Santa Cruz de La Palma, Canárias

A Viagem na História de Santa Cruz de La Palma


Arcadas do Ayuntamento
Arcadas seculares na base do edifício do Ayuntamento de Santa Cruz de La Palma.
Beco Arcado
Beco que conduz ao âmago da Plaza de España.
Bouganvillea Exuberante
Sebe de Bouganvilleas resplandece entre um muro branco e um balcón de Santa Cruz.
Calle Real de Santa Cruz
Fachadas dos edifícios que delimitam a Calle Real, na iminência da Plaza de España.
Campanário da Igreja de San Salvador
A torre de pedra vulcânica da Igreja de San Salvador, num extremo da Plaza de España.
Grande Balcon
Palmeira reforça o visual tropical de um dos muitos recantos de Santa Cruz de la Palma.
Castillo Santa Catalina
A fachada traseira do Castillo de Santa Catalina, virada ao oceano Atlântico.
Frente do Castillo de Santa Catalina
A frente fortificada com fosso do Castillo de Santa Catalina.
Músicos
Estátua Divino homenageia músicos de Santa Cruz de La Palma.
Iglésia Santo Domingo
Ciclista treina acrobacias no largo da Iglésia de Santo Domingo
A Plaza de España
A estátua de Manuel Díaz no centro da Plaza de España de Santa Cruz de La Palma.
Varandas Avenida Marítima
Moradoras conversam em dois planos da Avenida Marítima e dos seus balcones.
Santa Cruz de La Palma
Painel de entrada em Santa Cruz de la Palma, decorado com os famosos Enanos da cidade.
Balcón Frondoso
Vegetação diversa pende de uma das varandas tradicionais da Avenida Marítima de Santa Cruz de La Palma.
Nau “Santa Maria” clonada
Miúdo ciclista pratica em frente a réplica da nau "Santa Maria", a original comandada por Cristóvão Colombo.
Começou como mera Villa del Apurón. Chegado o séc. XVI, a povoação não só tinha ultrapassado as suas dificuldades como era já a terceira cidade portuária da Europa. Herdeira dessa abençoada prosperidade, Santa Cruz de La Palma tornou-se uma das capitais mais elegantes das Canárias.

Com o fim da tarde, encerradas as obrigações laborais do dia, uma multidão de santacruceros aflui à Avenida Marítima.

Ali, apenas com o areal negro a separá-los do embalo do Atlântico, descomprimem da rotina, entregues a caminhadas e corridas sôfregas e a conversas animadas. Do lado oposto da estrada, desenrolam-se outras cavaqueiras menos ofegantes.

Com o passar dos anos, Santa Cruz teve que fazer cedências arquitectónicas à modernidade.

Quando admiramos as primeiras linhas do casario de cima do muro da marginal, reparamos na exuberância das suas varandas de madeira lavrada, várias, adornadas por flores, plantas e trepadeiras.

De uma delas, menos vegetal, uma moradora cavaqueira com uma amiga que a acompanha de cabeça inclinada. Debatem uma qualquer combinação confusa.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, Varandas Avenida Marítima

Moradoras conversam em dois planos da Avenida Marítima e dos seus balcones.

A dona da casa atira uma chave para baixo. Logo, um envelope. Ambas repetem os “vale, vale” de aprovação típicos do castelhano, tudo isto sob supervisão de um grupo de idosos em convívio numa mesa de esplanada próxima.

Reparamos numa varanda ao lado. Alojava uma vegetação tão farta que só tinha a descoberto a parte superior da estrutura. Dela pendiam quase florestas de plantas distintas.

Farfalhudas e exuberantes à laia das barbas dos conquistadores que partiram da Ibéria para o mundo.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, Vegetação de Varanda da Av. Marítima

Vegetação diversa pende de uma das varandas tradicionais da Avenida Marítima de Santa Cruz de La Palma.

Apesar de as outras ilhas terem a sua própria abundância e diversidade de edifícios coloniais, o conjunto de varandas que apreciávamos é considerado o mais prodigioso das Canárias.

Lado a lado, num curto trecho da avenida, surgem agrupados com diversos visuais, com destaque para os balcones dobles, diz-se que inspirados nas varandas e adufas tradicionais portuguesas.

Em Santa Cruz de La Palma, o emprego de tipologias e soluções lusitanas está por toda a parte. O âmago histórico da povoação, desenvolvida em redor de La Alameda, seguiu o padrão tido como português: linear e ajustado aos recortes da costa.

As varandas, em particular, foram adaptadas como solução de refrigeração para os dias mais quentes, numa beira-mar em que que os proprietários podiam contar com as brisas dos Alísios, ali provindos do quadrante norte.

Malgrado a beleza e a fama que conquistaram, eram consideradas estruturas secundárias dos lares. As frentes dos prédios respectivos ainda dão para a rua primordial da cidade, dividida entre Calle O’Daly e Calle Pérez de Brito.

Na origem das origens, anterior à predecessora Villa del Apurón, aquelas traseiras das casas tinham o mar por debaixo.

Abrigavam compartimentos de retretes, munidas de orifícios que permitiam o escoamento directo para a antiga zona de rebentação do Atlântico.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, prédio com varandas

Prédio com varandas tradicionais repletas de plantas, antes sobre o limiar do oceano Atlântico.

A Origem Colonial da Villa del Apurón

O lugarejo predecessor da cidade foi fundado, em 1493, por Alonso Fernández de Lugo, um conquistador nomeado adelantado.

Aquando da chegada dos navegadores europeus, as Canárias permaneciam sob controle dos indígenas Guanches, divididos em subgrupos aguerridos que defendiam La Palma e as outras ilhas Canárias. Ora, os Guanches resistiram aos invasores europeus durante todo o século XV.

Alonso Fernández de Lugo liderou as forças castelhanas em várias das batalhas cruciais contra eles travadas, sobretudo em Tenerife.

Numa delas, a Primeira Batalha de Acentejo (1494), foi um de apenas cinco sobreviventes. Por essa altura, a resistência dos guanches Benahoritas da vizinha do norte, La Palma, estava já dominada.

O realengo erguido por de Lugo ocupou um reduto do litoral à época conhecido por Tedote, uma das divisões da ilha estabelecidas pelos Benahoritas.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, Tedote

Zona do litoral da ilha de La Palma a que os nativos Benahoritas chamavam de Tedote.

Em 1542, já governado pelo sobrinho de De Lugo, passou a Villa del Apurón. Este baptismo terá resultado das agruras vividas pelos castelhanos em combate contra os Benahoritas.

Em virtude de a fundação da povoação se ter dado no dia hispânico da Invención de la Santa Cruz, Villa del Apurón coexistiu e alternou nos escritos e registos com Villa de Santa Cruz.

A Arquitectura e o Urbanismo Nobres de Santa Cruz de La Palma

Sem surpresa, por influência clerical, este último nome sobrepôs-se. Santa Cruz popularizou-se na história como Muy Noble y Leal Ciudad de Santa Cruz.

Quando a visitamos, o título e o nome vigoram. Santa Cruz é, agora, uma das capitais de ilha resplandecentes das Canárias.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, enanos

Painel de entrada em Santa Cruz de la Palma, decorado com os famosos Enanos da cidade.

Continuamos a descobri-la.

Da Avenida Marítima, internamo-nos na grelha urbana que o relevo de La Palma fez menos geométrico que noutras paragens.

A ruela estreita e sombria em que nos metemos, revela-nos o fosso e pórtico do Real Castillo de Santa Catalina, com a sua frente de costas voltadas para o Atlântico, um bom-senso militar que terá poupado muitas vidas.

Mesmo se a fortaleza resultou de um típico contexto de “casa assaltada, trancas à porta”.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, castillo Santa Catalina

A frente fortificada com fosso do Castillo de Santa Catalina.

A edificação do castelo teve início em 1554, no ano a seguir à invasão e saque liderados pelo pirata normando François Le Clerc, mais conhecido por Perna de Pau, nem que fosse porque realmente a tinha.

Umas dezenas de metros acima, entre palmeiras, damos entrada na Plaza de La Alameda.

Subsistem, por ali, mais alguns exemplares de fachadas e janelas históricas que nos remetem para o norte de Portugal. O próprio coreto no cerne da praceta é tanto canário e espanhol como podia ser português.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, fachada La Alameda

Palmeira recorta a fachada pastel de uma casa de La Alameda de Santa Cruz.

A Homenagem de Santa Cruz de La Palma aos Marinheiros das Canárias

No extremo oposto do jardim, encontramos, em doca seca, uma réplica da caravela “Santa Maria”, uma das três que Cristóvão Colombo comandou em busca da rota ocidental para as Índias.

A sua pequena frota zarpou de Palos de La Frontera, Huelva, em 3 de Agosto de 1492. Seis dias depois, atingiu as Canárias.

Colombo encarregou-se de reforçar as embarcações para o desconhecido que o esperava. Tratou também de recrutar marinheiros canários, famosos na Europa por terem o melhor conhecimento dos mares e por serem destemidos.

A 5 de Setembro, por fim, Colombo partiu rumo ao que pensava ser a Ásia. Sem saber como, descobriu as Américas para o Velho Mundo.

A réplica da “Santa Maria”, hoje transformada em Museu Naval Barco de La Virgen, foi construída junto ao Barranco de las Nieves de La Palma, como elemento fulcral das Festas Lustrales de la Bajada de la Virgen.

Malgrado o propósito religioso original, celebra a descoberta das Américas, a tradição marinheira de Santa Cruz e a participação dos marinheiros das Canárias na expedição de Colombo.

Calle Real e Plaza de España, o Âmago Majestoso de Santa Cruz de la Palma

No momento em que a admiramos, dois jovens ciclistas-acrobatas entretêm-se com voltas terrestres e terrenas no largo em frente. Levam o seu treino tão a sério que pedalam e saltam enfiados em capacetes dos completos, todos fechados.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, réplica da Nau Santa Maria

Miúdo ciclista pratica em frente a réplica da nau “Santa Maria”, a original comandada por Cristóvão Colombo.

Atraíam-nos, sobretudo, os largos dotados de escadarias, uma combinação abundante na histórica e inclinada Santa Cruz. Haveríamos de nos cruzar com o duo mais uma série de vezes.

O seguinte encontro deu-se nos domínios da Calle Real e da Plaza de España, lugar do Ayuntamiento da cidade, aclamado como o conjunto renascentista mais impressionante das Canárias.

Mesmo conhecedores da proibição, os miúdos ensaiaram, ali, alguns movimentos. Até que um polícia de passagem se encarrega de os expulsar. E de devolver a tranquilidade ao cenário secular.

Há muito que a Plaza de España mantém, na cidade, uma função dupla, com fronteiras difusas.

Delimitam-na a fachada e o campanário da Igreja de São Salvador, (ambos góticos) uma série de casas senhoriais e as Casas Consistoriais, da municipalidade.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, Plaza de España

A estátua de Manuel Díaz no centro da Plaza de España de Santa Cruz de La Palma.

No centro do conjunto destaca-se a estátua de Manuel Díaz, um padre, político, educador e homem de cultura proeminente, em Santa Cruz, na primeira metade do século XIX.

Do lado oposto à igreja, sob o olhar inquisitório de Manuel Díaz, as arcadas debaixo do Ayuntamento são garantia de sombra e abrigo para a chuva.

Lá vemos sentados moradores idosos, a recuperarem o fôlego das suas caminhadas às compras.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, arcadas Ayuntamento

Arcadas seculares na base do edifício do Ayuntamento de Santa Cruz de La Palma.

Outros núcleos arquitectónicos prodigiosos, mesmo se não tão imponentes que o da Plaza de España, contribuem para fazer de Santa Cruz a cidade reverenciada das Canárias que é.

Cada vez mais encantados, sentimo-nos na obrigação de perceber como tinha uma povoação do arquipélago, tão distante de Sevilha e de outras grandes cidades espanholas, conseguido tais atributos.

Do Realengo de Fernández de Lugo à Cidade Portuária da Europa

Pois, ditou o clima subtropical e o destino que, numa altura em que ainda era novidade, a cana-de-açúcar crescesse em abundância em La Palma.

De tal forma prolífica que o porto da cidade a exportava em grandes quantidades.

Mais tarde também vinho e até seda.

Cinco anos decorridos após a destruição às mãos de François Le Clerc, Felipe II (I de Portugal) decretou a criação do primeiro Juzgado de Índias.

Escolheu Santa Cruz de La Palma por, não obstante os danos causados pelos corsários, a cidade se ter voltado a provar a mais comercial das Canárias.

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, Calle Real

Fachadas dos edifícios que delimitam a Calle Real, na iminência da Plaza de España.

De então em diante, qualquer embarcação espanhola com propósitos mercantis, deveria registar-se no Juzgado de Índias antes de partir para as Américas.

Como pretendido pelo rei, o influxo dos comerciantes, as ininterruptas transações com as colónias americanas e o norte da Europa substanciou a prosperidade de Santa Cruz.

No século XVI, tanto em número de barcos como de actividade comercial, o porto da cidade só ficava atrás dos de Sevilha e de Antuérpia.

A Elegância Histórica que Perdura

Na actualidade, finda há muito a era imperial de Espanha, Santa Cruz de La Palma conserva uma importância regional incontornável.

O porto da cidade assegura o transporte de pessoas e bens com as restantes Canárias e o sul de Espanha.

Mesmo assim, Santa Cruz de La Palma viu-se ultrapassada em população pelo município produtor de bananas de Los Llanos de Aridane.

No que diz respeito a elegância histórica e arquitectónica, continua sem rival.

La Palma, Canárias

A Isla Bonita das Canárias

Em 1986, Madonna Louise Ciccone lançou um êxito que popularizou a atracção exercida por uma isla imaginária. Ambergris Caye, no Belize, colheu proveitos. Do lado de cá do Atlântico, há muito que os palmeros assim veem a sua real e deslumbrante Canária.
Fuerteventura, Ilhas Canárias, Espanha

A (a) Ventura Atlântica de Fuerteventura

Os romanos conheciam as Canárias como as ilhas afortunadas. Fuerteventura, preserva vários dos atributos de então. As suas praias perfeitas para o windsurf e o kite-surf ou só para banhos justificam sucessivas “invasões” dos povos do norte ávidos de sol. No interior vulcânico e rugoso resiste o bastião das culturas indígenas e coloniais da ilha. Começamos a desvendá-la pelo seu longilíneo sul.
El Hierro, Canárias

A Orla Vulcânica das Canárias e do Velho Mundo

Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.
La Graciosa, Ilhas Canárias

A Mais Graciosa das Ilhas Canárias

Até 2018, a menor das Canárias habitadas não contava para o arquipélago. Desembarcados em La Graciosa, desvendamos o encanto insular da agora oitava ilha.
PN Timanfaya, Lanzarote, Canárias

PN Timanfaya e as Montanhas de Fogo de Lanzarote

Entre 1730 e 1736, do nada, dezenas de vulcões de Lanzarote entraram em sucessivas erupções. A quantidade massiva de lava que libertaram soterrou várias povoações e forçou quase metade dos habitantes a emigrar. O legado deste cataclismo é o cenário marciano actual do exuberante PN Timanfaya.
Tenerife, Canárias

O Vulcão que Assombra o Atlântico

Com 3718m, El Teide é o tecto das Canárias e de Espanha. Não só. Se medido a partir do fundo do oceano (7500 m), só duas montanhas são mais pronunciadas. Os nativos guanches consideravam-no a morada de Guayota, o seu diabo. Quem viaja a Tenerife, sabe que o velho Teide está em todo o lado.
Tenerife, Canárias

Pelo Leste da Ilha da Montanha Branca

A quase triangular Tenerife tem o centro dominado pelo majestoso vulcão Teide. Na sua extremidade oriental, há um outro domínio rugoso, mesmo assim, lugar da capital da ilha e de outras povoações incontornáveis, de bosques misteriosos e de incríveis litorais abruptos.
Vegueta, Gran Canária, Canárias

Às Voltas pelo Âmago das Canárias Reais

O velho e majestoso bairro Vegueta de Las Palmas destaca-se na longa e complexa hispanização das Canárias. Findo um longo período de expedições senhoriais, lá teve início a derradeira conquista da Gran Canária e das restantes ilhas do arquipélago, sob comando dos monarcas de Castela e Aragão.
Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

A Ponta Leste, algo Extraterrestre da Madeira

Inóspita, de tons ocres e de terra crua, a Ponta de São Lourenço surge, com frequência, como a primeira vista da Madeira. Quando a percorremos, deslumbramo-nos, sobretudo, com o que a mais tropical das ilhas portuguesas não é.
Paul do Mar a Ponta do Pargo a Achadas da Cruz, Madeira, Portugal

À Descoberta da Finisterra Madeirense

Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
La Palma, CanáriasEspanha

O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer

A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.
Fuerteventura, Canárias

Fuerteventura - Ilha Canária e Jangada do Tempo

Uma curta travessia de ferry e desembarcamos em Corralejo, no cimo nordeste de Fuerteventura. Com Marrocos e África a meros 100km, perdemo-nos no deslumbre de cenários desérticos, vulcânicos e pós-coloniais sem igual.
Gran Canária, Canárias

Gran (diosas) Canária (s)

É apenas a terceira maior ilha do arquipélago. Impressionou tanto os navegadores e colonos europeus que estes se habituaram a tratá-la como a suprema.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Safari
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Rebanho em Manang, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
A pequena-grande Senglea II
Arquitectura & Design
Senglea, Malta

A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Aventura
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Cerimónias e Festividades
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Anoitecer no Parque Itzamna, Izamal, México
Cidades
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Festival MassKara, cidade de Bacolod, Filipinas
Cultura
Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Devils Marbles, Alice Springs a Darwin, Stuart hwy, Caminho do Top End
Em Viagem
Alice Springs a Darwin, Austrália

Estrada Stuart, a Caminho do Top End da Austrália

Do Red Centre ao Top End tropical, a estrada Stuart Highway percorre mais de 1.500km solitários através da Austrália. Nesse trajecto, o Território do Norte muda radicalmente de visual mas mantém-se fiel à sua alma rude.
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
Étnico
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Portfólio, Got2Globe, melhores imagens, fotografia, imagens, Cleopatra, Dioscorides, Delos, Grécia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

O Terreno e o Celestial

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda,
História
Khiva, Uzbequistão

A Fortaleza da Rota da Seda que a União Soviética Aveludou

Nos anos 80, dirigentes soviéticos renovaram Khiva numa versão amaciada que, em 1990, a UNESCO declarou património Mundial. A URSS desintegrou-se no ano seguinte. Khiva preservou o seu novo lustro.
Visitante arrisca a vida no cimo das colunas de basalto de Reynisfjara.
Ilhas
Sul da Islândia

Sul da Islândia vs Atlântico do Norte: uma Batalha Monumental

Vertentes de vulcões e fluxos de lava, glaciares e rios imensos, todos pendem e fluem do interior elevado da Terra do Fogo e Gelo para o oceano frígido e quase sempre irado. Por todas essas e tantas outras razões da Natureza, a Sudurland é a região mais disputada da Islândia.
lago ala juumajarvi, parque nacional oulanka, finlandia
Inverno Branco
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Sombra vs Luz
Literatura
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
viagem austrália ocidental, Surfspotting
Natureza
Perth a Albany, Austrália

Pelos Confins do Faroeste Australiano

Poucos povos veneram a evasão como os aussies. Com o Verão meridional em pleno e o fim-de-semana à porta, os habitantes de Perth refugiam-se da rotina urbana no recanto sudoeste da nação. Pela nossa parte, sem compromissos, exploramos a infindável Austrália Ocidental até ao seu limite sul.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Iguana em Tulum, Quintana Roo, México
Parques Naturais
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Intersecção
Património Mundial UNESCO
Hungduan, Filipinas

Filipinas em Estilo Country

Os GI's partiram com o fim da 2ª Guerra Mundial mas a música do interior dos EUA que ouviam ainda anima a Cordillera de Luzon. É de tricycle e ao seu ritmo que visitamos os terraços de arroz de Hungduan.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Parque Nacional Cahuita, Costa Rica, Caribe, Punta Cahuita vista aérea
Praias
Cahuita, Costa Rica

Uma Costa Rica de Rastas

Em viagem pela América Central, exploramos um litoral da Costa Rica tão afro quanto das Caraíbas. Em Cahuita, a Pura Vida inspira-se numa fé excêntrica em Jah e numa devoção alucinante pela cannabis.
Buda Vairocana, templo Todai ji, Nara, Japão
Religião
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Parada e Pompa
Sociedade
São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Transpantaneira pantanal do Mato Grosso, capivara
Vida Selvagem
Pantanal do Mato Grosso, Brasil

Transpantaneira, Pantanal e Confins do Mato Grosso

Partimos do coração sul-americano de Cuiabá para sudoeste e na direcção da Bolívia. A determinada altura, a asfaltada MT060 passa sob um portal pitoresco e a Transpantaneira. Num ápice, o estado brasileiro de Mato Grosso alaga-se. Torna-se um Pantanal descomunal.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.