Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas


Fiorde em S
Desfiladeiro recortado do Milford Sound, a poucos km do Mar da Tasmânia.
Nichos de Rocha
Leões-marinhos no extremo marinho do Milford Sound.
Jorro
Cascata flui com abundância acima do the Chasm, no Fiordland National Park.
Tribuna de Honra
Passageiros de um ferry admiram a paisagem do Milford Sound.
Ponte sobre Chasma
Caminhantes cruzam uma ponte sobre o The Chasm, em pleno Fiordland National Park.
Ferry Kiwi
Bandeira náutica da Nova Zelândia ondula na popa de um ferry que percorre o Milford Sound.
Tunel à Vista
Trecho da estrada que liga Te Anau à entrada do Milford Sound.
Fetos neozelandeses
Feto viçoso nas imediações de the Chasm, no Fiordland National Park.
Caminho para a Montanha
Pico nevado destaca-se acima da Te Anau - Milford Sound Highway.
Stirling Falls
Passageiro de um ferry admira a cascata de Stirling Falls.
Os Cumes dos Fiordes
Panorama do cimo dos Sounds como visto durante um voo panorâmico.
Um Certo Atrevimento
Ferry aproxima-se o máximo das Stirling Falls, uma de várias quedas d'água do Milford Sound.
Trilhos de musgo
Floresta coberta de musgo à beira da Te Anau - Milford Sound Highway.
Rio Apressado
Riacho percorre um vale do Fiordland National Park.
Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.

Seja qual for o itinerário, a descoberta dos sounds neozelandeses tem início obrigatório em Te Anau, onde os caminhantes se abastecem das provisões e do equipamento de última instância, tantas vezes necessário por não chegarem preparados para a caprichosa meteorologia local. 

As autoridades kiwi locais chamaram-lhe Te Anau Milford Highway.

À medida que percorremos a ilha do Sul, fomo-nos habituando ao minimalismo ecológico destas vias básicas. E basta-nos meia-hora de caminho para confirmarmos como a sua humildade contrastava com a imponência do cenário envolvente.

Começamos por serpentear, subir e descer através de colinas deixadas para trás pela morena glaciar que escavou o Lago Te Anau, quase até aos 500 metros de profundidade.

Para diante, embrenhamo-nos numa floresta escura e densa de faias que alterna com planícies de aluvião e prados gentis amarelados pelo frio que aperta e que vemos materializado em tons de branco no topo das montanhas que fecham o Eglinton Valley e nos cumes altivos do Pyramid Peak e do Ngatimamoe Peak.

Com mais frequência do que esperávamos, estacionamos o carro e saímos para caminhadas promissoras, como a dos Mirror Lakes em que, sobre um passadiço, admiramos os reflexos mais-que-perfeitos das montanhas em redor.

Por volta do Km77, encontramos a zona conhecida pelos nativos como O Tapara, Cascade Creek para os colonos.

Ali se situa o lugar em que os destacamentos maori se encontravam e descansavam a caminho de Anita Bay, onde prospectavam a pedra a que chamavam pounamu (nefrite) e que, apesar de hoje tida como semi-preciosa,  consideravam a mais valiosa e sagrada.

A Divisão Lítica de The Divide

Sete quilómetros e muitas quedas de água alimentadas pelo descongelar da neve depois, alcançamos o paredão de rocha de The Divide, a passagem de nascente para poente mais baixa dos Alpes do Sul. The Divide marca uma separação geológica mas também climatérica.

Estrada entre Te Anau e Milford Sound, Fiordland National Parkl, Nova Zelândia

Trecho da estrada que liga Te Anau à entrada do Milford Sound.

Sem que o esperássemos, começa a cair um nevão espesso, de câmara lenta que nos resgata a visibilidade e obriga a uma condução atrapalhada.

Se há lugares à face da Terra em que chove e – nos meses mais frios – neva muito, Fiordland é um deles.  Certas zonas têm uma precipitação média anual de quase 7metros, distribuída por cerca de 180 dias.

Nalguns desses dias podem cair 250 mm de chuva ou neve ou ainda de neve e chuva, uma combinação dinâmica que, propulsionada pelo vento forte, desnorteia e coloca em aflição até os caminhantes mais experientes, à mercê das alturas traiçoeiras dos 480 km de trilhos da região.

Rio, Fiordland National Park, Nova Zelandia

Rio percorre um vale do Fiordland National Park.

Mesmo dentro do abrigo da viatura, sentimos  desconforto psicológico e impotência perante aquela paisagem rude e a inclemência dos elementos que a esculpiram. A tempestade não se prolonga. Passada meia-hora, o cenário fica entregue a uma bonança recompensadora que lhe devolve a nitidez da antiguidade crua.

Um Panorama Pouco ou Nada Mudado pelos Milénios

Em termos visuais, mas não só, Fiordland continua a fazer parte da era pré-histórica. Muitos dos seus animais e plantas são endémicos e pouco evoluíram desde então: o takahe, uma espécie de ganso que se pensava extinto há 50 anos, o kakapo, o papagaio mais pesado do mundo, a kea, um aparentado atrevido (e o único papagaio alpino) que achamos encharcado num miradouro e, sabe-se lá porquê, que faz questão de nos morder o calçado.

Em termos geológicos, a paisagem de Fiordland foi recortada por uma intensa erosão glaciar e pela actividade tectónica que afectou as ilhas da Nova Zelândia durante a sua longa deriva pós-Gondwana pelo Oceano Pacífico.

Enquanto, o movimento das placas continua a levantar os penhascos e as montanhas à ordem de 1.3 cm ao ano, o clima diluviano encarrega-se dos retoques decorativos finais, com clara aposta nos tons mais vivos de verde.

À medida que mais e mais quilómetros inóspitos passam, os cenários confirmam-se preenchidos por um sortido caótico de arbustos que dão passagem a riachos determinados. São ainda cobertos de tapetes de musgo e fetos resplandecentes, por troncos verdes ou castanhos, uns hirtos, outros caídos e apodrecidos mas sempre repletos de líquenes. 

Floresta, Fiordland National Park, Nova Zelândia

Floresta coberta de musgo à beira da Te Anau – Milford Sound Highway.

Passagem por The Chasm e a Visão Majestosa do Milford Sound

Detectamos esta composição em pleno, a apenas a 10km de Milford Sound e do Mar da Tasmânia, em redor de The Chasm onde o rio Cleddau se despenha entre calhaus gigantescos polidos e desaparece para o fundo de um abismo apertado, tudo apreciado sobre uma ponte de madeira com vista para o Monte Tutoko, o pico mais elevado de Fiordland.

The Chasm, Fiordland National Park, Nova Zelândia

Cascata flui com abundância acima do the Chasm, no Fiordland National Park.

O primeiro avistamento do Milford Sound deslumbra-nos a dobrar. De um momento para o outro, os rios rebeldes dão lugar a um braço de mar longo e meândrico do Mar da Tasmânia. Das margens do seu leito azul-escuro projectam-se enormes penhascos rochosos quase verticais forrados de um verde florestal verticalizado.

Embarcamos num dos navios que dá a conhecer esta última fronteira kiwi e, a coberto do vento gélido, aproximamo-nos do domínio supremo do Mitre Peak (1692m).

Te Anau a Milford Sound highway, Fiordland National Park,Nova Zelândia

Pico nevado destaca-se acima da Te Anau – Milford Sound Highway.

Quedas d’Água da Chuva, Quedas d’Água do Gelo

As quedas de água formam fios brancos que se destacam e sucedem em dimensões e volumes regulados pelo degelo das terras continentais e pela pluviosidade.

Algumas são permanentes. É o caso das Stirling Falls, com um caudal farto e dançante que nos proporciona e aos restantes passageiros sobre o convés um duche rejuvenescedor.

Ferry, Stirling Falls, Milford Sound, Fiordland, Nova Zelândia

Ferry aproxima-se o máximo das Stirling Falls, uma de várias quedas d’água do Milford Sound.

A embarcação segue o seu rumo em águas tranquilas. Até que o fiorde se abre, revela a imensidão do Mar da Tasmânia e se submete ao incomodo da forte ondulação. Exploramos um pequeno trecho das vertentes marítimas deste sound, avistamos colónias de focas e alguns pinguins.

Leões-marinhos, Milford Sound, Fiordland National Park, Nova Zelândia

Leões-marinhos no extremo marinho do Milford Sound.

Entretanto, o barco inverte a marcha e regressa à protecção da embocadura para felicidade dos passageiros mais vulneráveis que já começavam a enjoar.

A História Colonial dos Evasivos Sounds

Os marinheiros ao serviço dos primeiros descobridores a passar ao largo, entre os quais o holandês Abel Tasman – que deu o nome ao mar envolvente – dificilmente padeciam desse mal. Por estranho que pareça, admiraram as mesmas vistas mas falharam ou ignoraram as entradas estreitas que escondiam canais navegáveis e davam acesso avançado ao interior.

Em 1773, um desses marinheiros mais famoso, de nome James Cook, regressava de uma jornada épica pelo Oceano Antárctico à procura do grande continente do sul quando  detectou uma reentrância substancial nas montanhas.

Mais cauteloso que curioso, optou por não a explorar com receio que o vento acelerado pela garganta apertada impedisse o retorno da embarcação a mar aberto. Inspirado por essa desconfiança, baptizou-a com o nome que o fiorde vizinho de Milford continua a ostentar: Doubtful (duvidoso ou suspeito).

Desfiladeiro, Milford Sound, Fiordland, Nova Zelândia

Desfiladeiro recortado do Milford Sound, a poucos km do Mar da Tasmânia.

Cook haveria de ancorar o Resolution mais a sul, no Pickersgill Harbour, um refúgio natural de outro enorme fiorde, o Dusky Sound.

A dificuldade em colonizar estas terras selvagens e inóspitas manteve-se com o passar dos séculos, de tal maneira que Fiordland é a região da Nova Zelândia com menos população: apenas 2000 dos seus 4,1 milhões de habitantes vivem aqui.

Em compensação, quando começaram a chegar aos quatro cantos do planeta descrições da pureza e beleza destes cenários, novos exploradores passaram a afluir.

Popa de ferry, Milford Sound, Fiordland, Nova Zelândia

Bandeira náutica da Nova Zelândia ondula na popa de um ferry que percorre o Milford Sound.

Donald Sutherland: o Pioneiro que se Tornou Anfitrião

Tudo começou quando Donald Sutherland, um soldado, aventureiro, caçador de focas, prospector de ouro e sabe-se lá mais o quê, declarou ao avistar o Milford Sound: «Se alguma vez lançar a âncora, será aqui.»

Doze anos depois, em 1878, a sua mulher, Elisabeth, aproveitou o estabelecimento do primeiro caminho entre Te Anau e Milford e abriu uma pousada para acolher os asphalters, a gente da cidade que chegava para apreciar a grandiosidade dos cenários.

Milford Track. O Milford Sound Descoberto a Pé

Todos os anos, 400 mil viajantes de todo o mundo acorrem à região, determinados em desbravá-la, custe o que custar. Uns pagam apenas com dinheiro e são transportados a tempo inteiro por terra, mar e ar. Outros pagam também com o corpo. Caminham e escalam até à exaustão.

A construção de estradas limitou-se, em Fiordland, ao absolutamente necessário ou talvez nem isso, tendo em conta que só existe uma. Já os trilhos de tramping – a actividade ao ar livre preferida dos neozelandeses – esquadrinham a região sem cerimónia ou pudor, num total de quase 500 quilómetros que serpenteiam do nível do mar aos cumes mais elevados.

Um destes trilhos, o Milford Track, tornou-se de tal forma conhecido que as autoridades do Parque Nacional Fiordland tiveram de «racionar» o número anual de autorizações concedidas, para evitar excesso de tráfego nos meses mais quentes.

Com 54 quilómetros de extensão, que demoram cerca de quatro dias a completar, e um percurso que conduz à entrada do Milford Sound através de florestas e vales encharcados, o Milford Track surge rotulado como «fácil».

Feto, Fiordland National Park, Nova Zelândia

Feto viçoso nas imediações de the Chasm, no Fiordland National Park.

Outros, tão ou mais longos, sobem e descem montanhas com encostas de tal forma íngremes que requerem conhecimentos técnicos de escalada.

Segundo a mitologia maori, os fiordes não foram esculpidos pelos rios de gelo que, em tempos, preenchiam todos os vales, mas por um deus de machado em riste, Tu-te-raki-whanoa, que talhou fatias na costa, já então castigada por enormes ondas, para a tornar habitável.

O projecto urbanístico falhou redondamente mas os maoris aproveitaram para descobrir a região, para pescar, caçar e recolher um tipo de jade a que chamavam tangiwai.

Certos grupos tribais derrotados em conflitos internos chegaram, no entanto, a instalar-se temporariamente, vivendo, em reclusão, entre as focas e pinguins – que os colonos europeus depois quase extinguiram – até regressarem ao interior.

Popa de ferry, Milford Sound, Fiordland, Nova Zelândia

Bandeira náutica da Nova Zelândia ondula na popa de um ferry que percorre o Milford Sound.

Já nessa altura sofriam com as moscas de areia que infestam esta zona da Nova Zelândia, responsáveis pelas únicas críticas negativas que alguém se atreve a fazer à região.

Especialistas em gerar mitologia, os maori criaram a lenda de que foram introduzidas pela deusa das Trevas, Hine-nui-te-po, para evitar que os humanos se tornassem inactivos perante a beleza ofuscante da paisagem. Desta vez, os planos divinos não falharam. A única forma de não lhes oferendar algum sangue é parar o menos possível.

Nelson a Wharariki, PN Abel Tasman, Nova Zelândia

O Litoral Maori em que os Europeus Deram à Costa

Abel Janszoon Tasman explorava mais da recém-mapeada e mítica "Terra Australis" quando um equívoco azedou o contacto com nativos de uma ilha desconhecida. O episódio inaugurou a história colonial da Nova Zelândia. Hoje, tanto a costa divinal em que o episódio se sucedeu como os mares em redor evocam o navegador holandês.
Wanaka, Nova Zelândia

Que Bem que Se Está no Campo dos Antípodas

Se a Nova Zelândia é conhecida pela sua tranquilidade e intimidade com a Natureza, Wanaka excede qualquer imaginário. Situada num cenário idílico entre o lago homónimo e o místico Mount Aspiring, ascendeu a lugar de culto. Muitos kiwis aspiram a para lá mudar as suas vidas.
Ilha do Norte, Nova Zelândia

Viagem pelo Caminho da Maoridade

A Nova Zelândia é um dos países em que descendentes de colonos e nativos mais se respeitam. Ao explorarmos a sua lha do Norte, inteirámo-nos do amadurecimento interétnico desta nação tão da Commonwealth como maori e polinésia.
Península de Banks, Nova Zelândia

O Estilhaço de Terra Divinal da Península de Banks

Vista do ar, a mais óbvia protuberância da costa leste da Ilha do Sul parece ter implodido vezes sem conta. Vulcânica mas verdejante e bucólica, a Península de Banks confina na sua geomorfologia de quase roda-dentada a essência da sempre invejável vida neozelandesa.
Napier, Nova Zelândia

De volta aos Anos 30 - Calhambeque Tour

Numa cidade reerguida em Art Deco e com atmosfera dos "anos loucos" e seguintes, o meio de locomoção adequado são os elegantes automóveis clássicos dessa era. Em Napier, estão por toda a parte.
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Mount Cook, Nova Zelândia

O Monte Fura Nuvens

O Aoraki/Monte Cook até pode ficar muito aquém do tecto do Mundo mas é a montanha mais imponente e elevada da Nova Zelândia.
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Nova Zelândia  

Quando Contar Ovelhas Tira o Sono

Há 20 anos, a Nova Zelândia tinha 18 ovinos por cada habitante. Por questões políticas e económicas, a média baixou para metade. Nos antípodas, muitos criadores estão preocupados com o seu futuro.
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Bay of Islands, Nova Zelândia

O Âmago Civilizacional da Nova Zelândia

Waitangi é o lugar chave da Independência e da já longa coexistência dos nativos maori com os colonos britânicos. Na Bay of Islands em redor, celebra-se a beleza idílico-marinha dos antípodas neozelandeses mas também a complexa e fascinante nação kiwi.
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Sirocco, Arabia, Helsinquia
Arquitectura & Design
Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Aventura
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Corrida de camelos, Festival do Deserto, Sam Sam Dunes, Rajastão, Índia
Cerimónias e Festividades
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Rua de São Pedro Atacama, Chile
Cidades
San Pedro de Atacama, Chile

São Pedro de Atacama: a Vida em Adobe no Mais Árido dos Desertos

Os conquistadores espanhóis tinham partido e o comboio desviou as caravanas de gado e nitrato. San Pedro recuperava a paz mas uma horda de forasteiros à descoberta da América do Sul invadiu o pueblo.
Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Cultura
Dali, China

Flash Mob à Moda Chinesa

A hora está marcada e o lugar é conhecido. Quando a música começa a tocar, uma multidão segue a coreografia de forma harmoniosa até que o tempo se esgota e todos regressam às suas vidas.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Em Viagem
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México
Étnico
Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias

Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Do lado de cá do Atlântico
História

Ilha de Goreia, Senegal

Uma Ilha Escrava da Escravatura

Foram vários milhões ou apenas milhares os escravos a passar por Goreia a caminho das Américas? Seja qual for a verdade, esta pequena ilha senegalesa nunca se libertará do jugo do seu simbolismo.​

Bangkas na ilha de Coron, Filipinas
Ilhas
Coron, Busuanga, Filipinas

A Armada Japonesa Secreta mas Pouco

Na 2ª Guerra Mundial, uma frota nipónica falhou em ocultar-se ao largo de Busuanga e foi afundada pelos aviões norte-americanos. Hoje, os seus destroços subaquáticos atraem milhares de mergulhadores.
lago ala juumajarvi, parque nacional oulanka, finlandia
Inverno Branco
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Na pista de Crime e Castigo, Sao Petersburgo, Russia, Vladimirskaya
Literatura
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de “Crime e Castigo”

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Salto Negao, chapada diamantina, bahia gema, brasil
Natureza
Chapada Diamantina, Brasil

Bahia de Gema

Até ao final do séc. XIX, a Chapada Diamantina foi uma terra de prospecção e ambições desmedidas.Agora que os diamantes rareiam os forasteiros anseiam descobrir as suas mesetas e galerias subterrâneas
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Monte Denali, McKinley, Tecto Sagrado Alasca, América do Norte, cume, Mal de Altitude, Mal de Montanha, Prevenir, Tratar
Parques Naturais
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Cidade do Cabo, África do Sul, Nelson Mandela
Património Mundial UNESCO
Cidade do Cabo, África do Sul

Ao Fim e ao Cabo

A dobragem do Cabo das Tormentas, liderada por Bartolomeu Dias, transformou esse quase extremo sul de África numa escala incontornável. E, com o tempo, na Cidade do Cabo, um dos pontos de encontro civilizacionais e urbes monumentais à face da Terra.
Monumento do Heroes Acre, Zimbabwe
Personagens
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
Machangulo, Moçambique, ocaso
Praias
Machangulo, Moçambique

A Península Dourada de Machangulo

A determinada altura, um braço de mar divide a longa faixa arenosa e repleta de dunas hiperbólicas que delimita a Baía de Maputo. Machangulo, assim se denomina a secção inferior, abriga um dos litorais mais grandiosos de Moçambique.
Monte Lamjung Kailas Himal, Nepal, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Religião
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Sobre Carris
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Kogi, PN Tayrona, Guardiães do Mundo, Colômbia
Sociedade
PN Tayrona, Colômbia

Quem Protege os Guardiães do Mundo?

Os indígenas da Serra Nevada de Santa Marta acreditam que têm por missão salvar o Cosmos dos “Irmãos mais Novos”, que somos nós. Mas a verdadeira questão parece ser: "Quem os protege a eles?"
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Vida Selvagem
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.