dentro em pouco, aquela secção do cume ficaria repleta de gente e, assim nos tinham contado Sílvia e Rafael, um casal espanhol de viajantes, seria feroz a disputa pela contemplação ideal da alvorada a devolver as cores ao céu e à reputada constelação de vulcões do Parque Nacional Bromo Tengger Semeru.

A Visão Resplandecente dos Grandes Vulcões de Java

Inauguramos uma volta de reconhecimento. Fazemos os nossos estudos. Inquirimos o suficiente para não incorrermos em erros danosos.

Na sequência do processo, mesmo ainda sem concorrência, montamos o tripé na extremidade de uma laje de cimento virada para onde havíamos concluído estarem os vulcões, em detrimento da direcção de que surgiria a aurora.

Durante meia-hora, suportamos o frio praticamente sós.

Logo, mais e maiores caravanas compostas noutros hotéis e pousadas intersectam-se junto à base da montanha e completam a sua ascensão.

Visitantes no cimo do monte Penanjakan em Java, Indonésia

Visitante javanês sobre o cume do monte Penanjakan (2770 m), que oferece uma vista privilegiada sobre os restante vulcões.

Aos poucos, a claridade aumenta. Os passageiros recém-chegados depressa formam a multidão e a animosidade que nos haviam sido auguradas.

O sol re-emerge detrás de montanhas opostas. Boa parte do público prefere acompanhá-lo. Nós, apreciamos a evolução de tons do conjunto vulcânico por diante: o monte Batok logo abaixo. Atrás, ligeiramente à esquerda, cinzento em vez de ocre, com as suas vertentes também listadas, o fumegante vulcão Bromo.

Por último, na aparente projecção do monte Batok mas a grande distância para sul e bem mais elevada, a montanha superior da ilha de Java, o vulcão Semeru, com os seus majestosos 3.676 metros, bastante acima da cratera venenosa do Ijen onde tínhamos recentemente estado.

Semeru: um Gigante do Anel de Fogo

O grande astro revela-se em todo o seu esplendor e amorna a atmosfera acima da caldeira. Por essa altura, dá-se a primeira erupção iluminada – e visível – do Semeru que as gera com intervalos regulares.

Os vulcões Semeru (ao longe) e Bromo em Java, Indonésia

Os vulcões Semeru (ao longe) e Bromo em plena actividade.

Atordoada pelo espectáculo do cone invertido esvoaçante de cinzas e gazes, a multidão corre do lado virado à aurora para o orientado para os vulcões e disputa cada recanto vago.

Com a luminosidade mais forte, aquele excêntrico sortido vulcânico revelava-nos as suas formas e linhas ao pormenor. Informados de que as mini-erupções do Semeru se repetiam a cada vinte minutos, esperámos por três mais.

Todas se provaram espectaculares. Todas tiveram as suas nuvens ardentes arrastadas para oeste pelo vento que soprava constante naquela direcção.

Sumida a derradeira nuvem, por volta das sete da manhã, regressamos ao jipe, descemos para a planura borbulhenta do Mar de Areia de Tengger, o único ecossistema protegido com visual algo desértico de Java.

Erupção do vulcão Semeru, Java, Indonésia

Cinza e gases fluem da cratera do vulcão Semeru para os céus de Java.

O complexo de Tengger é tão excêntrico quanto possível. Produto da actividade vulcânica incessante característica do Anel de Fogo, cinco vulcões partilham o interior das paredes de 200 a 600 metros da sua caldeira.

São eles o Batok e o Bromo, o Kursi (2.581 m), o Watangan (2.661 m) e o Widodaren (2.650 m). Do quinteto, o Batok é o único inactivo.

Várias outras montanhas acima dos 2000 metros surgem em volta da caldeira de Tengger. O vulcão Semeru, que nos tinha mantido ocupados toda a madrugada, – também tratado por Mahameru (A Grande Montanha) – polariza o seu próprio complexo.

Naquele momento, era o Bromo que nos interessava. É para lá que apontamos.

À Conquista do Sagrado Bromo

De tanta reverência pelo Semeru, quando chegamos à base do Bromo, já o fluxo de visitantes vinha encosta abaixo, a caminho dos veículos. Alguns desciam a pé, outros faziam-no a cavalo.

Vertente do vulcão Bromo, Java, Indonésia

Escadaria de madeira conduz à cratera do vulcão Bromo.

Dezenas de indígenas da aldeia de Cemoro Lawang e de outras paragens, tinham tratado de lhes alugar os seus pequenos equídeos e de assim poupar os forasteiros mais indolentes ou impreparados à maçada da ascensão.

Subimos pela longa escadaria de madeira. Já sobre a aresta do cume, contemplamos as entranhas fumarentas e sulfurosas do vulcão. Por norma, o Bromo limita-se a expelir gases. De tempos a tempos, torna-se caprichoso e entra em erupção.

Em 2004, duas pessoas sucumbiram a rochas projectadas por uma sua explosão. Em 2010 e 2011, a perspectiva prolongada de uma erupção realmente catastrófica preocupou mais que nunca as autoridades e as gentes.

O estabelecimento de uma zona de exclusão que oscilou entre dois e três quilómetros arruinou o turismo.

Erupções que libertaram enormes quantidades de cinza a grandes altitudes obrigaram ao cancelamento de dezenas de voos para Bali, Lombok e outros destinos com rotas próximas.

As autoridades alertaram ainda os nativos para o risco de colapso dos telhados das suas casas devido à acumulação de cinzas, de tempos a tempos molhadas pela chuva.

O Legado de Hinduísmo Balinês do Império Majapahit

Mas as ameaças dos vulcões não são novidade para este povo que habita povoações das montanhas de Tengger desde o século XVI. Crê-se que os Tengger têm origem no Império hinduísta Majapahit (1293 – 1500) que, no seu auge, conquistou ou submeteu boa parte do Sudeste Asiático.

No século XVI, num contexto em que já os navegadores e conquistadores portugueses tinham o seu papel com base na recém-tomada Malaca, o Sultanato muçulmano de Demak conseguiu supremacia político-militar na ilha de Java. Derrotou os descendentes do Império Majapahit que guerreavam entre si,

De fé hindu, estes, viram-se obrigados a procurar refúgio. Cortesãos, artesãos, sacerdotes e membros da realeza mudaram-se para Bali onde a sua linhagem e religião são, hoje, predominantes.

Com o reforço do domínio muçulmano em Java, os reinos Hindus cederam onde antes ainda lá resistiam. Só os refúgios de Bali, Lombok e das cordilheiras do leste de Java os salvou de uma mais que provável aniquilação.

Os Tengger, hoje agricultores e criadores de gado, incluindo dos cavalos que carregam os visitantes, “guardiães” vulneráveis aos caprichos do Bromo e restantes vulcões mas crentes na sua clemência e na dos deuses, vêm desses tempos conflituosos.

Dono de um cavalo no Mar de Areia de Tengger em Java, Indonésia

Dono de um dos cavalos que transporta visitantes no Mar de Areia de Tengger

Com o posterior sobrepovoamento da ilha de Madura, os seus poderosos muçulmanos começaram a instalara-se em terras férteis e sagradas dos Tengger. Muitos Tengger acabaram por se converter ao Islão.

Esta cedência desgostou os seus líderes. Estes, recorreram aos Hindus Balineses para que os ajudassem a reformar a sua cultura e a aproximá-la do Hinduísmo mais puro de Bali.

O Reduto Divinal e agora Protegido de Bromo-Tengger-Semeru

Em anos bem mais recentes, as autoridades da Indonésia optaram por respeitar as exigências dos Tengger. Declararam as “suas” montanhas e vulcões reserva natural e cultural. Proibiram várias das máculas anteriores.

Do cimo do Bromo, enquanto Widarto e Bambang esperam e desesperam no parque de estacionamento, detectamos a silhueta rectangular do templo Luhur Poten.

Este templo materializa a fé dos Tengger na bênção e clemência de Ida Sang Hyang Widi Wasa e do deus de Mahameru (do vulcão Semeru). Mas, o templo, só por si, não parece satisfazer alguns deles.

Templo hindu Luhur Poten, Java, Indonésia

O templo hindu Luhur Poten, erguido pelo povo Tengger em reverência aos seus deuses e aos vulcões

No décimo quarto dia do festival Yadnya Kasada, após se reunirem e rezarem, os Tengger de uma povoação chamada Prolinggo sobem ao cume do Bromo.

Sobre a borda estreita do vulcão, com vista para o abismo efervescente e para uma morte certa, centenas de fiéis atiram fruta, arroz, vegetais, flores e gado de pequeno porte para o interior da cratera, em jeito de oferendas ou de sacrifícios.

A cerimónia terá sido concebida com a dignidade e elegância tão próprias do Hinduísmo Balinês. E, no entanto, com o tempo, essa própria dupla característica contribuiu para admitir que vários nativos necessitados passassem a arriscar as vidas munidos de redes e outros utensílios mais abaixo, preparados para recolherem o máximo possível do que fosse atirado para perto de si.

Alguns creem que, mais do que víveres preciosos, as oferendas lhes trarão boa sorte. Verdade seja dita que ainda está para vir o dia em que os vulcões expulsam ou destroem os Tengger.

Até lá, este povo em tempos marginalizado, continuará a prosperar da fertilidade e exuberância geológica das suas montanhas de fogo.

Mais informações sobre o PN Bromo-Tengger-Semeru na página respectiva da UNESCO.

Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
Ilha Moyo, Indonésia

Moyo: Uma Ilha Indonésia Só Para Alguns

Poucas pessoas conhecem ou tiveram o privilégio de explorar a reserva natural de Moyo. Uma delas foi a princesa Diana que, em 1993, nela se refugiou da opressão mediática que a viria a vitimar.
La Palma, CanáriasEspanha

O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer

A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.
Big Island, Havai

Grande Ilha do Havai: À Procura de Rios de Lava

São cinco os vulcões que fazem da ilha grande Havai aumentar de dia para dia. O Kilauea, o mais activo à face da Terra, liberta lava em permanência. Apesar disso, vivemos uma espécie de epopeia para a vislumbrar.
Lombok, Indonésia

Lombok. O Mar de Bali Merece uma Sonda Assim

Há muito encobertos pela fama da ilha vizinha, os cenários exóticos de Lombok continuam por revelar, sob a protecção sagrada do guardião Gunung Rinjani, o segundo maior vulcão da Indonésia.
Vulcão Ijen, Indonésia

Os Escravos do Enxofre do Vulcão Ijen

Centenas de javaneses entregam-se ao vulcão Ijen onde são consumidos por gases venenosos e cargas que lhes deformam os ombros. Cada turno rende-lhes menos de 30€ mas todos agradecem o martírio.
Lombok, Indonésia

Lombok: Hinduísmo Balinês Numa Ilha do Islão

A fundação da Indonésia assentou na crença num Deus único. Este princípio ambíguo sempre gerou polémica entre nacionalistas e islamistas mas, em Lombok, os balineses levam a liberdade de culto a peito
Mauna Kea, Havai

Mauna Kea: um Vulcão de Olho no Espaço

O tecto do Havai era interdito aos nativos por abrigar divindades benevolentes. Mas, a partir de 1968 várias nações sacrificaram a paz dos deuses e ergueram a maior estação astronómica à face da Terra
Vulcão Villarrica, Chile

Ascensão à Cratera do Vulcão Villarrica, Sempre em Actividade

Pucón abusa da confiança da natureza e prospera no sopé da montanha Villarrica.Seguimos este mau exemplo por trilhos gelados e conquistamos a cratera de um dos vulcões mais activos da América do Sul.
Ilhas Gili, Indonésia

Gili: as Ilhas da Indonésia que o Mundo Trata por "Ilhas"

São tão humildes que ficaram conhecidas pelo termo bahasa que significa apenas ilhas. Apesar de discretas, as Gili tornaram-se o refúgio predilecto dos viajantes que passam por Lombok ou Bali.
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
Safari
PN Liwonde, Malawi

A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Cabana de Bay Watch, Miami beach, praia, Florida, Estados Unidos,
Arquitectura & Design
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Aventura
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
religiosos militares, muro das lamentacoes, juramento bandeira IDF, Jerusalem, Israel
Cerimónias e Festividades
Jerusalém, Israel

Em Festa no Muro das Lamentações

Nem só a preces e orações atende o lugar mais sagrado do judaísmo. As suas pedras milenares testemunham, há décadas, o juramento dos novos recrutas das IDF e ecoam os gritos eufóricos que se seguem.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Cidades
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Comida
Comida do Mundo

Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

Cada povo, suas receitas e iguarias. Em certos casos, as mesmas que deliciam nações inteiras repugnam muitas outras. Para quem viaja pelo mundo, o ingrediente mais importante é uma mente bem aberta.
Camponesa, Majuli, Assam, India
Cultura
Majuli, Índia

Uma Ilha em Contagem Decrescente

Majuli é a maior ilha fluvial da Índia e seria ainda uma das maiores à face da Terra não fosse a erosão do rio Bramaputra que há séculos a faz diminuir. Se, como se teme, ficar submersa dentro de vinte anos, mais que uma ilha, desaparecerá um reduto cultural e paisagístico realmente místico do Subcontinente.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Homer, Alasca, baía Kachemak
Em Viagem
Anchorage a Homer, E.U.A.

Viagem ao Fim da Estrada Alasquense

Se Anchorage se tornou a grande cidade do 49º estado dos E.U.A., Homer, a 350km, é a sua mais famosa estrada sem saída. Os veteranos destas paragens consideram esta estranha língua de terra solo sagrado. Também veneram o facto de, dali, não poderem continuar para lado nenhum.
Promessa?
Étnico
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Porfólio Got2Globe

O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

Ilha do Norte, Nova Zelândia, Maori, Tempo de surf
História
Ilha do Norte, Nova Zelândia

Viagem pelo Caminho da Maoridade

A Nova Zelândia é um dos países em que descendentes de colonos e nativos mais se respeitam. Ao explorarmos a sua lha do Norte, inteirámo-nos do amadurecimento interétnico desta nação tão da Commonwealth como maori e polinésia.
Teleférico Achadas da Cruz à Quebrada Nova, Ilha da Madeira, Portugal
Ilhas
Paul do Mar a Ponta do Pargo a Achadas da Cruz, Madeira, Portugal

À Descoberta da Finisterra Madeirense

Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
Maksim, povo Sami, Inari, Finlandia-2
Inverno Branco
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Natureza
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Teleférico que liga Puerto Plata ao cimo do PN Isabel de Torres
Parques Naturais
Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
igreja, nossa senhora, virgem, guadalupe, mexico
Património Mundial UNESCO
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Monumento do Heroes Acre, Zimbabwe
Personagens
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Praias
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Jerusalém deus, Israel, cidade dourada
Religião
Jerusalém, Israel

Mais Perto de Deus

Três mil anos de uma história tão mística quanto atribulada ganham vida em Jerusalém. Venerada por cristãos, judeus e muçulmanos, esta cidade irradia controvérsias mas atrai crentes de todo o Mundo.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Ponte u bein, Amarapura, Myanmar
Sociedade
Ponte u-BeinMyanmar

O Crepúsculo da Ponte da Vida

Com 1.2 km, a ponte de madeira mais antiga e mais longa do mundo permite aos birmaneses de Amarapura viver o lago Taungthaman. Mas 160 anos após a sua construção, U Bein está no seu crepúsculo.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Vida Selvagem
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.