Khiva, Uzbequistão

A Fortaleza da Rota da Seda que a União Soviética Aveludou


Pilares de fé
Rapariga entre as 213 colunas de madeira esculpida da mesquita de Juma.
Ásia Central “Afro”
Homem vestido com trajes tradicionais da estepe turquemena, incluindo um gorro de lã de ovelha tradicional usado pelos guerreiros da zona para se protegerem do frio intenso.
Al-Khwarizmi
A estátua inquisitiva de um famoso matemático e astrónomo nativo, desafiada pela presença atrevida de uma criança da cidade.
Em Roupa de Verão
Mulher em trajes tradicionais uzbeques, protegida do sol tórrido que incide na Ásia Central de Junho a fim de Agosto.
Semi-Minarete
Minarete menor de Kalta, planeado para atingir os 80 metros de altura mas que foi deixado a meio por um khan falecido e pelo sucessor que alegadamente não quis continuar a obra.
Estacionamento para camelo
Um camelo na sombra do interior de uma muralha da arca de Khuna.
Vista Suprema
Família contempla o casario de Khiva a partir da plataforma de observação do minarete da madraça de Islam Khodja.
Mini-minarete
Pormenor do topo de um minarete, com a majólica do minarete menor de Kalta em frente.
Tapete pouco mágico
Mãe e filha sacodem um tapete num terraço do limiar norte da fortaleza muralhada de Ichon Qala.
À vontade
Jovem uzbeque instala-se confortavelmente na cadeira de um fotógrafo de rua, junto a gorros de Inverno típicos da estepe da Ásia Central.
Crepúsculo usbeque
Silhueta de um minarete de uma antiga mesquita situada em frente do portal Oeste da muralha de Ichon Qala, a área fortificada de Khiva.
Nos anos 80, dirigentes soviéticos renovaram Khiva numa versão amaciada que, em 1990, a UNESCO declarou património Mundial. A URSS desintegrou-se no ano seguinte. Khiva preservou o seu novo lustro.

A tarde aproxima-se do fim. A azáfama apodera-se da praça em frente ao portal Oeste de Ichon Qala, a velha área muralhada de Khiva.

Uma multidão munida de baldes e bilhas disputa a água fornecida por uma bomba afundada numa falha do pavimento.

Equipas aguerridas de miúdos jogam à bola.

Outros, desafiam a paciência inesgotável da estátua de Al-Khwarizmi, um matemático, astrónomo e geógrafo nativo, nascido em 780.

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A estátua inquisitiva de um famoso matemático e astrónomo nativo, desafiada pela presença atrevida de uma criança da cidade.

No século XII, as traduções para latim do seu trabalho sobre os numerais indianos introduziram o sistema numérico decimal posicional ao Mundo Ocidental. Hoje, a escultura inquisitiva de bronze inspira aos infantes da cidade a um sem número de jogos e traquinices.

Voltamos ao interior das muralhas. Adicionamos o nosso movimento ao da Terra.

Com o ocaso, iminente. fazemos a pequena bola do sol encaixar-se entre as ameias e nas janelas um pouco mais abaixo, posicionadas sob duas cúpulas de grandes dimensões.

O acesso ao cimo dos adarves terminava às seis da tarde, muito mais cedo do que convinha a quem, como nós, queria admirar e registar o interior da cidade sob uma luz crepuscular.

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Silhueta de um minarete de uma antiga mesquita situada em frente do portal Oeste da muralha de Ichon Qala, a área fortificada de Khiva.

O Legado Incontornável da Corrupção Soviética

Num contacto anterior com a responsável pelas entradas indagámos se havia alguma forma de ela nos ajudar, até porque também o estaríamos a fazer para promover a sua cidade.

A mulher, volumosa, em uniforme de óbvia herança soviética e cabelos e alguns dentes dourados a condizer, puxa pelo seu melhor inglês e responde com indisfarçável frieza: “normalmente não posso fazer isto mas… estejam cá às 8h. Ah! E vai-vos custar 10.000 SUMs (meros 4€).

Damos uma volta pela cidade e encontramo-nos com Nilufar, a jovem guia uzbeque multilingue – falava uzbeque, russo, inglês, francês e um pouco de alemão – que nos ajudaria caso algum problema de última hora surgisse e nos transmitiria uma lição de história recém-aprendida, no topo das muralhas.

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Vista da fachada ocidental da muralha com o minarete menor de Kalta em destaque por detrás do pórtico principal.

A matriosca apareceu do outro lado da praça e não perdeu tempo: “já não apanhei o meu marido em casa e vim de táxi. Tenho que vos pedir mais 5000 SUMs.”

A Incredulidade e Desilusão de Nilufar

Nilufar vira-a sair de um velho Lada conduzido por um homem e em que seguiam também, atrás, três miúdos. Foi-lhe fácil concluir tratar-se da sua família.

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Mulher em trajes tradicionais uzbeques, protegida do sol tórrido que incide na Ásia Central de Junho a fim de Agosto.

E que a funcionária estava a apenas a inflacionar o lucro retirado ao alegado favor.

A guia, que nascera no ano em que a U.R.S.S. se dissolvera, tudo fazia para evitar a discussão com aquela mulherzona mais que feita que a oprimia e intimidava.

Sem conseguir disfarçar a desilusão, esboçou um pranto que procurámos de imediato compreender e estancar: “mas, afinal, o que foi Nilufar?” começamos por lhe perguntar.

“Nós sempre aprendemos na escola que na União Soviética não existiam subornos ou este tipo de coisas. Agora vocês chegam de tão longe e vejo-me logo metida numa aldrabice destas. Sinto-me envergonhada.”

Tentámos desmistificar a doutrina impingida pelos professores da sua geração e das anteriores com a suavidade possível. Nilufar parece conformar-se com a aspereza da nossa versão. Acalma-se, ganha coragem para voltar a enfrentar a guardiã que não se amansa por nada deste mundo

“Olhem que têm que se despachar!” alerta-nos de dedo esticado.

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Mãe e filho cruzam uma praça quase deserta em frente à arca de Khuna de Ichon Qala.

Pagamos-lhe a quantia exigida e atravessamos a arca de Khuna, a residência fortalecida interior dos governantes seculares da cidade.

Prosseguimos para o topo do limiar ocidental das muralhas de Khiva. Pouco depois, chega mais uma dupla de clientes fora de horas da senhora.

Em vez de pensarmos no que haveríamos de pensar, dedicámo-nos ao cenário esplendoroso.

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O minarete de Islam Khodja projectado de uma das madraças mais diminutas da cidade.

A Elegância Majólica da Fortaleza de Khiva

Para diante, repetiam-se os paredões, as ogivas, os frontões e minaretes de sucessivas madraças.

Num tom predominante de areia torrada apenas quebrado pelos azuis e verdes elegantes da majólica islâmica típica daquelas paragens da Ásia Central.

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Pormenor do topo de um minarete, com a majólica do minarete menor de Kalta em frente.

Atrás da última, estendia-se um casario térreo da mesma dominante, misturado com verde de vegetação que quase nunca o suplantava.

Como a contemplávamos então, Khiva pouco tinha que ver com o que chegou a ser no seu apogeu.

A História Grandiosa de Khiva, em Plena Rota da Seda

De acordo com os arqueólogos, terá sido fundada nos séculos V ou IV b.C.

Pouco depois, já era conhecida como um dos entrepostos da Rota da Seda que ligava Roma à China, na linha de outros empórios de renome casos de Samarcanda e Bukhara.

No século XIV, o explorador e geógrafo árabe Ibn Batuta visitou-a, provavelmente chegado numa caravana de camelos.

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Um camelo na sombra do interior de uma muralha da arca de Khuna.

Louvou o cuidado incansável com que o seu regente mantinha a lei e a ordem apesar de, como narrou: “a cidade estar tão cheia de gente que era praticamente impossível encontrar o caminho na multidão.”

À imagem do que aconteceria a grande parte da zona, Genghis Khan varreu-lhe o passado. No fim do século XVI, descendentes do imperador mongol formaram um khanato.

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Ancião muçulmano à entrada do portal leste da fortaleza de Ichon Qala.

Escolheram Khiva para capital.

Khiva transformou-se num mercado esclavagista que perdurou mais de três séculos na realidade e no imaginário atormentado dos povos da região.

A maior parte dos escravos eram trazidos por guerreiros tribais turquemenos do deserto de Karakum ou por congéneres das estepes do actual Cazaquistão.

Uns e outros sequestravam quem tivesse o azar de viver ou de viajar nas imediações.

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Mãe e filha sacodem um tapete num terraço do limiar norte da fortaleza muralhada de Ichon Qala.

A Khiva Muralhada do Actual Uzbequistão

Hoje, Khiva acolhe mais de 50 mil habitantes livres. Destes, só 3000 vivem dentro das muralhas.

Alguns, prosperam a cobrar aos forasteiros o privilégio de se fotografarem em trajes de guerra dessa época.

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Homem em trajes da estepe turquemena, incluindo um gorro de lã de ovelha usado pelos guerreiros para se protegerem do frio intenso.

Assentam o negócio em poltronas de madeira e  casacos de khan, sabres históricos e, o adereço mais espampanante, os gorros de grande volume feitos de lã de ovelha que protegiam os guerreiros do frio atroz da estepe.

Alguns, optavam por tigres de borracha ou de peluche, colocados em molduras vistosa de rosas de plástico com a função de captar o sector feminino dos transeuntes.

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Amigas posam num cenário improvisado por um fotógrafo de rua para os visitantes de Khiva.

Já depois de aderirmos à modalidade tradicional, ascendemos pacientemente os 118 degraus em caracol.

Chegamos aos 45 metros de altura da plataforma de observação, no topo do minarete mais elevado da cidade, que se projecta de uma das suas madraças mais diminutas, a de Islam Khodja.

Partilhamos esse cimo apertado com uma família tradicional uzbeque.

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Família contempla o casario de Khiva a partir da plataforma de observação do minarete da madraça de Islam Khodja.

A Cidade de Génese Islâmica em Vias de Recuperar o Islamismo

No processo da formação da U.R.S.S., logo após a Revolução de Outubro, a integração de Khiva na República Socialista Soviética Uzbeque representou uma aniquilação de toda e qualquer forma de expressão religiosa.

Sobretudo do predominante islamismo

Enquanto percorríamos as ruas da fortaleza, quase despidas de qualquer forma corriqueira de vida, seria impensável não o percebermos.

Estão ausentes os magotes de jovens aprendizes da fé em Alá, como os do Paquistão ou do vizinho Afeganistão. Das dezasseis madraças e muitas mesquitas, só uma ou outra funcionavam como tal.

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Rapariga entre as 213 colunas de madeira esculpida da mesquita de Juma.

As restantes, os palácios, mausoléus e outros edifícios históricos formavam um museu ao ar livre a que os poucos habitantes e os visitantes e comerciantes uzbeques e de outras partes da Ásia Central emprestam a genuinidade possível.

Ainda assim, ficámos alojados num tal de “Orient Star” que é nem mais nem menos que uma grande madraça  adaptada a hotel.

Cansados de calcorrear as ruas e ruelas sob o calor intenso do Verão precoce desta Ásia continental, recolhemos aos aposentos já com os astros no firmamento.

Saímos para o pátio no centro da madraça. Ali, ficamos a contemplar o céu estrelado com a alienação espacial de um Al-Khwarizmi em pleno estudo.

Até que nos fartamos da inacção e saímos a investigar um feixe de luz azulada que se elevava sobre a estrutura do edifício.

Na fachada principal, damos com uma semi-torre azul que recebia a base da iluminação. Perguntamos a um empregado de serviço à entrada do hotel do que se tratava afinal aquela estranha obra.

Ao que nos responde: ” Ah, isso ilumina o minarete de Kalta.

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Minarete menor de Kalta, planeado para atingir os 80 metros de altura mas que foi deixado a meio por um khan falecido e pelo sucessor que alegadamente não quis continuar a obra.

Era suposto ser o maior de Khiva com uns 80 metros mas o Khan morreu e o que se seguiu não o quis completar.

Diz-se que percebeu que os muezins iriam poder ver as mulheres do seu harém do topo e que, por isso, não deu seguimento à construção. Acreditem se quiserem.”

Usbequistão

Viagem Pelo Pseudo-Alcatrão do Usbequistão

Os séculos passaram. As velhas e degradadas estradas soviéticas sulcam os desertos e oásis antes atravessados pelas caravanas da Rota da Seda. Sujeitos ao seu jugo durante uma semana, vivemos cada paragem e incursão nos lugares e cenários usbeques como recompensas rodoviárias históricas.
Fortalezas

O Mundo à Defesa - Castelos e Fortalezas que Resistem

Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
Tbilisi, Geórgia

Geórgia ainda com Perfume a Revolução das Rosas

Em 2003, uma sublevação político-popular fez a esfera de poder na Geórgia inclinar-se do Leste para Ocidente. De então para cá, a capital Tbilisi não renegou nem os seus séculos de história também soviética, nem o pressuposto revolucionário de se integrar na Europa. Quando a visitamos, deslumbramo-nos com a fascinante mixagem das suas passadas vidas.
Sigiriya, Sri Lanka

A Capital Fortaleza de um Rei Parricida

Kashyapa I chegou ao poder após emparedar o monarca seu pai. Receoso de um provável ataque do irmão herdeiro do trono, mudou a principal cidade do reino para o cimo de um pico de granito. Hoje, o seu excêntrico refúgio está mais acessível que nunca e permitiu-nos explorar o enredo maquiavélico deste drama cingalês.
Samarcanda, Usbequistão

O Sultão Astrónomo

Neto de um dos grandes conquistadores da Ásia Central, Ulugh Beg preferiu as ciências. Em 1428, construiu um observatório espacial em Samarcanda. Os seus estudos dos astros levaram-lhe o nome a uma cratera da Lua.
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
Samarcanda, Uzbequistão

Um Legado Monumental da Rota da Seda

Em Samarcanda, o algodão é agora o bem mais transaccionado e os Ladas e Chevrolets substituíram os camelos. Hoje, em vez de caravanas, Marco Polo iria encontrar os piores condutores do Uzbequistão.
Mar de Aral, Uzbequistão

O Lago que o Algodão Absorveu

Em 1960, o Mar de Aral era um dos quatro maiores lagos do mundo mas projectos de irrigação secaram grande parte da água e do modo de vida dos pescadores. Em troca, a URSS inundou o Uzbequistão com ouro branco vegetal.
São João de Acre, Israel

A Fortaleza que Resistiu a Tudo

Foi alvo frequente das Cruzadas e tomada e retomada vezes sem conta. Hoje, israelita, Acre é partilhada por árabes e judeus. Vive tempos bem mais pacíficos e estáveis que aqueles por que passou.
Jaisalmer, Índia

A Vida que Resiste no Forte Dourado de Jaisalmer

A fortaleza de Jaisalmer foi erguida a partir de 1156 por ordem de Rawal Jaisal, governante de um clã poderoso dos confins hoje indianos do Deserto do Thar. Mais de oito séculos volvidos, apesar da contínua pressão do turismo, partilham o interior vasto e intrincado do último dos fortes habitados da Índia quase quatro mil descendentes dos habitantes originais.
Masada, Israel

Masada: a Derradeira Fortaleza Judaica

Em 73 d.C, após meses de cerco, uma legião romana constatou que os resistentes no topo de Masada se tinham suicidado. De novo judaica, esta fortaleza é agora o símbolo supremo da determinação sionista

Margilan, Uzbequistão

Périplo pelo Tecido Artesanal do Uzbequistão

Situada no extremo oriental do Uzbequistão, Vale de Fergana, Margilan foi uma das escalas incontornáveis da Rota da Seda. Desde o século X, os produtos de seda lá gerados destacaram-na nos mapas, hoje, marcas de alta-costura disputam os seus tecidos. Mais que um centro prodigioso de criação artesanal, Margilan estima e valoriza um modo de vida uzbeque milenar.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Hipopótamo exibe as presas, entre outros
Safari
PN Mana Pools, Zimbabwé

O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
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Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

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Jardin Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, Cobra dos Pecados
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Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
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No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
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Viajar Não Custa

Compre Voos Antes de os Preços Descolarem

Conseguir voos baratos tornou-se quase uma ciência. Fique a par dos princípios porque se rege o mercado das tarifas aéreas e evite o desconforto financeiro de comprar em má hora.
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Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã “Francês” à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
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Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Fim do dia no lago da barragem do rio Teesta, em Gajoldoba, Índia
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Às Portas dos Himalaias

Chegamos ao limiar norte de Bengala Ocidental. O subcontinente entrega-se a uma vasta planície aluvial preenchida por plantações de chá, selva, rios que a monção faz transbordar sobre arrozais sem fim e povoações a rebentar pelas costuras. Na iminência da maior das cordilheiras e do reino montanhoso do Butão, por óbvia influência colonial britânica, a Índia trata esta região deslumbrante por Dooars.
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Ida à Praia à Moda de Creta

À descoberta do ocidente cretense, deixamos Chania, percorremos a garganta de Topolia e desfiladeiros menos marcados. Alguns quilómetros depois, chegamos a um recanto mediterrânico de aguarela e de sonho, o da ilha de Elafonisi e sua lagoa.
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Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
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À descoberta do noroeste dominicano, ascendemos à Montaña Redonda de Miches, recém-transformada num insólito apogeu de evasão. Desse cimo, apontamos à Bahia de Samaná e a Los Haitises, com passagem pelo pitoresco rancho Salto Yanigua.
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O imaginário do Pacífico do Sul paradisíaco é inquestionável em Samoa mas a sua formosura tropical não paga as contas nem da nação nem dos habitantes. Quem visita este arquipélago encontra um povo dividido entre sujeitar-se à tradição e ao marasmo financeiro ou desenraizar-se em países com horizontes mais vastos.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Vida Selvagem
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.