Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe


Em manobras
Funcionários de uma estação do comboio FCE sobre a carruagem do velho comboio.
À espera da partida
Passageiros convivem numa carruagem de Primeira Classe do FCE, ainda antes da sua partida tardia de Fianarantsoa.
Ar condicionado malgaxe
Vários passageiros seguem às janelas das carruagens a refrescar-se e a apreciar a paisagem tropical do percurso.
Márcia & cia
Márcia e amigas à entrada da carruagem exclusiva dos vazahas, os passageiros turísticos não malgaxes, de outras partes do mundo.
Mercado sobre carris
Vendedores de beira de linha fornecem víveres aos passageiros do comboio Fianarantsoa - Côte Est
Transbordo em equilíbrio
Trabalhador encarrega-se de mudar sacas pesadas de um vagão para outro.
Crime e Castigo
Carteirista capturado pelos próprios utentes de uma estação segue algemado e vigiado pelos militares que protegem a carruagem normalmente ocupada por estrangeiros.
Mais fruta
Dióspiros: uma sugestão colorida e revigorante que, na época certa, se repete ao longo do percurso.
De um conforto que chegue
O interior de uma das carruagens de 1ª Classe que, de luxuosas, só têm a sugestão do nome.
Bananas ao sol
Uma das inúmeras vendedoras que aproveitam para aumentar os proveitos da família de cada vez que o FCE passa nas suas povoações.
A ver Madagáscar passar
Funcionário segue sobre a locomotiva do FCE, numa zona luxuriante do percurso.
Mais bananas
Jovem vendedora equilibra bananas enquanto percorre a composição não muito longa do comboio.
Mais uma paragem
Comboio detém-se numa zona escarpada do percurso.
O Celeiro de Madagáscar
Um dos muitos arrozais que preenche a zona de etnia merina de Madagáscar, como as de outras etnias.
Galinha fora
Passageiro faz desembarcar uma galinha pela saída mais fácil do TGV Malgaxe: a janela.
Petisco nocturno
Vendedores partilham uma ceia improvisada com o que sobrou das vendas do dia.
Destacamento Ferroviário
Um dos militares destacados para a "carruagem dos estrangeiros" aprecia a vista de arrozais típica das terras mais altas de Madagáscar.
Tabela de Preços
Os valores a pagar por cada trajecto e classe entre sub-trajectos da linha Fianarantsoa - Manakara.
Venda Nocturna
Chegada a noite, os vendedores recorrem a vela, candeeiros a petróleo e a lanternas. As vendas prosseguem.
Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.

Mais por uma questão de consciência que outro motivo qualquer, levantamo-nos antes das seis da manhã. Deixamos o hotel Cotsoyannis apontados para a estação amarela e vermelha de Fianarantsoa.

Depois de chegarmos, depressa se reforçam as suspeitas que nunca sairíamos a horas.

Mais e mais veículos largam viajantes intrigados pelo que os espera. Faltam quinze para as sete quando Lalah Randrianary, um guia nado e criado na cidade, nos acompanha à bilheteira repleta de gente.

Despedimo-nos dele apenas até ao fim do dia. Passamos os revisores e o torniquete para a primeira plataforma da gare que, é, em parte, limitada por uma pequena plantação urbana de cana-de-açúcar.

A composição, formada por carruagens de passageiros verdes com listas amarelas e por vagões de carga meio ferruginosos já lá aguarda. Falta o mais importante, a locomotiva.

A Disputa dos Velhos Assentos do TGV Malgaxe

Os passageiros malgaxes disputam a entrada a bordo como se fugissem de um maremoto.

Uma vez instalados, passam a sua bagagem através das janelas e, finda a tormenta, procuram a harmonia no paralelepípedo metálico abafado que lhes calhou ou entregam-se a despedidas, algumas mais comoventes que outras.

Vemos a locomotiva vermelha ao longe, em manobras ininteligíveis. Uma vez que tarda em se aproximar, entramos em modo de investigação. Percorremos a plataforma de uma extremidade para a outra com incursões esporádicas nas seguintes.

Uma placa gasta pelo tempo assinala o início das carruagens de 1ª classe.

Nestas, por mais apertados que venham a estar, os malgaxes têm lugar sentado. Outras, de segunda e conforto a condizer, são de tal forma desconsideradas que não merecem uma tabuleta que as identifique.

É suposto os vazahas (estranjas) como nós seguirem numa carruagem suprema, exclusiva, imaculada e cosmopolita. Antes de a eles nos juntarmos, metemos o nariz numa ou outra de 1ª Classe, o que deixa os passageiros malgaxes intrigados.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, passageiros

Passageiros convivem numa carruagem de Primeira Classe do FCE, ainda antes da sua partida tardia de Fianarantsoa.

“Será que para aqui vêm? Ou que raio querem daqui?” pensam para com os botões das suas melhores vestes de domingo enquanto nos examinam de alto a baixo.

Um apito indicia a aproximação da locomotiva.

Um Atraso Malgaxe e a Partida quase em Câmara Lenta

Ainda decorre um bom tempo até que, às 8h30, com uma hora e meia de atraso, o maquinista do Train FCE Fianarantsoa – Côte Est faz soar um outro silvo definitivo.

A composição, por fim motorizada, parte aos soluços.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, composição

Vários passageiros seguem às janelas das carruagens a refrescar-se e a apreciar a paisagem tropical do percurso.

Começa por se arrastar a uns 20 ou 30 kms/h pelos arredores incaracterísticos de Fianara.

Favorecem-na uma série de passagens de nível em que dezenas de transeuntes a caminho dos seus trabalhos e afazeres saúdam o comboio e os passageiros com entusiasmo.

Pouco depois, suscita a primeira inclinação dos passageiros para a esquerda da carruagem, quando um francês sexagenário, guia de vários outros, anuncia que estávamos a passar pela plantação e fazenda de chá Sahambavy, a única do país.

Os Merina e as Terras Malgaches Repletas de Arrozais que Dominam

A população de Madagáscar divide-se em dezoito etnias distintas. Uma das predominantes e influentes é a Merina do nosso guia Lalah. Os Merina ocuparam grande parte das terras altas e centrais da nação.

Ora, por mais improvável que pareça, crê-se que chegaram à grande ilha africana em enormes canoas, entre 200 a.C. e 500 d.C., vindos de ilhas da actual Indonésia, provavelmente das Sunda.

Com eles, trouxeram o hábito de plantar e consumir arroz e, hoje, Madagáscar é o maior arrozal de África.

Os seus socalcos encharcados e os camponeses que os cuidam como das próprias vidas surgem logo à saída de Fianara.

Acompanham os velhos carris da linha férrea FCE que se diz serem provenientes da Alsácia, tomados pelos franceses aos alemães com o desfecho da Primeira Guerra Mundial e montados de 1926 a 1930 por trabalhadores chineses.

Os arrozais pintam quase todo o percurso de um verde bem mais garrido e diáfano que o da floresta tropical.

Mas não só os arrozais que nos acompanham.

Também de verde, se bem que tropa, dois militares negros, imponentes e munidos de metralhadoras seguem sentados no varandim em frente às portas da carruagem, com a missão de proteger os preciosos passageiros forasteiros do que der e vier.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, militar

Um dos militares destacados para a “carruagem dos estrangeiros” aprecia a vista de arrozais típica das terras mais altas de Madagáscar.

A sua primeira intervenção não poderia revelar-se mais díspar. Uma das janelas do grupo de idosos francófonos é a única a não abrir.

Os quatro gauleses indignados que partilham o azar, fartam-se de tentar e recorrem à ajuda dos militares que pensam ser uma força mais bruta. Sem sucesso, para óbvio embaraço dos soldados de quem todos, incluindo eles próprios, esperavam melhor desempenho.

É pelas portas e janelas que os moradores das povoações e lugarejos porque passamos se fazem à composição e com ela interagem. No caso do TGV Malgaxe, pode-se esperar quase tudo.

Vendedores Ferroviários Malgaxes de Tudo um Pouco

Em Mahatsinjony, Tolongoina, Manampatrana, Sahasinaka, Ambila e outras com nomes igualmente extensos mas menor importância, ainda o comboio desacelera já um exército de vendedores de todas idades o disputa em corrida para oferecer as suas especialidades.

Madame, madame! Regardez, des kakis!“ apela uma rapariga que exibe um tabuleiro redondo repleto de dióspiros maduros.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, diospiros

Dióspiros: uma sugestão colorida e revigorante que, na época certa, se repete ao longo do percurso.

Missy, missy j’ai des bonnes samoussas!”. “Monsieur, monsieur pouvez-vous me passer les Eau Vive vides?”, roga um rapazote que recolhe garrafas de água vazias para mais tarde vender.

Por forma a evitar feiras demasiado caóticas e prejudiciais ao conforto dos passageiros, os funcionários do comboio e os militares proibiram há muito a entrada dos vendedores nas carruagens, ainda mais nas dos vazahas.

Os vendedores permanecem, assim, o mais tempo que podem a incentivá-los a comprar sob as janelas e nas suas imediações.

Mais bananas

Jovem vendedora equilibra bananas enquanto percorre a composição não muito longa do comboio.

Outros, por norma, crianças e jovens atrevidos, sobrem os degraus de acesso à nossa carruagem e ficam à entrada da porta centrada, num convívio comercial irrequieto mas gentil entre si e com os estrangeiros que conseguem cativar.

A patusca Márcia e os compinchas optaram por outros ramos de negócio.

A miúda instala-se de pé, com os seus grandes olhos que, mesmo debaixo de um chapéu de palha, irradiam simpatia e curiosidade enquanto perscrutam a carruagem em busca de oportunidades. “Stylo madame…Eau Vive.

Missy, des cadeaux…” e insiste até se dispersar enquanto os amigos e colegas de pedinchice entram e saem vezes sem conta de cena.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, Márcia & cia

Márcia e amigas à entrada da carruagem exclusiva dos vazahas, os passageiros turísticos não malgaxes, de outras partes do mundo.

A Carga que Sobrecarrega a Composição do TGV Malgaxe

O comboio deixou de cumprir o percurso numa base diária, como antes acontecia. Fá-lo, agora, apenas às terças e aos sábados. Por essa razão, a companhia que o explora procura lucrar o mais possível com o transporte de carga em cada viagem.

De cada vez que se detém numa nova estação ou apeadeiro, o velho FCE fá-lo por tempo indeterminado, enquanto trabalhadores de corpos secos de gorduras e suados carregam grandes sacas em equilíbrio,

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, carregadores

Trabalhador encarrega-se de mudar sacas pesadas de um vagão para outro.

Tentam domar longas verguinhas de ferro, despacham caixotes com tudo o que se pode imaginar e, claro está, enormes cachos de bananas e animais domésticos, imobilizados de improviso.

Quando voltamos a arrancar, nós e dezenas de outros passageiros adeptos do ar livre, regressamos ao curioso jogo com que antes nos entretínhamos. Mais que nos contemplarmos uns aos outros e aos cenários verdejantes, divertimo-nos a evitar o mato.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, selva

Funcionário segue sobre a locomotiva do FCE, numa zona luxuriante do percurso.

De ambos os lados da linha, a vegetação tropical cresce a uma velocidade quase superior à do comboio. Torna-se invasiva e agressiva.

Força-nos a recolher ao interior da carruagem, como acontece à entrada dos quarenta e oito túneis que se repetem como interlúdios de negrume naquela fascinante parada malgaxe de cor e de vida.

As Atracções que Surgem de Ambos os Lados da Linha

Um dos funcionários a bordo da composição atravessa a secção dos turistas e anuncia que estamos prestes a vislumbrar as cascatas de Mandriampotsy. Desta vez, todos os passageiros afluem para o lado direito o que vem a calhar. No oposto, o caminho de ferro espreita para um enorme precipício.

Não tarda, detemo-nos em Andrambovato. Uma paragem que contempla mais uma série de estranhas manobras da locomotiva e se estende para lá de toda e qualquer demora.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva

Funcionários de uma estação do comboio FCE sobre a carruagem do velho comboio.

Temos tempo de entrar no túnel que se seguia e de examinar a roupa colorida que secava entre dois pares de carris, à sua entrada.

O Convite para subirmos à Locomotiva do Maquinista Rakoto Germain

Metemos conversa com o maquinista que nos convida a subir a bordo da máquina e se apresenta com indisfarçável orgulho: “Vou-lhe escrever aqui o meu nome e morada. Veja, por favor, se me consegue mandar uma das fotos.

Sou o maquinista-instrutor Rakoto Germain e rabisca tudo como se estivesse a aperfeiçoar a sua caligrafia, nas costas de uma fatura que lhe passamos.

A vida em redor desta linha de comboio continua a provar-se prolífica.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, Mercado sobre carris

Vendedores de beira de linha fornecem víveres aos passageiros do comboio Fianarantsoa – Côte Est

Só do regresso da locomotiva à carruagem em que seguíamos testemunhamos dois outros eventos marcantes: junto da entrada da estação, uma dupla recém-casada faz-se fotografar numa produção ferroviária arrojada e iluminada por grandes focos que, assim aparenta, se havia tornado moda.

Em simultâneo, dez ou onze homens saídos da multidão entregam um carteirista acabado de capturar aos militares que connosco seguiam.

Estes, por sua vez, algemam-no ao gradeamento do varandim da carruagem.

Interrogam-no de uma forma que nos parece pedagógica, tendo em conta a humilhação popular a que é sujeito até ser desembarcado na próxima povoação dotada de cárcere, várias horas depois do delito.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, carteirista aprisionado

Carteirista capturado pelos próprios utentes de uma estação segue algemado e vigiado pelos militares que protegem a carruagem normalmente ocupada por estrangeiros.

A determinada altura, torna-se óbvio que o maquinista segue os carris mas perdeu por completo a preocupação com o horário.

Damos entrada em Mananpatrana, outra das povoações chave do percurso, reconhecível pelas palafitas empoleiradas de ambos os lados da linha.

São seis da tarde, a hora a que era suposto chegarmos ao destino final. A noite não tarda a cair e ainda estamos bem longe de Manakara mas o regresso à marcha está ainda mais demorado que em Andrambovato.

Por fim, encetamos o derradeiro trajecto em direcção à costa, logo interrompido por uma falha de energia que nos deixa mais de meia-hora entregues ao breu.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, 2ª classe

O interior de uma das carruagens de 1ª Classe que, de luxuosas, só têm a sugestão do nome.

Não é que o tivéssemos testemunhado mas, no último terço do percurso, o caminho-de-ferro deixa a floresta primária. Faz-se a uma sequência de colinas preenchidas por árvores do viajante.

Passa pela pequena aldeia de Mahabako e, logo, pela quase cidade de Fenomby.

Como nós, grande parte dos passageiros já se rendeu ao calor e ao cansaço e encostam as cabeças às janelas ou aos parceiros do lado caso tenham essa confiança.

Lá fora, os vendedores partilham ceias improvisadas, com o que sobrou das vendas do dia.

Outros, mantêm-se despertos ora incomodados ora fascinados com a invasão de insectos e pequenos répteis que a luz da carruagem e os galhos trespassantes da vegetação convidam a bordo.

Um pequeno camaleão, em particular aterra-nos mesmo à frente. Quando damos por ela, temos todos os passageiros da nossa carruagem despertos e inclinados sobre nós, determinados em admirar e fotografar a pobre criatura.

Aqui e ali, o comboio continua a deter-se. Do nosso assento, acompanhamos os movimentos dos vendedores e das crianças, agora pelos rastos difusos das suas vozes animadas e das suas velas, lanternas e candeeiros a petróleo.

Não temos grande ideia de onde estávamos, mas por volta das onze e meia, voltámos a submeter-nos à exaustão.

Perdemos inclusive o trecho excêntrico em que o comboio atravessa a pista do aeroporto de Manakara, na costa malgaxe oposta à de Morondava e da Avenida dos Baobás que já tínhamos também explorado.

Acordamos às três da manhã, já com o reboliço do FCE a entrar na estação terminal.

Um exército de mortos-vivos malgaxes e vazahas precipita-se para a saída desesperado por descanso e conforto.

Lalah volta a acolher-nos: “Desta vez, tiveram azar. É normal o comboio demorar, mas nove horas de atraso é realmente mau. Bom, têm duas sopas bem quentes no quarto. Amanhã às oito, o Canal dos Panglanes espera-vos.

Vai ser, no mínimo, a manhã toda de canoa!”

Morondava, Avenida dos Baobás, Madagáscar

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Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Cena natalícia, Shillong, Meghalaya, Índia
Religião
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Vulcão ijen, Escravos do Enxofre, Java, Indonesia
Sociedade
Vulcão Ijen, Indonésia

Os Escravos do Enxofre do Vulcão Ijen

Centenas de javaneses entregam-se ao vulcão Ijen onde são consumidos por gases venenosos e cargas que lhes deformam os ombros. Cada turno rende-lhes menos de 30€ mas todos agradecem o martírio.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Vida Quotidiana
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Maria Jacarés, Pantanal Brasil
Vida Selvagem
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.