Lhasa a Gyantse, Tibete

Gyantse, pelas Alturas do Tibete


Espiritualidade do Gelo
O Dzong de Tibete
Mulheres de Gyantse
Montanhas de Nyenchen Thangla
Estupa que abençoa o glaciar
Moradores de Gyantse
O Reservatório de Manla
O Grande Mosteiro
Tibetana de Gyantse
Rio de Gelo Azul
Socalcos Providenciais
Mastim Tibetano
Andares do Kumbum
Vista sobre Gyantse
Pico de Nyenchen Thangla
Lago Yamdrok
Grande Templo Kumbum
Povoado de Yamdrok
O objectivo final é o Everest Base Camp tibetano. Neste primeiro trajecto, a partir de Lhasa, passamos pelo lago sagrado de Yamdrok (4.441m) e pelo glaciar do desfiladeiro de Karo (5.020 m). Em Gyantse, rendemo-nos ao esplendor budista-tibetano da velha cidadela.

Três dias contados do voo de Chengdu para Lhasa, mesmo tendo dormido umas míseras quatro horas, por fim, despertamos livres de sintomas do Mal de Altitude.

São sete da manhã, a hora que era suposto ter início o pequeno-almoço do Yak Cool Hotel. O único funcionário presente dá-nos uma novidade nada “cool”. A cozinheira tinha-se atrasado, só seria possível a partir das oito.

Em vez de esperarmos, saímos de imediato, no novo jipe atribuído à viagem. Detemo-nos, ainda em Lhasa, numa casa de momos (dumplings tibetanos). Acabado de confecionar, ainda fumegante, o pitéu garantiu-nos as energias necessárias para o percurso desgastante que se seguiria.

Partimos para sul. Cruzamos a ponte Liuwu e o rio Lhasa que empresta o nome à capital tibetana. O rio rende-se a um outro, o Yarlung Zangbo. Aponta à cordilheira dos Himalaias.

Seguimo-lo e aos seus meandros durante quase 200km e em redor de seis horas. Nessa distância e tempo, ascendemos quase mil metros.

Abandonamo-lo em Gangbacun. Muitas curvas e contracurvas depois, chegamos a Zhamalongcun.

Yamdrok: um dos Grandes Lagos do Tecto do Mundo

Em vez de um rio, ficamos com um lago hiperbólico por diante.

Com mais de 72km de extensão, o Yamdrok é um dos três maiores lagos sagrados do Tibete.

Num dia seco e solarengo, como quase todos nestes confins do tecto da Ásia, do cimo do desfiladeiro de Gampa (4790m), o lago resplandece no tom de azul-turquesa que o seu nome tibetano traduz.

Envolvem-no encostas áridas, de um castanho amarelado que contrasta com o azul do céu e com o ligeiramente mais escuro do lago.

No miradouro privilegiado de Gampa, as cores não se ficam por aí.

Sagrado como é, o lago justifica a presença de longas fitas multicolores de bandeiras budistas-tibetanas lunga ta de oração.

Os crentes de passagem asseguram a sua renovação.

Colocam-nas, ali, num cimo destacado e ventoso.

Cabe ao vento agitar as bandeiras de maneira a abençoar e a levar boa fortuna a todos os seres sencientes.

A começar pelos moradores dos lugarejos que vislumbramos do lado de lá, acima de socalcos que, findo o Inverno, gerarão cultivos providenciais.

A maior distância, qualquer que seja a estação do ano, despontam picos nevados imponentes.

São os cumes da cordilheira Nyenchen Thangla.

Tínhamos um longo caminho pela frente.

Lobsang, o tibetano que nos guia, decreta o fim da contemplação e das fotografias, em função do almoço, que se atrasava.

Paramos em Nagarse, num restaurante algo retirado da estrada.

Observa-nos um mastim tibetano negro que se aquece ao sol, adornado por uma coroa vermelha que alguém lhe tinha colocado em jeito de coleira.

Findo o repasto, prosseguimos para oeste.

O Glaciar de Encosta do Desfiladeiro de Karo

Decorrida mais uma hora de percurso, já acima dos 5000 metros, surpreende-nos a visão de um glaciar encavalitado numa encosta rochosa.

Era o término de uma das línguas de um curso de gelo que ali chegava das vertentes setentrionais do Monte Noijin Kangsang (7191m), uma das quatro montanhas sacras do Tibete.

Deixamos o jipe. Caminhamos sobre uma gravilha escorregadia.

Até uma estupa de que se estendiam vários tentáculos trepidantes de bandeirolas de oração.

Àquela altitude, cada passada que completávamos parecia-nos um passo na Lua. Derreados e ofegantes, chegamos à base da estupa.

Impressionamo-nos com as fendas profundas e outros recortes caprichosos do rio de gelo. Em pleno Inverno, a probabilidade de assistirmos a derrocadas da sua parede de ablação era diminuta.

De acordo, sob a persistente pressão de Lobsang, retomamos o percurso. Até Gyantse, outros fenómenos e deslumbres haveriam de justificar paragens.

Na iminência de uma tal de aldeia Shagancun, a estrada progride sobre encostas recortadas e acima de um novo lago, a espaços, por promontórios que nos revelam um inesperado panorama gelado.

O Grande Reservatório Gelado de Manla

Avançávamos ao longo do reservatório de Manla, conhecido como a primeira represa do Tibete, com três braços distintos, alimentados pelo rio Chu.

Situada a uns “meros” 4200 metros de altitude, mas com o seu caudal natural detido, o reservatório preservava uma cobertura de gelo em boa parte lisa, de visual vidrado e reflectiva.

Esperamos que a via volte a ascender para alturas panorâmicas ideais. Numa delas, com um dos braços da represa a descoberto e a estrada a ziguezaguear lá em baixo, reclamamos a Lobsang, os nossos direitos de passageiros e clientes.

Lobsang anui à paragem. Acompanhamos o trajecto de um camião vermelho, da lonjura, na nossa direcção.

Quando a carripana por nós passa em óbvio esforço, retornamos ao aperto do jipe e ao destino principal da tarde, a cidade de Gyantse.

Um Guia Deprimido pela Opressão Chinesa

Nesse trecho, Lobsang e o motorista voltam a desabafar sobre a frustração em que eles (e os tibetanos) viviam devida à já longa ocupação chinesa.

E à destruição da cultura e etnia tibetana que Pequim se apressava a substituir pela da etnia Han, a predominante na China.

Sentiam-se oprimidos a dobrar, porque se viam obrigados a trabalhar para agências e patrões chineses.

A China só permitia visitas ao Tibete se reservadas através de agências chinesas. Nós próprios, não tivemos alternativa.

O problema agravava-se, todavia, quando a frustração e a depressão de Lobsang faziam com que, por sistema, se esquivasse à sua responsabilidade de nos proporcionar uma viagem pelo Tibete condigna.

Sempre que possível, Lobsang atrasava as partidas matinais.

Ao longo do dia, encurtava o tempo em cada lugar, a pensar apenas em prolongar o convívio com outros guias seus conhecidos, em povoações que não estavam sequer no itinerário inicial.

Gyantse: uma Majestosa Cidade Fortaleza

Chegamos a Gyantse. O guia volta a tentar um dos seus subterfúgios. Uma imposição, sem sentido, de que só tínhamos vinte minutos para espreitar, após o que seguiríamos.

Conscientes de que não era o que constava no programa, extasiados com a beleza monumental da cidade, activamos o nosso próprio cronómetro.

O sueco Jacob e o norte-americano Ryan que nos acompanhavam percebem e alinham. Lobsang vê-se forçado a esperar.

Estávamos perante uma das mais relevantes cidades históricas do Tibete. A secular Gyantse merecia todo o tempo e mais algum.

Para não o desperdiçarmos, quase corremos de um lado para o outro, também movidos pela incredulidade do cenário.

Gyantse surgiu no coração do vale Nyang Chu, sobre as antigas rotas mercantis de Chumbi que faziam chegar a lã tibetana aos reinos de Sikkim, do Butão e a partes da actual Índia.

Gyantse: da Origem Feudal à Cidade-Museu Habitada dos Nossos Dias

Ergueu-a, durante o século XIV, Pelden Sangpo, um monarca da região que procurava consolidar o feudo que o servia.

Em 1390, a importância de Gyantse era já tal que justificou a construção da fortaleza (dzong) que lá resiste.

Vemo-la pairar, em tom avermelhado, como uma miragem indelével, na crista de um cerro aguçado e rochoso, envolto de uma muralha com 3km de extensão.

Essa muralha defende o mosteiro de Palcho e o seu incrível kumbum, uma estrutura da escola sakya do budismo-tibetano.

Tem seis andares e 77 capelas empilhadas que contêm mais de dez mil murais.

Durante muito tempo, Gyantse foi a terceira maior cidade do Tibete, a seguir a Lhasa e a Shigatse.

A invasão chinesa do Tibete, de 1950, roubou a Gyantse o seu protagonismo.

Os chineses fecharam as antigas rotas comerciais, em detrimento de Lhasa.

Durante a Revolução Cultural de Mao Zedong, pilharam o mosteiro, o templo kumbum e até o forte.

Após a revolta tibetana de 1959, cerca de quatrocentos monges e outros religiosos foram aprisionados no mosteiro.

Boa parte dos artesãos locais viram-se obrigados a fugir da cidade. Mesmo assim, mais tarde, a população de Gyantse recuperou de oito mil para, em redor de vinte mil habitantes.

Ao contrário de outras povoações que, devido ao influxo de chineses e à interferência económica e cultural de Pequim, a ultrapassaram na população, Gyantse permanece sobretudo tibetana.

As suas gentes reactivaram parte da função religiosa do mosteiro e dos templos.

Continuam a percorrer as ruas com os seus penteados e nos seus trajes tradicionais.

Em tempos prodigioso, o mercado multiétnico local, antes visitado por nepaleses, butaneses e até muçulmanos de Ladak e de outras paragens, deixou de fazer sentido.

A Improvável Visita dos Quatro Forasteiros Ocidentais

Gyantse subsiste, sobretudo, como uma grande cidade museu habitada e com uma crescente procura turística.

No pino do Inverno, no entanto, seríamos só nos os quatro e uns tantos outros gatos pingados, os forasteiros de visita ao Tibete.

Os tibetanos contemplavam-nos com regozijo e surpresa.

Espanto que o sueco Jacob, senhor de quase dois metros de altura, fazia redobrar.

Podíamos ter ficado toda a semana à descoberta de Gyantse. Quase três horas depois, Lobsang fartou-se. Veio ao nosso encontro.

Reclamou a sua manipulação da viagem.

Sobre as oito da noite, demos entrada em Shigatse.

Lhasa, Tibete

Sera, o Mosteiro do Sagrado Debate

Em poucos lugares do mundo se usa um dialecto com tanta veemência como no mosteiro de Sera. Ali, centenas de monges travam, em tibetano, debates intensos e estridentes sobre os ensinamentos de Buda.
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Lhasa, Tibete

Quando o Budismo se Cansa da Meditação

Nem só com silêncio e retiro espiritual se procura o Nirvana. No Mosteiro de Sera, os jovens monges aperfeiçoam o seu saber budista com acesos confrontos dialécticos e bateres de palmas crepitantes.
Dali, China

A China Surrealista de Dali

Encaixada num cenário lacustre mágico, a antiga capital do povo Bai manteve-se, até há algum tempo, um refúgio da comunidade mochileira de viajantes. As mudanças sociais e económicas da China fomentaram a invasão de chineses à descoberta do recanto sudoeste da nação.
Bingling Si, China

O Desfiladeiro dos Mil Budas

Durante mais de um milénio e, pelo menos sete dinastias, devotos chineses exaltaram a sua crença religiosa com o legado de esculturas num estreito remoto do rio Amarelo. Quem desembarca no Desfiladeiro dos Mil Budas, pode não achar todas as esculturas mas encontra um santuário budista deslumbrante.
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Huang Shan, China

Huang Shan: as Montanhas Amarelas dos Picos Flutuantes

Os picos graníticos das montanhas amarelas e flutuantes de Huang Shan, de que brotam pinheiros acrobatas, surgem em ilustrações artísticas da China sem conta. O cenário real, além de remoto, permanece mais de 200 dias escondido acima das nuvens.
Dunhuang, China

Um Oásis na China das Areias

A milhares de quilómetros para oeste de Pequim, a Grande Muralha tem o seu extremo ocidental e a China é outra. Um inesperado salpicado de verde vegetal quebra a vastidão árida em redor. Anuncia Dunhuang, antigo entreposto crucial da Rota da Seda, hoje, uma cidade intrigante na base das maiores dunas da Ásia.
Dali, China

Flash Mob à Moda Chinesa

A hora está marcada e o lugar é conhecido. Quando a música começa a tocar, uma multidão segue a coreografia de forma harmoniosa até que o tempo se esgota e todos regressam às suas vidas.
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Grande Zimbabwe

Grande Zimbabué, Mistério sem Fim

Entre os séculos XI e XIV, povos Bantu ergueram aquela que se tornou a maior cidade medieval da África sub-saariana. De 1500 em diante, à passagem dos primeiros exploradores portugueses chegados de Moçambique, a cidade estava já em declínio. As suas ruínas que inspiraram o nome da actual nação zimbabweana encerram inúmeras questões por responder.  
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
Fish River Canyon, Namíbia

As Entranhas Namibianas de África

Quando nada o faz prever, uma vasta ravina fluvial esventra o extremo meridional da Namíbia. Com 160km de comprimento, 27km de largura e, a espaços, 550 metros de profundidade, o Fish River Canyon é o Grand Canyon de África. E um dos maiores desfiladeiros à face da Terra.
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Sirocco, Arabia, Helsinquia
Arquitectura & Design
Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
Aventura
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
Saida Ksar Ouled Soltane, festival dos ksour, tataouine, tunisia
Cerimónias e Festividades
Tataouine, Tunísia

Festival dos Ksour: Castelos de Areia que Não Desmoronam

Os ksour foram construídos como fortificações pelos berberes do Norte de África. Resistiram às invasões árabes e a séculos de erosão. O Festival dos Ksour presta-lhes, todos os anos, uma devida homenagem.
Moradoras conversam numa das entradas da grande mesquita de Zomba
Cidades
Zomba, Malawi

A Capital Colonial, Inaugural do Malawi

Os britânicos desenvolveram Zomba como capital dos seus territórios às margens do Lago Niassa. De 1964 a 1974, o Malawi independente estendeu-lhe o protagonismo. Com a despromoção para Lilongwe do ano seguinte, Zomba tornou-se uma cidade com arquitectura colonial prodigiosa e cenários deslumbrantes no sopé do planalto epónimo.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Cabine lotada
Cultura
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Twelve Apostles, Great Ocean Road, Victoria, Austrália
Em Viagem
Great Ocean Road, Austrália

Oceano Fora, pelo Grande Sul Australiano

Uma das evasões preferidas dos habitantes do estado australiano de Victoria, a via B100 desvenda um litoral sublime que o oceano moldou. Bastaram-nos uns quilómetros para percebermos porque foi baptizada de The Great Ocean Road.
Vanuatu, Cruzeiro em Wala
Étnico
Wala, Vanuatu

Cruzeiro à Vista, a Feira Assenta Arraiais

Em grande parte de Vanuatu, os dias de “bons selvagens” da população ficaram para trás. Em tempos incompreendido e negligenciado, o dinheiro ganhou valor. E quando os grandes navios com turistas chegam ao largo de Malekuka, os nativos concentram-se em Wala e em facturar.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Madu River: dono de um Fish SPA, com os pés dentro do viveiro de peixes-doutores
História
Rio e Lagoa Madu, Sri Lanka

No Curso do Budismo Cingalês

Por ter escondido e protegido um dente de Buda, uma ilha diminuta da lagoa da lagoa Madu recebeu um templo evocativo e é considerada sagrada. O Maduganga imenso em redor, por sua vez, tornou-se uma das zonas alagadas mais louvadas do Sri Lanka.
Africa Princess, Canhambaque, Bijagós, Guiné Bissau,
Ilhas
Cruzeiro Africa Princess, 1º Bijagós, Guiné Bissau

Rumo a Canhambaque, pela História da Guiné Bissau

O Africa Princess zarpa do porto de Bissau, estuário do rio Geba abaixo. Cumprimos uma primeira escala na ilha de Bolama. Da antiga capital, prosseguimos para o âmago do arquipélago das Bijagós.
Oulu Finlândia, Passagem do Tempo
Inverno Branco
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Natureza
Morondava, Avenida dos Baobás, Madagáscar

O Caminho Malgaxe para o Deslumbre

Saída do nada, uma colónia de embondeiros com 30 metros de altura e 800 anos ladeia uma secção da estrada argilosa e ocre paralela ao Canal de Moçambique e ao litoral piscatório de Morondava. Os nativos consideram estas árvores colossais as mães da sua floresta. Os viajantes veneram-nas como uma espécie de corredor iniciático.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Parques Naturais
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
A República Dominicana Balnear de Barahona, Balneário Los Patos
Património Mundial UNESCO
Barahona, República Dominicana

A República Dominicana Balnear de Barahona

Sábado após Sábado, o recanto sudoeste da República Dominicana entra em modo de descompressão. Aos poucos, as suas praias e lagoas sedutoras acolhem uma maré de gente eufórica que se entrega a um peculiar rumbear anfíbio.
Verificação da correspondência
Personagens
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Cabo Ledo Angola, moxixeiros
Praias
Cabo Ledo, Angola

O Cabo Ledo e a Baía do Regozijo

A apenas a 120km a sul de Luanda, vagas do Atlântico caprichosas e falésias coroadas de moxixeiros disputam a terra de musseque. Partilham a grande enseada forasteiros rendidos ao cenário e os angolanos residentes que o mar generoso há muito sustenta.
Motociclista no desfiladeiro de Sela, Arunachal Pradesh, Índia
Religião
Guwahati a Sela Pass, Índia

Viagem Mundana ao Desfiladeiro Sagrado de Sela

Durante 25 horas, percorremos a NH13, uma das mais elevadas e perigosas estradas indianas. Viajamos da bacia do rio Bramaputra aos Himalaias disputados da província de Arunachal Pradesh. Neste artigo, descrevemos-lhe o trecho até aos 4170 m de altitude do Sela Pass que nos apontou à cidade budista-tibetana de Tawang.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Sociedade
Tongatapu, Tonga

A Última Monarquia da Polinésia

Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e ao Havai nenhuma outra monarquia resistiu à chegada dos descobridores europeus e da modernidade. Para Tonga, durante várias décadas, o desafio foi resistir à monarquia.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Vida Selvagem
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.