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Fortalezas
O Mundo à Defesa – Castelos e Fortalezas que Resistem
Arca, Bukhara, Usbequistão
Esta fortaleza acolheu, séculos a fio, as várias cortes reais que governaram a cidade de Bukhara e a região. Em 1920 foi conquistada pelo império russo.
Castelo San Felipe de Barajas, Cartagena de Índias, Colômbia
Foi erguido e reforçado vezes sem conta para responder aos ataques piratas a Cartagena. Obrigou a coroa espanhola a enormes gastos.
Castelo de Shuri, Naha, Japão
Erguido como a capital do reino Ryukyu que se viu assimilado pelo império nipónico. Arrasado na 2ª Guerra Mundial, foi reconstruído em 1992.
Fortaleza de Suomenlinna, Helsínquia, Finlândia
Tem uma estrutura massiva que assenta em 6 ilhas à entrada de Helsínquia. Foi originalmente erguida pela Suécia para travar ataques russos.
Mosteiro de Solovetsky, Ilhas Solovetsky, Rússia
Fundado, em 1461, por monges ortodoxos, tornou-se num domínio eclesiástico poderoso. Lenine transformou-o numa prisão do GULAG.
Forte em Jiuquan, Dunhuang, China
Em plena Rota da Seda, a região de Jiuquan era alvo de frequentes ataques. Os fortes reforçavam a função defensiva da muralha da China.
Fortim de La Galera, Ilha Margarita, Venezuela
Rechaçou inúmeros ataques marítimos e, em 1820, protagonizou uma das batalhas bolivarianas decisivas para a independência da Venezuela.
Masada, Deserto Negev, Israel
Protagonizou a resistência de 960 rebeldes judaicos a um cerco romano. Já no topo, os romanos depararam-se com um suicídio colectivo.
Mdina, Malta
Esta antiga capital impõe-se numa colina do centro da ilha. Deve a sua arquitectura ao domínio árabe, de 870 e à conquista normanda de 1081.
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Ficou conhecido como Castelo Corvo devido ao exterior negro de terra, pedra e madeira. Erguido, em 1504, é um dos mais antigos do Japão.
Muralhas de Jerusalém, Israel
A porta de Damasco, uma das várias entradas fortificadas da Cidade Santa, com acesso directo para o Bairro Cristão. As muralhas foram erguidas entre 1535 e 1538, por ordem de Suleiman I, quando os Otomanos controlavam Jerusalém.
Forte de Saint Louis, Fort-de-France, Martinica
Erguido no século XVII, protegeu a capital da ilha dos ataques de navios piratas e de nações inimigas. Hoje, acolhe a base das COMAR, forças aeronavais francesas das Antilhas.
Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
Texto: Marco C. Pereira
Imagens: Marco C. Pereira-Sara Wong
Kashyapa I chegou ao poder após emparedar o monarca seu pai. Receoso de um provável ataque do irmão herdeiro do trono, mudou a principal cidade do reino para o cimo de um pico de granito. Hoje, o seu excêntrico refúgio está mais acessível que nunca e permitiu-nos explorar o enredo maquiavélico deste drama cingalês.
De viagem por terras de Aragão e Valência, damos com torres e ameias destacadas de casarios que preenchem as encostas. Km após km, estas visões vão-se provando tão anacrónicas como fascinantes.
Muitos tesouros passaram por Cartagena antes da entrega à Coroa espanhola - mais que os piratas que os tentaram saquear. Hoje, as muralhas protegem uma cidade majestosa sempre pronta a "rumbear".
Acolheu um dos domínios religiosos ortodoxos mais poderosos da Rússia mas Lenine e Estaline transformaram-na num gulag. Com a queda da URSS, Solovestky recupera a paz e a sua espiritualidade.
Os ksour foram construídos como fortificações pelos berberes do Norte de África. Resistiram às invasões árabes e a séculos de erosão. O Festival dos Ksour presta-lhes, todos os anos, uma devida homenagem.
Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Um pouco por todo o Mundo, cada nação, região ou povoação e até bairro tem a sua cultura. Em viagem, nada é mais recompensador do que admirar, ao vivo e in loco, o que as torna únicas.
A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Poucas espécies são mais sociais e gregárias que a humana. O Homem tende emular outros lares doces lares do mundo. Alguns desses casarios revelam-se impressionantes.
Dos sepulcros grandiosos de Novodevichy, em Moscovo, às ossadas maias encaixotadas de Pomuch, na província mexicana de Campeche, cada povo ostenta a sua forma de vida. Até na morte.
Dos quase 1000 metros de altura do salto dançante de Angel à potência fulminante de Iguaçu ou Victoria após chuvas torrenciais, abatem-se sobre a Terra cascatas de todos os tipos.
Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Com nomes pomposos ou meros códigos rodoviários, certas estradas percorrem cenários realmente sublimes. Da Road 66 à Great Ocean Road, são, todas elas, aventuras imperdíveis ao volante.
Formam-se nas grandes latitudes e/ou altitudes. No Alasca ou na Nova Zelândia, na Argentina ou no Chile, os rios de gelo são sempre visões impressionantes de uma Terra tão frígida quanto inóspita.
Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
New Orleans é o berço do jazz e o jazz soa e ressoa nas suas ruas. Como seria de esperar, numa cidade tão criativa, lá emergem novos estilos e actos irreverentes. De visita à Big Easy, aventuramo-nos à descoberta do Bounce hip hop.
Vittoriosa é a mais antiga das Três Cidades de Malta, quartel-general dos Cavaleiros Hospitalários e, de 1530 a 1571, a sua capital. A resistência que ofereceu aos Otomanos no Grande Cerco de Malta manteve a ilha cristã. Mesmo se, mais tarde, Valletta lhe tomou o protagonismo administrativo e político, a velha Birgu resplandece de glória histórica.
Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Estendido por quase 30km, o vale de Ezulwini é o coração e a alma da velha Suazilândia. Lá se situa Lobamba, a capital tradicional e assento da monarquia, a pouca distância da capital de facto, Mbabane. Verdejante e panorâmico, profundamente histórico e cultural, o vale mantém-se ainda o cerne turístico do reino de eSwatini.
Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Deixada de lado a modernidade de Valência, exploramos os cenários naturais e históricos que a "comunidad" partilha com o Mediterrâneo. Quanto mais viajamos mais nos seduz a sua vida garrida.
Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Uma nação e milhares de famílias foram divididas pelo armistício na Guerra da Coreia. Hoje, enquanto turistas curiosos visitam a DMZ, várias das fugas dos oprimidos norte-coreanos terminam em tragédia
Cenários tropicais perfeitos e a vida genuína dos habitantes são os únicos luxos disponíveis nas também chamadas Corn Islands ou Ilhas do Milho, um arquipélago perdido nos confins centro-americanos do Mar das Caraíbas.
São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Criada pela água do oceano Árctico e pelo degelo do maior glaciar da Europa, Jokülsárlón forma um domínio frígido e imponente. Os islandeses reverenciam-na e prestam-lhe surpreendentes homenagens.
À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
À descoberta do Cáucaso, exploramos Uplistsikhe, uma cidade troglodita antecessora da Geórgia. E a apenas 10km, em Gori, damos com o lugar da infância conturbada de Joseb Jughashvili, que se tornaria o mais famoso e tirano dos líderes soviéticos.
Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Uma construção em Jaffa, Telavive, ameaçava profanar o que os judeus ultra-ortodoxos pensavam ser vestígios dos seus antepassados. E nem a revelação de se tratarem de jazigos pagãos os demoveu da contestação.
Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e ao Havai nenhuma outra monarquia resistiu à chegada dos descobridores europeus e da modernidade. Para Tonga, durante várias décadas, o desafio foi resistir à monarquia.
Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Meros 32km a nordeste da capital Mbabane, sobre a fronteira com a África do Sul, ascendemos a terras altas, rugosas e vistosas de eSwatini. Por lá flui o rio Malolotja e se despenham as cascatas homónimas, as mais altas do Reino. Manadas de zebras e de antílopes percorrem os pastos e florestas em redor, numa das reservas com maior biodiversidade do sul de África.
Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.