Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas


Fiorde em S
Desfiladeiro recortado do Milford Sound, a poucos km do Mar da Tasmânia.
Nichos de Rocha
Leões-marinhos no extremo marinho do Milford Sound.
Jorro
Cascata flui com abundância acima do the Chasm, no Fiordland National Park.
Tribuna de Honra
Passageiros de um ferry admiram a paisagem do Milford Sound.
Ponte sobre Chasma
Caminhantes cruzam uma ponte sobre o The Chasm, em pleno Fiordland National Park.
Ferry Kiwi
Bandeira náutica da Nova Zelândia ondula na popa de um ferry que percorre o Milford Sound.
Tunel à Vista
Trecho da estrada que liga Te Anau à entrada do Milford Sound.
Fetos neozelandeses
Feto viçoso nas imediações de the Chasm, no Fiordland National Park.
Caminho para a Montanha
Pico nevado destaca-se acima da Te Anau - Milford Sound Highway.
Stirling Falls
Passageiro de um ferry admira a cascata de Stirling Falls.
Os Cumes dos Fiordes
Panorama do cimo dos Sounds como visto durante um voo panorâmico.
Um Certo Atrevimento
Ferry aproxima-se o máximo das Stirling Falls, uma de várias quedas d'água do Milford Sound.
Trilhos de musgo
Floresta coberta de musgo à beira da Te Anau - Milford Sound Highway.
Rio Apressado
Riacho percorre um vale do Fiordland National Park.
Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.

Seja qual for o itinerário, a descoberta dos sounds neozelandeses tem início obrigatório em Te Anau, onde os caminhantes se abastecem das provisões e do equipamento de última instância, tantas vezes necessário por não chegarem preparados para a caprichosa meteorologia local. 

As autoridades kiwi locais chamaram-lhe Te Anau Milford Highway.

À medida que percorremos a ilha do Sul, fomo-nos habituando ao minimalismo ecológico destas vias básicas. E basta-nos meia-hora de caminho para confirmarmos como a sua humildade contrastava com a imponência do cenário envolvente.

Começamos por serpentear, subir e descer através de colinas deixadas para trás pela morena glaciar que escavou o Lago Te Anau, quase até aos 500 metros de profundidade.

Para diante, embrenhamo-nos numa floresta escura e densa de faias que alterna com planícies de aluvião e prados gentis amarelados pelo frio que aperta e que vemos materializado em tons de branco no topo das montanhas que fecham o Eglinton Valley e nos cumes altivos do Pyramid Peak e do Ngatimamoe Peak.

Com mais frequência do que esperávamos, estacionamos o carro e saímos para caminhadas promissoras, como a dos Mirror Lakes em que, sobre um passadiço, admiramos os reflexos mais-que-perfeitos das montanhas em redor.

Por volta do Km77, encontramos a zona conhecida pelos nativos como O Tapara, Cascade Creek para os colonos.

Ali se situa o lugar em que os destacamentos maori se encontravam e descansavam a caminho de Anita Bay, onde prospectavam a pedra a que chamavam pounamu (nefrite) e que, apesar de hoje tida como semi-preciosa,  consideravam a mais valiosa e sagrada.

A Divisão Lítica de The Divide

Sete quilómetros e muitas quedas de água alimentadas pelo descongelar da neve depois, alcançamos o paredão de rocha de The Divide, a passagem de nascente para poente mais baixa dos Alpes do Sul. The Divide marca uma separação geológica mas também climatérica.

Estrada entre Te Anau e Milford Sound, Fiordland National Parkl, Nova Zelândia

Trecho da estrada que liga Te Anau à entrada do Milford Sound.

Sem que o esperássemos, começa a cair um nevão espesso, de câmara lenta que nos resgata a visibilidade e obriga a uma condução atrapalhada.

Se há lugares à face da Terra em que chove e – nos meses mais frios – neva muito, Fiordland é um deles.  Certas zonas têm uma precipitação média anual de quase 7metros, distribuída por cerca de 180 dias.

Nalguns desses dias podem cair 250 mm de chuva ou neve ou ainda de neve e chuva, uma combinação dinâmica que, propulsionada pelo vento forte, desnorteia e coloca em aflição até os caminhantes mais experientes, à mercê das alturas traiçoeiras dos 480 km de trilhos da região.

Rio, Fiordland National Park, Nova Zelandia

Rio percorre um vale do Fiordland National Park.

Mesmo dentro do abrigo da viatura, sentimos  desconforto psicológico e impotência perante aquela paisagem rude e a inclemência dos elementos que a esculpiram. A tempestade não se prolonga. Passada meia-hora, o cenário fica entregue a uma bonança recompensadora que lhe devolve a nitidez da antiguidade crua.

Um Panorama Pouco ou Nada Mudado pelos Milénios

Em termos visuais, mas não só, Fiordland continua a fazer parte da era pré-histórica. Muitos dos seus animais e plantas são endémicos e pouco evoluíram desde então: o takahe, uma espécie de ganso que se pensava extinto há 50 anos, o kakapo, o papagaio mais pesado do mundo, a kea, um aparentado atrevido (e o único papagaio alpino) que achamos encharcado num miradouro e, sabe-se lá porquê, que faz questão de nos morder o calçado.

Em termos geológicos, a paisagem de Fiordland foi recortada por uma intensa erosão glaciar e pela actividade tectónica que afectou as ilhas da Nova Zelândia durante a sua longa deriva pós-Gondwana pelo Oceano Pacífico.

Enquanto, o movimento das placas continua a levantar os penhascos e as montanhas à ordem de 1.3 cm ao ano, o clima diluviano encarrega-se dos retoques decorativos finais, com clara aposta nos tons mais vivos de verde.

À medida que mais e mais quilómetros inóspitos passam, os cenários confirmam-se preenchidos por um sortido caótico de arbustos que dão passagem a riachos determinados. São ainda cobertos de tapetes de musgo e fetos resplandecentes, por troncos verdes ou castanhos, uns hirtos, outros caídos e apodrecidos mas sempre repletos de líquenes. 

Floresta, Fiordland National Park, Nova Zelândia

Floresta coberta de musgo à beira da Te Anau – Milford Sound Highway.

Passagem por The Chasm e a Visão Majestosa do Milford Sound

Detectamos esta composição em pleno, a apenas a 10km de Milford Sound e do Mar da Tasmânia, em redor de The Chasm onde o rio Cleddau se despenha entre calhaus gigantescos polidos e desaparece para o fundo de um abismo apertado, tudo apreciado sobre uma ponte de madeira com vista para o Monte Tutoko, o pico mais elevado de Fiordland.

The Chasm, Fiordland National Park, Nova Zelândia

Cascata flui com abundância acima do the Chasm, no Fiordland National Park.

O primeiro avistamento do Milford Sound deslumbra-nos a dobrar. De um momento para o outro, os rios rebeldes dão lugar a um braço de mar longo e meândrico do Mar da Tasmânia. Das margens do seu leito azul-escuro projectam-se enormes penhascos rochosos quase verticais forrados de um verde florestal verticalizado.

Embarcamos num dos navios que dá a conhecer esta última fronteira kiwi e, a coberto do vento gélido, aproximamo-nos do domínio supremo do Mitre Peak (1692m).

Te Anau a Milford Sound highway, Fiordland National Park,Nova Zelândia

Pico nevado destaca-se acima da Te Anau – Milford Sound Highway.

Quedas d’Água da Chuva, Quedas d’Água do Gelo

As quedas de água formam fios brancos que se destacam e sucedem em dimensões e volumes regulados pelo degelo das terras continentais e pela pluviosidade.

Algumas são permanentes. É o caso das Stirling Falls, com um caudal farto e dançante que nos proporciona e aos restantes passageiros sobre o convés um duche rejuvenescedor.

Ferry, Stirling Falls, Milford Sound, Fiordland, Nova Zelândia

Ferry aproxima-se o máximo das Stirling Falls, uma de várias quedas d’água do Milford Sound.

A embarcação segue o seu rumo em águas tranquilas. Até que o fiorde se abre, revela a imensidão do Mar da Tasmânia e se submete ao incomodo da forte ondulação. Exploramos um pequeno trecho das vertentes marítimas deste sound, avistamos colónias de focas e alguns pinguins.

Leões-marinhos, Milford Sound, Fiordland National Park, Nova Zelândia

Leões-marinhos no extremo marinho do Milford Sound.

Entretanto, o barco inverte a marcha e regressa à protecção da embocadura para felicidade dos passageiros mais vulneráveis que já começavam a enjoar.

A História Colonial dos Evasivos Sounds

Os marinheiros ao serviço dos primeiros descobridores a passar ao largo, entre os quais o holandês Abel Tasman – que deu o nome ao mar envolvente – dificilmente padeciam desse mal. Por estranho que pareça, admiraram as mesmas vistas mas falharam ou ignoraram as entradas estreitas que escondiam canais navegáveis e davam acesso avançado ao interior.

Em 1773, um desses marinheiros mais famoso, de nome James Cook, regressava de uma jornada épica pelo Oceano Antárctico à procura do grande continente do sul quando  detectou uma reentrância substancial nas montanhas.

Mais cauteloso que curioso, optou por não a explorar com receio que o vento acelerado pela garganta apertada impedisse o retorno da embarcação a mar aberto. Inspirado por essa desconfiança, baptizou-a com o nome que o fiorde vizinho de Milford continua a ostentar: Doubtful (duvidoso ou suspeito).

Desfiladeiro, Milford Sound, Fiordland, Nova Zelândia

Desfiladeiro recortado do Milford Sound, a poucos km do Mar da Tasmânia.

Cook haveria de ancorar o Resolution mais a sul, no Pickersgill Harbour, um refúgio natural de outro enorme fiorde, o Dusky Sound.

A dificuldade em colonizar estas terras selvagens e inóspitas manteve-se com o passar dos séculos, de tal maneira que Fiordland é a região da Nova Zelândia com menos população: apenas 2000 dos seus 4,1 milhões de habitantes vivem aqui.

Em compensação, quando começaram a chegar aos quatro cantos do planeta descrições da pureza e beleza destes cenários, novos exploradores passaram a afluir.

Popa de ferry, Milford Sound, Fiordland, Nova Zelândia

Bandeira náutica da Nova Zelândia ondula na popa de um ferry que percorre o Milford Sound.

Donald Sutherland: o Pioneiro que se Tornou Anfitrião

Tudo começou quando Donald Sutherland, um soldado, aventureiro, caçador de focas, prospector de ouro e sabe-se lá mais o quê, declarou ao avistar o Milford Sound: «Se alguma vez lançar a âncora, será aqui.»

Doze anos depois, em 1878, a sua mulher, Elisabeth, aproveitou o estabelecimento do primeiro caminho entre Te Anau e Milford e abriu uma pousada para acolher os asphalters, a gente da cidade que chegava para apreciar a grandiosidade dos cenários.

Milford Track. O Milford Sound Descoberto a Pé

Todos os anos, 400 mil viajantes de todo o mundo acorrem à região, determinados em desbravá-la, custe o que custar. Uns pagam apenas com dinheiro e são transportados a tempo inteiro por terra, mar e ar. Outros pagam também com o corpo. Caminham e escalam até à exaustão.

A construção de estradas limitou-se, em Fiordland, ao absolutamente necessário ou talvez nem isso, tendo em conta que só existe uma. Já os trilhos de tramping – a actividade ao ar livre preferida dos neozelandeses – esquadrinham a região sem cerimónia ou pudor, num total de quase 500 quilómetros que serpenteiam do nível do mar aos cumes mais elevados.

Um destes trilhos, o Milford Track, tornou-se de tal forma conhecido que as autoridades do Parque Nacional Fiordland tiveram de «racionar» o número anual de autorizações concedidas, para evitar excesso de tráfego nos meses mais quentes.

Com 54 quilómetros de extensão, que demoram cerca de quatro dias a completar, e um percurso que conduz à entrada do Milford Sound através de florestas e vales encharcados, o Milford Track surge rotulado como «fácil».

Feto, Fiordland National Park, Nova Zelândia

Feto viçoso nas imediações de the Chasm, no Fiordland National Park.

Outros, tão ou mais longos, sobem e descem montanhas com encostas de tal forma íngremes que requerem conhecimentos técnicos de escalada.

Segundo a mitologia maori, os fiordes não foram esculpidos pelos rios de gelo que, em tempos, preenchiam todos os vales, mas por um deus de machado em riste, Tu-te-raki-whanoa, que talhou fatias na costa, já então castigada por enormes ondas, para a tornar habitável.

O projecto urbanístico falhou redondamente mas os maoris aproveitaram para descobrir a região, para pescar, caçar e recolher um tipo de jade a que chamavam tangiwai.

Certos grupos tribais derrotados em conflitos internos chegaram, no entanto, a instalar-se temporariamente, vivendo, em reclusão, entre as focas e pinguins – que os colonos europeus depois quase extinguiram – até regressarem ao interior.

Popa de ferry, Milford Sound, Fiordland, Nova Zelândia

Bandeira náutica da Nova Zelândia ondula na popa de um ferry que percorre o Milford Sound.

Já nessa altura sofriam com as moscas de areia que infestam esta zona da Nova Zelândia, responsáveis pelas únicas críticas negativas que alguém se atreve a fazer à região.

Especialistas em gerar mitologia, os maori criaram a lenda de que foram introduzidas pela deusa das Trevas, Hine-nui-te-po, para evitar que os humanos se tornassem inactivos perante a beleza ofuscante da paisagem. Desta vez, os planos divinos não falharam. A única forma de não lhes oferendar algum sangue é parar o menos possível.

Nelson a Wharariki, PN Abel Tasman, Nova Zelândia

O Litoral Maori em que os Europeus Deram à Costa

Abel Janszoon Tasman explorava mais da recém-mapeada e mítica "Terra Australis" quando um equívoco azedou o contacto com nativos de uma ilha desconhecida. O episódio inaugurou a história colonial da Nova Zelândia. Hoje, tanto a costa divinal em que o episódio se sucedeu como os mares em redor evocam o navegador holandês.
Wanaka, Nova Zelândia

Que Bem que Se Está no Campo dos Antípodas

Se a Nova Zelândia é conhecida pela sua tranquilidade e intimidade com a Natureza, Wanaka excede qualquer imaginário. Situada num cenário idílico entre o lago homónimo e o místico Mount Aspiring, ascendeu a lugar de culto. Muitos kiwis aspiram a para lá mudar as suas vidas.
Ilha do Norte, Nova Zelândia

Viagem pelo Caminho da Maoridade

A Nova Zelândia é um dos países em que descendentes de colonos e nativos mais se respeitam. Ao explorarmos a sua lha do Norte, inteirámo-nos do amadurecimento interétnico desta nação tão da Commonwealth como maori e polinésia.
Península de Banks, Nova Zelândia

O Estilhaço de Terra Divinal da Península de Banks

Vista do ar, a mais óbvia protuberância da costa leste da Ilha do Sul parece ter implodido vezes sem conta. Vulcânica mas verdejante e bucólica, a Península de Banks confina na sua geomorfologia de quase roda-dentada a essência da sempre invejável vida neozelandesa.
Napier, Nova Zelândia

De volta aos Anos 30 - Calhambeque Tour

Numa cidade reerguida em Art Deco e com atmosfera dos "anos loucos" e seguintes, o meio de locomoção adequado são os elegantes automóveis clássicos dessa era. Em Napier, estão por toda a parte.
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Mount Cook, Nova Zelândia

O Monte Fura Nuvens

O Aoraki/Monte Cook até pode ficar muito aquém do tecto do Mundo mas é a montanha mais imponente e elevada da Nova Zelândia.
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Nova Zelândia  

Quando Contar Ovelhas Tira o Sono

Há 20 anos, a Nova Zelândia tinha 18 ovinos por cada habitante. Por questões políticas e económicas, a média baixou para metade. Nos antípodas, muitos criadores estão preocupados com o seu futuro.
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Bay of Islands, Nova Zelândia

O Âmago Civilizacional da Nova Zelândia

Waitangi é o lugar chave da Independência e da já longa coexistência dos nativos maori com os colonos britânicos. Na Bay of Islands em redor, celebra-se a beleza idílico-marinha dos antípodas neozelandeses mas também a complexa e fascinante nação kiwi.
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
Safari
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Bertie em calhambeque, Napier, Nova Zelândia
Arquitectura & Design
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Verificação da correspondência
Cerimónias e Festividades
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Rabat, Malta, Mdina, Palazzo Xara
Cidades
Rabat, Malta

Um ex-Subúrbio no Âmago de Malta

Se Mdina se fez a capital nobiliárquica da ilha, os Cavaleiros Hospitalários decidiram sacrificar a fortificação da actual Rabat. A cidade fora das muralhas expandiu-se. Subsiste como um contraponto popular e rural do agora museu-vivo de Mdina.
Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Cultura
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Em Viagem
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Casinhas miniatura, Chã das Caldeiras, Vulcão Fogo, Cabo Verde
Étnico
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã “Francês” à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
luz solar fotografia, sol, luzes
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 2)

Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
Acre, Fortaleza dos Templários, Israel, Doces crocantes
História
São João de Acre, Israel

A Fortaleza que Resistiu a Tudo

Foi alvo frequente das Cruzadas e tomada e retomada vezes sem conta. Hoje, israelita, Acre é partilhada por árabes e judeus. Vive tempos bem mais pacíficos e estáveis que aqueles por que passou.
Vanuatu, Cruzeiro em Wala
Ilhas
Wala, Vanuatu

Cruzeiro à Vista, a Feira Assenta Arraiais

Em grande parte de Vanuatu, os dias de “bons selvagens” da população ficaram para trás. Em tempos incompreendido e negligenciado, o dinheiro ganhou valor. E quando os grandes navios com turistas chegam ao largo de Malekuka, os nativos concentram-se em Wala e em facturar.
Oulu Finlândia, Passagem do Tempo
Inverno Branco
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Camponesa, Majuli, Assam, India
Natureza
Majuli, Índia

Uma Ilha em Contagem Decrescente

Majuli é a maior ilha fluvial da Índia e seria ainda uma das maiores à face da Terra não fosse a erosão do rio Bramaputra que há séculos a faz diminuir. Se, como se teme, ficar submersa dentro de vinte anos, mais que uma ilha, desaparecerá um reduto cultural e paisagístico realmente místico do Subcontinente.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Vulcão ijen, Escravos do Enxofre, Java, Indonesia
Parques Naturais
Vulcão Ijen, Indonésia

Os Escravos do Enxofre do Vulcão Ijen

Centenas de javaneses entregam-se ao vulcão Ijen onde são consumidos por gases venenosos e cargas que lhes deformam os ombros. Cada turno rende-lhes menos de 30€ mas todos agradecem o martírio.
Hipopótamo exibe as presas, entre outros
Património Mundial UNESCO
PN Mana Pools, Zimbabwé

O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Personagens
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Fila Vietnamita
Praias

Nha Trang-Doc Let, Vietname

O Sal da Terra Vietnamita

Em busca de litorais atraentes na velha Indochina, desiludimo-nos com a rudeza balnear de Nha Trang. E é no labor feminino e exótico das salinas de Hon Khoi que encontramos um Vietname mais a gosto.

Solovestsky Outonal
Religião
Ilhas Solovetsky, Rússia

A Ilha-Mãe do Arquipélago Gulag

Acolheu um dos domínios religiosos ortodoxos mais poderosos da Rússia mas Lenine e Estaline transformaram-na num gulag. Com a queda da URSS, Solovestky recupera a paz e a sua espiritualidade.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Gatis de Tóquio, Japão, clientes e gato sphynx
Sociedade
Tóquio, Japão

Ronronares Descartáveis

Tóquio é a maior das metrópoles mas, nos seus apartamentos exíguos, não há lugar para mascotes. Empresários nipónicos detectaram a lacuna e lançaram "gatis" em que os afectos felinos se pagam à hora.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Vai-e-vem fluvial
Vida Selvagem
Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical

Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.