Santa Maria, Açores

Santa Maria: Ilha Mãe dos Açores Há Só Uma


Chaminés da Polémica
Casas e chaminés típicas de Santa Maria, diz-se que inspiradas nas chaminés dos barcos a vapor antes usados pelos emigrantes açorianos
Gonçalo Velho, o Farol
O farol Gonçalo Velho, avisa as embarcações do extremo sudeste de Santa Maria
Porca de Malbusca
Porca passeia-se junto a uma canada à entrada da aldeia de Malbusca.
Um trio conveniente
Trio de casas tradicionais de Santa Maria, brancas, com telhado pardo.
Letreito e Cacto
Letreiro informa a direcção do Miradouro da Vigia da Baleia.
Barreiro da Faneca
O Barreiro da Faneca forma um dos cenários mais inesperados da ilha de Santa Maria.
Irmãos Luís
Artur e Vitor Luís, irmãos moradores das imediações de Santa Bárbara, numa pausa dos seus afazeres rurais.
Milho e Meo
Casa tradicional dotada de um pequeno espigueiro e de um disco de TV satélite.
Uma Aldeia em forma de Baía
O casario de São Lourenço, encaixado numa enseada verdejante de Santa Maria.
Calçada na Vertical
A Calçada dos Gigantes, um impressionante testemunho geológico quase no término da Ribeira de Maloés
Pequenos Currais
O casario de São Lourenço, encaixado numa enseada verdejante de Santa Maria.
Uma Curva Infernal
Mota chega ao cimo de uma curva em forma de rampa junto ao farol de Gonçalo Velho.
Cristovão Colombo
Estátua de homenagem a Cristovão Colombo e à sua passagem pela ilha de Santa Maria.
Purificação do Santo Espírito
A Igreja da Nª Srª da Purificação, em Santo Espírito.
Santa Bárbara ao Longe
O casario de Santa Bárbara, uma das povoações mais tradicionais da ilha de Santa Maria.
Poço da Pedreira
Visitante do Poço da Pedreira, um recanto formado pela cantaria de Santa Maria.
Rumo ao Farol
Escadaria longa que conduz ao farol de Gonçalo Velho.
Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.

O avião faz-se à costa sul de Santa Maria, Açores, para se alinhar com o princípio da pista, que ocupa uma boa porção do extremo nascente da ilha. Partilharmos a janela oval e acompanhamos a manobra e as vistas inaugurais.

Surpreende-nos o castanho-terra predominante. Nas oito vizinhas do arquipélago, o tom monopolista provara-se o verde com desvios de amarelado.

Aterragem Suave no Algarve Açoriano

Tudo indicava que o derradeiro reduto meridional e oriental dos Açores abrigava a excepção. Santa Maria é o Algarve açoriano, afiançam-nos alguns nativos. “Temos o melhor clima e as melhores praias mas também os Açores mais convencionais. Esperem só até passar para o lá do Pico Alto que já vão ver. Não tardamos a fazê-lo.

Antes disso, já instalados nos arredores de Vila do Porto, invertemos o sentido habitual das coisas e descemos aos Anjos. Encontramos a Ermida da Nª Senhora local de portas fechadas.

Por pouco tempo. Ao ver-nos rondar a porta, uma senhora à janela de uma casa térrea ao lado começou por investigar se a Santa Trindade nos avalizaria a visita àquela que se crê ter sido a primeira igreja mandada erguer pelo Infante Dom Henrique nos Açores, em 1439, na sua versão original em madeira e feno, alguns anos depois substituída pela actual.

A Visita Atribulada de Cristovão Colombo

Aparentemente a guardiã aprovou-a ou, pelo menos, decorreram apenas uns breves minutos até nos aparecer com a chave na mão e uma única, simples prece: “depois, voltem, por favor, a fechar e devolvam-ma.” Um Cristovão Colombo em estátua magnificada de bronze contempla o horizonte do Atlântico mas parece acompanhar-nos os movimentos de soslaio. Mal deixamos o interior singelo mas peculiar do templo, somo nós a revivê-lo e à história da sua passagem efémera pela ilha.

Cristovão Colombo, Santa Maria, Ilha mãe dos Açores

Estátua de homenagem a Cristovão Colombo e à sua passagem pela ilha de Santa Maria.

Pouco demorou após o início do povoamento até que a ilha sofresse ataques de piratas e corsários berberes. O próprio Colombo foi vítima desses ataques, se bem que por tabela. No início 1493, regressava da sua viagem de descobrimento da América. A caravela Santa Maria já se havia afundado nas Caraíbas.

Em pleno Atlântico, a Niña e a Pinta perderam-se. Colombo conduziu a Niña até à ilha de Santa Maria. Ao aportar, começou por receber víveres de três dos nem cem habitantes de então. No dia seguinte, enviou um batel com dez homens destinados à Ermida dos Anjos em busca de um sacerdote que rezasse uma missa de graças pela boa fortuna da viagem.

A embaixada começou por correr mal. Receosos de que se tratassem de piratas, os moradores, liderados pelo lugar-tenente Capitão João de Castanheira, aprisionaram cinco desses homens. Os restantes fugiram para o navio. Três dias depois, Castanheira conferiu as credenciais de Colombo e acolheu-o.

O Retorno Quase Trágico de Santa Maria à Europa. Via Lisboa

O navegador só deixou Santa Maria seis dias após ter aportado, com o navio reparado e abastecido. Rumou a Lisboa onde chegou sob uma terrível tempestade. A população que acompanhou a nau batidas pelas enormes vagas rejubilou com a sua sorte.

Colombo ficou nove dias em Lisboa e arredores. Neste período que permanece envolto em controvérsia e em que conferenciou com D. João II, ele e a tripulação terão sido recebidos como heróis e recompensados com avultadas dádivas.

Uma das mais persistentes teorias históricas defende que, debatida a estratégia diplomática a seguir, o rei português deixou claro que a Espanha deveria concentrar-se nas novas Índias descobertas por Colombo e não interferir com África e o caminho para a Índia via Cabo da Boa Esperança.

Barreiro da Faneca: uma estranha Santa Maria argilosa

Invertemos caminho. Não tardamos a acertar com a estrada de terra para o Barreiro da Faneca. À entrada deste vasto descampado árido, argiloso e ondulado pelas torrentes de água das chuvas, cercado de vegetação arbórea verdejante, partilhamos a sensação de ter aterrado em Marte.

Barreiro Faneca, Santa Maria, Ilha mãe dos Açores

O Barreiro da Faneca forma um dos cenários mais inesperados da ilha de Santa Maria.

De lá, seguimos para o Pico Alto (587 m), o ponto mais elevado daquele retalho terráqueo.

Vencidos os derradeiros degraus, já sobre este zénite florestado contemplamos a ilha a toda a volta, a mesma secção mais seca para sul que tínhamos avistado do avião. E quanto mais meridional, mais ervada e molhada a paisagem.

A Tragédia Aérea do Pico Alto

Em 8 de Fevereiro de 1989, os pilotos a bordo do Boeing 707-301 da Independent Air provindo de Bergamo e destinado a Punta Cana pouco ou nada viam em redor antes da ocorrência daquele que se tornou no acidente aéreo em território português com mais vítimas.

Uma dupla falha na comunicação entre a torre de comando e os pilotos e, acima de tudo a péssima preparação e desempenho destes fez com que falhassem a altitude de abordagem da pista despenhassem o avião contra o Pico Alto.

Isto apesar de a pista do Aeroporto de Santa Maria – construída pelos norte-americanos na 2ª Guerra Mundial para reforçar o seu esforço de guerra – receber, a essa data, frequentes Concordes em escalas das suas viagens transatlânticas, como recebeu o igualmente supersónico Antonov 124.

Com o passar das décadas, a autonomia das novas aeronaves aumentou. O Aeroporto de Santa Maria perdeu grande parte do seu antigo tráfego.

Santa Maria, Ilha mãe dos Açores

O casario de Santa Bárbara, uma das povoações mais tradicionais da ilha de Santa Maria.

Rumo a Santa Bárbara, sem Sinal de Trovões

Das alturas comedidas do Pico Alto, descemos, sem percalços, em direcção a Santa Bárbara. Nesta povoação, surpreende-nos a beleza arquitectura. As casas são brancas com esquinas e molduras azuis.

Projectam-se delas grandes chaminés cilíndricas que os nativos chamaram “de chaminés de vapor” enquanto repudiam os autores de todas as conclusões de que foram trazidas por povoadores pioneiros vindos do Algarve.

A sua verdadeira inspiração terão sido os barcos a vapor em que os emigrantes açorianos partiam rumo às Américas e delas regressavam. Hoje, propulsionam as viagens motores a jacto mas ainda são raros os marienses sem, no mínimo, parentes no Canadá ou nos E.U.A..

Chaminés, Santa Maria, Ilha mãe dos Açores

Casas e chaminés típicas de Santa Maria, diz-se que inspiradas nas chaminés dos barcos a vapor antes usados pelos emigrantes açorianos

Encontramos dois deles a trabalharem na sua propriedade à entrada de Santa Bárbara. Artur e Vítor são irmãos, de apelido Luís. Um tractor chinês chama-os às tarefas.

Nós, tudo fazemos para os desencaminharmos para uns momentos de conversa. Tímidos, de início, tentam despachar-nos. Insistimos com a máxima cortesia e humor possíveis.

Artur e Vitor Luís, Irmãos do Campo com Algum Tempo para a Conversa

Por fim, silenciam o tractor, adiam os afazeres e dedicam-se só estes compatriotas do continente. Ao contrário de o que acontecera com outros agricultores com quem havíamos contactado em São Miguel, o seu sotaque era-nos perceptível. À medida que todos nos soltamos, o convívio revela-se tão divertido como estimulante.

Vítor Luís é o falador. Artur mantém-se à reserva. Completa, com achegos, o discurso do irmão. Como nos contam, a mãe de ambos tem uns vinte irmãos e eles não conhecem nem metade. “Alguns vivem na América, outros no Canadá. Pois, exacto. É por isso que trabalhamos com bonés destas equipas de lá!” (n.A. equipas de futebol americano de São Francisco e Seattle).

Santa Maria, Ilha mãe dos Açores

Artur e Vitor Luís, irmãos moradores das imediações de Santa Bárbara, numa pausa dos seus afazeres rurais.

“Vítor confessa-nos ainda, sem qualquer pejo: “a minha mulher tem uma irmã gémea mas é raro eu conviver com a família dela.” Quando arriscamos perceber o porquê, refugia-se na piada. “É melhor assim mesmo. Já viu se eu, depois, me engano.” Vinte minutos depois, deixamo-los entregues aos afazeres.

Apontamos para o centrinho de Santa Bárbara que encontramos disposto em redor da igreja homónima. Entramos num café-mercearia, descansamos e recuperamos forças. Prosseguimos, então, em direcção à costa leste de Santa Maria.

Das Alturas de São Lourenço a Santo Espírito

Ao chegarmos ao miradouro do Espigão, no cimo da encosta que esconde São Lourenço, a luz solar incide de forma intermitente nos currais, nas vinhas por eles protegidas, no casario afundado na meia cratera e à mercê do Atlântico para diante. As nuvens filtram essa luz.

Santa Maria, Ilha mãe dos Açores

O casario de São Lourenço, encaixado numa enseada verdejante de Santa Maria.

Tornam a povoação e a sua longa praia ainda mais mística do que a localização extrema já providenciava.

Regressamos pela mesma estrada ziguezagueante acima e procuramos pelo Poço da Pedreira, um grande paredão rosado de uma pedra de cantaria mariense que tem, na sua base, uma lagoa em atapetada de relva viçosa.

Poço da Pedreira, Santa Maria, Ilha mãe dos Açores

Visitante do Poço da Pedreira, um recanto formado pela cantaria de Santa Maria.

Pouco depois de com ele darmos, desata a chover forte pelo que apostamos na clemência meteorológica de Santo Espírito, a paróquia civil porque passava o eixo rodoviário da ilha. Nos tempos iniciais da colonização, as suas comunidades dispersas de povoadores recolhiam urzela nos penhascos da região de Malbusca bem altos, ao longo do mar.

Faziam-no dentro de cestos que desciam à altura da falésia em que avistavam os fungos. E voltavam a içar quando terminavam encher os cestos. A urzela assim reunida era exportada para a Flandres onde os artesãos locais a empregavam na coloração de tecidos e outros.

Esta freguesia recebeu o nome por ter sido ali que foi dita missa, pela primeira vez após a colonização da ilha, antes de se mudarem para Santana.

Rumo aos Confins Orientais dos Açores

Nos dias que correm, o âmago religioso da actual Santo Espírito reside na igreja da Nª Sª da Purificação, de construção do século XVI, barroca em pedra basáltica semi-pintada de branco de forma a constituir um mosaico e com o seu frontispício acrescentado no século XVIII, recortado em formas arredondadas contra o céu. Chegamos a hora de trabalho e nem no bar-banda Recreio Espiritense a povoação se mostra animada.

Santa Maria, Ilha mãe dos Açores

A Igreja da Nª Srª da Purificação, em Santo Espírito.

Seja como for, faltam alguns quilómetros para o derradeiro recanto açoriano a oriente, o mais próximo do Continente português que dali dista 1436 km.

De Santo Espírito para leste, a estrada desce sem parcimónia e concede vistas grandiosas sobre os cenários costeiros abaixo, como o miradouro Vigia da Baleia de onde as antigas sentinelas patrulhavam o Atlântico em busca de cetáceos.

Não vemos sinal de baleias mas o panorama do Farol de Gonçalo Velho a meia encostas e a escadaria que além conduzem pejadas de cactos, mantêm-nos entretidos por um bom tempo.

Santa Maria, Ilha mãe dos Açores

Escadaria longa que conduz ao farol de Gonçalo Velho.

Em Busca da Evasiva Calçada do Gigante

Deixamos de vez a via principal da ilha, com o objectivo de regressámos a Vila do Porto pela costa sul de Santa Maria. Apostamos em achar a Ribeira dos Maloás. Na aldeia de Malbusca, buscamos por alguém a quem procurar o caminho.

Em vez de gente, damos com uma porca bamboleante que desce uma canada íngreme e se detém a cheirar-nos o carro, curiosa quanto ao obstáculo quente que lhe barrara a evasão.

Santa Maria, Ilha mãe dos Açores

Porca passeia-se junto a uma canada à entrada da aldeia de Malbusca.

Passada meia-hora, lá achamos o monumento geológico. Jazia no fim de um trilho ladeado por cactos, à beira de um abismo que dava para um Atlântico rude mas cristalino, de tons sedutores.

Com o mar iminente, a determinada altura, a Ribeira de Maloás precipita-se numa queda d’água com cerca de 20 metros. Ali se esconde a impressionante Calçada dos Gigantes de Santa Maria, uma escultura geológica pré-histórica que agrupa colunas basálticas.

Calçada dos Gigantes, Santa Maria, Ilha mãe dos Açores

A Calçada dos Gigantes, um impressionante testemunho geológico quase no término da Ribeira de Maloés

Sabendo o que sabemos hoje, só nos teríamos arrependido de ter ignorado um lugar assim. Nas derradeiras horas de luz, completamos o percurso para Vila do Porto. Com uma breve escala estratégica na Praia Formosa que a antecede.

 

ESTA REPORTAGEM FOI REALIZADA COM O APOIO DE:

AZORESAIRLINES.PT

SATA.PT

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Vulcão dos Capelinhos, Faial, Açores

Na Pista do Mistério dos Capelinhos

De uma costa da ilha à opostoa, pelas névoas, retalhos de pasto e florestas típicos dos Açores, desvendamos o Faial e o Mistério do seu mais imprevisível vulcão.
Porto Santo, Portugal

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Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
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À Descoberta da Finisterra Madeirense

Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
Vereda Terra Chã e Pico Branco, Porto Santo

Pico Branco, Terra Chã e Outros Caprichos da Ilha Dourada

No seu recanto nordeste, Porto Santo é outra coisa. De costas voltadas para o sul e para a sua grande praia, desvendamos um litoral montanhoso, escarpado e até arborizado, pejado de ilhéus que salpicam um Atlântico ainda mais azul.
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
Corvo, Açores

O Abrigo Atlântico Inverosímil da Ilha do Corvo

17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã

Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Funchal, Madeira

Portal para um Portugal Quase Tropical

A Madeira está situada a menos de 1000km a norte do Trópico de Câncer. E a exuberância luxuriante que lhe granjeou o cognome de ilha jardim do Atlântico desponta em cada recanto da sua íngreme capital.
Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

A Ponta Leste, algo Extraterrestre da Madeira

Inóspita, de tons ocres e de terra crua, a Ponta de São Lourenço surge, com frequência, como a primeira vista da Madeira. Quando a percorremos, deslumbramo-nos, sobretudo, com o que a mais tropical das ilhas portuguesas não é.
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O Calor Açoriano do Vale das Furnas

Surpreendemo-nos, na maior ilha dos Açores, com uma caldeira retalhada por minifúndios agrícolas, massiva e profunda ao ponto de abrigar dois vulcões, uma enorme lagoa e quase dois mil micaelenses. Poucos lugares do arquipélago são, ao mesmo tempo, tão grandiosos e acolhedores como o verdejante e fumegante Vale das Furnas.
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Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Tombolo e Punta Catedral, Parque Nacional Manuel António, Costa Rica
Praias
PN Manuel António, Costa Rica

O Pequeno-Grande Parque Nacional da Costa Rica

São bem conhecidas as razões para o menor dos 28 parques nacionais costarriquenhos se ter tornado o mais popular. A fauna e flora do PN Manuel António proliferam num retalho ínfimo e excêntrico de selva. Como se não bastasse, limitam-no quatro das melhores praias ticas.
Mtshketa, Cidade Santa da Geórgia, Cáucaso, Catedral de Svetitskhoveli
Religião
Mtskheta, Geórgia

A Cidade Santa da Geórgia

Se Tbilissi é a capital contemporânea, Mtskheta foi a cidade que oficializou o Cristianismo no reino da Ibéria predecessor da Geórgia, e uma das que difundiu a religião pelo Cáucaso. Quem a visita, constata como, decorridos quase dois milénios, é o Cristianismo que lá rege a vida.
Composição Flam Railway abaixo de uma queda d'água, Noruega
Sobre Carris
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
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Sociedade
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Vida Selvagem
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.