Valletta, Malta

As Capitais Não se Medem aos Palmos


Arranha-céus maltês
Um dos vários prédios monumentais e pitorescos de Valletta.
Salto no conhecido
Duas amigas num momento balnear à entrada do Grand Harbour de Valletta.
A pequena grande Valletta
Valletta e a sua fachada de arenito virada ao Grand Harbour.
Dgħajsa em espera
Remador aguarda por passageiros num dos taxis aquáticos tradicionais do Grand Harbour.
Uma cidade bela e amarela
Casario de Valletta visto do terraço dos Upper Barrak gardens.
Pequeno negócio, muita fruta
Dono de uma frutaria orgulhoso pela atenção dedicada à sua diminuta frutaria.
G. Borg
Letreiro de um velho negócio em tempos operacional junto ao Vitoria Gate.
Marquises seculares
Rua tradicional de Valletta repleta das marquises de madeira típicas da cidade.
Casario do lado de lá
Outra perspectivas de casario de Valletta, este virado para o estuário de Marsamxett.
O suave Marsamxett
Um veleiro ondula no estuário de Marsamxett com a Catedral de São Paulo destacada da outra orla de casario de Valletta.
Por altura da sua fundação, a Ordem dos Cavaleiros Hospitalários apodou-a de "a mais humilde". Com o passar dos séculos, o título deixou de lhe servir. Em 2018, Valletta foi a Capital Europeia da Cultura mais exígua de sempre e uma das mais recheadas de história e deslumbrantes de que há memória.

É tudo menos fácil, para quem acaba de chegar, intuir a configuração excêntrica de Valletta.

Situada no extremo da península de Sceberras, no âmago de um vasto esteiro recortado, a capital maltesa ostenta duas longas marginais, qual delas a mais elegante e imponente.

Estávamos instalados em Il Gzira, no litoral do estuário de Marsamxett que encerra a Ilha Manoel, mesmo de frente para a catedral Anglicana de São Paulo. Do lado de lá do braço de mar, a sua gigantesca abóboda e o campanário da mesma altura impunham-se acima da linha amarelo-torrada do casario de arenito.

Tínhamos já visto imagens daquela outra frente da cidade na Internet, em livros e em postais. Mas, manhã após manhã, entrávamos no carro e seguíamos no sentido contrário. Passávamos a ilha Manoel e contornávamos a marina de iates de Msida.

Percorridos três ou quatro meandros sem nunca os percebermos com maior profundidade que a mera orientação emprestada pelo Google Maps, íamos dar ao outro lado da cidade, o elevado, dos Upper Barrack Gardens, ou, em alternativa, a ruas de Cospicua, uma das três cidades vizinhas de Valletta.

Valletta e a Vista das Suas Irmãs Maltesas

Do trio, Cospicua é a mais recolhida. Senglea e Birgu (Città Vittoriosa), cada qual numa península rival, rasgam o Grande Estuário e projectam as suas ruelas e marinas atafulhadas na direcção da capital.

Valletta tem 800 por 1000 metros, bem menos que os 7.09 km2 de São Marino e os 17.5km2 de Vaduz. Caso a eclesial Cidade do Vaticano seja – como deve ser – considerada um caso à parte, Valletta confirma-se, sem apelo, a mais ínfima das capitais europeias.

Quando nos embasbacamos com a beleza do panorama revelado pelos terraços dos Barrak Gardens, percebemos como a, ainda assim, grande cidade maltesa contempla, entre a benevolência e a indiferença, as suas irmãs mais “baixas”.

Casario de Valletta, Malta

Casario de Valletta visto do terraço dos Upper Barrak gardens

Ao invés, sempre que a admiramos da extremidade pontiaguda de Senglea, a partir do posto de vigia La Guardiola, ou das ameias do Forti Sant’ Anglu de Birgu, nós, como os moradores daqueles que são alguns dos bairros mais pitorescos à face da Terra, olhamos para cima e prestamos-lhe uma merecida vassalagem.

Os terraços do Bastião de São Pedro e São João ficam à pinha de visitantes na expectativa do meio-dia e dos disparos da Salutting Battery que, embora pareçam alvejar os ferries e cargueiros no Grand Harbour abaixo, se limitam a reconstituir o seu antigo uso cerimonial.

Por altura da qualificação de Valletta como Património Mundial, uma das muitas razões invocadas pela UNESCO foi o facto de “ser uma das áreas com maior concentração histórica do mundo”. Para gáudio dos forasteiros interessados no seu passado épico, tal constatação repete-se sem tréguas.

Uma Obra Majestosa dos Cavaleiros Hospitalários

Valletta surgiu às mãos dos Cavaleiros de São João, os Hospitalários, numa altura em que Malta integrava o vasto Império Espanhol.

Fundada, em Jerusalém, em 1070, para garantir auxílio dos peregrinos e cruzados doentes ou feridos nas batalhas, a Ordem de São João viu-se obrigada a retirar quando as forças muçulmanas tomaram a Terra Santa e a maior parte do Mediterrâneo Oriental. Sedeou-se em Chipre.

Mudou-se para Rodes. Em 1530, saturado dos danos provocados pela marinha otomana no Mediterrâneo, Carlos V tê-la-á incitado a instalar-se em Malta.

À chegada, os Cavaleiros Hospitalários desiludiram-se com a inospitalidade da ilha em que as estruturas de defesa eram inexistentes e os próprios habitantes os rejeitavam. Estavam, no entanto, habituados a desafios. Liderados pelo gaulês Jean Parisot de Valette, dedicaram-se a fortificar as entradas para o Grand Harbour e para o actual estuário de Marsamxett.

Grand Harbour de Valletta, Malta

Valletta e a sua fachada de arenito virada ao Grand Harbour

Em boa hora. Apenas trinta e cinco anos depois, já apoiados pelos habitantes malteses, resistiram durante quatro meses ao Grande Cerco imposto pelos Otomanos e proclamaram a sua primeira vitória. De recém-chegados algo ressentidos, os Hospitalários passaram a ser vistos como salvadores da Europa.

Estimulados, embrenharam-se na construção da primeira cidade planeada na íntegra do Velho Mundo, entretanto baptizada em honra do Grão-Mestre Valette, o herói do fracassado cerco.

Em Honra de Jean Parisot de Valette

Valette pediu auxílio a reis e príncipes da Europa. O Papa Pio V enviou-lhe Francesco Laparelli, o seu arquitecto militar. Filipe II de Espanha contribuiu com um significativo apoio financeiro.

Cerca de 8000 escravos e artesãos trabalharam a península de Sceberras. Apararam-lhe as encostas e alisaram o cimo. Delinearam uma grelha geométrica que viria a acolher prédios altos que bastasse para fazerem sombra às ruas, construídas rectas e amplas para permitirem que as brisas marinhas refrescassem o longo Verão mediterrânico.

Tal como os admiramos até à exaustão, até os prédios mais modernos nos parecem seculares. Alguns têm quatro, cinco e até seis andares assentes em bases que fazem de ruelas elevadas. Ao nível do verdadeiro solo, alojam garagens ou arrecadações individualizadas com portões coloridos.

Um pouco por toda a Valletta mas não só, em cada andar dos prédios mais genuínos coexistem mini-marquises tão ou mais peculiares. Em certas ruas, formam um delicioso sortido de varandins de madeira encaixotados.

Marquises tradicionais de Valletta, Malta

Rua tradicional de Valletta repleta das marquises de madeira típicas da cidade

Exploramos a zona interior da península, a começar em Floriana, outra pequena urbe às portas da capital. Triq (rua) após triq, confrontamo-nos com a Fonte Tritão e atravessamos o Portal da Cidade. Como consequência de sucessivas tentativas de conquista e de ataques, aquela era já a quinta entrada ali erguida.

Dela se encarregou, em 2011, o arquitecto italiano Renzo Piano que desenhou ainda o edifício do Parlamento Nacional e a conversão das ruínas da Ópera Real num teatro ao ar livre.

Dali até ao limite nordeste estabelecido pelo Forte St Elmo e pelos Bastiões de Abrecrombie, Ball e São Gregório, a rede urbana de Valletta desenrola-se em volta das suas maiores triqs e misrahs (praças) que acolhem os jardins e os cafés e esplanadas mais caros da nação.

Uma Pequena Capital à Pinha

Este desafogo não chega a todo o lado. Nas suas vertentes e orlas, Valletta e, ainda mais, as cidades vizinhas apertam-se de tal maneira que os condóminos criam esquemas engenhosos de turnos e segundas e terceiras filas para assim estacionarem os seus pequenos carros.

Eternizam, desta forma, uma das maiores densidades populacionais do Planeta. Mesmo conscientes desse e de tantos outros prodígios, os modestos malteses chamam a Valletta “Il-Belt”, “A Cidade”. A própria nomenclatura conflituosa da capital prova-se sintomática da sua magnificência histórica.

Um dos prédios mais altos de Valletta, Malta

Um dos vários prédios monumentais e pitorescos de Valletta.

Na génese, os Cavaleiros Hospitalários intitularam-na “Humilissima Civita Valletta”. Os anos fluíram. Malta, Valletta em particular, fizeram parte da república francesa de 1798 a 1800, após – mesmo conhecendo a neutralidade da ilha – Napoleão ter ordenado a sua invasão.

Pouco depois, os malteses, os Britânicos – apoiados por tropas portuguesas e, mais tarde sicilianas e napolitanas – sujeitaram os invasores a uma fome desesperada e à rendição. Daí, até 1813, Malta tornou-se um Protectorado Britânico e, logo, uma das muitas colónias de Sua Majestade.

Essa era anglófona continua estampada no arquipélago: o inglês é a segunda língua, a condução faz-se pela esquerda, as cabines telefónicas e caixas de correio são vermelhas e, a mais solene de todas, o Victoria Gate de Valletta, erguido em honra da rainha Victoria e que serve de principal entrada na cidade a quem ascende da margem do Grand Harbour.

Nos mais de quatrocentos anos que decorreram desde a fundação até 1964, quando Malta proclamou a sua independência, a reputação de Valletta reforçou-se. A cidade foi dotada de mais e mais fortificações, catedrais e igrejas, palácios barrocos, jardins e lares senhoriais distintos.

Letreiro de uma velha loja de Valletta, Malta

Letreiro de um velho negócio em tempos operacional junto ao Vitoria Gate.

A menos de metade desses quatro séculos, o apodo de humildade atribuído pelos Hospitalários já não lhe servia. As Casas Reais da Europa tinham-se rendido à sua pompa e esplendor. Tratavam-na por Superbissima (A Mais Orgulhosa).

46 Grãos-Mestres, dos quais Três Portugueses

Do pioneiro francês Jean Parisot Valette até aos dias de hoje, quarenta e seis Grão-Mestres de distintas nacionalidades, dos Cavaleiros Hospitalários e da Ordem Soberana Militar de Malta contribuíram para esta evolução. Três deles foram portugueses. O primeiro, Luís Mendes de Vasconcellos, exerceu apenas seis meses.

António Manoel de Vilhena e Manuel Pinto da Fonseca tiveram no cargo bastante tempo. Deixaram em Valletta as suas marcas.

O ilhéu e o forte porque passávamos todas as manhãs vindos de Il Gzira tinham o nome do segundo. Foi Manoel de Vilhena quem financiou a construção do forte na ilha, na sua altura apenas chamada de Isolotto.

O forte ficou completo em 1733. Seria usado até ao século XX, como um dos muitos acrescentos vitais às defesas de Malta e de Gozo assegurados pelo Grão-Mestre português. Mas um seu outro legado, dá ainda mais vida a Valletta.

Descemos a Triq it-Teatru l-Antik e espreitamos o aconchegante (apenas 623 lugares sentados) Teatro Manoel, inaugurado, em 1732, enquanto Teatro Pubblico. Encanta-nos constatar como resistiu aos séculos – e aos bombardeamentos da 2ª Guerra Mundial – e é considerado o terceiro teatro em funcionamento mais antigo da Europa e o ancião da Commonwealth.

Depois de muito calcorrear a Valletta alisada do cimo da península de Sceberras, descemos à Waterfront, uma zona de lazer repleta de esplanadas sobre o Grand Harbour em que atracam enormes cruzeiros.

A Obra Onerosa de Manuel Pinto da Fonseca

Esta secção da Marina de Valleta foi desenvolvida a partir de 1752, pelo Grão-Mestre português que se seguiu. Nascido em Lamego, Manuel Pinto de Fonseca lá mandou erguer uma igreja e dezanove armazéns e lojas agora ocupados por bares, restaurantes e outlets, mais conhecidos por Pinto Stores.

Em sincronia com o que se passava no Império Português, no Espanhol e em França, Pinto da Fonseca expulsou os Jesuítas de Malta. Confiscou as suas propriedades e converteu-as numa Pubblica Università di Studi Generali, hoje, a Universidade de Malta.

Várias destas suas medidas radicais e a vida que levava na ilha – tão faustosa que gerava inveja nas mais nobres famílias – granjearam-lhe um bom número de inimigos. O facto de ter conduzido a Ordem dos Cavaleiros Hospitalários à bancarrota só aumentou a lista. Pinto faleceu em 1773 com a idade avançada de 91 anos.

Veleiro no estuário de Marsamxett, Valletta, Malta

um veleiro ondula no estuário de Marsamxett com a Catedral de São Paulo destacada da outra orla de casario de Valletta

Tem repouso eterno onde jazem os mais relevantes Grão-Mestres Hospitalários e de Malta, a Co-Catedral de São João. Quem, como nós, se rendeu à pequena mas soberba Valletta sabe que é tanta a sua virtude que lhe assenta bem alguma mácula.

Mais informação sobre Valletta na página respectiva da UNESCO.

Amesterdão, Holanda

De Canal em Canal, numa Holanda Surreal

Liberal no que a drogas e sexo diz respeito, Amesterdão acolhe uma multidão de forasteiros. Entre canais, bicicletas, coffee shops e montras de bordéis, procuramos, em vão, pelo seu lado mais pacato.
Senglea, Malta

A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
Jerusalém, Israel

Mais Perto de Deus

Três mil anos de uma história tão mística quanto atribulada ganham vida em Jerusalém. Venerada por cristãos, judeus e muçulmanos, esta cidade irradia controvérsias mas atrai crentes de todo o Mundo.
Perth, Austrália

A Cidade Solitária

A mais 2000km de uma congénere digna desse nome, Perth é considerada a urbe mais remota à face da Terra. Apesar de isolados entre o Índico e o vasto Outback, são poucos os habitantes que se queixam.
Cartagena de Índias, Colômbia

A Cidade Apetecida

Muitos tesouros passaram por Cartagena antes da entrega à Coroa espanhola - mais que os piratas que os tentaram saquear. Hoje, as muralhas protegem uma cidade majestosa sempre pronta a "rumbear".
Singapura

A Ilha do Sucesso e da Monotonia

Habituada a planear e a vencer, Singapura seduz e recruta gente ambiciosa de todo o mundo. Ao mesmo tempo, parece aborrecer de morte alguns dos seus habitantes mais criativos.
Ushuaia, Argentina

A Última das Cidades Austrais

A capital da Terra do Fogo marca o limiar austral da civilização. De Ushuaia partem inúmeras incursões ao continente gelado. Nenhuma destas aventuras de toca e foge se compara à da vida na cidade final.
Oslo, Noruega

Uma Capital (sobre) Capitalizada

Um dos problemas da Noruega tem sido decidir como investir os milhares milhões de euros do seu fundo soberano recordista. Mas nem os recursos desmedidos salvam Oslo das suas incoerências sociais.
Gozo, Malta

Dias Mediterrânicos de Puro Gozo

A ilha de Gozo tem um terço do tamanho de Malta mas apenas trinta dos trezentos mil habitantes da pequena nação. Em duo com o recreio balnear de Comino, abriga uma versão mais terra-a-terra e serena da sempre peculiar vida maltesa.
Mdina, Malta

A Cidade Silenciosa e Notável de Malta

Mdina foi capital de Malta até 1530. Mesmo depois de os Cavaleiros Hospitalários a terem despromovido, foi atacada e fortificou-se a condizer. Hoje, é a costeira e sobranceira Valletta que conduz os destinos da ilha. A Mdina coube a tranquilidade da sua monumentalidade.
Rabat, Malta

Um ex-Subúrbio no Âmago de Malta

Se Mdina se fez a capital nobiliárquica da ilha, os Cavaleiros Hospitalários decidiram sacrificar a fortificação da actual Rabat. A cidade fora das muralhas expandiu-se. Subsiste como um contraponto popular e rural do agora museu-vivo de Mdina.
Birgu, Malta

À Conquista da Cidade Vittoriosa

Vittoriosa é a mais antiga das Três Cidades de Malta, quartel-general dos Cavaleiros Hospitalários e, de 1530 a 1571, a sua capital. A resistência que ofereceu aos Otomanos no Grande Cerco de Malta manteve a ilha cristã. Mesmo se, mais tarde, Valletta lhe tomou o protagonismo administrativo e político, a velha Birgu resplandece de glória histórica.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Thorong La, Circuito Annapurna, Nepal, foto para a posteridade
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Arquitectura & Design
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Aventura
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Parada e Pompa
Cerimónias e Festividades
São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
Telhados cinza, Lijiang, Yunnan, China
Cidades
Lijiang, China

Uma Cidade Cinzenta mas Pouco

Visto ao longe, o seu casario vasto é lúgubre mas as calçadas e canais seculares de Lijiang revelam-se mais folclóricos que nunca. Em tempos, esta cidade resplandeceu como a capital grandiosa do povo Naxi. Hoje, tomam-na de assalto enchentes de visitantes chineses que disputam o quase parque temático em que se tornou.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Kigurumi Satoko, Templo Hachiman, Ogimashi, Japão
Cultura
Ogimashi, Japão

Um Japão Histórico-Virtual

Higurashi no Naku Koro ni” foi uma série de animação nipónica e jogo de computador com enorme sucesso. Em Ogimashi, aldeia de Shirakawa-Go, convivemos com um grupo de kigurumis das suas personagens.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Pórtico de entrada em Ellikkalla, Uzbequistão
Em Viagem
Usbequistão

Viagem Pelo Pseudo-Alcatrão do Usbequistão

Os séculos passaram. As velhas e degradadas estradas soviéticas sulcam os desertos e oásis antes atravessados pelas caravanas da Rota da Seda. Sujeitos ao seu jugo durante uma semana, vivemos cada paragem e incursão nos lugares e cenários usbeques como recompensas rodoviárias históricas.
Étnico
São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Selfie, Muralha da china, Badaling, China
História
Badaling, China

A Invasão Chinesa da Muralha da China

Com a chegada dos dias quentes, hordas de visitantes Han apoderam-se da Muralha da China, a maior estrutura criada pelo homem. Recuam à era das dinastias imperiais e celebram o protagonismo recém-conquistado pela nação.
Salto para a frente, Naghol de Pentecostes, Bungee Jumping, Vanuatu
Ilhas
Pentecostes, Vanuatu

Naghol de Pentecostes: Bungee Jumping para Homens a Sério

Em 1995, o povo de Pentecostes ameaçou processar as empresas de desportos radicais por lhes terem roubado o ritual Naghol. Em termos de audácia, a imitação elástica fica muito aquém do original.
Oulu Finlândia, Passagem do Tempo
Inverno Branco
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Baie d'Oro, Île des Pins, Nova Caledonia
Literatura
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Efate, Vanuatu, transbordo para o "Congoola/Lady of the Seas"
Natureza
Efate, Vanuatu

A Ilha que Sobreviveu a “Survivor”

Grande parte de Vanuatu vive num abençoado estado pós-selvagem. Talvez por isso, reality shows em que competem aspirantes a Robinson Crusoes instalaram-se uns atrás dos outros na sua ilha mais acessível e notória. Já algo atordoada pelo fenómeno do turismo convencional, Efate também teve que lhes resistir.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Parques Naturais
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.
Visitante, Michaelmas Cay, Grande Barreira de Recife, Australia
Património Mundial UNESCO
Michaelmas Cay, Austrália

A Milhas do Natal (parte I)

Na Austrália, vivemos o mais incaracterístico dos 24os de Dezembro. Zarpamos para o Mar de Coral e desembarcamos num ilhéu idílico que partilhamos com gaivinas-de-bico-laranja e outras aves.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Personagens
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Santa Marta, Tayrona, Simón Bolivar, Ecohabs do Parque Nacional Tayrona
Praias
Santa Marta e PN Tayrona, Colômbia

O Paraíso de que Partiu Simón Bolívar

Às portas do PN Tayrona, Santa Marta é a cidade hispânica habitada em contínuo mais antiga da Colômbia.  Nela, Simón Bolívar, começou a tornar-se a única figura do continente quase tão reverenciada como Jesus Cristo e a Virgem Maria.
Camboja, Angkor, Ta Phrom
Religião
Ho Chi-Minh a Angkor, Camboja

O Tortuoso Caminho para Angkor

Do Vietname em diante, as estradas cambojanas desfeitas e os campos de minas remetem-nos para os anos do terror Khmer Vermelho. Sobrevivemos e somos recompensados com a visão do maior templo religioso
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Cabine lotada
Sociedade
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Vida Quotidiana
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Vida Selvagem
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.