Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas


Fiorde em S
Desfiladeiro recortado do Milford Sound, a poucos km do Mar da Tasmânia.
Nichos de Rocha
Leões-marinhos no extremo marinho do Milford Sound.
Jorro
Cascata flui com abundância acima do the Chasm, no Fiordland National Park.
Tribuna de Honra
Passageiros de um ferry admiram a paisagem do Milford Sound.
Ponte sobre Chasma
Caminhantes cruzam uma ponte sobre o The Chasm, em pleno Fiordland National Park.
Ferry Kiwi
Bandeira náutica da Nova Zelândia ondula na popa de um ferry que percorre o Milford Sound.
Tunel à Vista
Trecho da estrada que liga Te Anau à entrada do Milford Sound.
Fetos neozelandeses
Feto viçoso nas imediações de the Chasm, no Fiordland National Park.
Caminho para a Montanha
Pico nevado destaca-se acima da Te Anau - Milford Sound Highway.
Stirling Falls
Passageiro de um ferry admira a cascata de Stirling Falls.
Os Cumes dos Fiordes
Panorama do cimo dos Sounds como visto durante um voo panorâmico.
Um Certo Atrevimento
Ferry aproxima-se o máximo das Stirling Falls, uma de várias quedas d'água do Milford Sound.
Trilhos de musgo
Floresta coberta de musgo à beira da Te Anau - Milford Sound Highway.
Rio Apressado
Riacho percorre um vale do Fiordland National Park.
Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.

Seja qual for o itinerário, a descoberta dos sounds neozelandeses tem início obrigatório em Te Anau, onde os caminhantes se abastecem das provisões e do equipamento de última instância, tantas vezes necessário por não chegarem preparados para a caprichosa meteorologia local. 

As autoridades kiwi locais chamaram-lhe Te Anau Milford Highway.

À medida que percorremos a ilha do Sul, fomo-nos habituando ao minimalismo ecológico destas vias básicas. E basta-nos meia-hora de caminho para confirmarmos como a sua humildade contrastava com a imponência do cenário envolvente.

Começamos por serpentear, subir e descer através de colinas deixadas para trás pela morena glaciar que escavou o Lago Te Anau, quase até aos 500 metros de profundidade.

Para diante, embrenhamo-nos numa floresta escura e densa de faias que alterna com planícies de aluvião e prados gentis amarelados pelo frio que aperta e que vemos materializado em tons de branco no topo das montanhas que fecham o Eglinton Valley e nos cumes altivos do Pyramid Peak e do Ngatimamoe Peak.

Com mais frequência do que esperávamos, estacionamos o carro e saímos para caminhadas promissoras, como a dos Mirror Lakes em que, sobre um passadiço, admiramos os reflexos mais-que-perfeitos das montanhas em redor.

Por volta do Km77, encontramos a zona conhecida pelos nativos como O Tapara, Cascade Creek para os colonos.

Ali se situa o lugar em que os destacamentos maori se encontravam e descansavam a caminho de Anita Bay, onde prospectavam a pedra a que chamavam pounamu (nefrite) e que, apesar de hoje tida como semi-preciosa,  consideravam a mais valiosa e sagrada.

A Divisão Lítica de The Divide

Sete quilómetros e muitas quedas de água alimentadas pelo descongelar da neve depois, alcançamos o paredão de rocha de The Divide, a passagem de nascente para poente mais baixa dos Alpes do Sul. The Divide marca uma separação geológica mas também climatérica.

Estrada entre Te Anau e Milford Sound, Fiordland National Parkl, Nova Zelândia

Trecho da estrada que liga Te Anau à entrada do Milford Sound.

Sem que o esperássemos, começa a cair um nevão espesso, de câmara lenta que nos resgata a visibilidade e obriga a uma condução atrapalhada.

Se há lugares à face da Terra em que chove e – nos meses mais frios – neva muito, Fiordland é um deles.  Certas zonas têm uma precipitação média anual de quase 7metros, distribuída por cerca de 180 dias.

Nalguns desses dias podem cair 250 mm de chuva ou neve ou ainda de neve e chuva, uma combinação dinâmica que, propulsionada pelo vento forte, desnorteia e coloca em aflição até os caminhantes mais experientes, à mercê das alturas traiçoeiras dos 480 km de trilhos da região.

Rio, Fiordland National Park, Nova Zelandia

Rio percorre um vale do Fiordland National Park.

Mesmo dentro do abrigo da viatura, sentimos  desconforto psicológico e impotência perante aquela paisagem rude e a inclemência dos elementos que a esculpiram. A tempestade não se prolonga. Passada meia-hora, o cenário fica entregue a uma bonança recompensadora que lhe devolve a nitidez da antiguidade crua.

Um Panorama Pouco ou Nada Mudado pelos Milénios

Em termos visuais, mas não só, Fiordland continua a fazer parte da era pré-histórica. Muitos dos seus animais e plantas são endémicos e pouco evoluíram desde então: o takahe, uma espécie de ganso que se pensava extinto há 50 anos, o kakapo, o papagaio mais pesado do mundo, a kea, um aparentado atrevido (e o único papagaio alpino) que achamos encharcado num miradouro e, sabe-se lá porquê, que faz questão de nos morder o calçado.

Em termos geológicos, a paisagem de Fiordland foi recortada por uma intensa erosão glaciar e pela actividade tectónica que afectou as ilhas da Nova Zelândia durante a sua longa deriva pós-Gondwana pelo Oceano Pacífico.

Enquanto, o movimento das placas continua a levantar os penhascos e as montanhas à ordem de 1.3 cm ao ano, o clima diluviano encarrega-se dos retoques decorativos finais, com clara aposta nos tons mais vivos de verde.

À medida que mais e mais quilómetros inóspitos passam, os cenários confirmam-se preenchidos por um sortido caótico de arbustos que dão passagem a riachos determinados. São ainda cobertos de tapetes de musgo e fetos resplandecentes, por troncos verdes ou castanhos, uns hirtos, outros caídos e apodrecidos mas sempre repletos de líquenes. 

Floresta, Fiordland National Park, Nova Zelândia

Floresta coberta de musgo à beira da Te Anau – Milford Sound Highway.

Passagem por The Chasm e a Visão Majestosa do Milford Sound

Detectamos esta composição em pleno, a apenas a 10km de Milford Sound e do Mar da Tasmânia, em redor de The Chasm onde o rio Cleddau se despenha entre calhaus gigantescos polidos e desaparece para o fundo de um abismo apertado, tudo apreciado sobre uma ponte de madeira com vista para o Monte Tutoko, o pico mais elevado de Fiordland.

The Chasm, Fiordland National Park, Nova Zelândia

Cascata flui com abundância acima do the Chasm, no Fiordland National Park.

O primeiro avistamento do Milford Sound deslumbra-nos a dobrar. De um momento para o outro, os rios rebeldes dão lugar a um braço de mar longo e meândrico do Mar da Tasmânia. Das margens do seu leito azul-escuro projectam-se enormes penhascos rochosos quase verticais forrados de um verde florestal verticalizado.

Embarcamos num dos navios que dá a conhecer esta última fronteira kiwi e, a coberto do vento gélido, aproximamo-nos do domínio supremo do Mitre Peak (1692m).

Te Anau a Milford Sound highway, Fiordland National Park,Nova Zelândia

Pico nevado destaca-se acima da Te Anau – Milford Sound Highway.

Quedas d’Água da Chuva, Quedas d’Água do Gelo

As quedas de água formam fios brancos que se destacam e sucedem em dimensões e volumes regulados pelo degelo das terras continentais e pela pluviosidade.

Algumas são permanentes. É o caso das Stirling Falls, com um caudal farto e dançante que nos proporciona e aos restantes passageiros sobre o convés um duche rejuvenescedor.

Ferry, Stirling Falls, Milford Sound, Fiordland, Nova Zelândia

Ferry aproxima-se o máximo das Stirling Falls, uma de várias quedas d’água do Milford Sound.

A embarcação segue o seu rumo em águas tranquilas. Até que o fiorde se abre, revela a imensidão do Mar da Tasmânia e se submete ao incomodo da forte ondulação. Exploramos um pequeno trecho das vertentes marítimas deste sound, avistamos colónias de focas e alguns pinguins.

Leões-marinhos, Milford Sound, Fiordland National Park, Nova Zelândia

Leões-marinhos no extremo marinho do Milford Sound.

Entretanto, o barco inverte a marcha e regressa à protecção da embocadura para felicidade dos passageiros mais vulneráveis que já começavam a enjoar.

A História Colonial dos Evasivos Sounds

Os marinheiros ao serviço dos primeiros descobridores a passar ao largo, entre os quais o holandês Abel Tasman – que deu o nome ao mar envolvente – dificilmente padeciam desse mal. Por estranho que pareça, admiraram as mesmas vistas mas falharam ou ignoraram as entradas estreitas que escondiam canais navegáveis e davam acesso avançado ao interior.

Em 1773, um desses marinheiros mais famoso, de nome James Cook, regressava de uma jornada épica pelo Oceano Antárctico à procura do grande continente do sul quando  detectou uma reentrância substancial nas montanhas.

Mais cauteloso que curioso, optou por não a explorar com receio que o vento acelerado pela garganta apertada impedisse o retorno da embarcação a mar aberto. Inspirado por essa desconfiança, baptizou-a com o nome que o fiorde vizinho de Milford continua a ostentar: Doubtful (duvidoso ou suspeito).

Desfiladeiro, Milford Sound, Fiordland, Nova Zelândia

Desfiladeiro recortado do Milford Sound, a poucos km do Mar da Tasmânia.

Cook haveria de ancorar o Resolution mais a sul, no Pickersgill Harbour, um refúgio natural de outro enorme fiorde, o Dusky Sound.

A dificuldade em colonizar estas terras selvagens e inóspitas manteve-se com o passar dos séculos, de tal maneira que Fiordland é a região da Nova Zelândia com menos população: apenas 2000 dos seus 4,1 milhões de habitantes vivem aqui.

Em compensação, quando começaram a chegar aos quatro cantos do planeta descrições da pureza e beleza destes cenários, novos exploradores passaram a afluir.

Popa de ferry, Milford Sound, Fiordland, Nova Zelândia

Bandeira náutica da Nova Zelândia ondula na popa de um ferry que percorre o Milford Sound.

Donald Sutherland: o Pioneiro que se Tornou Anfitrião

Tudo começou quando Donald Sutherland, um soldado, aventureiro, caçador de focas, prospector de ouro e sabe-se lá mais o quê, declarou ao avistar o Milford Sound: «Se alguma vez lançar a âncora, será aqui.»

Doze anos depois, em 1878, a sua mulher, Elisabeth, aproveitou o estabelecimento do primeiro caminho entre Te Anau e Milford e abriu uma pousada para acolher os asphalters, a gente da cidade que chegava para apreciar a grandiosidade dos cenários.

Milford Track. O Milford Sound Descoberto a Pé

Todos os anos, 400 mil viajantes de todo o mundo acorrem à região, determinados em desbravá-la, custe o que custar. Uns pagam apenas com dinheiro e são transportados a tempo inteiro por terra, mar e ar. Outros pagam também com o corpo. Caminham e escalam até à exaustão.

A construção de estradas limitou-se, em Fiordland, ao absolutamente necessário ou talvez nem isso, tendo em conta que só existe uma. Já os trilhos de tramping – a actividade ao ar livre preferida dos neozelandeses – esquadrinham a região sem cerimónia ou pudor, num total de quase 500 quilómetros que serpenteiam do nível do mar aos cumes mais elevados.

Um destes trilhos, o Milford Track, tornou-se de tal forma conhecido que as autoridades do Parque Nacional Fiordland tiveram de «racionar» o número anual de autorizações concedidas, para evitar excesso de tráfego nos meses mais quentes.

Com 54 quilómetros de extensão, que demoram cerca de quatro dias a completar, e um percurso que conduz à entrada do Milford Sound através de florestas e vales encharcados, o Milford Track surge rotulado como «fácil».

Feto, Fiordland National Park, Nova Zelândia

Feto viçoso nas imediações de the Chasm, no Fiordland National Park.

Outros, tão ou mais longos, sobem e descem montanhas com encostas de tal forma íngremes que requerem conhecimentos técnicos de escalada.

Segundo a mitologia maori, os fiordes não foram esculpidos pelos rios de gelo que, em tempos, preenchiam todos os vales, mas por um deus de machado em riste, Tu-te-raki-whanoa, que talhou fatias na costa, já então castigada por enormes ondas, para a tornar habitável.

O projecto urbanístico falhou redondamente mas os maoris aproveitaram para descobrir a região, para pescar, caçar e recolher um tipo de jade a que chamavam tangiwai.

Certos grupos tribais derrotados em conflitos internos chegaram, no entanto, a instalar-se temporariamente, vivendo, em reclusão, entre as focas e pinguins – que os colonos europeus depois quase extinguiram – até regressarem ao interior.

Popa de ferry, Milford Sound, Fiordland, Nova Zelândia

Bandeira náutica da Nova Zelândia ondula na popa de um ferry que percorre o Milford Sound.

Já nessa altura sofriam com as moscas de areia que infestam esta zona da Nova Zelândia, responsáveis pelas únicas críticas negativas que alguém se atreve a fazer à região.

Especialistas em gerar mitologia, os maori criaram a lenda de que foram introduzidas pela deusa das Trevas, Hine-nui-te-po, para evitar que os humanos se tornassem inactivos perante a beleza ofuscante da paisagem. Desta vez, os planos divinos não falharam. A única forma de não lhes oferendar algum sangue é parar o menos possível.

Nelson a Wharariki, PN Abel Tasman, Nova Zelândia

O Litoral Maori em que os Europeus Deram à Costa

Abel Janszoon Tasman explorava mais da recém-mapeada e mítica "Terra Australis" quando um equívoco azedou o contacto com nativos de uma ilha desconhecida. O episódio inaugurou a história colonial da Nova Zelândia. Hoje, tanto a costa divinal em que o episódio se sucedeu como os mares em redor evocam o navegador holandês.
Wanaka, Nova Zelândia

Que Bem que Se Está no Campo dos Antípodas

Se a Nova Zelândia é conhecida pela sua tranquilidade e intimidade com a Natureza, Wanaka excede qualquer imaginário. Situada num cenário idílico entre o lago homónimo e o místico Mount Aspiring, ascendeu a lugar de culto. Muitos kiwis aspiram a para lá mudar as suas vidas.
Ilha do Norte, Nova Zelândia

Viagem pelo Caminho da Maoridade

A Nova Zelândia é um dos países em que descendentes de colonos e nativos mais se respeitam. Ao explorarmos a sua lha do Norte, inteirámo-nos do amadurecimento interétnico desta nação tão da Commonwealth como maori e polinésia.
Península de Banks, Nova Zelândia

O Estilhaço de Terra Divinal da Península de Banks

Vista do ar, a mais óbvia protuberância da costa leste da Ilha do Sul parece ter implodido vezes sem conta. Vulcânica mas verdejante e bucólica, a Península de Banks confina na sua geomorfologia de quase roda-dentada a essência da sempre invejável vida neozelandesa.
Napier, Nova Zelândia

De volta aos Anos 30 - Calhambeque Tour

Numa cidade reerguida em Art Deco e com atmosfera dos "anos loucos" e seguintes, o meio de locomoção adequado são os elegantes automóveis clássicos dessa era. Em Napier, estão por toda a parte.
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Mount Cook, Nova Zelândia

O Monte Fura Nuvens

O Aoraki/Monte Cook até pode ficar muito aquém do tecto do Mundo mas é a montanha mais imponente e elevada da Nova Zelândia.
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Nova Zelândia  

Quando Contar Ovelhas Tira o Sono

Há 20 anos, a Nova Zelândia tinha 18 ovinos por cada habitante. Por questões políticas e económicas, a média baixou para metade. Nos antípodas, muitos criadores estão preocupados com o seu futuro.
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Bay of Islands, Nova Zelândia

O Âmago Civilizacional da Nova Zelândia

Waitangi é o lugar chave da Independência e da já longa coexistência dos nativos maori com os colonos britânicos. Na Bay of Islands em redor, celebra-se a beleza idílico-marinha dos antípodas neozelandeses mas também a complexa e fascinante nação kiwi.
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
Sombra vs Luz
Arquitectura & Design
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Aventura
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Cansaço em tons de verde
Cerimónias e Festividades
Suzdal, Rússia

Em Suzdal, é de Pequenino que se Celebra o Pepino

Com o Verão e o tempo quente, a cidade russa de Suzdal descontrai da sua ortodoxia religiosa milenar. A velha cidade também é famosa por ter os melhores pepinos da nação. Quando Julho chega, faz dos recém-colhidos um verdadeiro festival.
Sósias dos irmãos Earp e amigo Doc Holliday em Tombstone, Estados Unidos da América
Cidades
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
O projeccionista
Cultura
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
jet lag evitar voo, jetlag, turbulência
Em Viagem
Jet Lag (Parte 1)

Evite a Turbulência do Pós Voo

Quando voamos através de mais que 3 fusos horários, o relógio interno que regula o nosso organismo confunde-se. O máximo que podemos fazer é aliviar o mal-estar que sentimos até se voltar a acertar.
Cena natalícia, Shillong, Meghalaya, Índia
Étnico
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Bonaire, ilha, Antilhas Holandesas, ABC, Caraíbas, Rincon
História
Rincon, Bonaire

O Recanto Pioneiro das Antilhas Holandesas

Pouco depois da chegada de Colombo às Américas, os castelhanos descobriram uma ilha caribenha a que chamaram Brasil. Receosos da ameaça pirata, esconderam a primeira povoação num vale. Decorrido um século, os holandeses apoderaram-se dessa ilha e rebaptizaram-na de Bonaire. Não apagaram o nome despretensioso da colónia precursora: Rincon.
Djerba, Ilha, Tunísia, Amazigh e os seus camelos
Ilhas
Djerba, Tunísia

A Ilha Tunisina da Convivência

Há muito que a maior ilha do Norte de África acolhe gentes que não lhe resistiram. Ao longo dos tempos, Fenícios, Gregos, Cartagineses, Romanos, Árabes chamaram-lhe casa. Hoje, comunidades muçulmanas, cristãs e judaicas prolongam uma partilha incomum de Djerba com os seus nativos Berberes.
Verificação da correspondência
Inverno Branco
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Baie d'Oro, Île des Pins, Nova Caledonia
Literatura
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Natureza
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Vaca cachena em Valdreu, Terras de Bouro, Portugal
Parques Naturais
Campos de Gerês -Terras de Bouro, Portugal

Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Património Mundial UNESCO
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Monumento do Heroes Acre, Zimbabwe
Personagens
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
El Nido, Palawan a Ultima Fronteira Filipina
Praias
El Nido, Filipinas

El Nido, Palawan: A Última Fronteira Filipina

Um dos cenários marítimos mais fascinantes do Mundo, a vastidão de ilhéus escarpados de Bacuit esconde recifes de coral garridos, pequenas praias e lagoas idílicas. Para a descobrir, basta uma bangka.
Casario de Gangtok, Sikkim, Índia
Religião
Gangtok, Índia

Uma Vida a Meia-Encosta

Gangtok é a capital de Sikkim, um antigo reino da secção dos Himalaias da Rota da Seda tornado província indiana em 1975. A cidade surge equilibrada numa vertente, de frente para a Kanchenjunga, a terceira maior elevação do mundo que muitos nativos crêem abrigar um Vale paradisíaco da Imortalidade. A sua íngreme e esforçada existência budista visa, ali, ou noutra parte, o alcançarem.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Sobre Carris
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Sociedade
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Jipe cruza Damaraland, Namíbia
Vida Selvagem
Damaraland, Namíbia

Namíbia On the Rocks

Centenas de quilómetros para norte de Swakopmund, muitos mais das dunas emblemáticas de Sossuvlei, Damaraland acolhe desertos entrecortados por colinas de rochas avermelhadas, a maior montanha e a arte rupestre decana da jovem nação. Os colonos sul-africanos baptizaram esta região em função dos Damara, uma das etnias da Namíbia. Só estes e outros habitantes comprovam que fica na Terra.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.